FAMÍLIA DINIZ


Diniz é um sobrenome português classificado como sendo um patronímico, pois deriva do nome próprio do fundador deste tronco familiar, considerado como sendo uma variação do sobrenome Dinis ou Denis os quais vem do francês Dionísio, assim o filho do Sr. Dinis ficou conhecido como " Fulano filho do senhor Dinis " e seu neto apenas como "Sicrano Dinis", passando esta designação, daí em diante às demais descendentes desta família. A linhagem Diniz provém do rei vaqueiro, D. Diniz de Castela e Algarve, senhor de campos de Espanha e Portugal, presente na lírica trovadoresca da literatura portuguesa, conhecido também como o rei trovador. Conta-se que esse rei teve relacionamentos com camponesas, entre elas Eudóxia e Maria Peres, sendo essa última sua favorita com a qual teve vários filhos a quem doou a Quinta de Saa (palavra de origem alemã equivalente à chácara ou sítio em Portugal) de onde teria derivado o toponimo de Sá, de Maria Peres de Sá, cuja variação no Brasil é Pires, e em consequência acompanhado do sobrenome Sá.
Esses descendentes bastardos de D. Diniz vieram de Portugal para o Brasil já no terceiro Governo Geral, com Mem de Sá e os outros filhos do Cônego Gonçalo de Sá, seus sobrinhos e parentes se instalaram nas sedes das antigas capitanias do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Espírito Santo, de Minas Gerais, da Bahia e de Pernambuco, uns como bandeirantes à procura de ouro e de índios para catequizar (escravizar), entre eles Salvador Correia de Sá, Estácio de Sá, Fernão de Sá, João Correia de Sá e outros. Consta que a família Diniz ao chegar, encontraram já os descendentes dos Costas, Coelhos, Lopes e Sousas, remanescentes dos antigos donatários e de governadores dessas capitanias. Assim, é possível encontrar o sobrenome Diniz sempre em sintonia ou associado aos sobrenomes Sá, Costa, Coelho, Correia, Lopes e Sousa, considerando que descendentes dessas famílias vieram de Portugal de aldeias, povoados, vilas e cidade vizinhas, principalmente do Porto e das Quintas de Sá, Viseu, Santarém, Medeiros, Vasconcelos e Guimarães, etc. Quanto aos Sás e Correias saíram de Portugal na mesma frota e arrendaram terras do reino nas mesmas regiões e em alguns casos do mesmo conde ou capitão-mor; no caso das famílias que ocuparam as fazendas: Grande, do Norte, da Freguesia de Santana e da Panela D?Água, inicialmente arrendaram as terras direto da Casa da Torre, depois compraram essas áreas dos herdeiros, espaços imensos, grandes aldeiamentos que viraram vilas, os quais compõem hoje as cidades da Mesorregião do Sertão de Pernambuco.
Um exemplo dessa condição foi Manuel Lopes Diniz, arrendatário da fazenda Panela d`Água, mais tarde município de Floresta e, hoje, de Carnaubeira da Penha. Essa fazenda situa-se a umas 7 léguas ao norte da Fazenda Grande, por ele arrendada em 15 de janeiro de 1756. Era filho de Bento Lopes da Silva, natural de Valpendre, no bispado do Porto, em Portugal e de Águida Maria Diniz , natural da freguesia de Santo André de Marrecos, no Conselho de Penafiel, cidade e bispado do Porto, onde também nasceu Manuel Lopes Diniz, em 1708. No Brasil, casou-se com Florência Maria de Barros ou Maria de Barros da Silveira, filha do alferes português, João Pinto Leal e de Maria da Silveira Barros.(Ver genealogia da Panela D?Água, de Marlindo Pires) .
Consta que Manuel Lopes Diniz foi muito popular no Sertão, sendo respeitado em toda a região, padrinho de muitas crianças, entre as quais uma filha de Dâmaso de Souza Ferraz. Ele arrendou ainda, conforme consta no livro da Casa da Torre, o Brejo do Gama e a Fazenda Campo Grande, onde morou inicialmente. Viveu sempre na Panela d ?Água e faleceu no dia 7 de dezembro de 1796, sendo sepultado na capela da Fazenda Grande, que ajudou a construir e que fora inaugurada 4 anos antes de sua morte. Manuel deixou, através do seu testamento, vinte mil réis para as despesas e obras dessa capela. Atualmente, a família Diniz está em todo o Brasil, especialmente, no norte e no nordeste, principalmente no sertão da Paraíba, da Bahia de Pernambuco, do Maranhão, do Ceará e do Pará, considerando que essa família destacou-se em atividades agropecuárias e cartorais desde o início do arrendamento das fazendas, como ocorreu em Santa Maria da Boa Vista, Belém do São Francisco, Floresta, Cabrobó, Salgueiro,Terra Nova e Parnamirim.