FAMÍLIA. Eu não ouso definir o significado, principalmente nos dias de hoje, em que existem vários formatos diferentes, mas posso dizer, grosso modo, que se trata de um agregado de pessoas com as quais convivemos, seja por afinidade ou necessidade. Mas, durante muito tempo, o meu conceito de família foi aquele, tradicional, bíblico mesmo, em que “o homem deixara pai e mãe e se unirá a uma mulher...”. E, a partir daí, começam a se formar as famílias.

O fato é que, antigamente, homem e mulher sabiam exatamente seu papel dentro da família: o homem seria o mantenedor, ou seja, seu dever era providenciar para que não faltasse nada à sua esposa e filhos, enquanto à mulher cabia cuidar da casa, das coisas do marido e da educação dos filhos. Existia, portanto, a figura do chefe de família, o homem da casa, que exercia o extinto pátrio poder, atualmente denominado poder familiar. E as coisas pareciam funcionar muito bem...

No entanto, os tempos são outros, o capitalismo nos ensinou que nossas necessidades aumentaram, a mulher brigou pela igualdade de direitos e pela independência! Será que foi uma boa ideia? Sinceramente, não sei, mas ela acabou saindo de casa para trabalhar! Só sei que essa mesma mulher passou a ter uma dupla jornada, pois, saindo do trabalho, ainda tem marido, casa e filhos para dar conta. Por mais que a legislação trabalhista proteja a mulher, não conheço muita “mulher maravilha” por aí (e as que conheço estão sozinhas), e a família acabou “pagando o pato”: lares abandonados, maridos insatisfeitos e filhos negligenciados.

Por outro lado, entendo também que, na atual conjuntura econômica, fica difícil sobreviver com apenas o homem trabalhando para sustentar a família, obrigando a mulher a trabalhar para complementar a renda. Aliás, e assim que vivem as famílias agregadas hoje em dia, dividindo as despesas.

A partir daí, a coisa começa a complicar: marido e mulher chegam cansados e estressados em casa, a mulher ainda tem a casa e os filhos pra cuidar, esses mesmos filhos já não têm mais atenção, orientação e carinho suficiente dos pais, aquele mesmo marido vai querer que sua esposa esteja “disposta” para cumprir com seus “deveres” e essa mesma esposa vai cobrar do marido sua participação na divisão dos afazeres domésticos... É o caos se instalando! Penso que, naquele modelo de família patriarcal, isso não acontecia.

Definitivamente, não sou machista (muito pelo contrário), mas sabemos que, mesmo desde antes de Cristo, a sociedade é! É apenas uma questão de observar: por que os homens foram criados fisicamente fortes e nós mulheres não? Por que a eles cabia o esforço físico maior, o trabalho mais pesado, a luta pela sobrevivência e a defesa do seu castelo, do seu reino, da sua família. Já às mulheres cabia cozinhar a caça, “servir” ao seu amo senhor e educar e criar bem seus filhos.

Não precisamos ir muito longe para avistarmos exemplos de lares desestruturados. Se não o nosso próprio, com certeza o de algum vizinho. Casais que não se respeitam mais, filhos que não respeitam professores, uma falta de limites sem limite... É preciso dizer que, antigamente, as mães eram as primeiras catequistas e professoras dos filhos, podiam sair com eles pra qualquer lugar que jamais passariam vergonha. Alias, sou do tempo que, apenas um olhar sério da minha mãe bastava!

Pessoalmente, acredito que está faltando à noção do sagrado dentro das pessoas, da Sagrada Família, de alguma orientação religiosa, qualquer que seja. Vivemos num tempo em que tudo é descartável, efêmero, passageiro. É muito mais fácil jogar fora, do que tentar consertar. Assim tem sido com as coisas, com as pessoas, com as famílias... Casa-se pensando em separar, se não der certo, tudo em nome “dessa tal felicidade”, que nunca virá! E uma coisa é certa: Deus não constrói uma família destruindo outra, ninguém nunca será feliz em cima da tristeza alheia.

E mais uma coisa: a felicidade não é um pote de ouro no final do arco-íris. Lamento informar que, quem estiver correndo atrás dela, nunca vai encontrar. A felicidade vem de dentro e, nem nada, nem ninguém, tem o condão de nos fazer feliz. Se não se é feliz sozinho, jamais será com alguém, não temos o direito de jogar essa responsabilidade pra cima de ninguém e pior: vamos fazer alguém infeliz. Ou se é, ou não se é feliz. E ponto.

 Portanto, não permitamos que o “encardido” use o pretexto da felicidade para adentrar nossos lares e destruir nossas famílias, que, ao menos pra mim, é sagrada!