EXPRESSÕES DE SOFRIMENTO PSÍQUICO EM CRIANÇAS –

EM FASE ESCOLAR COM DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

 

                                      Cátia Simone Rodeghiero

 1.     INTRODUÇÃO:

 

            Este trabalho aborda uma reflexão sobre as expressões de sofrimento psíquico em crianças com distúrbios de aprendizagem.

            No estudo, utilizaremos leituras, as quais serão discutidas no decorrer do projeto.Tais leituras visarão investigar as expressões de sofrimento psíquico de crianças no seu processo de aprendizagem.

            Estudar a possível relação de sofrimento traumático para a criança será de fundamental importância para podermos entender o funcionamento e o desenvolvimento de suas capacidades. E assim, possivelmente contribuir na formação deste sujeito, amenizando seu enfrentamento, ao se deparar com a realidade da vida adulta.

            Segundo Rebelo (1993), as dificuldades de aprendizagem podem ser entendidas como obstáculos, ou barreiras, encontrados por alunos durante o período de escolarização referente à captação ou assimilação dos conteúdos propostos. Eles podem ser duradouros ou passageiros e mais ou menos intensos e levam alunos ao abandono da escola, à reprovação, ao baixo rendimento, ao atraso no tempo de aprendizagem ou mesmo à necessidade de ajuda especializada.    O termo distúrbio de aprendizagem é o termo mais utilizado como sinônimo de dificuldade de aprendizagem; cabe salientar, no entanto, que dificuldade é um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos, ao professor, aos métodos, ao ambiente físico e social da escola. Os distúrbios se referem a um grupo de dificuldades, mais difícil de serem identificadas, mais específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de disfunção neurológica, que é responsável pelo insucesso na escrita, na leitura ou no cálculo (Johnson e Mykelbust, 1987; Rebelo, 1993; Fonseca, 1995; Guerra, 2002; Rocha, 2004).

            Assim, o processo de escolarização requer uma série de habilidades e competências que se constituem pré-requisitos para as aprendizagens que se processarão. É muito comum que escolares enfrentem problemas de ordens diversas nos primeiros anos de escolarização; nesse período constatam-se interferências positivas e/ou negativas de uma gama de fatores de ordem interna (psíquica) quanto externa, tanto própria do indivíduo, quanto da escola ou do seu ambiente, capazes de interferir na aprendizagem e constituírem obstáculos à integração do pensar, sentir, falar, ouvir e agir (Paín,1985; Weiss,1992; Tonelotto, 2002).

            Mais recentemente, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Educação e Pesquisa (INEP,2002) revelam que 59% dos alunos do ensino básico no país apresentam rendimento considerado crítico ou muito crítico e que a taxa de distorção série-idade atinge 39% do total de alunos avaliados.

            Rebelo (1993), atribui as dificuldades para aprender aos problemas de adaptação com situações inusitadas e a não automatização do processo leitura-escrita. Para Proença (2002), as dificuldades enfrentadas neste período constituem uma etapa natural justificada pela exposição a novas e diferentes tarefas. Apesar das polemicas e controvérsias sobre o tema sejam ampliadas, já que sua incidência, independentemente das causas, é muita alta. Segundo Cemark e Henderson (1994), cerca de 30% dos alunos em idade de escolarização enfrentam algum tipo de dificuldade para aprender. Na opinião de Bossa (2002), há uma necessidade em avançarem estes estudos no Brasil em decorrência dos prejuízos que ocasionam para a criança, para a família e para o sistema educacional.

             Estudos asseguram que afetividade é importante para a aprendizagem cognitiva dos alunos, pois é pela via afetiva que aprendizagem se realiza (Cote,2002; Rodriguez, Plax  & Kearney, 1996;Codó & Gazzotti, 1999).No entanto, a terapia familiar objetiva atender situações clínicas em que ocorrem interações inadequadas entre pais-filhos como questões centrais no desenvolvimento ou manutenção da sintomatologia depressiva (kazdin & Marciano, 1998). Direciona-se, a modificação de padrões mal-adaptados de comportamento e comunicação verbal dentro da família.Pode ser utilizada em associação com outras abordagens, especialmente em situações de conflito familiar importante (Scivoletto ET AL, 1994). Baseado no já bem estabelecido conhecimento do padrão familiar na depressão, o diagnostico em criança e adolescente deve necessariamente buscar a identificação de familiares que também possam apresentar a patologia, fazendo a abordagem e o tratamento da família por inteiro (Son & Kirchner,2000; Curry, 2001).

 

 2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA 

 

           Estudos mostram que apesar da confusão na utilização de terminologias e na própria concepção das dificuldades de aprendizagem, que muitas vezes atrapalham seu esclarecimento e os avanços de conhecimentos na área, merece destaque o fato de que apenas 43% das crianças que ingressam no sistema educacional terminam o ensino fundamental e, dentre estes, apenas 13% não enfrentam repetências, ou seja, conseguem chegar à oitava série na idade esperada (Pilati,1994).

           Mais recentemente, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Educação e Pesquisa (INEP, 2002) revelam que 59% dos alunos do ensino básico no país apresentam rendimento considerado crítico ou muito crítico e que a taxa de distorção série-idade atinge 39% do total de alunos avaliados.

           Segundo Fonseca (1995; DSM- 1994), trata-se de uma temática complexa,controvertida e de abordagem pluri e interdisciplinar que congrega profissionais que nem sempre concordam em relação às suas definições, concepções e causas, empregando termos diferentes como seus sinônimos; é o caso de déficit, deficiência, fracasso, insucesso, alteração, problema, transtorno e mais comumente o termo distúrbio .Essa diversidade de  terminologia é decorrente também dos diversos enfoques que subsidiaram os estudos das dificuldades de aprendizagem ao longo do tempo.

           A primeira fase desses estudos é da fundação, compreendida no período de1800 a1930, etapa em que as lesões cerebrais foram mais destacadas, buscando-se suas  origens e sua relação com as perdas ou distúrbios da linguagem e da fala.

           A segunda e terceira fase ocorreu no período de1930 a1960 e foram marcadas pela busca de instrumentos de diagnóstico e intervenção e desenvolvimento de programas escolares capazes de auxiliar crianças com problemas para aprender.

           A partir de 1960 experimenta-se a fase contemporânea que se caracteriza pela ampliação dos estudos sobre diagnóstico e intervenção para além da idade escolar, pela busca de definições mais precisas e pelo desenvolvimento de novas tecnologias de aprendizagem.

           Pilati (1994), aponta para o fato de que apenas 43% das crianças que  ingressam no sistema educacional  chegam a concluir  o ensino fundamental e entre os que concluem, apenas 13% não enfrentam repetências.

           Após quase uma década da publicação citada acima, dados semelhantes e preocupantes sobre rendimento escolar foram apresentados em relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Educação e Pesquisa (INEP, 2002).

           A maioria dos alunos que cursaram o ensino básico no país apresentou, em avaliação nacional, rendimento escolar considerado crítico ou muito crítico e a taxa de distorção série-idade atinge 39% do total de alunos avaliados.

           Vive-se uma crise educacional que é do aluno, do professor da família, da escola, do sistema educacional e, como afirma Rocha (2004) apesar das dificuldades apresentarem-se no aluno, estas não constituem como um problema só dele, de forma que só podem ser compreendidas quando se olha para todos os processos interativos dos quais ele participa.

           Um estudo realizado em pré-escolas no Embu, uma cidade-dormitório da Grande São Paulo, mostrou que 44,3% das crianças apresentaram linguagem receptiva abaixo da média esperada para a idade. Como fatores associados ao melhor desempenho, observaram-se a idade da criança e a escolaridade materna (Basílio, Puccini, Silva & Pedromônico, 2005).

          Os quadros depressivos na infância têm sido descritos desde o início deste século, na citação de Alvarez et al. (1986). Entretanto, muitos duvidavam de sua existência porque as crianças eram consideradas como portadoras de "estruturas de personalidades imaturas" e não podiam experienciar transtornos de humor, segundo Scandler e Jofe (1995).

          Somente a partir da década de 60, sistematizaram-se investigações no campo da psicopatologia infantil, como afirmam Bandim et al. (1995). Em 1960, foi realizado o primeiro estudo sobre a prevalência de depressão infantil, no qual observou-se uma taxa de 0,14% de crianças deprimidas na ilha de Wight, Lewis (1995). Nos últimos anos, a depressão infantil tem sido objeto de estudos em vários países de forma abrangente e, a partir daí, foi confirmada a sua presença no campo de psicopatologia infantil.

2.1  DEPRESSÃO INFANTIL

          Apesar de a literatura comprovar que a depressão infantil é distinta da depressão de adulto em muitos aspectos, a mesma não é diferenciada nos critérios atuais de classificação, segundo os relatos de Dias (1997). Entre os sintomas que merecem destaque, citamos a baixa auto-estima, a tristeza, a frustração, os medos e o baixo rendimento escolar, Montenegro (1993).               

         De acordo com o DSM-IV, a depressão será leve se o paciente apresentar de cinco a seis sintomas depressivos, incapacitação leve ou continuar a desempenhar suas atividades normalmente, mas com grande esforço. Os episódios graves são bastante sintomáticos, com quase todos os sintomas presentes, havendo evidente incapacitação, como por exemplo, quando o paciente não é capaz de trabalhar ou cuidar dos filhos. Os casos graves ainda podem apresentar sintomas psicóticos, ocorrendo mais freqüentemente, em pacientes com características melancólicas. Os casos moderados têm gravidade intermediária. (PERON et al, 2004).

         Também podem estar associados sintomas somáticos como cefaléia, vômitos, enurese, dores abdominais e diarréia, além de condutas delinqüentes. Outro autor, Fu (1996), em revisão bibliográfica sobre as pesquisas epidemiológicas das doenças afetivas, nesta faixa etária, descreve as dificuldades de padronização de critérios diagnósticos, bem como a variabilidade da população estudada, as quais seriam responsáveis pela disparidade nos índices epidemiológicos encontrados.

          Os comportamentos problemáticos e os sinais clínicos que acompanham o sofrimento depressivo da criança, são : baixo desempenho escolar, retraimento social, pobre Expressão afetivo emocional, choro fácil,irritabilidade, baixa auto –estima acompanhada de pensamentos negativos sobre si, sentimento culposo, intolerância a perdas e frustrações , alto nível de exigência consigo (ZIMERMAM,  1999).

           Piccoloto, Benvegnú e Juruena (2000), afirma que o surgimento do primeiro episódio depressivo ocorre em média por volta dos 25 anos de idade (American Psychiatry Association, 1994; Ruppe et al., 1996), não obstante a incidência de diagnósticos de depressão pareça estar aumentando de forma significativa entre crianças e adolescentes (Gasquet, 1994).

  

2.2  DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

 

           Através da ação sobre o meio físico e da interação com o ambiente social, na qual a linguagem exerce papel central, processa-se o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano. Pelo desenvolvimento, a criança logo ao nascer vai se constituindo como um indivíduo diferenciado, dono de si mesmo e de suas vontades.

           É um processo complexo, em que a combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais produz nele transformações qualitativas. O desenvolvimento envolve aprendizagem de vários tipos, expandindo e aprofundando a experiência individual. Muitos autores vêm discutindo a relação de desenvolvimento e aprendizagem, principalmente a partir das idéias de estudiosos europeus que realizaram suas pesquisas na primeira metade do século XX.

           Para Piaget (1989), a aprendizagem depende do nível de desenvolvimento já alcançado pelas crianças. Segundo ele, é o desenvolvimento que cria condições para a aprendizagem, ou seja, é anterior á aprendizagem. O ensino deve seguir o desenvolvimento, pois só é possível aprender quando há amadurecimento das funções cognitivas compatíveis com o nível de aprendizagem.  

           Já para Vygotsky (1989), o desenvolvimento cognitivo mantém uma relação mais estreita com a aprendizagem. Para este autor, o desenvolvimento das funções psíquicas da criança é produzido pela humanidade e pelas relações que estabelece com o meio social. Essa apropriação do saber ocorre pela interação social com adultos e companheiros.

           Nessa visão, desenvolvimento e aprendizagem quando significativa estimula e desencadeia o avanço do desenvolvimento para um nível mais complexo que, por sua vez, serve de base para novas aprendizagens.     

          De acordo Winnicott (1973, p. 37), a criança que não consegue se adaptar ao mundo de forma satisfatória, ela vive, a partir das experiências vividas, uma experiência de não integração ou desintegração.

          Assim, é muito importante a participação dos pais, através do diálogo, procurando entender as dificuldades que seu filho enfrenta, pois os problemas podem ser sanados através da exposição deles, e buscar ajuda de uma maneira que possa contribuir para que ele consiga resolvê-los.

          Winnicott (1973, p. 38) explica ainda que a interação com meio é uma contínua necessidade do ser humano, para isso, usa a capacidade de criar soluções, formas, de se adaptar ao meio. E viver de forma criativa, ajuda na compreensão das situações, adaptando-se às novas experiências.

         O existir natural das crianças é ser alegre, aventureira, espontânea, investigadora da natureza , dos objetos, do mundo e do corpo. A criança é um ser movido pela curiosidade , pelo prazer e excitação. Quando não apresenta esses aspectos , não brinca, não sorri, não tem animo,não deseja ter amigos é sinal de que está vivendo algo além de uma simples tristeza. A criança pode estar denunciando algo mais profundo e complexo, revelador de um quadro formado por sintomas de natureza física, cognitiva , emocional e comportamental, que vem afetando o seu mundo psicológico e prejudicando sua vida .

         A reação de depressão invade o ser humano desde os primeiros anos de sua existência, quando experiencia separações, rupturas, perdas afetivas precoces e principalmente quando não se percebe fonte de investimento amoroso na relação maternal primaria. Ajuriaguerra e Marcelli (1986) discorrem sobre as manifestações depressivas da criança pequena de (3 anos a 5-6anos ), da criança maior (5-6 anos  a 12-13 anos) e do adolescente , relacionando o surgimento da depressão a separação ( dos pais,doença,breve hospitalização), a uma perda amorosa ou a remanejamentos psicoafetivos  próprios da idade.

         Wallon (1986), outro estudioso da criança, trouxe importantes contribuições para pensar sobre o desenvolvimento, ancorando-o numa tripla interação: fatores sociais, biológicos e psíquicos, destacando nestes as funções afetivas.

         Ao estudar as relações do ser humano com o ambiente, Wallon (1986) concebe a emoção como a primeira manifestação social que possibilita a comunicação da criança com seu meio.   Para ele, as emoções estão na origem da linguagem, precedem toda a formação sensório-motora e mental, contribuem para o desenvolvimento intelectual. As formas do pensamento, assim, são fortemente influenciadas pelas experiências afetivas do indivíduo.

         A ida da criança pequena para a escola propicia benefícios, pois as situações escolares podem ser ricas em experiências sociais e de aprendizagem. A possibilidade de vivenciar situações diversificadas e sistemáticas de comunicação tende a acelerar a aquisição da linguagem. Por meio da linguagem, a criança se torna capaz de compreender o contexto cultural e nele se inserir. As relações e normas culturais circulam na linguagem, que ocupa, portanto, um papel central na socialização do indivíduo (Hage et al., 2004; Johnson et al., 2009; Olds et al., 2004; Rhoades et al., 2009).

 

2.3 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

          De forma semelhante, Martin e Marchesi (1996) entendem que dificuldade de aprendizagem refere-se a qualquer dificuldade observável vivenciada pelo aluno para acompanhar o  ritmo de aprendizagem de seus colegas da mesma idade, independentemente do fator determinante da defasagem.

          O termo distúrbio de aprendizagem é o termo mais utilizado como sinônimo de dificuldade de aprendizagem; cabe salientar, no entanto, que dificuldade é um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos, ao professor, aos métodos, ao ambiente físico e social da escola.

          Os distúrbios se referem a um grupo de dificuldades, mais difícil de serem identificadas, mais específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de disfunção neurológica, que é responsável pelo insucesso na escrita, na leitura ou no cálculo (Johnson e Mykelbust, 1987; Rebelo, 1993; Fonseca, 1995; Guerra, 2002;Rocha, 2004). O DSM.IV, por sua vez, define um pouco enfraquecida a situação de Distúrbios Aprendizagem.

          Segundo essa classificação, "os transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de inteligência".
          A CID.10 denomina essa situação, predominantemente no capítulo intitulado Transtorno do Desenvolvimento das Habilidades Escolares, descrevendo-os como "transtornos nos quais as modalidades habituais de aprendizado estão alteradas desde as primeiras etapas do desenvolvimento.

          “O comprometimento não é somente a conseqüência da falta de oportunidade de aprendizagem ou de um retardo mental, e ele não é devido a um traumatismo ou doença cerebral”. 

2.4  A  PERSPECTIVA DESTE ESTUDO

           Algumas limitações citadas nesta revisão se devem ao fato de que a depressão infantil requer tratamento em todas as suas fases evolutivas, e as pesquisas com crianças deprimidas oferecem poucos resultados e, na grande maioria, referentes somente à fase aguda da patologia. Existem raros estudos de avaliação de tratamento nas fases de continuação e manutenção. A maioria das intervenções utilizadas deriva de técnicas empregadas em populações adultas, o que deixa clara a falta de compreensão desenvolvimento que deveria identificar condições próprias de cada etapa do crescimento emocional. Esta perspectiva de desenvolvimento pode requerer desenhos de intervenção e pesquisa específicos em diferentes momentos na infância e na adolescência. E ainda existe pouco conhecimento advindo das pesquisas sobre a importância do envolvimento dos pais e da família nos processos terapêuticos. Pensando no desenvolvimento infantil e no processo de aprendizagem que envolve modelos aos quais estão expostos as crianças e os jovens,que  precisam de espelhos para se estruturarem como sujeitos.É vital que tenhamos consciência do que estamos deixando exposto para servir de base para outro ser.

            Assim, como resultado, pode-se concluir com Freud (1930/1974), que a felicidade não é algo constante na vida das pessoas, pois se trata de um sentimento passageiro. Embora o luto e a depressão tenham alguns padrões que são semelhantes, Freud ressaltava que no luto a pessoa vê o mundo como pobre e vazio, enquanto que na depressão a pessoa e que se sente pobre e vazia (Neto e cols., 1995).

            As evidências atuais demonstram que as condições de vida, como a pobreza entre outros fatores interferem nas relações familiares e afetam as crianças diretamente, crianças que vivem em ambientes desfavoráveis, hostis, desamorosos, precocemente criam condutas adaptadoras disfuncionais para a manutenção do equilíbrio emocional próprio e da família. Perls, Goodman e Hefferline (1997) afirmam que” a psicologia é o estudo dos ajustamentos criativos  [...] a psicologia anormal  é o estudo da interrupção e inibição ou outros  acidentes no decorrer do ajustamento criativo” (p. 45). O ajustamento criativo representa o processo dinâmico e ativo de interação do individuo com o meio para solucionar situações e restaurar a harmonia, o equilíbrio, a saúde do organismo o qual se dá por meio da auto regulação (processo espontâneo e inato em nosso organismo),que visa a satisfação das necessidades primordiais do momento, considerando as possibilidades ambientais.

            Estudar a possível relação de sofrimento traumático para a criança será de fundamental importância para podermos entender o funcionamento e o desenvolvimento de suas capacidades. E assim, possivelmente contribuir na formação deste sujeito, amenizando seu enfrentamento, ao se deparar com a realidade da vida adulta.

            Portanto, o presente estudo visa identificar como o sofrimento psíquico da criança afeta seu aprendizado na escola. Situações como divorcio dos pais, perdas familiares, mudança de escola ou de cidade, nascimento de um irmão, etc.

3.       OBJETIVOS

3.1     OBJETIVO GERAL

           Este estudo visa identificar como o sofrimento psíquico da criança afeta seu  aprendizado na escola.

3.2     OBJETIVOS  ESPECIFICOS

          Descrever as dificuldades enfrentadas neste período de exposição frente a este sofrimento.

          Identificar  as possíveis causas desse sofrimento psíquico.

REFERENCIAIS:

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