FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIENCIAS, EDUCAÇÃO E LETRAS - FACEL

Curso de pós Graduação em: Docência do Ensino Superior

Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Pólo: Teologia

Data de início: 20/ 03/ 13

Disciplina: Ética, Religião e Cultura no Ensino Religioso

Data de entrega: 05/07/13

 

ÉTICA, RELIGIÃO CULTURA NO ENSINO RELIGIOSO

 

              Discorrer sobre o ensino religioso sem falar em religião é praticamente impossível. Proferir sobre Religião sem relacionar com a ética é sem sentido. Aplicar a ética fora da cultura é antiético. A religião a cultura e a ética são pontos importantes que devem ser ensinados, tratados e discutidos no ensino religioso. Para compreender melhor o que se pretende falar sobre o assunto, deve-se em primeira instância desmenbrar o tema para uma analise mais acurada.

              A ética, o primeiro ponto a ser tratado se refere a analise das ações humanas com o objetivo de classificar quais foram as melhores ações práticas por certo grupo, e assim proporem quais devem ser colocadas como princípios (ações que regem um sociedade). A ética não impõe nem a lei, nem  a moral, antes mostra caminhos para um aperfeiçoamento de ambas (SANTOS, 2000, p. 15).

              Tratar de religião é falar sobre a história de um povo e de cada indivíduo em particular, pois ela esta relacionada a todos os aspectos da vida, social, espiritual e até políticos (Tácido, 1994, p. 7). Toda “expressão religiosa esta ligada ao meio e a cultura de um povo” (p. 8).  E é nela que o homem encontra uma forma de dar respostas aquilo que ele não consegue compreender, e ainda é um meio de segurança quando se sente indefeso (Tàcido.1993, p. 9). Zilles informa que é natural do homem se ver relacionado e determinado por algo maior e superior a ele mesmo (2009, p. 6). 

              Os atos que os homens realizam deram certo se tornaram hábitos. Uns, serão praticados regularmente eventualmente por se mostram eficazes, outros passaram a ser evitados por mostrarem danosos. Esses atos são relacionados a outros, formando um conjunto de atos que se mostraram bons e ruins numa determinada época atendendo certas necessidades, os quais formam uma cultura (SANTOS, 2000, p.9). Cada povo determina sua cultura de acordo com os critérios que foram eficazes para eles. Essa cultura sempre é formada visando a realização dos seus indivíduos. Partindo dos parâmetros de sua cultura, as pessoas estabeleceram o que é certo e errado. Por isso a moral, conjunto de regras estabelecidas como certas, de um povo, não pode servir de critério para juízo de outro. Pois o indivíduo bom para uma sociedade é aquele que cumpre tudo que está estabelecido dentro de sua cultura (SANTOS, 2000, p. 11).

              Numa sociedade “capitalista, neoliberal e pós moderna”, onde predomina a “educação técnica e profissional”, evidencia-se a possibilidade de “se deixar de lado a formação humana”. Nesta hipótese surge uma sociedade mais injusta e desumana. O ensino religioso (ensino fundamental e médio) e educação religiosa ( ensino superior de universidades confessionais),  podem contribuir para formação de indivíduos mais humanos, “enquanto educa valores éticos e humanos” (ALVES, 2004, p.19).

             Concluindo após uma análise sucinta dos termos verifica-se a interdependência entre eles. O ensino religioso não é catecismo ou proselitismo (ideia muito difundida na colonização do Brasil pelos padres jesuítas, que infelizmente, ainda hoje predomina na mente de muitos), pelo contrário é o ensino religioso transpassa os limites denominacionais, não deixando margem para que esteja preso a uma denominação, pelo contrário abre uma visão para todas as religiões. Mantendo o laicismo dentro dos campos educacionais (ALVES, 2004, p. 31). O ensino religioso busca mostrar os valores éticos dentro de cada cultura, e como a religião contribui na inclusão de valores (amor, paz, união, respeito a natureza, aos outros, etc.), outras vezes pervertendo os valores (sacrifícios de humanos, guerras santas, etc.). Mostrando a importância de cada religião, e destacando que não existe uma religião perfeita, sem erros, que não dependa em parte de outras, visto que em cada religião analisada é possível encontrar vestígios de verdades, que podem ser úteis para aproximação de uma verdade que chegue perto de ser universal. O que demonstra não haver necessidade para desprezar outras pessoas que não comungam do mesmo credo religioso. Pelo contrário abre a curiosidade para uma aproximação em conhecer melhor o diferente para crescer juntamente com ele. O que torna o ensino religioso algo bom para formação de pessoas melhores, que ao invés de se odiarem se amem.       

    

REFERÊNCIAS

 

 

ALVES, Vicente Paulo. A religião e o seu ensino: Prática de ensino e relação interpessoal com os alunos. Brasília: Universa, 2004

FILHO, Tácido da Gama Leite. Origem e o desenvolvimento da religião: a religiosidade primitiva. Rio de Janeiro: JUERP. 1993

FILHO, Tácido da Gama Leite. As religiões antigas. Rio de Janeiro: JUERP. 1994

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Ética: caminhos para realização humana. São Paulo: AM, 2000.

 

ZILLES, Urbano. Filosofia da religião. 7º ed. São Paulo: Paulus, 2009