Esse sobrenome Rodrigues é de origem portuguesa, foi inicialmente patronímico tendo sido usado na Espanha, na Áustria e em Portugal, cujo nome Rodrigues é muito comum. Os Rodrigues predominam na Espanha e em Portugal, tendo sido senhores de Morgado, fidalgos da casa real, governadores ultramarinos,abades e cardeais. No Brasil, os Rodrigues começaram a chegar no período das capitanias, depois com os governos gerais. Rodrigues/Rodriguez/Roiz, variantes de sobrenome de origem patronímica bastante abundante, tanto quanto era o nome próprio Rodrigo ou Rui que o originou nos séculos XIV e XV. O sufixo -ez (espanhol) ou -es (português) é de origem germânica, visigótica e é uma forma de identificar parentesco paterno. Tanto na península ibérica visigótica quanto em outras culturas germânicas, era comum formar um sobrenome de um indivíduo a partir do primeiro nome do pai com os sufixos patronímicos -as, -es, -is ou -os.
Dessa maneira surgiram sobrenomes paternais como Rodrigues (filho de Rodrigo) ou Rodríguez (espanhol). Por este motivo, inúmeras são as famílias que o adotaram por sobrenome sem existirem os menores laços de consangüinidade entre elas. Isso não impede que algumas dentre elas ascendessem à nobreza, o que sucedeu em particular com a família Rodrigues que procede de um desconhecido Martim Rodrigues, cujas armas figuram já no Livro do Armeiro-Mor, ficando com um brasão diferente em cada lugar por onde passam. Há, por fim, os Rodrigues de origem judaica, os chamados cristãos-novos. A presença de judeus na Península Ibérica é de remotíssima memória, já se referindo a ela o Concílio de Orleans, realizado no ano de 538, e o de Toledo, em 633. Por essa época, os judeus ostentavam nomes e sobrenomes hebraicos. Mais tarde, com a ocupação mulçumana, a antroponímia judia também assimilou essa influência, aparecendo nomes de sonoridade árabe, ao lado dos puramente hebraicos e espanhóis.
Em 1492, os Reis Fernando e Isabel de Castela, conhecidos como Reis Católicos, decretaram a expulsão dos judeus da Espanha. Em razão disso, cerca de cento e vinte mil pessoas foram buscar refúgio em Portugal e, nessa mudança, levaram consigo sobrenomes árabes, hebraicos e espanhóis, além dos nomes de família representados por topônimos. O crescimento da comunidade judaica em Portugal não agradou aos Reis Católicos, que passaram a exercer pressão política sobre o rei português no sentido de que este também expulsasse os semitas do território lusitano. Por volta de 1496, D. Manuel I decretou a expulsão dos judeus de Portugal, oferecendo, contudo, a oportunidade de permanecerem no país, mediante conversão ao catolicismo. Essa conversão, através do batismo, exigia nomes cristãos e, via de regra, o converso assumia nome e sobrenome tipicamente portugueses. Muitos mantinham, reservadamente, seus nomes originais, pois grande parte das conversões era apenas de fachada, preservando a fé na lei mosaica na intimidade da família. Com o estabelecimento do Tribunal da Inquisição, em 1536, iniciou-se uma caçada aos cristão-novos. A intenção Santo Ofício era extinguir da sociedade os "infectos de sangue" (árabes, negros, mulatos, judeus, ciganos, etc) e os de conduta reprovável (feiticeiros, adúlteros, sodômicos, etc). Como a comunidade judaica era a de número mais significativo e sempre associada, pelo anti-semitismo popular, à imagem de assassinos de Cristo, passando, portanto, a sofrer maior perseguição. Nas listas de processados pelo Santo Ofício, por serem judeus ou cristão-novos, encontram-se milhares de nomes e sobrenomes genuinamente portugueses, causando mesmo estranheza que nomes hebraicos raramente sejam mencionados. O uso de sobrenomes bem cristãos, tais como "dos Santos", "de Jesus", "Santiago" e certos sobrenomes, porém, aparecem com maior freqüência, tais como "Mendes", "Pinheiro", "Cardoso", "Paredes", "Costa", "Pereira", "Henriques", sendo o de maior incidência, no entanto, "Rodrigues". Alguns documentos ainda mantêm registrados os nome originais dos judeus que, ao serem batizados, assumiram nomes tipicamente portugueses como foi o caso de Salomão Coleiria que utilizava o nome de Gonçalo Rodrigues. Em Pernambuco, muitos escravos alforriados continuaram a morar com seus senhores e assumiram por batismo sobrenomes D?Ávila, Alencar, Barros, Pereira, Carvalho, Costa, Oliveira, Correia, Rodrigues, Santos, Batista, etc. No Estado de São Paulo, os Rodrigues de Sorocaba criaram o seu próprio brasão. Em Pernambuco, essa família Rodrigues chegou a dar seu nome a descendentes pardos, resultado da mescla com índios e negros, tendo se dedicado à agricultura, à pecuária, à política e aos negócios. Esse sobrenome aparece associado a Alencar, Silva, Sousa, Moraes, Tavares, Barros, Costa e Sá, cujas relações envolvem empreendimentos na agricultura e dedicação ao pequeno comércio de feiras livres, além de casamentos nas mesmas famílias, estando presente em Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista, Salgueiro, Mirandiba, São José do Belmonte, Terra Nova, Ouricuri e Parnamirim.