Fatores associados à não adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica.

FACTORS ASSOCIATED WITH NO JOINING THE TREATMENT OF SYSTEMIC HYPERTENSION.

* Sandra Chagas da Costa Feliciano

 

RESUMO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), quando não tratada, constitui um dos
principais fatores de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares (doença
cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal
crônica e doença vascular). Este estudo tem como objetivo identificar as razões pelas quais os pacientes portadores de HAS não aderem ao tratamento e propor estratégias com intuito de incentivar a adesão ao tratamento. Considerando que a não adesão ao tratamento da HAS, é um fator importante que contribui significativamente para falta de controle dos níveis pressóricos acarretando consequências graves levando ao aumento de hospitalização, com sobrecarga hospitalar. Será abordado neste estudo o conceito, diagnóstico e achados clínico-laboratoriais da Hipertensão Arterial Sistêmica de maneira sumária, as drogas anti-hipertensivas de uso corrente, serão também revisadas. 

 

Palavras-chaves: Hipertensão arterial e Falta de adesão ao tratamento.

 

ABSTRACT

Hypertension (HBP), when untreated, is one of main risk factors for the onset of cardiovascular disease (disease cerebrovascular, coronary artery disease, heart failure, renal failure and chronic vascular disease). This study aims to identify the reasons why patients with hypertension do not adhere to treatment and propose strategies aiming to encourage adherence to treatment. Whereas the non-adherence to treatment of hypertension, is an important factor that contributes significantly to lack of control of blood pressure leading to serious consequences leading to increased hospital stay, hospital overhead. Will be addressed in this study the concept, diagnosis and clinical and laboratory findings of systemic hypertension in summary fashion, the antihypertensive drugs in current use, are also reviewed.

 

Keywords: Hypertension and lack of adherence to treatment.

 

  1. 1.      Considerações Iniciais

 

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) caracteriza-se pela presença de níveis de pressão arterial elevado associado a alterações no metabolismo do organismo, nos hormônios e nas musculaturas cardíaca e vascular. Tem alta prevalência e baixas taxas de controle, é considerado um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo (Brasil, 2006).

 

Grande parte dos pacientes internados em unidades coronarianas e cardíacas de tratamentos intensivos tem como doença base a hipertensão arterial sistêmica e diabete mellirus, despertando assim, o interesse em pesquisar a razão pela qual o paciente hipertenso não adere ao seu tratamento.

 

O principal fator que determina um baixo controle da HAS se dá em tratar de uma doença de aparecimento assintomático, sendo assim seu diagnóstico e tratamento acabam sendo frequentemente negligenciado, associando a baixa adesão, por parte do paciente ao tratamento prescrito. É importante salientar, que um número substancial de pacientes hipertensos acabam abandonando o tratamento depois de alguns meses, em função de vários fatores ligados a problemas financeiros ou falta de informação sobre a importância da manutenção do tratamento pelo resto da vida. (BRASIL, 2006).

 

É preciso ter em mente que a manutenção da motivação do paciente em não abandonar o tratamento é talvez uma das batalhas mais árduas que profissionais de saúde enfrentam em relação ao paciente hipertenso. Para complicar ainda mais a situação, é importante lembrar que um grande contingente de pacientes hipertensos também apresenta outras morbidades, como diabete, dislipidemia e obesidade, o que traz implicações importantes em termos de gerenciamento das ações terapêuticas necessárias para o controle de um aglomerado de condições crônicas, cujo tratamento exige perseverança, motivação e educação continuada (BRASIL, 2006).

 

A partir destas reflexões surgiram as seguintes questões norteadoras:

  • O que leva ao paciente hipertenso, a não aderir o tratamento terapêutico?
  • Quais estratégias podem ser traçadas para contribuição na adesão ao tratamento da HAS?

 

            Neste estudo o objetivo foi identificar as razões pelas quais os pacientes portadores de HAS não aderem ao tratamento, além de propor estratégias com intuito de incentivar a adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica.

             Este estudo se torna relevante, à medida que a não adesão ao tratamento da HAS, faz com que a hipertensão não seja tratada adequadamente, podendo levar a graves consequências a alguns órgãos alvos vitais, o que leva ao aumento da sobrecarga na internação hospitalar.

  1. 1.       METODOLOGIA

 

Este estudo trata-se de uma pesquisa exploratória em revisão bibliográfica, em bases de dados nacionais onde as maiores fontes de informação foram artigos, livros e publicações do Ministério da Saúde visando detectar fatores que contribuem para não adesão ao tratamento da hipertensão artéria sistêmica, identificar  as razões pelas quais os pacientes portadores da HAS, não aderem ao tratamento, além de propor estratégias com intuito de incentivar a adesão ao tratamento.                    

            

            Segundo Cervo e Bervian (2002) a pesquisa bibliográfica é uma pesquisa que procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito sobre determinado assunto. Refere-se à fundamentação teórica que irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa, onde resultará do processo de levantamento e análise do que já foi 
 publicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. 

 

            Como base de dados foi utilizada a Biblioteca Virtual em Saúde Enfermagem no período de 24/02/2011 a 02/01//2011 . Utilizado como critério de seleção artigos publicado no período de 2006 a 2011  na integra e atenda o objetivo proposto  neste estudo.

 

  1. 1.      Contribuições da Literatura

 

De acordo com o Ministério da Saúde  no Brasil (2006), Hipertensão Arterial é definida como pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva. Ainda segundo o Ministério da Saúde a classifica a pressão arterial sistêmica  de forma estratificada conforme quadro abaixo:

 

 

Classificação

PA Sistólica

PA Diastólica

Normal

< 120

< 80

Pré-hipertensão

120 a 139

80 a 89;

Hipertensão Estágio 1

140 a 159

90 a 99

Hipertensão Estágio 2

>160

>100

 

            Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) (2010),  a classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos) em mmHg, conforme o quadro abaixo.

 

Classificação

PA Sistólica

PA Diastólica

Ótima

< 120

< 80

Normal

< 130

< 85

Limítrofe

130 a 139

85 a 89

Hipertensão estágio 1

140 a 159

90 a 99

Hipertensão estágio 2

160a 179

100 a 109

Hipertensão estágio 3

≥ 180

≥ 110

 

            Podemos observar que segundo o Ministério da Saúde, um paciente com a PA 120 X 80 mmHg é classificado como pré-hipertenso. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, é considerado hipertensão estágio 3 ≥ 180 x ≥ 110 mmHg.

 

            Segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2006), são fatores de risco para a hipertensão:

ñ  Idade;

ñ  Etnia;

ñ  Fatores Socioeconômicos;

ñ  Sal;

ñ  Obesidade;

ñ  Álcool;

ñ  Sedentarismo.

 

O número de habitantes da cidade do Rio de Janeiro que sofrem de hipertensão arterial sistêmica é hoje estimado em mais de 800.000, atingindo um em cada cinco adultos. Sendo assim, o risco é maior em pessoas que adotam hábitos de vida não saudáveis contribuindo para o aumento da pressão arterial como uma alimentação inadequada rica em gorduras, sal, além do excesso de peso, o sedentarismo com a falta de atividades física, o estresse, o tabagismos, o consumo de álcool e o diabetes. Esses fatores de riscos, além de contribuírem para o aumento da hipertensão arterial, também são conhecidos como fatores de riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (SMSDC, 2009).

Ratificando Supla cima citado, ainda em 2005 ocorreram 1.180.184 internações, por doenças cardiovasculares, com custo global de R$ 1.323.775.008,28. A insuficiência cardíaca é a principal causa de hospitalização entre as doenças cardiovasculares, sendo duas vezes mais frequente que as internações por acidente vascular cerebral (SBC, 2010).

 

Em nosso país, as Doenças Cardiovasculares (DCV) têm sido a principal causa de morte. Em 2007 ocorreram 308.466 óbitos por doenças do aparelho circulatório . Desse modo, a doença hipertensiva tem se constituído num dos mais graves problemas de saúde pública. Esta doença leva com frequência, à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para o paciente, sua família e a sociedade (BRASIL, 2009).

 

A não aderência ao tratamento da HAS é um fator importante que contribui significantemente para a falta de controle da HAS. Sabemos que os pacientes que têm a sua pressão arterial bem controlada são aqueles que, presumidamente, mantêm uma boa aderência. Aqueles que não têm a sua pressão controlada são os que têm uma aderência ao tratamento passível de questionamento. Assim, a não aderência constitui um sério problema e deve ser entendida como um dos principais obstáculos para o sucesso do tratamento da HAS (Brasil, 2006).

 

Segundo Machado (2011), o maior desafio da hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a adesão dos pacientes ao seu tratamento. Para Machado, a adesão ocorre quando o comportamento do paciente coincide com a orientação médica, em termos de uso de medicamentos nas doses corretas, nos  horários corretos,  mudanças do estilo de vida, seguimento de dietas, uso de equipamentos, havendo concordância e compreensão entre pacientes e médicos.

 

Péres, Magna e Viana (2006), ao realizar estudo exploratório com 32 pacientes hipertensos atendidos em duas unidades de saúde do Município de Ribeirão Preto, SP, constatou que os aspectos psicossociais e as crenças de saúde interferem diretamente no conhecimento que o paciente tem sobre a doença hipertensiva e nas práticas de saúde adotadas. Ressaltando que é importante propor novas formas de orientação aos pacientes com hipertensão arterial.

 

Bossay  et al (2006), realizou um trabalho com usuários da Unidade Básica de Saúde do Jardim Macaúbas, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul em 2004, inscritos no Programa do Hipertenso, ao tratamento da hipertensão arterial identificando que os usuários não aderiram à terapia medicamentosa e que  a principal causa foi a dificuldade de locomoção até a Unidade para conseguir a medicação, já que são, quase na totalidade, idosos e portadores de outras morbidades incapacitantes.

 

Bossay et al (2006) ressalta ainda que quanto à adesão ao tratamento não farmacológico, a maioria dos entrevistados não realiza exercícios físicos. A prática de exercícios é negligenciada por não haver local adequado próximo às suas residências e também por causa das comorbidades.

 

Segundo Andrade et al (2006), a identificação de efeitos colaterais ao tratamento farmacológico relacionado ao consumo de álcool, representa a segunda causa de abandono.  Embora os pacientes hipertensos devem  ser orientados a reduzir a ingesta de álcool, é preciso rever a forma como essa orientação tem sido passada, pois é possível que esteja ocorrendo uma má interpretação, especialmente pelos pacientes do sexo masculino.

 

Segundo Machado (2011), não se pode proibir um hipertenso de beber uma cerveja para o resto da vida, mas é preciso analisar o caso específico para saber a melhor forma de proceder, recomenda. Para os hipertensos do sexo masculino que fazem uso de bebida alcoólica, é aconselhável que o consumo não ultrapasse 30 ml de etanol/dia, contidos em 60 ml de bebidas destiladas (uísque, vodca, aguardente, etc.), 240 ml de vinho, ou 720 ml de cerveja. Em relação às mulheres e indivíduos de baixo peso, a ingestão alcoólica não deve ultrapassar 15 ml de etanol/dia. Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo, sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas.

 

Sendo assim, a identificação precocemente, dos fatores contribuintes para não aderência, poderiam permitir a implementação de medidas que possibilitem traçar estratégias para fornecer incentivo para adesão ao tratamento da HAS. Favorecer a aderência e propiciar o controle adequado dos níveis tensoriais torna-se necessário para promoção e prevenção da saúde da população.

 

            De acordo com o Ministério da Saúde  no Brasil (2006), quanto ao tratamento da hipertensão arterial, existem dois tipos de tratamentos, a saber:

 

ñ  Tratamento não medicamentoso que é baseado em modificações do estilo de vida (MEV: perda de peso, incentivo às atividades físicas, alimentação saudável, etc.).

ñ  Tratamento medicamentoso.

            A aplicação do método de tratamento é determinada através Classificação do risco cardiovascular global individual dos pacientes em função do escore de risco de Framingham e da presença de lesão em órgãos-alvo. Risco baixo (<10%/ 10 anos): Ausência de fatores de risco ou risco e ausência de lesão em órgãos-alvo; Risco moderado (10-20%/10 anos): Presença de fatores de risco, mas com ausência de lesão em órgãos-alvo; Risco alto (>20%/ano): Presença de lesão em órgãos-alvo. A hipertensão arterial exige um processo contínuo de motivação para que o paciente não abandone o tratamento.

 

            De acordo com o manual do Ministério da Saúde publicado em 2006, o tratamento não medicamentoso visa reduzir a PA. Para valores inferiores a 140 x 90 mmHg. Os agentes anti-hipertensivos devem reduzir os níveis tensoriais e também eventos Cardiovasculares fatais e não fatais. Os medicamentos devem ser eficazes por via oral, bem tolerado, permitir a administração em menor número possível de tomadas diárias com preferência para posologia de dose única diária. Estes são catalogados em 5 classes:

 

ñ  Diuréticos;

ñ  Inibidores adrenérgicos;

ñ  Vasodilatadores diretos, Antagonistas do sistema renina e angiotensina  e

ñ  Bloqueadores dos canais de cálcio.

 

            Dentro do medicamento não medicamentoso conforme o Ministério da Saúde  no Brasil (2006), podemos citar:

ñ  Manter o peso corporal adequado;

ñ  Restringir as fontes industrializadas de sal:

ñ  Limitar ou abolir o uso de bebidas alcoólicas;

ñ  Dar preferência a temperos naturais ao invés de similares industrializados;

ñ  Substituir bolos, biscoitos doces e recheados por frutas in natura;

ñ  Incluir seis porções de frutas, legumes e verduras no plano alimentar diário;

ñ  Optar por alimentos com reduzido teor de gordura;

ñ  Manter ingestão de cálcio das folhas verdes escuras e produtos lácteos, de preferência, desnatados;

ñ  Identificar formas saudáveis e prazerosas de preparo dos alimentos: assados, crus, grelhados, etc.; 

ñ  Estabelecer plano alimentar capaz de atender às exigências de uma alimentação saudável, do controle do peso corporal, das preferências pessoais e do poder aquisitivo do indivíduo e sua família.

ñ  A  mudança de um habito adquirido ao longo da vida, se  torna um desafio para o paciente hipertenso. Hábitos saudáveis de vida devem ser adotados desde a infância e adolescência, respeitando-se as características regionais, culturais, sociais e econômicas dos indivíduos.

 

As consequências causadas pela não adesão ao tratamento adequado da HAS, são consideradas um dos fatores importantes para uma das mais importantes causas de morbimortalidade universal, tornando-se assim, um dos mais prevalentes fatores de risco para o desenvolvimento de doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência renal e insuficiência cardíaca congestiva, levando a incapacidade física e até a morte prematura (SBH, 2007). 

 

A prevalência desta condição clínica e as devastadoras sequelas, estão atribuídas ao não adequado controle da pressão arterial. A mortalidade por doença cardiovascular aumenta  progressivamente com a elevação da PA de forma linear, contínua e independente.  Embora o problema ocorra predominantemente na fase adulta, o número de crianças e adolescentes hipertensos vêm aumentando a cada dia. Assim se faz prioritário a aplicação de uma estratégia para contribuição da adesão ao tratamento da HAS (SBC, 2010).

 

 Como estratégia para redução de agravo, o Ministério da Saúde lançou o HIPERDIA que é um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à hipertensão arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde. O Sistema permite o acompanhamento, a garantia do recebimento dos medicamentos prescritos, ao mesmo tempo em que, em médio prazo, poderá ser definido o perfil epidemiológico desta população, e o consequente desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual, a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas e a redução do custo social (SESMG, 2006)

 

Alem do HIPERDIA, temos a Farmácia Básica Popular criado em junho de 2004  Com a Rede Própria, com a finalidade de levar medicamentos essenciais com baixo custo para mais perto da população, melhorando o acesso e beneficiando para uma maior quantidade de pessoas (PORTAL SAÚDE, 2011). 

 

A campanha “Saúde Não Tem Preço” foi lançada no dia 03 de fevereiro de 2011, com o objetivo de disponibilizar, gratuitamente, medicamentos indicados para o tratamento de hipertensão e diabetes nas farmácias e drogarias credenciadas no Programa (PORTAL SAÚDE, 2011).

 

A Estratégia Saúde da Família, cuja proposta é ser a porta de entrada para o Sistema de saúde é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada (BRASIL, 2010).

As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. Portanto, um sistema de saúde estruturado tem como objetivo superior a melhoria da qualidade de vida e saúde das famílias a ele vinculada (BRASIL, 2010).

O Pacto pela Saúde coloca o fortalecimento da Atenção Básica como um de seus eixos prioritário. Uma das prioridades do pacto pela saúde é a promoção da saúde e o fortalecimento da atenção básica (BRASIL, 2010).

 

  1. 2.      Considerações finais.

           

O comparecimento às consultas pode ser um dos parâmetros para avaliar à adesão ao tratamento. Pesquisas verificaram, em um programa de acompanhamento de hipertensos, que indivíduos mais assíduos aos encontros tiveram maior redução dos níveis tensionais. Assim, a presença do paciente na unidade de saúde é determinante para o controle da hipertensão, pois traz motivação individual e essa, por sua vez, conduz a certas atitudes que contribuem para a redução da PA.  Alguns motivos para não adesão, podemos citar tempo curto da doença, não relacionar a doença com a gravidade, tentativa de métodos alternativos e religião.

 

Portanto, este estudo pode proporcionar subsídios para intervenções sobre a assistência aos pacientes com HAS, com a finalidade de aumentar as taxas de adesão e qualidade de vida. A identificação de fatores determinantes da não aderência dos pacientes hipertensos ao tratamento é, portanto, de vital importância na aplicação da estratégia terapêutica e na obtenção de resultados satisfatórios. Uma vez identificados esses fatores devem ser permanentemente incorporados como objetos de intervenção da prática médica, a fim de que se almeje o controle adequado dos níveis pressóricos dos hipertensos, reduzindo os elevados índices epidemiológicos de complicações clinicas, internações hospitalares e o alto custo do tratamento.

 

 

 

 

 

 

  1. 3.      Sugestões

 

Dentre as estratégias utilizadas para aumentar a aderência do paciente hipertenso ao tratamento, destaca-se a introdução de outro profissional ao binômio médico paciente. A participação da enfermeira de forma sistemática pode se mostrar eficaz, com sua atuação sobre o aspecto psicoemocional do paciente, além do fornecimento de orientação e esclarecimento de dúvidas sobre a doença e seu tratamento e fatores de risco, e instrução sobre aspectos de higiene, hábitos alimentares, crenças de saúde.

 

Várias são as formas de se estimar a adesão ao tratamento. Dentre elas destacam-se o uso dos fármacos prescritos, corretamente, associando frequência às consultas. Nesse sentido, o autor relato composto por perguntas, para identificar atitudes e comportamentos em relação ao seguimento das recomendações, tem se mostrado útil para identificar pacientes aderentes ou não ao tratamento medicamentoso (Dosse Camila; et al, 2009)

 

Por ser a hipertensão arterial uma doença de caráter incurável e progressiva, é de extrema importância a adesão ao seu tratamento farmacológico e não farmacológico. Constou-se que uma parcela não faz o uso do medicamento por causa da dificuldade de obtê-lo na UBS por incapacidade física. Para solucionar tal fato, agentes comunitários de saúde, com a receita do paciente, poderiam levar a medicação até suas casas. Em relação à terapia não medicamentosa, constatou-se que a prática de exercícios físicos não é feita por causa da falta de local apropriado. Nesse caso, a equipe de enfermagem poderia organizar aulas de alongamento e caminhada na própria unidade de saúde não necessitando de maiores recursos, possibilitando as caminhadas. Cabe aos profissionais, conhecendo a causa de não adesão ao tratamento, aprimorar o manejo com tais pacientes.

 

 

  1. 4.      Referencias:

 

ANDRADE Jadelson P et al. Aspectos Epidemiológicos da Aderência ao Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica.  Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – Salvador. Arquivo Brasileiro Cardiologia, volume 79 – 2006.

 

Baseggio E. C.; Prezoto T. G.; Veneziano L.S.N.; Pacheco M..T.T. Avaliação do Risco Cardiovascular com Base na Escala de Framingham. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica– Universidade do Vale do Paraíba, 2010

 

BRASIL, Ministério da Saúde,  Caderno de Atenção Primária, Secretaria de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica.  Brasília DF, 2010.

 

BRASIL, Ministério da Saúde, Série Cadernos de Atenção Básica n.º 15, Hipertensão Arterial Sistêmica. Secretaria de Atenção à Saúde Brasília, DF, 2006.

                           

Bossay Diogo et al. Fatores Associados à Não Adesão ao Tratamento da Hipertensão Arterial.Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal Brasil, Revistas Científicas de América Latina, Ensaios e Ciência, Volume 10,  2006. acessado em: 16/01/2010, disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/260/26012809008.pdf>

 

Dosse Camila; et al – Fatores Associados à Não Adesão dos Pacientes as Tratamento de Hipertensão Arterial. Revista Latino-am Enfermagem,  2009 . Acessado em: 16/01/2011, disponível em: <www.eerp.usp.br/rlae>

 

Machado  Carlos Alberto, Sociedade Brasileira de Cardiologia -  Seção de  Ligas de Hipertensão SBC/DHA, 2011. Acessado em: 20/01/2011, disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha> 

 

MAFRA Filipa, OLIVEIRA Helena, Avaliação do risco cardiovascular – metodologias e suas implicações na prática clínica - Revista Port. Clinica Geral 2008

 

PERES Denise S ,  MAGNA Jocelí Mara e VIANA  Luis Atílio. Portador de hipertensão arterial: atitudes, crenças, percepções, pensamentos e práticas. Revista de Saúde Pública.  2006. Acessado em: 28/12/2010, disponível em: < www.fsp.usp.br/rsp>

 

PORTAL SAÚDE, Ministério da Saúde. 'Saúde Não Tem Preço' inicia distribuição de remédios gratuitos contra hipertensão e diabetes, 03/02/2011 , às 13h35.

Acessado em 20/11/2011. Disponível em: <portal.saude.gov.br>

 

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS (SESMG). Atenção à Saúde do Adulto Hipertensão e Diabetes, Saúde em Casa. 1ª Edição. Belo Horizonte, 2006. Acessado em: 2311/2011. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/linha-guia/linhasguia/LinhaGuiaHiperdia.pdf>

 

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO (SBH). Portal de Hipertensão Arterial.   BRASIL: 2007. Acessado em 13/10/2001.  DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.SBH.ORG.BR.