RESUMO

Com a família contemporânea em franco processo de reformulação, presenciamos um crescente número de separações, e conseqüentemente um maior número de mães educando seus filhos sós, já que, até os dias atuais a guarda dos filhos, ainda é predominantemente materna. Porém, temos conhecimento que tanto as mães quanto os pais são os responsáveis pelos cuidados dos filhos. E que, além disso, o pai possui um papel imprescindível na formação desta criança, assim como na manutenção deste vínculo afetivo. O presente trabalho buscou compreender a experiência de mães separadas que dispõem da guarda de seu(s) filho(s). No entanto, para que este objetivo fosse alcançado, fez-se necessário apreender o significado de família e os possíveis agravantes que acompanham o processo de separação conjugal no Brasil; a descrição das características que definem, do ponto de vista biopsicossocial, a condição de mulheres separadas no atual contexto brasileiro; o delineamento do fenômeno da guarda de um filho, do ponto de vista jurídico e a tentativa de apontar estratégias de intervenção que favoreçam a minimização de conflitos emocionais vividos por mães separadas. A pesquisa empírica, de natureza qualitativa, foi norteada pelo método fenomenológico-existencial, que consiste em compreender e interpretar os fatos a partir do esclarecimento do fenômeno. Foram realizadas entrevistas semi-estruturada, com 02 sujeitos, do sexo feminino, residentes no município de Aracaju-SE. Os critérios de inclusão dos sujeitos possuíam o seguinte perfil: mães separadas, de classe média, com idades entre 40 e 50 anos, que dispõem da guarda de seu(s) filho(s) há, no mínimo, 5 anos. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas e, em seguida, os depoimentos foram submetidos a uma análise compreensiva que mediante as inúmeras escutas dos depoimentos colhidos, na familiaridade com os mesmos, no modo como a pesquisadora os apreendeu em termos de experiência vivida, o sentido manifestou-se. Quando as mães refletiram acerca da guarda e do modo de ser mãe, as mesmas fizeram uma análise das perdas e dos ganhos característicos da experiência vivida. Apropriaram-se da nova condição, trazendo-a para si, refletindo acerca do modo de ser mãe, mulher e mulher separada. Os resultados obtidos sinalizam que a guarda compartilhada constitui, talvez, o melhor modelo de responsabilidade parental, privilegiando os interesses das crianças e adolescentes após a separação conjugal.

PALAVRAS-CHAVE: família; mães separadas; guarda materna; fenomenologia-existencial.