Eu, você e o quebra-cabeça
Publicado em 01 de fevereiro de 2009 por Phelipe Fabres
Antes de tudo, de você pegar minha mão. Antes de eu ouvir os
gritos enfurecidos dos animais que nos rodeiam, e nesse momento as coisas que digo já não te importam mais, e você apenas para de debruçar palavras ao vento. Por que agora eu também paro, a sua musica favorita eu não toco no meu ipod. E então eu vejo, entre olhares , paisagens hostis e planos de fundo: os quebras-cabeças se encaixam.
Pois então tu vens e me fala pra deixar pra lá depois desaparece, logo volta e adquire novamente o foco me colocando de volta no trilho, no derretimento de observar um sorriso e sentir o sangue se misturar com o ar e as partículas se evaporarem atingindo a insignificância que o momento, este, transcende o meu desespero.
Eu sempre fingi que era um poeta, talvez um escritor, quem sabe um romancista que não esperaria a sua partida e muito menos o seu desaparecimento em meio a tantos gritos quem vem de fora fazendo com que nem o estardalhaço que possa ser minha voz alcance seus ouvidos e singelamente subverter: vem e deixa rolar, vem e deixa rolar, vem e deixa rolar.
Por isso olho para o passado e apenas enxergo os lírios e as rosas, vibrantes e exalando premissas e não omitindo um lampejo de felicidade que talvez tenha sido alcançada em toda sua complexidade. Sem marcas ou angustias apenas sorrisos e poses: vivíamos em uma fotogénese continua.
Então agora não há explicações, pra que palavras? A plenitude de
alguns meros gestos transbordam o que mil palavras talvez não, então nós apenas olhamos para frente e vislumbramos aquarelas em seu extaze mas sem cores vibrantes apenas o preto e branco em toda a sua dualidade, por que agora é a hora e no segundo seguinte apenas observo o frescor de seu dançar sobre as águas que nos rodeiam nesse mar de sonhos que nos encontramos pra qualquer lado que tentamos ir não fará mais diferença pois você vai e dança sobre a musica dos sentimentos e apenas, justamente agora apenas, os quebra-cabeças se encaixam.