O slogan “Faça amor, não faça guerra” foi entre os anos 60 e 70, a palavra de ordem de milhares de manifestantes que se opunham ao envolvimento dos Estados Unidos da América na guerra vietnamita. Em um país onde se predominava o puritanismo, a “permissividade sexual” teve o seu auge nos anos 70.

Os precursores da contracultura foram os beatniks que antecederam o movimento hippie e tinham como a principal característica a decepção com a realidade do início da década de 60.  Derivado da palavra beatnik, John Lennon, um dos principais porta-vozes do movimento hippie, criou o nome de sua banda – The Beatles.  A cantora Janis Joplin também foi o símbolo musical do movimento da contracultura, suas letras se desviavam do modo convencional da cultura de massa imposta à sociedade. Outros famosos que se destacaram no movimento nessa época foram: Jim Morrison e Jimi Rendrix.

Os jovens que nasceram em meio à ascensão social, ao capitalismo e ao consumismo desenfreado, após a segunda guerra mundial, passaram a criticar a classe média e esse sistema que para eles, transformava as pessoas em   uma massa homogênea sem características próprias definidas. Acreditando que os valores da sociedade estavam cada vez mais invertidos, surgiu o movimento hippie, que impulsionou milhões de jovens a cultuarem o amor livre, o desprendimento ao sistema capitalista, e a criação de um mundo alternativo que fosse contra aos valores das instituições existentes.

Os hippies tinham entre suas principais características, a preocupação com a natureza, eram contras qualquer tipo de guerra, valorizavam os grupos excluídos da sociedade, lutavam pela liberdade e desprendimento sexual, eram contra o consumismo, capitalismo e meios de comunicação de massa como a TV, simpatizavam com os princípios de religiões orientais como o budismo e as aderiram às drogas. No entanto, o uso de drogas e alucinógenos tinha o objetivo de libertar a mente e passar para um nível mais elevado de intelectualidade. A maconha, por sua vez, era exaltada por sua origem natural.

No Brasil, o movimento hippie teve sua ascensão nos anos 70.  A frase “Paz e Amor” (Peace and Love) foi umas das expressões que marcaram o movimento hippie nessa época e que é utilizada ainda nos dias de hoje. No cenário musical, o maior representante da cultura hippie no Brasil foi, sem dúvida, o eterno maluco beleza, Raul Seixas. No ano de 1973, Raul emplacou um grande sucesso com a música “Ouro de tolo”, que fazia uma crítica bem humorada à Ditadura e ao “Milagre Econômico”. A banda Mutantes também esteve no auge nos anos 60 e cultiva milhares de fãs até hoje.

Atualmente, temos poucas comunidades hippies espalhadas pelo Brasil. Dentre as mais importantes, podemos destacar, o vilarejo Trindade, no Rio de Janeiro, São Tome das Letras, em Minas Gerais e Trancoso na Bahia. Na música, o cantor Ventania é o destaque contemporâneo do movimento hippie e suas letras giram em torno do livre pensamento e do desapego aos bens materiais.