"Faça amor, não faça guerra"
Publicado em 24 de fevereiro de 2010 por Kelly Aparecida de Andrade Silva
O slogan “Faça amor, não
faça guerra” foi entre os anos 60 e 70, a palavra de ordem de milhares de
manifestantes que se opunham ao envolvimento dos Estados Unidos da América na
guerra vietnamita. Em um país onde se predominava o puritanismo, a
“permissividade sexual” teve o seu auge nos anos 70.
Os precursores da
contracultura foram os beatniks que antecederam o movimento hippie e tinham
como a principal característica a decepção com a realidade do início da década
de 60. Derivado da palavra beatnik, John
Lennon, um dos principais porta-vozes do movimento hippie, criou o nome de sua
banda – The Beatles. A cantora Janis
Joplin também foi o símbolo musical do movimento da contracultura, suas letras
se desviavam do modo convencional da cultura de massa imposta à sociedade.
Outros famosos que se destacaram no movimento nessa época foram: Jim Morrison e
Jimi Rendrix.
Os jovens que nasceram em
meio à ascensão social, ao capitalismo e ao consumismo desenfreado, após a
segunda guerra mundial, passaram a criticar a classe média e esse sistema que
para eles, transformava as pessoas em uma
massa homogênea sem características próprias definidas. Acreditando que os
valores da sociedade estavam cada vez mais invertidos, surgiu o movimento
hippie, que impulsionou milhões de jovens a cultuarem o amor livre, o
desprendimento ao sistema capitalista, e a criação de um mundo alternativo que
fosse contra aos valores das instituições existentes.
Os hippies tinham entre
suas principais características, a preocupação com a natureza, eram contras
qualquer tipo de guerra, valorizavam os grupos excluídos da sociedade, lutavam
pela liberdade e desprendimento sexual, eram contra o consumismo, capitalismo e
meios de comunicação de massa como a TV, simpatizavam com os princípios de
religiões orientais como o budismo e as aderiram às drogas. No entanto, o uso
de drogas e alucinógenos tinha o objetivo de libertar a mente e passar para um
nível mais elevado de intelectualidade. A maconha, por sua vez, era exaltada
por sua origem natural.
No Brasil, o movimento
hippie teve sua ascensão nos anos 70. A
frase “Paz e Amor” (Peace and Love) foi umas das expressões
que marcaram o movimento hippie nessa época e que é utilizada ainda nos dias de
hoje. No cenário musical, o maior representante da cultura hippie no Brasil
foi, sem dúvida, o eterno maluco beleza, Raul Seixas. No ano de 1973, Raul
emplacou um grande sucesso com a música “Ouro de tolo”, que fazia uma crítica
bem humorada à Ditadura e ao “Milagre Econômico”. A banda Mutantes também
esteve no auge nos anos 60 e cultiva milhares de fãs até hoje.
Atualmente, temos poucas
comunidades hippies espalhadas pelo Brasil. Dentre as mais importantes, podemos
destacar, o vilarejo Trindade, no Rio de Janeiro, São Tome das Letras, em Minas
Gerais e Trancoso na Bahia. Na música, o cantor Ventania é o destaque contemporâneo
do movimento hippie e suas letras giram em torno do livre pensamento e do
desapego aos bens materiais.