A Ética, a Moral e o Costume. 

Ética é uma palavra de origem grega com, provavelmente, duas origens. A primeira é a palavra éthos, com “e” curto, que pode ser traduzida por costume; a segunda, com “e” longo, que significa propriedade do caráter. A primeira é a que serviu de base para a tradução latina “MORAL” enquanto que a segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos a palavra Ética. Enfim, é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais e do costume. Não deve ser confundida com lei, embora a lei tenha como base princípios éticos e como fonte os costumes. 

A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, filosófica, moral e praticamente, as ações de um grupo em particular, ou é o estudo sistemático de, sobre como nós devemos agir. Realmente, os termos “ética” e “moral” são particularmente apropriados para nos orientarmos. Então, a ética não deve ser confundida com dúvida, embora com muita frequência ela se apresente como um dilema, que não é um sinonimo, á rigor.

 

Em termos mais práticos, podemos citar alguns dilemas: a prática da eutanásia. O caso do policial que se vê ante a situação de torturar uma criança adolescente para arrancar a confissão de seu pai um criminoso que mantém cinco reféns ante a real ameaça de morte. A emblemática e conhecidíssima escolha de Sofia. A da decisão sobre qual de duas gêmeas univitelinas terá que ser sacrificada para que uma delas se salve. A dos esportistas peruanos do acidente nos Andes que se alimentaram dos colegas mortos, e etc. São todos exemplos de dilemas, na sua esmagadora maioria tem anterioridade suspensiva sobre as quais muitas vezes não temos dúvidas. 

Indubitavelmente, todos os agrupamentos sociais carregam características heterogêneas onde se pode encontrar de tudo, sejam médicos, advogados, mineiros, lixeiros, políticos, enfim todos. Sempre existirão bons, magros, ruins,  gordos, ricos, éticos, pobres, não éticos, enfim todos também. 

No Brasil, o segundo agrupamento social onde se verifica a maior falta de ética é no meio político que perde apenas, pasmem, para a população carcerária. E esta não é uma constatação motivada apenas pela corrupção não, é muito mais pela mais absoluta certeza da impunidade penal que os acusados tem, por duas razões; primeiro por conta de um judiciário e um sistema de leis organizados de maneira a impedir, na prática, que os corruptos recebam qualquer punição efetiva e verdadeira; em segundo porque a falta de ética é tão arraigada que eles evitam de produzir uma legislação que corrija esta distorção. 

Exemplos, importantes até, não faltam. Em 2008 o, na época presidente Lula, supremo mandatário do País, numa certa oportunidade, afirmou com todas as letras que o Sarney não poderia ser julgado como uma pessoa comum. Absurdos da declaração á parte, talvez motivada até pela ignorância e falta de berço, ele referia-se ao político com o maior tempo de atividade do país. Há mais de 57 anos este senhor representa um estado cuja situação política, econômica e social é a uma das mais calamitosas da nação, tendo sido talvez um dos mais incompetentes dos presidentes, é sim merecedor de julgado igual a qualquer cidadão brasileiro. Até o seu voto tem o mesmíssimo valor. Também serve como exemplo, este então lapidar de nossa história recente, a queda de seis ministros acusados de corrupção, advindos da herança maldita da presidente Dilma. 

Curiosa e desafortunadamente, a perplexidade e a indignação, sempre irão ficar por conta da nossa incompetência enquanto eleitores, em eleger gente que tenha recebido educação em casa quando pequeno e tenha hoje retidão de caráter, e que não pense que pode fazer na vida, com a coisa pública o que faz na privada. Desculpem-me o trocadilho, pode até ter sido deselegante, mas foi irresistível.