Ética e Cotidiano

Em meio a tanta desordem, descrença, violência, corrupção..., fica um tanto difícil falarmos sobre Ética. No entanto, faz-se necessário, principalmente em se tratando de educação.

Ética, segundo Motta (1984) é o "conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem estar social", ou seja, ética é a forma que o homem deve se comportar no meio social. Unindo a isto, temos a consciência moral que faz o ser humano distinguir o bem do mal no contexto em que vive.

Partindo destes conceitos, e levando em consideração o contexto social amplo, como falar ou melhor, ensinar ética no cotidiano escolar? Acreditamos como educador que falar sobre este tema tão somente, não surtirá resultado concreto e duradouro, porém falar e vivenciar atitudes éticas no nosso dia a dia, na família, escola, trabalho, na rua, na praça, no ônibus, etc, o efeito será positivo, pois é o exemplo que fica.

Precisamos contrapor com valores éticos, aquele lixo que nos é jogado diariamente pela mídia para dentro de nossos lares e de nossas vidas como verdades. Anular de nossas vidas o "jeitinho brasileiro", "o toma lá da cá", a "propina", a "corrupção", e tantas outras formas de facilitar a vida do mau caráter.

Vê-se muitos por ali pousando de bom exemplo, mas que logo ali na frente fura fila, avança no sinal fechado, não respeita a faixa de pedestre, não respeita os diferentes, joga lixo na rua e tantos outros equívocos. Entende que as regras sociais são para os outros e nunca para si.

Precisamos sim nos indignar com a corrupção, a violência, a degradação da pessoa humana e do meio ambiente e reagirmos contra tudo isto. Mas também precisamos fazer uma auto crítica referente as nossas atitudes individuais praticadas no dia a dia. Será que não estamos esbarrando na ética quando chegamos atrasados no trabalho, na reunião, quando mentimos para uma criança, quando não devolvemos algo que não é nosso? É preciso ter "senso ético", olhar para dentro de nós mesmos. Criar um pacto de responsabilidade e de compromisso com a prática de hábitos éticos no cotidiano famíiar e do trabalho. Fazendo destas ações uma corrente do bem que certamente se espalhará do meu mundinho individual para o mundo familiar e dali para o trabalho e para a sociedade e que somando-se a outros mundos faremos a revolução do bem, construindo assim um mundo de justiça, igualdade e paz para todos.