Resumo

As empresas precisam de ética. A economia precisa de ética. A sociedade necessita de ética. Segundo o Dicionário Aurélio, “ética é o estudo dos juízos de apreciação que se refere à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal”. Ética é o conjunto de valores ou padrões pelos quais uma pessoa entende o que é certo ou errado e toma decisões. O objetivo deste artigo é desenvolver a ética e seu sentido em algumas situações. Sendo assim, desenvolve-se este trabalho em três idéias. Inicialmente, relacionando o homem com a ética pessoal; depois, sobre a ética empresarial discutindo a dificuldade das empresas em manter a ética no mundo dos negócios e, em terceiro lugar, a ética no trabalho, como manter-se um profissional ético.

 

 

Palavras-Chave: Conduta-Humana; valores; padrões; decisões.

 

1 A ética no contexto pessoal

 

            No realismo de Aristóteles a ética é a ciência de praticar o bem, o bem de cada coisa está definido em sua natureza. A natureza do homem é a busca pela felicidade e a essência da felicidade estaria associada a glória, a honra da vida pública e a moral. A moral tem um forte caráter social, estando apoiada na tríade cultura, história e natureza humana. É algo adquirido como herança e preservado pela comunidade. Ratifica Lunes, para MOTTA quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada sociedade são bem aceitos, não há muita necessidade de reflexão sobre eles. Mas, quando surgem questionamentos sobre a validade de certos costumes ou valores consolidados pela prática, surge a necessidade de fundamentá-los teoricamente, ou, para os que discordam deles, criticá-los.

Para     Rodrigues “A ética     considera os atos humanos enquanto são bons ou maus”  ( p. 17.), no entanto cabe sempre a dúvida,  sobre o que é o bem e o mal, ou por que tal ação é boa ou má.

            A ética é um processo consciente ou intuitivo em que vamos aprendendo ao longo de nossa  vida, que nos ajuda a escolher entre vícios e virtudes, entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto, neste  sentido:

 

Cabe uma diferença entre os atos humanos , objeto da ética, que são as ações livres em que o homem decide fazer ou omitir, da forma que queira, porque procedem da vontade livre e deliberada (amar, desejar, falar, trabalhar) , e os atos do homem , que são ações não livres, seja por falta de conhecimento ou voluntariedade. (PUELLES, 1972, p. 610). 

 

Nesse contexto podemos interpretar as atitudes do homem para conquistar os objetivos desejados, uma predisposição habitual e firme, fundamentada na inteligência e na vontade, de fazer o bem. Ser ético, portanto, é buscar sempre estar de bem consigo mesmo, combater vícios e fraquezas, cultivar virtudes, proteger e preservar a vida e a natureza, é buscar acima de tudo ser feliz.

 

2 Ética empresarial

 

             A ética empresarial, consiste numa aplicação duvidosa de alguns princípios éticos de uma forma geral, há situações e crises bastante específicas e muitas vezes únicas. Mas, ao contrário destas aplicações, a ética empresarial trata de uma área do empreendimento humano cujos praticantes, na sua maioria, não gozam de um estatuto profissional, e de cujos motivos muitas vezes se pensa e se diz serem pouco nobres. A cobiça é na maioria das vezes é citada como o único motor da vida empresarial, e na história da ética nas empresas é, conseqüentemente, pouco lisonjeira para essa atividade, e a atenção centrou-se quase totalmente sobre o tipo de transações particulares, uma prática alegadamente não filosófica. A atividade de ganhar dinheiro sempre teve uma aliança meio desconfortável com o  senso particular de moralidade das pessoas. A ética empresarial têm aparecido com freqüência, mesmo aqueles que defendem a noção de que a integridade dos negócios pode ser um ideal atingível, tendem contraditoriamente, a deixar a exploração dos dilemas éticos a cargo da consciência particular de cada gerente, “embora muitos administradores estejam comprometidos com altos padrões éticos, muitos outros não estão convencidos de que a ética possa conciliar-se à economia”(NASH,1993, p.4.).

                        No mesmo sentido, Nash afirma que:

 

Os desafios do mercado de hoje e as sérias falhas éticas que ocorrem em quase todos os setores empresariais exigem uma abordagem mais sofisticada dos dilemas éticos, algo mais do que simplesmente fazer um jogo ou ceder a sentimentos pessoais  a respeito de si mesmo. A raiz  da palavra integridade significa “manter junto”. A integridade nos negócios hoje exige capacidades incrivelmente integrativas; o poder de manter junta uma infinidade de valores importantes e quase sempre conflitantes; e o poder de colocar na mesma dimensão a moralidade pessoal e as preocupações gerenciais (NASH,1993, p.5.)

 

            Portanto, para os administradores ceder, mesmo quando necessário é uma tarefa difícil, é mais fácil usar de outros meios anti-éticos para chegar na frente na corrida dos negócios.

 

 

3 Ética no trabalho

 

            A adoção de princípios éticos e comportamentais reflete o tipo da organização da qual fazemos parte e o tipo de pessoa que somos. Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na vida  profissional, porque cada um tem responsabilidades individuais e sociais, envolvendo pessoas que dela se beneficiam. A ética é ainda indispensável ao profissional porque, na ação humana, o “fazer” e o “agir” estão interligados. O “ fazer” diz respeito a competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem sua profissão. O “agir” refere-se a conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão, desta forma entende-se que:

A  Ética  baseia-se em uma filosofia  de  valores  compatíveis  com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, "o agir" da pessoa humana está condicionado a duas  premissas  consideradas   básicas pela Ética: "o que é" o homem e "para que vive", logo toda capacitação  científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética. (MOTTA, 1984, p. 69)

 

Pois é fundamental ter sempre em mente que a uma serie de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer (código de ética).

Para que se seja ético no trabalho é preciso, antes de tudo, ser honesto em qualquer situação. Outras qualidades são consideradas importantes para o exercício de qualquer profissão, tais como: competência, sigilo, prudência, coragem compreensão, perseverança, humildade, responsabilidade, otimismo, solidariedade, comprometimento, respeito, transparência, excelência etc. (TERRA, 2009).

                        Sobre este contexto  Arruda afirma que:

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               Um profissional ético é honesto, sincero, franco, transparente. Por essas características conquista a confiança dos colegas, subordinados e superiores. Fala quando necessário e cala-se quando deve. Incentiva seus colegas, pares ou subordinados a agirem eticamente, mesmo quando a conduta contrária pode trazer retornos financeiros mais fortes ( 2005,p.124.).

           

Então podemos dizer que o profissional ético é uma pessoa preparada técnica e moralmente para exercer uma função dentro de uma organização ou de forma autônoma. Há profissionais que preferem receber salários inferiores, mas trabalhar com ética, do que ganhar muito bem, e passar por cima de seus princípios morais e os da organização, “cabe ao profissional avaliar que alternativas ele disporá para agir corretamente”(ARRUDA,2005,p.125.).

 

 

 Considerações finais

            Portanto, ser ético é buscar sempre estar bem consigo mesmo e com os outros, saber ceder quando necessário e impor-se quando preciso e  não por os interesses acima das virtudes e valores. Se o homem entendesse e absorve-se o verdadeiro sentido da ética e não ficasse esperando que só os outros lhe sejam éticos, boa parte dos conflitos da humanidade não existiriam ou seriam menores. O que vemos é que a moralidade é o que menos interessa no mundo capitalista em que vivemos, as pessoas querem sempre mais e não se importam com o meio que utilizam para tal, a moral e a ética ficam em segundo plano. Um mundo mais ético parece utopia mas é possível se cada um fizer sua parte.

           

 

Referências bibliográficas

 

 

ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de; WHITAKER, Maria do Carmo; RAMOS, José Mario Rodrigues. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

 

NASH, Laura L. Ética nas Empresas. Traduzido por Kátia Aparecida Roque. São Paulo, 1993.

 

PUELLES, Antonio Millam. Fundamentos de filosofia. 8.ed. Madri: Rialp, 1972.

 

RODRIGUEZ LUÑO, Angel. Ética. Pamplona. Ediciones Universidad de Navarra, 1982.

 

RIOS, Teresinha Azerêdo. Ética e competência. 4.ed. São Paulo: Cortez,1995.

 

TERRA, Lucimara. Ética nas empresas: artigonal diretório de artigos gratuitos. Disponível em: http://www.artigonal.com/administracao-geral-artigos/etica-nas-empresas-596745.html

acesso em: 23 de maio de 2009.

 

SOLOMON, Robert C. Ética Empresarial. Disponível em http://www.eticaempresarial.com.br/ acesso em 23 de maio de 2009.

 

Ética: Disponível em: http://tpd2000.vilabol.uol.com.br/etica1.htm acesso em 23 de maio de 2009.

 

 

MOTTA, Nair de Souza. Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1984.

 



[1]              Acadêmica do I Semestre do curso de Secretariado Executivo Bilíngüe. UPF, Passo Fundo.