A ÉTICA DE ARISTÓTELES: VIRTUDE, FELICIDADE E MORAL.

TEXTO REFLEXIVO 

A ética Aristotélica traz uma boa contribuição para a vida no seu cotidiano, dentro do campo da ética, que aborda três áreas na vida do homem, a virtude, a felicidade e a moral. Esses elementos são essenciais para a vida em sociedade e na realização do ser - humano.

Pensando na proposta do texto, a autora começa refletindo a respeito do fim, que um objetivo que todos os homens buscam em suas investigações e como finalidade última de tudo aquilo que empreendem sempre busca um fim, e o fim é sempre o bem. Entretanto, esse fim pode está presente nas ações do homem, como produto final da sua própria ação. Essa busca por finalidades tendo em vista o bem, nunca são apresentadas de uma forma igual há uma diversidades de resultados, pois somos diferentes, e existem funções diferentes. Mas na reflexão de Paula Ignácio, para tudo tem um fim último, que para Aristóteles é o bem supremo.

Para Aristóteles esse bem supremo se descobre no campo da política, pois ela é capaz de direcionar para esse rumo, porque todas as ações do homem seja ela inconsciente ou consciente, perpassa pela política. Porque as ações do cidadão e do estado estão interligadas com a política. Pois Aristóteles coloca a política como a mola mestra de todas as artes. Por ela sempre buscar o bem para o cidadão e o estado, embora o estado tenha uma série implicações para o cidadão, que por sua vez o cidadão termina se tornando escravo do estado. Mas a política como uma filosofia de vida que rege a mesma na sua coletividade, tende a levar o homem a sempre se inclinar para ao bem.

A política como uma ciência que busca o bem supremo, precisa ser utilizada com cautela, pois ela se apóia nas opiniões, e não há uma exatidão das coisas. Em si tratando dessa finalidade última de todas as ações, o bem supremo. Aristóteles vai dizer que é a felicidade. Mas a grande questão é chegar ao senso comum de felicidade, que Aristóteles apresenta de uma forma diferenciada.

É interessante refletir sobre esse assunto porque há uma compreensão distorcida de felicidade, alguns classificam ou atribuem aos prazeres, riquezas e honras. Que não está dentro do padrão de ética de Aristóteles. Aristóteles está trabalhando com valores, princípios e não com coisas supérfluas. Esses princípios segundo Aristóteles alguns já estão impregnado em nós, isto é partindo de uma boa educação, e outros são adquiridos através do conhecimento.

Pensando os três tipos de vida que são apresentados no texto, vida política, vida de prazeres e a vida contemplativa. Segundo a autora do texto, “independentemente da posição social ou educação, a maioria dos homens prefere a vida de prazeres, e terminam por tornarem-se escravos desses prazeres os quais acreditam ser o bem maior.” Isso é uma pura realidade em si tratando do equívoco de que os homens têm em relação à felicidade. Já os que se apegam a vida política dependem das opiniões para fundamentar a sua felicidade que perpassa pela honra. Aristóteles chama isso de superficial. Ele vai dizer que um bem verdadeiro é próprio do homem, e não pode ser tirado, é auto-suficiente.

Para Aristóteles a felicidade está baseada nas virtudes, pois os homens não devem buscar a honra para demonstrarem que são bons, e sim praticar a virtude. E a felicidade é um bem em si mesmo segundo Aristóteles. Todos os outros bem que visa à felicidade não é um bem em sim mesmo, que é considerado como absoluto, ou seja, auto-suficiente. E essa auto-suficiência não é algo restrito a uma só pessoa, também para a coletividade.

Nota-se que para Aristóteles auto-suficiente é aquilo que “torna a vida desejável e carente de nada”.  A felicidade é a mais desejável de todas as coisas, e que aquele que é feliz não carece de nada, pois se àquele que é feliz é acrescentado mais alguma coisa, isso seria um excesso de bens, e a felicidade é dentre todos os bens o mais desejável. Para Aristóteles o homem feliz é um homem pleno, que não precisa preencher o vazio em busca de bens.

Na qualidade de homem feliz, segundo o pensamento aristotélico há a necessidade de praticar bem as suas virtudes e persistir nelas, caso contrário não é a atitude de um homem feliz. E de igual modo o homem virtuoso precisa agir e agir bem e retamente. Isso é chamado de coisas boas da vida na visão aristotélica. O que nos chama a atenção e nos desafia a refletirmos sobre o caminho apontado por Aristóteles, que é sempre para o homem produzir coisas virtuosas. Uma vez que a vida pautada nesses valores, é prazerosa e proporciona felicidade não apenas ao indivíduo e também à coletividade.

Mas existem as virtudes exteriores que por sua vez passa pelo crivo do padrão de beleza. Que segundo o texto lido, uma pessoa que é considerada feia não é feliz, e de igual modo o homem sem prosperidade. É nessa questão que as pessoas confundem a felicidade olhando por esse ângulo. Mas ainda dentro dessa compreensão o homem virtuoso independe das circunstâncias da vida, esse homem dentro do pensamento aristotélico é considerado feliz. Entretanto, é preciso ter clara a idéia de felicidade se ela passa pelo louvor ou se é fruto da virtude.

Em si tratando da virtude humana para Aristóteles a sua origem é a virtude da alma. Sendo assim a felicidade é resultante da alma que leva o homem a praticar boas ações. Há duas classificações da alma: uma é racional e a outra irracional. As quais são completamente distintas. A irracional é a parte que é difícil de distinguir alguma ação boa ou má, pois ela é considerada vegetativa que se manifesta no sono.

Partindo desse princípio a virtude classifica-se em duas áreas, intelectual, guiada pela a razão e virtudes morais, sujeita à razão. Em que o homem se realiza? Aristóteles apresenta dois tipos de vida, vida ativa e vida contemplativa. As quais o homem pode se realizar plenamente. A vida ativa é a atividade das virtudes morais. E a vida contemplativa é a maior dentre todas as virtudes, é a atividade das virtudes intelectuais, que busca a apreensão da verdade, onde Aristóteles diz que traz uma realização maior para o ser humano.

Concluindo esta reflexão percebe-se que o pensamento aristotélico é um assunto pertinente ao ser - humano, no ponto de vista da realização enquanto indivíduo. Uma vez que o conceito de felicidade não é muito bem compreendido. Onde muitos interpretam que a felicidade é adquirida por meios de fama, bens honra e louvor.

Mas a partir desta leitura fica a reflexão, o que é a felicidade? Depende dos elementos exteriores, das riquezas ou é uma realização da alma que independe do estado em que o homem se encontra para ser feliz? Partindo do texto lido percebe-se que a proposta é conscientizar o homem refletir acerca do seu estado de homem pleno. Que resulta no bem supremo que é felicidade, e por sua vez a felicidade é um fim que se deve buscar como finalidade última.