Existe ou não uma natureza humana.

Existe ou não uma natureza humana, é possível ou não conhecer o homem na sua complexidade. A primeira hipótese a ser defendida as ciências exatas ou biológicas são completamente diferentes das humanas.

São compreensíveis pelos métodos indutivos resultados de aplicações empíricas.  Na realidade certas formas de interpretação, usadas por filósofos ou sociólogos, psicanalistas, a essência do homem não pode ser refletida, pelo simples fato de não existir essa possibilidade. 

As Ciências exatas e biológicas são diferentes das humanas. A representação não pode ser colocada dentro de uma determinada geometria, o conhecimento humano não deve ser postado por equações, o saber do espírito não é uma simulação.

A Filosofia positivista procurou de forma ilegítima aplicar o rigor científico das Ciências da natureza as demais áreas do saber, o que aconteceu na prática a ideologização da compreensão humana.

A procura do conhecimento absoluto nas Ciências do espírito transformou se num quadro de festividade, digno de misericórdia.

 Epistemologicamente sabemos que toda maneira do saber humano é apenas o resultado de aplicação das diversas ideologias, o mundo é uma representação da multiplicidade delas, sem nenhum caráter de exatidão, pelo menos em sua totalidade.  

As compreensões intermináveis das variáveis interpretativas, motivo pelo qual o mundo é entendido de diversos modos.

Portanto, com toda naturalidade o entendimento nessa área é apenas as multiplicações dos enganos, o saber é exatamente equivocado, pelo menos em parte, o produto ou fenômeno não podem ser apresentados nas suas formas finais.

 O que existe nessa compreensão são tão somente continuidades reveladas nas proporcionalidades  contraditórias.  

A argumentação de um silogismo, ou qualquer lógica aplicativa nela mesma, tem como fundamento, nas ciências humanas, suas premissas de caráter representativo.

  Uma realidade não mais determinada pela sua lógica natural. Tudo o que for defende-se como verdade a proposição da possibilidade, nada mais é como a representação da lógica da crença.    

É natural pensar que somos livres, do  ponto vista da biologia determinadas  consequências, o que se entende como gênero, a lei como formulação  de uma possível essência, o que de fato não existe.

As consequências do pensamento desses ou daqueles gêneros, na natureza da formalidade, como algo  essencialmente humano, o que se determinaria ao fundamento da lógicidade, o homem pode ser diferente das diversas essências, pelo contrário, exatamente na sua não logicidade. 

As consequências do pensamento e suas aplicações mostram se historicamente ingênuas, motivos de serem desastrosas as interpretações.                                

 É melhor acreditar que somos livres do que biologicamente determinados, pois as consequências dos pensamentos deste gênero se mostraram errôneas e historicamente incompreensíveis.

A grande pergunta a mais fundamental delas, existe algo ou não que formula a priori o que pensamos que possibilita nossa identidade?

O que dá a cada um de nós um rumo.   O homem tem uma natureza essencial? Para  onde ele caminha, qual a direção do grande fundamento humano, essas proposições ao meu ver são enganosas.  

Existe a possibilidade de sermos, a descrição da nossa imaginação, porque os homens são exatamente tão diferentes uns aos outros.

 Não teriam como serem iguais por diversos motivos, além da herança do tempo histórico e do meio individualizado.  

O que diz o pensamento crítico das Ciências do espírito, o que determina a natureza do nosso fundamento, o que é naturalmente o ser não determinado  em  nada, apesar de uma certa substância,  nossa realidade é exatamente o vazio.

Na prática do mundo empírico, o homem é apenas a ausência a sua substancia, o que preenche a definição de tabua rasa, o que muito bem formulou Locke.

O comportamento é preenchido pela cultura, desse modo explica-se tudo, comportamentos violentos, só podem ser explicados por meios violentos, o homem é de certo modo produto da cultura e do meio, o lugar onde foi criado.

Não acredito na tese que o homem é herdeiro da genética, esse preceito é ideológico, a explicação é simples, como existe apenas um DNA, do mesmo modo apenas uma genética.

 O  homem é tão somente fruto da experiência e do meio, não existe objetividade para o que deve determinar o que é certo, mesmo um  possível erro sendo absurdo.

Isso porque acredito que quando nascemos não somos nada, aos poucos vão acrescendo em nossas memórias os programas culturais diversos que são parcelamentos das nossas ações.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.