Um dia eu estava pescando em Juacuba, em Ecoporanga, no lugar chamado de tres tombos. Estava la o meu falecido avo Miguel Briti, Miguelim do Zaias, o Izaias, o Josias da farmacia e outros parentes. O meu negocio nao era pescar. Gostava mesmo era de comer a matutagem e beber cafe feito na minha meia. Os outros, assim que chegavam, montavam as barracas e partiam no capinado. Cada um queria pescar mais que o outro. De vez em quando eu passava a mao na minha vara e ia rodear o rio. Estou eu la pescando num remanso, onde tinha um gramado, por que nao gostava de entrar no mato por medo de cobra, quando chega com olho grande no meu remanso o Josias da farmacia. Ele joga a isca e fica ali esperando a fisgada do pial. Enquanto isso eu dei uma olhada para a sacola de peixe dele, um saco vermelho daqueles quem vem cheio de batatinhas. O saco tinha um descusturado e os peixe dele tava saindo por aquele buraco. O Josias nao sentiu nem uma fisgada de pial e deu um jeito de rachar fora dali. Quando ele saiu eu fui direto na grama onde os peixes tinham caido e recolhi seis baita de pial. Peguei e joguei dentro do embornal. Fui chegando nas barracas e o tio Izaias ja foi logo cheretando. Falou ele: Nossa que pescada boa voce fez! Voce quase nao pega nada! Eu gavei que era fera no manejo da minha vara. Nao demorou nada e chegou o Josias da farmacia cramando que uma possivel cobra tinha roubado os peixes dele. Fiquei calado ate hoje e ganhei fama de bom pescador.