Há uma riqueza de valores sociais que permitem várias concepções sobre a Psicologia, pode-se dizer que ela estuda os diversos homens concebidos pelo conjunto social, dessa forma a Psicologia se caracteriza por uma diversidade de objetos de estudo.

A Psicologia tem como objeto de estudo o homem, com isso sua tarefa deve ser a de oferecer uma explicação mais clara e mais completa possível sobre a natureza dos seres humanos como pessoas, buscando compreender o homem em sua totalidade para nos ajudar na compreensão de nós mesmos.

No decorrer dos tempos a Psicologia passou por vários momentos, entre os gregos o estudo é voltado para o espírito ou alma, no Renascimento voltou-se para o homem, nos últimos anos pouco a pouco a psicologia vai encontrando seu verdadeiro caminho numa abordagem humanista.

Através da corrente humanística, desenvolve-se a psicologia transpessoal, onde a proposta é permitir que o Homem Velho que agoniza e sofre possa renascer o Homem Novo, o Homem Sábio, que percebe uma interdependência de todos os fatores, todas as coisas e seres do universo, rompendo com a conceituação da dualidade "eu e outro", "eu e objeto".

Não existe ainda uma definição sobre a Psicologia, ela já foi o estudo da "alma", depois da "consciência", mais tarde da "mente", ainda recentemente do "comportamento", e hoje é tida por alguns como o estudo das "inter e intracomunicações".

A verdade é que não existe uma única psicologia, ela não é uma ciência unificada, mas antes uma coleção de fatos e opiniões cuja relevância para o bem-estar social e dos fatos que selecionam para fazer esta consideração.

Assim como suas congêneres, apesar de todas as críticas que lhe são feitas, tem conseguido grandes avanços na busca de uma nova compreensão da vida e desenvolvimento humano e novas maneiras de ajudar as pessoas na direção de maior realização pessoal.

A tarefa da psicologia, como consciência social, deve ser a de nos oferecer uma explicação mais clara e o mais completa possível sobre a natureza dos seres humanos como pessoas.

O estudo da pessoa, que é, em princípio, o objetivo da psicologia, só pode ser realizado de uma maneira séria e efetiva quando considerada a posição dessa pessoa na configuração geral das coisas.

A Psicologia de um modo geral tem se preocupado com o: desenvolvimento, incluindo a maturação e a hereditariedade; os órgãos do sentido; o sistema nervoso, músculos e glândulas endócrinas; a aprendizagem; a percepção; a motivação e a emoção.

Com a finalidade de tentar compreender: a linguagem, o pensamento e a resolução de problemas; a inteligência, inclusive sua medida; a personalidade; o comportamento patológico e o comportamento de pessoas em grupo.

A psicologia objetiva usar este conhecimento para nos ajudar na compreensão de nós mesmos, na compreensão de pessoas com distúrbios de comportamento, assim como melhoras as técnicas de aprendizagem e a eficiência no trabalho.

É sem dúvida, a nossa principal esperança de clarificar as aspirações do homem e de descobrir os meios de realizá-las. A psicologia não é uma coisa unitária, não é uma ciência normativa, nem acumulativa, mas, antes, uma classificação de fatos, de pressuposições e de teorias.

Para compreender a diversidade da Psicologia é necessário recuperar sua história, pois o passado e o futuro sempre estão no presente, dessa forma a história de sua construção está ligada em cada momento histórico.

Os gregos foram o povo mais evoluído de sua época, com uma produção planejada e bem-sucedida permitiu a construção das primeiras cidades-estados, com isso iniciaram as conquistas de novos territórios que geraram riquezas e crescimento.

Esses avanços permitiram que o homem se ocupasse das coisas do espírito, Platão e Aristóteles dedicaram-se a compreender o homem em sua interioridade. Dessa forma o estudo é voltado para o espírito ou alma.

Já na Idade Média, com o aparecimento do Cristianismo, o estudo da alma tomou um rumo um pouco diverso, as preocupações estavam localizadas no pós-morte, conseqüentemente o estudo do psiquismo.

Nesta época dois grandes filósofos representam esse período: Santo Agostinho, que inspirado em Platão, fazia uma cisão entre alma e corpo, para ele a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação divina no homem. E Santo Tomás de Aquino, que busca em Aristóteles a distinção entre essência e existência, considerando que o homem na sua essência busca a perfeição através de sua existência, afirma que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. Esses dois os dois se destacam como estudiosos que não deixaram de contribuir, de certa forma, para que a psicologia prosseguisse seu caminho.

Na Renascença a atenção é voltada para o homem, o "aqui e o agora", foi uma época decisiva que prepararam o caminho para o método científico. O rompimento com a autoridade e a revelação e o estudo voltado para a pesquisa foram atitudes novas que prepararam o caminho para a origem da Psicologia Cientifica.

A partir do século XVII, os estudos psicológicos tomam impulso com o racionalismo, o iluminismo e o empirismo, bem como o desenvolvimento das ciências físicas e biológicas, que foram fundamentais para que a psicologia evoluísse.

Podemos considerar o associacionismo, esse termo origina-se da concepção que a aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias, das mais simples às mais complexas. Esse movimento congregava principalmente os empiristas ingleses, como o grande corte que separa a fase puramente filosófica da psicologia de outra de caráter mais científico.

Os principais movimentos que se destacam neste período são: o estruturalismo (preocupado com a compreensão da consciência), o funcionalismo (busca compreender o funcionamento da consciência, na medida em que o homem a usa para adaptar-se ao meio), o behaviorismo (define o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção de comportamento), o gestaltismo (surge como uma negação da fragmentação das ações e processos humanos, está mais ligada à Filosofia) e a psicanálise (nasce com Freud, recuperando a importância da afetividade e postulando o inconsciente como objeto de estudo).

No século XX, os pesquisadores formam grupos fechados e radicais em seus posicionamentos, que não passavam de meras hipóteses, mas que dirigiram os estudos dos cientistas posteriores.

A psicologia tem sido discutida em cinco períodos: as influências filosóficas primárias nos escritos dos gregos; começou a tomar forma com a Renascença entre a teoria e a pesquisa; emerge como ciência quando Wundt estabeleceu o primeiro laboratório em 1879; se afirmou com a pesquisa e os escritos dos teóricos da aprendizagem; desenvolveu-se rapidamente desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Depois de uma fase de puro "psicologismo", ela passou a ser duramente criticada, por múltiplos motivos. Em primeiro lugar, divergências profundas, dentro da própria área, vêm impedindo que ela se torne um corpo de conhecimentos organizados, em que as prioridades estejam esboçadas. Em segundo lugar, ela não foi capaz de promover uma real melhoria na qualidade de vida das pessoas. Em terceiro lugar, de uma certa forma, ela tem servido à classe dominante, pois, estabelecendo parâmetros ao redor dos valores dos grupos que têm o poder, reforça o fenômeno da passagem dos padrões de cima para baixo, dentro da hierarquia hegemônica das classes.

Além disso, ao tentar explicar tudo dentro da visão estreita do psíquico, ela perde a verdadeira dimensão do homem, que é também ser biológico, histórico, social e cósmico.

Atualmente, uma fase de amadurecimento, e pouco a pouco a psicologia vai encontrando seu verdadeiro caminho. Para que possa de uma maneira mais concreta, prestar seus serviços à humanidade.

A psicologia não pode ser considerada como uma verdadeira ciência. Pois engatinha e encontra-se numa encruzilhada. Ou escolhemos um sistema fechado para orientar nossas pesquisas ou optamos por um sistema aberto.

Em um sistema fechado de pensamento, o importante sobre as pessoas não é sua essência, mas "seu funcionamento", como ela age e como consegue melhor desempenhar, maior eficiência.

Já em um sistema aberto a pessoa e sua auto-realização são o centro de preocupação. Esta é uma visão holística do homem.

Nos últimos anos, esta nova abordagem da natureza humana (humanista), inclusive fortemente influenciada por teorias orientais, tem se tornado cada vez mais importante.

Além da nossa disposição biológica inata para o crescimento e o desenvolvimento, cada indivíduo possui uma tendência para o desenvolvimento psicológico, tudo isso a fim de obter mais alegria e satisfação da vida.

O movimento do potencial humano e as disciplinas orientais de crescimento vêm proliferando e se desenvolvendo: grupos de encontro, trabalhos com o corpo, meditação, técnicas espirituais e outros sistemas experienciais. Os adeptos do movimento comungam, em geral, uma crença humanista fundamental na capacidade do indivíduo para um crescimento orientado e positivo.

Com um desdobramento desta corrente humanística, uma quarta força tem se desenvolvido no campo da psicologia: é a psicologia transpessoal a proposta é permitir que o Homem Velho que agoniza e sofre possa renascer o Homem Novo, o Homem Sábio, o homem que consegue vivenciar a unidade cósmica, ao mesmo tempo que esta unidade está contida nele, percebendo que sempre há uma interdependência de todos os fatores, todas as coisas e seres do universo, rompendo com a conceituação da dualidade "eu e outro", "eu e objeto".