Antes de tudo, de você pegar minha mão. Antes de eu ouvir os gritos enfurecidos dos animais que nos rodeiam, e nesse momento as coisas que digo já não te importam mais, e você apenas para de debruçar palavras ao vento. Por que agora eu também paro, a sua musica favorita eu não toco no meu ipod. E então eu vejo, entre olhares , paisagens hostis e planos de fundo: os quebras-cabeças se encaixam.
Pois então tu vens e me fala pra deixar pra lá depois desaparece, logo volta e adquire novamente o foco me colocando de volta no trilho, no derretimento de observar um sorriso e sentir o sangue se misturar com o ar e as partículas se evaporarem atingindo a insignificância que o momento, este, transcende o meu desespero.
Eu sempre fingi que era um poeta, talvez um escritor, quem sabe um romancista que não esperaria a sua partida e muito menos o seu desaparecimento em meio a tantos gritos quem vem de fora fazendo com que nem o estardalhaço que possa ser minha voz alcance seus ouvidos e singelamente subverter: vem e deixa rolar, vem e deixa rolar, vem e deixa rolar.
Por isso olho para o passado e apenas enxergo os lírios e as rosas, vibrantes e exalando premissas e não omitindo um lampejo de felicidade que talvez tenha sido alcançada em toda sua complexidade. Sem marcas ou angustias apenas sorrisos e poses: vivíamos em uma fotogénese continua.
Então agora não há explicações, pra que palavras? A plenitude de
alguns meros gestos transbordam o que mil palavras talvez não, então nós apenas olhamos para frente e vislumbramos aquarelas em seu extaze mas sem cores vibrantes apenas o preto e branco em toda a sua dualidade, por que agora é a hora e no segundo seguinte apenas observo o frescor de seu dançar sobre as águas que nos rodeiam nesse mar de sonhos que nos encontramos  pra qualquer lado que tentamos ir não fará mais diferença pois você vai e dança sobre a musica dos sentimentos e apenas, justamente agora apenas, os quebra-cabeças se encaixam.