Antiga e importante família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, para onde passou João Ramalho, de Viseu, Capitão Mor de São Paulo, 1562, filho de João Vieira Maldonado e de Catarina Afonso. Casado em Portugal, em 1510, com Catarina Fernandes, chegou à S. Vicente, antes de 1513. Fundador, em 1550, da povoação de Santo André da Borda do Campo. A nobreza paulista se entrelaça na descendência de João Ramalho, que teria vivido mais de 90 anos. João Ramalho foi descrito por escritores, cronistas e cartas de jesuítas. O soturno degredado fugitivo ou náufrago João Ramalho tinha, entre muitas concubinas, a índia Bartyra, portanto sem o controle de registros documentais que eram inexistentes na época é difícil definir quais os filhos de Bartyra. O pirata Ulrich Schimedel em 1553, ao passar por Santo André, conta que achou João Ramalho no sertão, escravizando índios. Aliás, o tráfico de escravos que ele inaugurou, fez São Vicente conhecida como Porto dos Escravos, graças a João Ramalho, e São Paulo era uma cidades mais importantes do sul do Brasil. Em 1553 o padre Manoel da Nóbrega dizia que a vida de Ramalho era uma "petra scandali", pois tem muitas mulheres e ele e seus filhos andam com as irmãs (de suas esposas) e tem filhos delas. Vão à guerra com os índios e seus gestos são de índios e assim vivem, andando nus como os mesmos índios. Ele é o patriarca dos mamelucos que gerou uma série de filhos mestiços que mais tarde comporiam as bandeiras paulistas e revelariam violência inigualável na escravização dos indígenas do sertão.
Pela história, João Ramalho foi o primeiro empresário bem sucedido no Brasil, pois era tão influente e poderoso com seu tráfico de escravos e controle sobre os índios do interior que Martim Afonso, em 1533, o faz Guarda-Mor da Borda do Campo. E tem tantos filhos, netos e bisnetos que se torna difícil tartar da genealogia de seus descendentes, apesar dos escritos de Pedro Taques. Quando a Inquisição inicia a perseguição aos judeus no Brasil, o mameluco de Santo André ameaça: "acabarei com a Inquisição a frechadas". Os fatos se incumbem de demonstrar aos descendentes de João Ramalho que a fera não se deixa matar tão facilmente, pois João Ramalho era um judeu sefaradim. No nordeste, os ramalhos predominam na Bahia, na Paraíba, no Ceará, em Alagoas e em Pernambuco. Há destaques dessa família no meio artístico, tais como: José Ramalho, João Ramalho e Elba Ramalho. Em Parnamirim, há Ramalho por associação à Freire, Sampaio, Sá e Costa, descendentes dos primeiros governantes do nordeste, principalmente capitães do mato, capitães de rios, tenentes e majores de terras do interior.