ETNOGRAFIA E CULTURA ORGANIZACIONAL: UMA CONTRIBUIÇÃO DA ANTROPOLOGIA Á ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ETNOGRAFIA E CULTURA ORGANIZACIONAL: UMA CONTRIBUIÇÃO DA ANTROPOLOGIA Á ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

 

Ramon Santos Silva[1]

A cultura organizacional é oriunda da antropologia, a mesma utiliza-se de conceitos básicos antropológicos fundamentais para o sucesso de qualquer organização. Voltando-se para os mais diversificados ramos da administração, abordando questões referentes à antropologia[2], ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões[3]. A etnografia por sua vez, é o método utilizado pela antropologia na coleta de dados. Baseando-se no contato intersubjetivo entre o antropólogo e o seu objeto.

O tema cultura organizacional tem se tornado algo presente na administração de organizações, que tem por finalidade alcançar o sucesso total. Sua discursão gira em torno de estudos antropológicos, pois é indispensável o sucesso de uma organização sem que haja um estudo aprofundado daqueles que estão envolvidos no processo, nesse caso o homem que atuará de maneira direta nas áreas operacionais das entidades com ou sem fins lucrativos. Portanto torna-se indispensável o estudo aprofundado e preventivo de ações dos envolventes no processo de produção e funcionamento das empresas.

O desenvolvimento organizacional surgiu a partir de 1962 em função das mudanças no mundo das organizações e da inadequação das estruturas convencionais a essas novas circunstâncias. Chegando a atualidade com aprimorados que mantiveram no seu contexto histórico medidas preventivas que as organizações devem basear-se obtendo assim um rendimento satisfatório, levando em considerações as contribuições significativas dos componentes tanto empresa quanto funcionário, para que juntos ambos possam adaptar-se e aprimorar-se com uma visão revolucionaria mais participativa.

A administração organizacional tem tornando-se cotidianamente palavra chave quando se quer alcançar o sucesso. É preciso que haja uma administração eficiente que possua finalidades igualitárias e para tanto busque junto aos lideres ações e medidas que contribuam significativamente com o tão esperado sucesso.

O tema antropologia dentro das empresas torna-se indispensável, pois desde os primórdios da sociedade, podemos perceber que o homem tornou-se um ser evolutivo, mais que tem ações oriundas de experimentos e acontecimentos passados.  

Os primeiros trabalhos influenciados pela antropologia, tiveram como objetivos testar princípios da escola de administração cientifica e que constataram a existência da organização social dos grupos de trabalho, sendo parcialmente estruturados a partir de conceitos e técnicas antropológicas.

O management através da antropologia da empresa integra o fator humano como chave. Por isso tem maior adaptabilidade diante das crises e permite integrar e manejar melhor as mudanças. no mundo dos negócios e das organizações é a função que coordena os esforços das pessoas para o cumprimento de metas e objetivos, utilizando os recursos disponíveis de forma eficiente e eficaz.

Ofenhejm (2002) destacou em seu artigo a importância da antropologia nas organizações, para ele a administração e a antropologia têm preocupações teóricas distintas, já que administração é uma disciplina essencialmente pratica, e seus temas de analise são em sua maioria relacionados a variáveis encontradas dentro de organizações e que influenciam seus objetivos e resultados. Para o mesmo, a antropologia por sua vez, estuda a cultura sem a preocupação de chegar a ferramentas para a intervenção ou o controle.

Para Buxis (2007) A antropologia empresarial favorece atitudes de observação e diálogo. A contribuição própria da antropologia é o conhecimento da cultura e as mentalidades humanas. A empresa não só é uma organização econômica de produção, mas também uma cultura tribal com símbolos, mitos, heróis e ritos próprios.

A autora Wright (1994ª) desta a razão de introduzir-se conceitos antropológicos em estudos organizacionais como metodológica na qual significados são socialmente construídos. É evidente que as organizações que se baseiam em estudos antropológicos acreditam que seus colaboradores fizeram parte de uma cultura que nem sempre contribuirá com o sucesso profissional. Porém é evidente que cultura antropológica, ou seja, passado dos indivíduos não deve ser levado em desconsideração no mento de uma contratação, mas nem sempre tal fato representa o profissionalismo existente no perfil do profissional. Além disso, o método etnográfico clássico da antropologia é pouco utilizado em questões relacionadas a cultura organizacional o que pode ter contribuído para o distanciamento das mesmas.

Duas visões que se diferem em alguns sentidos quando relacionadas à administração e cultura dentro das organizações, deveriam trabalhar lado a lado, para que juntas pudessem contribuir com o sucesso organizacional das empresas. Para isso, portanto é preciso que haja uma revisão em seus conceitos, pois com isso haverá a unificação de assuntos igualitários que contribuam com o sucesso financeiro e organizacional das entidades que se baseiam nas mesmas.

Por outro lado Ofenhejm (2002) acredita que o estudo antropológico das organizações possibilita a diminuição da distancia entre a realidade da base organizacional e a sua percepção pelos membros dirigentes. Sendo assim a produção de um trabalho etnográfico, tornará ainda mais produtiva a organização, já que destacam o processo de elaboração de dados de natureza heterogênea e permanente.

Ao possibilitar a compreensão mais aprofundada da condição humana nas organizações, o conhecimento antropológico permite a formação de um quadro mais realista dos desafios diários da administração. Para Bresler (1996, p. 5) a iniciativa justifica-se pela possibilidade de se conhecer a cultura do universo operário, conhecimento imprescindível para que se possa compreender como os sinais e orientações da alta direção são interpretados pelo chão de fabrica.

Etnografia e Cultura Organizacional, podem atuar juntas na administração, para isso, é preciso uma unificação que aborde assuntos baseando-se em ações e argumentos que enriqueça ainda mais as visões das mesas.

Ramon Santos Silva[4]

Aluno cursando Bacharel em Administração na Faculdade de Tecnologia de Valença.