Análise da história dos índios caçadores

 

Na história da tribo de índios caçadores, hábeis na arte de caçar com arco e flecha por muitas gerações, a caça natural era uma espécie de macaco muito difícil de ser abatida, pois requeria muitas horas de esperas e tentativas. Certo dia apareceu um desconhecido, que apesar de diferente, falava fluentemente a língua da tribo, trazia às costas um instrumento até então estranho. Ele foi recepcionado e hospedado conforme a tradição local, no dia seguinte juntou-se aos caçadores, porém a caça já não era muito abundante, pois só no inicio da tarde avistaram um bando de macacos nos pontos mais altos das árvores, os animais espertos se mantinham fora do alcance das flechas. Utilizando o estranho objeto o visitante surpreendeu a todos após um grande estrondo seguido de fogo e fumaça, abateu no galho mais alto um macaco adulto, repetiu o feito varias vezes e presenteou cada caçador com uma das presas. Ao retornarem para a aldeia relataram com grande euforia o ocorrido ao chefe e fez-se grande festa, pois houve muita fartura nunca antes produzida por um só homem. Após alguns dias vários guerreiros dominavam a arte de caçar com o fuzil.

Podemos observar que a substituição do arco e flecha pela utilização do fuzil como instrumento de caça tornou-se um facilitador para a obtenção de alimentos para toda a tribo, o que caracteriza o beneficio através da mudança tecnológica.

Analisando o custo social, o barulho produzido pela arma afugentava outras presas, dificultando o abate pelos caçadores que ainda não possuíam fuzil, além disso, os homens que tinham conseguido caça utilizando o instrumento recebiam das mulheres e crianças, a acolhida mais calorosa. Com a utilização desta nova técnica o numero de animais tornou-se reduzido, pois o visitante passou a fornecer armas e munições em troca das peles. Em contra partida os animais aprenderam a se proteger desta nova forma de caçar.

Podemos observar as alterações na Identidade Social resultante da nova cultura implantada: as crianças ficaram fascinadas substituindo suas miniaturas de arco e flecha por “paus de fogo” improvisados com galhos de árvores; com o passar do tempo somente os jovens com melhor pontaria e resistência física eram selecionados como caçadores, para frustração e desonra dos preteridos, que se alimentavam do trabalho dos outros; Os jovens passaram a desconhecer o arco e flecha e a não entender como funcionava aquele conjunto exibido nas paredes das cabanas dos mais antigos. Ouviam histórias de como era antes e sorriam condescendentes com o tempo dos mais velhos e de suas heróicas caçadas com aqueles estranhos objetos.

Identificamos na história apresentada a evolução sociocultural da tribo através da educação para uso da nova tecnologia. O hábito da fartura se instalou na tribo, havendo certa cobrança quanto ao resultado das caçadas, caracterizando a necessidade de desenvolvimento social e aprendizagem de novas técnicas.

 

 

Hélio Ricardo Mascarenhas Fonseca

Pós-Graduando em Educação Tecnológica

                                                                 CEFET/RJ-UAB  - Dez/2008

 

 

 

 

 

 

Referencias:

Apostila Aula 3 Educação, A Tecnologia Colecionada – Xavier. Leydervan de Souza – CEFET-RJ.