Com programas voltados para leituras, textos técnicos e gramática normativa, elaborado pelo conjunto dos professores do Departamento de Educação do Centro de Estudos Superiores de Londrina, atuei como docente de 1991 a 1997, mas sempre insistindo em explorar a gramática textual também com turmas de tecnólogos, assim como já fazia com as turmas de Pedagogia, apesar da rejeição dos colegas da área.
Nos anos de 1995 e 1996 tentei conciliar as leituras sugeridas pelo Departamento de Educação e de Informática acerca de Inteligência Artificial, Realidades Virtuais, Educação à Distância e Textos Comerciais com o estudo da gramática normativa (pré–determinado pelo conjunto dos professores de Língua Portuguesa). Foi uma decepção! Percebi que, de modo previsto, os encaminhamentos metodológicos orientavam para trabalhos diferentes, mundos para separados, totalmente desvinculados entre si.
Em 1996, depois de muito insistir, mesmo com a resistência também dos alunos, optei por adotar um livro com propostas de leituras, compreensão de textos e atividades de análise lingüística, além de exigir dos alunos trabalhos de reestruturação dos seus textos, em etapas sucessivas, até chegar a um grau aceitável de informatividade. Utilizei o livro de Faraco e Tezza (1992), A prática de textos: língua portuguesa para nossos estudantes, com a interação verbal bakthiniana. Isso facilitou o meu primeiro passo em busca de um trabalho autônomo com uma aplicação diferente das noções da norma culta da Língua Portuguesa, na oralidade dos alunos, bem como nos textos produzidos em sala de aula.
Aos poucos fui incluindo no programa outras informações direcionadas para a tipologia textual adotada em informática (hiper–textos, processador de textos, possibilidades e correções) e fichamentos de livros envolvendo a elaboração de trabalhos científicos, além dos seminários e debates organizados pelos alunos e coordenados por mim.


Somente em 1997, quando concluí os créditos do doutorado, ao ministrar pela última vez nessa instituição a disciplina de Língua Portuguesa foi que consegui implantar um programa completamente novo, seleção bibliográfica e escolha do livro didático em conjunto com os alunos, sem interferência dos departamentos, com leituras de textos contrastivos e aplicação da gramática textual. Dessa vez, o livro escolhido foi o de Platão e Fiorin (1979), Para entender o texto: leitura e redação e os textos específicos de informática e metodologia explorados em seminários e trabalhos de equipe de fichamento e sínteses, fundamentados em Severino (1979), Eco (1977) e Feitosa (1995).
Como a prioridade do meu programa, nessa turma, era explorar as leituras dos textos, as propostas de redação e analisar os casos de aplicação da gramática nos textos, a análise lingüística passou a ter um momento especial em cada aula, tanto em relação ao uso do autor nos textos selecionados quanto em relação ao uso dos alunos nos seus rascunhos, refacções e revisões.
Os alunos demonstraram também maior autonomia e segurança no momento de comparar seus textos, do 1o rascunho para o 2o ou 3o, fazendo julgamentos e retomadas de leituras e reelaborações. Passaram a aceitar um trabalho, partindo do planejamento de um texto, estudando os usos em determinadas situações e encarando os erros como sinal de pesquisas. Isto utilizando com pistas para um programa concreto, do que deve ser ensinado, como uma problematização para um projeto de aprender a aprender, ou seja, um quadro diagnóstico do que é preciso ainda para conhecer, em termos de variedade, popular, regional, culta ou outra.