Dividir funções, trabalhos e responsabilidades implicam afinal de contas em que? Trabalhar em equipe é uma arte que demanda mais paciência do que tempo, por outro lado é uma ciência quase que oculta à mente de quem a permeia. Faz tempo que me sobram livretos sobre a mesa que indagam e acreditem, afirmam ter a solução, como que em um calculo otimista e bem controlado, como que através de uma formula mágica, fazer com que isso de certo. Liderança, motivação, ou seja, qual for o aspecto que se relate no titulo destes livretos, ainda assim falta alguma coisa. Sempre imaginei a idéia de manter uma equipe de um homem só. Voltar à questão de dividir, delegar, ordenar, conceder ou importunar um terceiro na execução de algo, nunca termina bem. Alguém sempre faz a sua parte, seja por que você não a fez, porque dizem que é a melhor parte a ser feita, para tomar sua dianteira ou mesmo porque você mandou que outro a fizesse. Mas daí eu me pergunto, realmente sabemos até onde cada um deve ir? Se estivermos relacionados, como impor limites visíveis, óbvios e certeiros? Acredito que na vida profissional, este seja o maior problema que venho enfrentando, isso porque quando me limito, imaginando e executando algo que pré-imposto, ou seja, já delimitado pelo andar de cima, pela execução sumaria de outras empresas ou simplesmente pelo entrave administrativo da famosa "departamentalização", dou de cara na parede. Pensando como um sádico, que usa o chicote ao invés da cenoura, posso até ousar dizer que a melhora e mais perfeita maneira de colocação, na relação cargo e função, seria esta, onde todo mundo sabe o que fazer, e mesmo assim todo mundo faz de tudo, e esta estória fica realmente boa, quando o mecânico vira engenheiro, o engenheiro líder de setor e o presidente foge com a secretaria, e o dono da zona descobre que a predileta estava em dois turnos de trabalho. A vida é assim dizem os mais velhos, porem os mais velhos exigem tanto sem saber do que se trata que a vida já não é tão assim, e se é, esqueceram de vivê-la por completo. Quando nos unimos fora do ambiente de trabalho, visando qualquer coisa, e neste caso para ser feita de qualquer jeito, com o mínimo de organização, sem liderança ou metas relacionadas a objetivos, ainda assim temos algo que na vida profissional, costuma-se, diga-se de passagem, fica perdido, o foco! Não estou dizendo que o foco deve estar relacionado ao prazer e informalidade para que seja mantido, o que estou dizendo é que a limitação de funções ocorre de maneira insubordinada, quase que natural, e o resultado vem disso. Vamos levar isso para o lado técnico: manter a organização em uma sala, sem que mesma venha a percebê-la. Isso é possível? Veja uma torcida organizada de futebol ou mesmo um comício político ou greve dos metalúrgicos. Um emaranhado de pessoas, cada uma fazendo o que quer, sentindo-se em plena expansão, correndo como loucos e achando que tudo é baderna, esquecendo-se de que até chegarem ali alguém fez algo para que: se reunissem, acreditassem em algo e tivessem de conquistar algo. A verdadeira organização se esconde na idéia de que se é livre, e por que não, de se sentir desorganizado. Uma equipe de verdade limita a seus conhecimentos, técnicas e ensejos a execução de suas funções, sem que alguém tenha de dizer o que deve ser feito, ou como deve ser feito, o tão complicado foco, nada mais é que o bem comum, aquilo que todos enxergam, seja qual o nome que este receber, ele é o mesmo, do inicio ao fim, nos olhos do mais bem preparado ou nos ouvidos daquele que não entende o que a maioria diz, mas sabe que tem de segui-los, sabe o que perseguir.