FASE IDOSA: UM PROCESSO DE MUDANÇA E ALTERAÇÕES BIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS

OLDSTAGE: A PROCESS OFCHANGE AND BIOLOGICALCHANGE AND PSYCHOLOGICAL

Elainny Katiúcia Tavares[1]

 

RESUMO

 

O envelhecimento é um processo natural do desenvolvimento, no qual o processo envolve alterações neurobiológicas estruturais, funcionais e químicas. Também sofre alterações externas como: física, fatores ambientes e socioculturais além de influenciarem também fatores como qualidade de vida, atividades diárias desenvolvidas ou mesmo o sedentarismo, a prática de exercícios também estão intimamente ligados ao envelhecimento que pode se sadio ou patológico.

Este estudo sobre o envelhecimento busca ressaltar o envelhecer sadio ou doentio, dentro desse contexto percebe-se que o aumento da idade não significa necessariamente está evidente as características físicas; com medidas preventivas pode-se manter o idoso em condições saudáveis com atenção aos exercícios físicos e cognitivos, mantendo assim a autonomia de vida por longo período. Contudo em casos mais delicados, como o surgimento de disfunções, o diagnóstico e a intervenção precoce podem propiciar uma melhor qualidade de vida ao paciente e sua família.

 

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento. Características Cognitivas e Neurológicas. Reabilitação e Qualidade de Vida.

 

ABSTRACT

Ageing is a natural process of development, where the process involves structural, functional and chemical neurobiological changesAlso suffers external changes such as physics, environment and sociocultural factors besides also influencing factors such as quality of life, developed daily activities or even inactivity, practice exercises are also closely linked to aging that can be healthy or pathological.This study on aging seeks to highlight the healthy or unhealthy aging, in this context it can be seen that increasing age does not mean the physical characteristics is necessarily evident;with preventive measures can keep the elderly in healthy condition with attention to physical and cognitive exercises, maintaining independent living for a long time .However, in more difficult cases, such as the appearance of dysfunction, diagnosis and early intervention can provide a better quality of life for the patient and his family.
 
KEYWORDS:Aging. Cognitive and Neurological features .Rehabilitation and Quality of Life.

 

1 INTRODUÇÃO

 

A expectativa de vida em nosso país com o passar do tempo tem aumentado muito, de acordo com as estatísticas a população idosa no Brasil está cada vez maior. No entanto, ao contrário do que se pensa, isso não significa um incremento proporcional nos índices da qualidade de vida dos sujeitos. O envelhecimento humano é compreendido como um processo natural e universal, dinâmico e irreversível, influenciado por diversos fatores como fatores biológicos, sociais, psicológicos e ambientais. As alterações causadas pelo envelhecimento es­tão relacionadas aos aspectos funcionais e psíquicos do corpo humano (COSTA e et al, 2000).

Com objetivo de se quantificar as alterações inerentes ao envelhecimento, bem como triar os casos de “envelhecimento saudável” em relação aos possíveis casos patológicos, foi desenvolvido inúmeras técnicas de avaliação e o desenvolvido de diversos estudos na área. Nos casos de alterações patológicas, sem perdas funcionais importan­tes, quando há perca patológica essa é potencializadapela velhice (ALVES, 2010).

Uma característica marcante no processo de envelhecimento é o declínio da capacidade funcio­nal. Força, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e coor­denação em geral constituem variáveis afetadas dire­tamente pelas alterações neurológicas, diante do processo de envelhecimento instalado é interessante detectar precocemente possíveis agravos que possam ocorrer em função da fragilização natural da idade, considerando a qualidade de vida, depressão, adaptação psicossocial e condições nutricionais é relevante, pois possibilitará antecipar ações preventivas em detrimento de ações curativas (PAPALEO, 2006).

 

2 Um Breve Histórico do Processo de envelhecimento

 

   A fase de envelhecimento é um processo universal que pode apresentar diversas características como o declínio da capacidade funcio­nal, tal processo se caracteriza dinâmico e irreversível, influenciado por fatores biológicos, sociais, psicológicos e ambientais. Força, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e coor­denação que pode apresentar comprometimento no desempenho neuromuscular, lenti­dão e fadiga muscular, constitui um aspecto marcante dentro do processo de envelhecimento. Fase da vida que frequentemente pode apresentar formação e a rea­bsorção óssea, que propicia o aparecimento de osteoporose (ALVES, 2010).

            Apesar da velhice ser vista como algo natural e presente no cotidiano das pessoas nos últimos anos, o ato de envelhecimento passou a ganhar maior importância nos países em desenvolvimento com o aumento acelerado da população acima de sessenta anos em relação à população geral (LIMA-COSTA e VERAS, 2003).

Em relação ao déficit do sistema músculo-esquelético, podem-se notar efeitos em outros sis­temas, como o respiratório, o sensorial e o vestibular. Tais modificações prejudicam a performancedo sujeito, mesmo nas tarefas básicas da vida diária como o desenvolvimento das atividades de vida diária (COSTA e et al, 2000).

            Para Palácios (2004), o envelhecimento não é um processo unitário mas é um processo natural, que geralmente está associado à existência de uma doença que envolve múltiplos fatores endógenos e exógenos, os quais devem ser considerados de forma integrada, sobretudo, em situações diagnósticas.

2.1 Compreendendo a Etapa Mais Preciosa da Vida

Apesar de saber que o processo de envelhecer é algo natural e universal é importante entender que o envelhecimento é outra etapa preciosa da vida onde vão existir mudanças constantes, tanto físicas como biológica e afeta também os demais processos, como acontecem sempre na vida de qualquer ser humano, tal processo pode alterar a forma de pensar é interessante nessa fase da vida os Idosos sejam compreendidos, é importante nesta fase ser aceite pela sociedade também assim como em qualquer fase, é importante nesta etapa da vida que o indivíduo acometido pelo processo de velhice desenvolva o processo de aceitação do seu próprio eu para que a pessoa consiga viver em paz consigo própria (UCHÔA, E. 2003).

Dentro do processo de envelhecimento há diversas transformações que o indivíduo tem que estar preparado para aceita-las.Os aspectos biológicos não atuam de forma igual em todos os seres humanos, pois tal transformação depende do organismo de cada indivíduo. As pessoas tem que ter em mente que cada transformação depende de diversos fatores como nível genético ou adquirido.Oprocesso de envelhecimento é composto por um processo biológico inevitável e caracterizado pelo declínio das funções fisiológicas e com o processo de envelhecimento fica comprometido os sentidos também como o paladar, o olfato, cinestesia, tato, audição e visão (COSTA & PEREIRA, 2005).

O envelhecimento é muito diferencial. Algumas modalidades sensoriais como o olfato são pouco afetadas pela idade, ao contrário de outros, como a audição são gravementeafetadas. A senescência mais especificamente afeta essencialmente o equilíbrio, a audição e a visão. Em consequência do processo de envelhecimento que não acomete somente as características físicas a decadência do organismo também é característica como o acometimento do sistema cardiovascular, sistema respiratório, sistema renal e urinário, sistema gastrintestinal e o sistema nervoso e sensorial (PRADO, 2002).

Os aspectos psicológicos, dentro da fase da velhice são muito difíceis de lidar, pode levar à frustração, não usufruindo assim da vida em pleno e com qualidade. Uma coisa é fato dentro do envelhecimentoà medida que envelhecemos, deparamo-nos com o surgimento de doenças crónicas deteriorando a saúde, a viuvez, morte de amigos e parentes próximos, essas são perdas que marcam nossas vidas. Assim como os papéis que desempenhamos que já não são valorizados, a aposentadoria e como consequência a dificuldade financeira, o isolamento, tudo isso afeta a auto-estima, desencadeando na maioria das vezes uma crise. Dentro dessa etapa da vida é interessante estar bem informado em relação ao processo de envelhecer e suas características ”pois são muitas as alterações psicológicas que o ser humano pode sofrer com o passar dos anos, é importante estar atento sobre os diversos declíniosque pode acontecer no quadro de envelhecimento como a manifestação da afetividade, das emoções e dos desejos, memória, alterar características da personalidade, como traços da rigidez, egocentrismo, desconfiança, irritabilidade, solidão e/ou depressão, alteração do humor. Também é importante ter conhecimento sobre quais os aspectos psicológicos de risco no Idoso, como risco de suicídio, doenças mentais (Alzheimer),violência (em casa ou na rua) – física, psicológica, negligência ou financeira (ARAÚJO & CARVALHO, 2005).

O processo de envelhecimento vai depender do estilo de vida de cada um como os hábitos e costumes praticados ao longo da vida. A fase da velhice tem de ser pensada e valorizada por todos.

2.2 A Repugnância ao Processo de Envelhecimento

 

 

É interessante levar em conta que a fase do envelhecimento e o medo da fase desconhecida é percebido por algumas pessoas como tabu,o medo de ser institucionalizado, do abandono, descaso, o medo da morte, entre outros. A fase de envelhecimento ainda precisa ser trabalhada, tanto em quem vai passar pela fase como quem vai acompanhar todas as alterações do organismo. Para acompanhar essa fase com segurança é interessante procurar informação sobre os avanços tecnológicos que podem contribuir para melhorar os efeitos dessa fase, as transformações psicológicas que podem acontecer. Daí a necessidade de estar preparado para lidar com as mudanças que o corpo sofre ou pode sofrer (ANDRÉ, 2007).

Abordar a temática de morte é algo delicado, pois é preciso conhecer a realidade de cada pessoa, saber do vínculo dessa pessoa, quais os seus ideais e suas crenças, pois ninguém encara a morte da mesma maneira. Dentro desse quadro de envelhecimento é essencial alertar os familiares e outros profissionais que lidam com o mesmo quadro, para terem atenção a algum comportamento de risco do Idoso.

O especialista indicado para cuidar do idoso e de todas as suas características e prevenir qualquer outra capaz de surgir na fase mais delicada da vida, O gerontologista especialista indicado para cuidar do processo de envelhecimento, pois ele é quem valoriza o papel do Idoso, elogiando o papel e as atividades de vida diária do Idoso e ainda transmite ideias positivas de como envelhecer e transforma os medos em obstáculos a serem vencidos (NERI, 2005).

Tal repugnância leva em conta a prevenção primária que se referem à atenção aos riscos ambientais ou pessoais que possam ser desencadeadores de doenças e não podem seralterados, como idade, etnia e fatores genéticos. Assim, é possível que o envelhecimento saudável seja conquistado por indivíduos que desde a juventude, ou antes, tenham se preocupado em fazer uso de uma dieta adequada e de práticas esportivas, não se tornar dependente químico ou de fatores debilitantes, como alto nível de estresse físico e mental (ANDRÉ, 2007).          

Um fator interessante para um bom envelhecimento é a prevalência da qualidade de vida e um estilo de vida com dieta nutricional adequada, assim como um planejamento mais específico para esta época da vida junto com o apoio familiar, com o envelhecimento ocorre numerosas mudanças ocorrem na composição do corpo, por exemplo, no índice de massa corpórea, estrutura física, fisiológica e psicológica (LITVOC J, KIMURA M, SANTOS VLCG. 2005).

O acompanhamento médico rotineiro é essencial, para afastar a possibilidade de doenças de tratamento agressivo ou evolução drástica. As doenças crônicas não transmissíveis como as cardiovasculares e respiratórias, o diabetes e o câncer são responsáveis por boa parte das mortes, no processo preventivo dessa fase da vida, cabe enfatizar a necessidade de cuidados com a acuidade auditiva ou visual. Por fim, a prevenção terciária diz respeito ao tratamento, suporte e reabilitação para minimizar os efeitos da doença ou até mesmo buscar sua cura. No caso dos déficitscognitivos, por exemplo, uma alternativa viável é a reabilitação neuropsicológica. Atividade física também é uma intervenção com potencial para reduzir a associação e os efeitos negativos entre a depressão e a deterioração cognitiva dos idosos, produzindo efeitos positivos no seu humor, dentro dessa perspectiva para evolução cognitiva e manutenção da cognição, trabalhando a formação de pensamento, estimular a leitura a escrita, pois influencia diretamente no processo de auto-estima (MACHADO, 2010).

3 O Comprometimento do organismo no processo de envelhecimento

            Em meados do século XXI em meio a tantos avanços tecnológicos e os inúmeros avanços da ciência é interessante investigar sobre o conhecimento das pessoas em relação à fase mais preciosa da vida. Na busca de literatura que aborde a temáticaverificou-se que diversos estudos propõem a fase idosa como síndrome geriátrica (PRADO, 2002).

As alterações da fase idosa vão desde as alterações das características físicas, fisiológicas até as psicológicas que atinge o equilíbrio e pode ter grande impacto na fase da velhice, dentro dessa perspectiva pode ser considerada uma característica que identifica a fase idosa do indivíduo, podendo levá-los à perda de sua autonomia, prejudicando a vida social, familiar e sentimental, tornando-se uma pessoa frágil, propicia as quedas e fraturas, que fazem parte de um elevado índice de morbidade e mortalidade entre idosos (UCHÔA, 2003).

A fase idosa por ser uma idade que requer cuidados, é frágil e nessa fase é comum haver problemas cardíacos, músculo-esquelético, diabetes, colesterol alto, e lesões neurológicas que podem se manifestar na forma de distúrbios de equilíbrio que popularmente pode ser chamadas de pessoa esclerosada. Nessa fase da vida é comum o uso constante de Psicóticos, sedativos, antidepressivos, anti-hipertensivos e ansiolíticos, medicamentos esses usados para inibir sintomas causados pela decadência fisiológica do organismo e pelas inúmeras doenças adquiridas ao longo da vida (NERI, 2005).

 

4 Aspectos Biológicos e Psicológicos do Envelhecimento

Os aspectos biológicos da velhice são implacáveis e irreversíveis, pois acontece de forma diferente em cada pessoa, depende de cada organismo o que causa mais vulnerabilidade do organismo às agressões internas e externas. Os constantes estudos científicos e avanços tecnológicos contribuempara a melhoria das necessidades nessa fase da vida, tentando dessa forma minimizar os efeitos da fase (NETTO, 2004).

Com foco na temática do envelhecimento, foi realizada uma vasta busca por artigos abordando a temática, percebeu-se nessa busca que a causa do processo de envelhecimento é multifatorial. Sendo que os problemas funcionais decorrentes da fase se instalam de maneira discreta no decorrer da vida.

De acordo com Staudinger, U. M., Marsiske, M. & Baltes, P. B. (1995) Os aspectos biológicos e psicológicos do envelhecimento são diversos, pois tem repercussão em todos os setores da vida do idoso como: mudança da aparência, queda da imunidade, perca de água da pele, crise de identidade, queda da auto-estima, perdas afetivas, perda de autonomia, chega o período da aposentadoria, ficam isolados e cm isso vem à baixa auto-estima e ficam deprimidos.

            Nesse contexto Birren e Schroots (1996) argumenta que o acompanhamento psicológico é fundamental, pois ele irá avaliar e acompanhar todo o desempenho cognitivo, afetivo e social. Aavaliação e acompanhamento serão evidenciados áreas como a psiquiatria, neurologia e bio-química, quando há o comprometimento das capacidades cognitivas. A biologia, a medicina e as ciências sociais formam a base do conhecimento da gerontologia. O campo da psicologia também é uma área fértil em contribuições importantes à compreensão dos processos, à avaliação comportamental e à reabilitação do processo de envelhecimento.

De acordo com Neri, A.L. (2007) é conveniente se pensar no apoio ao idoso com uma equipe multidisciplinar. Com a fisioterapia, a terapia ocupacional, a fonoaudiologia e a enfermagem são exemplos dessas profissões, que, junto com a psicologia podem oferecer um arcabouço de oportunidades com o objetivo de superar expectativas e melhorar a qualidade de vida dos idosos envolvidos nesse processo. Dentro dessa perspectiva de contribuição ao acompanhamento, diversas entidades podem dar suporte a essa tarefa árdua, pois requer contribuição de trabalhos comunitários que pode ser desenvolvidos por associação de moradores, a igreja, grupos comunitários que visa o trabalho com dinâmicas e o desenvolvimento de atividades motoras e cognitivas, dessa forma o trabalho desenvolvido tem a missão de ajudar ao idoso e dar alternativas de ajuda aos familiares que o acompanha nas atividades da vida diária (AVD).

Dentro do aspecto da AVD tem que levar em conta as Influências biológicas e sociais sobre o comportamento na velhice e enfatizar que não é o a velhice em si que causa os diversos transtornos, mas a queda do funcionamento do organismo, que pode ocasionar diversos problemas que vai desde problemas fisiológicos, biológicos até problemas do sistema nervoso humano e mudanças cognitivas associados a idade que influenciam nas relações sociais, personalidade, conhecimento e reconhecimento.

 

5 Qualidade de Vida na Velhice

Segundo Lebrão e Laurenti (2003) o termo Qualidade de Vida está diretamente relacionado com as condições básicas de sobrevivência de cada ser humano. Dentre essas condições básicas estão o bem estar físico, emocional, cognitivo, mental, psicológico e as condições de relacionamento social e familiar, considerando aspectos como a saúde, educação e os diversos parâmetros que influenciam diretamente a vida humana.

Nesse contexto existem variados métodos que se utiliza para medir a qualidade de vida das pessoas, aOrganização Mundial de Saúde (OMS), se utiliza de um questionário utilizado por ela mesma, para verificar o nível da qualidade de vida dos diferentes grupos sociais.(FLECK, LOUZADA, XAVIER, CHACHAMOVICH, VIEIRA, SANTOS& PINZON, 1999).

Mediante os autores supracitados pode-se concluir que o conceito de qualidade de vida é diversificado de acordo com a cultura, sociedade, conhecimento e subjetividade de cada indivíduo, cada estilo de vida tem um conceito diferente.  O termo qualidade de vida pode levar em consideração três princípios: capacidade funcional e cognitiva podendo estar diretamente relacionada à capacidade física, nível socioeconômico e satisfação, podendo ainda estar relacionada com capacidade física, estado emocional pessoal e social e análise de estímulos para o desenvolvimento de atividades de acordo com as etapas da vida. Diante desse conceito pré-estabelecido de qualidade de vida a Organização Mundial de Saúde (OMS) concorda que tudo está relacionado com sua percepção em relação a tudo o que acontece no mundo e ao seu redor, considerando o contexto cultural, o sistema de valores que lhe é atribuído.

Nesse contexto percebe-se que muitas pessoas ou grupos sociais tenta relacionar o termo qualidade de vida ao fator saúde, por isso boa parte das pessoas está em busca pela proposta fitnes ou vida saudável, pois cabe nesse contexto evidenciar que apesar da busca constante pela saúde o processo de envelhecimento é uma fase inevitável, tem causas multifatoriais e pode ser resquício de agentes biológicos, culturais, sociais e as relações que estabelece entre si e a natureza.

Ainda nesse contexto pode-se dizer que o conceito de saúde é subjetivo e o que se pode considerar um avanço é o estabelecimento do termo qualidade de vida, que gerou na sociedade uma busca de múltiplos critérios, considerando fatores biológicos, psicológicos e sócio-estruturais o que podem ser apontados como fatores positivos ou negativos na velhice, o que pode contribuir na longevidade, longevidade, saúde biológica, física, mental e cognitiva, saúde mental, satisfação pessoal e social, equilíbrio, produtividade, continuidade de papéis familiares, ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos, pois esse é um  fator que preocupa muito o idoso, pois com o atrofiamento das capacidades em geral, há uma preocupação com a convivência com os amigos, familiares e com a sociedade. Uma outra preocupação vigente e continua com a velhice é o fator nutrição que está diretamente relacionado ao estilo de vida que mantenha a possibilidade de manter-se ativo e independente de forma que contribua com a manutenção e equilíbrio constante da qualidade de vida que esta intimamente ligada a saúde mental, social e emocional.

Mediante estudos desenvolvidos por Ferreira e Magalhães (2007) a qualidade de vida restrita a terceira idade leva em conta a nutrição como fator determinante para que o indivíduo possa manter uma inter-relação harmoniosa de variados fatores que moldam e que diferenciam o seu cotidiano, como saúde física e mental, satisfação no trabalho e nas relações familiares, disposição, dignidade, espiritualidade e longevidade.

 

6 Transtornos Mentais que Acomete o Processo de Envelhecimento

Segundo Forlenza & Almeida (1997) é na fase do envelhecimento que acontece com maior frequência às alterações dos fatores neuropsiquiátricos como depressão e demência estão entre os transtornos médicos que mais comprometem a qualidade de vida dos idosos e o seu convívio social e familiar.

Como já foi discutido no decorrer do artigo, fica visível que a fase mais preciosa da vida, a velhice, requer maiores cuidados e atenção, pois é uma fase que já está tudo comprometido, inclusive há queixas cognitivas, quando se analisa os aspectos psicológicos básicos como: memória, percepção, sensibilidade e outros.

Na busca de literatura que abordasse a fase do envelhecimento alguns autores se destacaram como (Abrisqueta-Goméz, Bueno, Oliveira & Bertolucci 2002; Balota, Dolan & Duchek, 2000; Busse & Blazer, 1989; Katzman, 1997) onde abordam em sua literatura que com o avanço de estudos na área, se constatou que boa parte dos idosos tem a memoria afetada como um dos primeiros sintomas afetados durante o processo de envelhecimento, os estudos desenvolvidos na área tem sido de grande eficiência para descobrir e melhor desenvolver estratégias que possam estimular o desenvolvimento e o estimulo da memória com o desenvolvimento de atividades que exigem do seu cognitivo, como a execução da leitura, lembrar-se de receitas que era feitas durante a sua jovialidade, executar tarefas decompletar palavras e leitura de palavras invertidas, assim também é a memória semântica (lembrar-se do sabor de uma fruta, da capital de um país e da voz deum ente querido), tais atividades não necessita necessariamente ser desenvolvida pelo psicólogo, terapeuta ocupacional ou equipe multidisciplinar, tudo isso pode ser estimulado pelo familiar que o acompanha rotineiramente.

De acordo com Gonçalves et al (2006) a presença constante da família no processo de envelhecimento lhe transmite segurança e termina estimulando fatores que vem a se prejudicar nesta fase da vida como a participação social e comunitária, o processo de independência na tomada de decisões, tudo influencia no desenvolvimento de atividades com a intenção de evitar o regresso da memória, que é um item rotineiro que fica prejudicado na fase da velhice.

Nessa perspectiva a avaliação neuropsicológica, que remete a avaliar o estado mental do idoso tem a função de remediar ao diagnóstico precoce e diferencial entre comprometimento cognitivo leve a demência.

7 Reabilitação Neuropsicológica

Mediante conhecimento exposto por Gil (2002) uma área bastante necessária no processo de envelhecimento que compromete diversas áreas do organismo é a Neuropsicologia, que é um ramo das Neurociências e uma especialidade em Psicologia regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia, CFP, 2004, através da Resolução 002/2004, dedicada à investigação, avaliação e reabilitação de funções cognitivas.

Nessa fase delicada da vida é interessante a avaliação e diagnóstico precoce da presença de enfermidade ou comprometimento de certa área do organismo, para manter a pessoa e os familiares alerta, para que sejam desenvolvidas estratégias capazes de minimizar a progressão da doença e que seja encaminhada ao profissional da área para indicar o tratamento adequado.

De acordo com (Wilson, Baddeley, Evans & Shiel, 1994) na fase de envelhecimento a pratica de atividades de estimule a memória deve ser realizada rotineiramente, pois funciona como uma atividade compensatória, que funciona como a apreensão de novas estratégias que permitam ao paciente lidar com as Disfunções persistentes. Nesse processo de estimulo e reabilitação para cada caso é traçado uma estratégia de reabilitação conduzido pelo psicólogo ou neuropsicólogo e apoiada por uma equipe multidisciplinar, induzindo a individuo a auto-ajuda, independência para atividades de vida diária (AVD), melhora no desempenho acadêmico ou profissional e capacitação de habilidades interpessoais e sócio emocionais.

Mediante a execução de uma ampla pesquisa Batistone (2007) aborda que as sessões de treinamento e acompanhamento cognitivo incluem exercícios de diversas áreas e atividades que estimulem os processos básicos que são os primeiros a se afetados pela falta de estimulo constante, com isso dentro da abordagem dos aspectos psicológicos do envelhecimento aborda atividades que podem ser abordadas durante as AVD’s como: trabalhar estratégias de memorização com uma rotina básica a ser seguida, orientação para uso de auxílio externo como agendas, alarmes, calendários, modificações e adaptações no ambiente físico e nas rotinas nele realizadas.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Diante de uma busca com ênfase no processo de envelhecimento chegou-se a uma conclusão, cada individuo é responsável pelo seu processo de envelhecimento e por isso é orientado as pessoas a prepara o seu envelhecimento com a prática de exercícios físicos, psíquicos e emocionais, pois ficou evidente que o processo de envelhecimento e universal e inevitável e deve ser aceito e conhecido naturalmente.

Essa fase da vida é necessários cuidados específicos e um arcabouço de conhecimento para atuar com eficiência na área, existe muita literatura na área que pode auxiliar de forma eficiente ao acompanhamento na área, é uma tarefa árdua, requer bastante dedicação e prazer para executar a tarefa, pois exige muito de si em vários contextos. No enfrentamento da fase mais delicada da vida é que o individuo se conscientiza que faz mais pelos outros, do que os outros por si e percebe que precisa de ajuda, mas quando recorre a essas pessoas, geralmente não possuem o conhecimento adequado para ajudar no enfrentamento das dificuldades desta fase.

Com o estimulo de desenvolvimento de estudos na área percebeu-se que o envelhecimento tem causas multifatoriais, que podem ter o caráter endógeno ou exógeno, com o desenvolvimento de estudos na área muitos avanços têm sido feitos no sentido de apoiar medidas que propiciem um envelhecimento saudável, com praticas de exercícios físicos, mentais associado ao acompanhamento neuropsicológico e farmacológico, considerando estilo de vida, alimentação, pratica de atividade física e mental, para tentar uma vida mais amena e menos turbulenta, buscando maior longevidade e um envelhecimento com qualidade.

Nessa fase da vida a gerontologia é o especialista para cuidar dessa fase da vida, tem a função de orientar-lo, facilitando assim o decorrer da vida nesta fase mais complicada. Com o objetivo de propagar maiores informações sobre o processo de envelhecimento e fazer com que o mesmo seja visto como normal e inevitável, é necessário maiores divulgações, para que as mentalidades se modernizem em relação ao assunto.

Para melhor entendimento sobre esse processo da vida é necessário conhecer as alterações físicas, psicológicas e psiquiátricas que podem ocorrer nessa fase. Saber lidar com essa fase da vida é uma vantagem para evitar a desconfortos mentais e psíquicos e o desinteresse por si e pelos outros que o rodeiam, evitando o sentimento de abandono e solidão. A alteração das características físicas deve ser percebidas como uma conquista de sabedoria, conhecimento e muita experiência adquirida ao longo de uma vida. Não é correto vê-lo com tristeza, desprezá-los ou desvalorizá-los, pois todos têm papel fundamental em cada fase da vida.

A palavra “medo” do envelhecimento, às vezes é inevitável quando não tem o apoio da família ou mesmo pessoas que se interessem em conhecer mais sobre o processo através de pesquisas. Nesse processo de envelhecimento, o apoio da família, de profissionais e de apoios sociais é muito importante.

 

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[1]Graduada em Psicologia, Pós-graduada em educação especial, Pós-graduada em obesidade, emagrecimento e qualidade de vida e Pós-graduada em técnicas cognitivas comportamental, mestranda em educação com o seguinte email: [email protected].