Eterno Retorno da Matéria.

Nietzsche.

Esse poema é simplesmente fascinante.

Disse Edjar Dias de Vasconcelos.

Um filósofo importante.

Nietzsche.

Recusou a aceitar o principio.

Da possibilidade do esgotamento da matéria.

Para ele o universo simplesmente não acaba.

Pela seguinte lógica da física.

O universo repete sempre.

Aliás, tudo que existe no universo repete-se.

Pelo princípio da replicação.

Mas a respeito de Nietzsche.

Em sua obra.

O eterno retorno.

Ele defende a magnífica ideia.

Que o universo repete sempre.

Eternamente.  

Ele imagina o universo muito grande.

Porém finito.

Explica Nietzsche.

Se o universo fosse infinito.

Com o tempo sua energia dispersaria.

Naturalmente morreria.

Por ser  finito.

Como a energia não se dispersa.

O universo se repete eternamente.

Ele também admite.

Que a quantidade de matéria e energia.

Dentro do universo são também finitas.

Isso significa que a matéria e a energia.

Conservam-se.

Eternamente.

Com efeito, pode  transformar-se.

No entanto, existem limites.

Para realização da transformação.

Porque ambas sofrem limitação.

Pela sua própria natureza.

Portanto, existem  limites.

Para o que possa surgir dentro.

Do universo.

Afirma categoricamente Nietzsche.

Desse modo se pensarmos.

Que o tempo é infinito.

O que na verdade é.

Porque na sua natureza não tem como não ser.

Já se realizou um tempo indeterminado.

Tão distante da própria noção de tempo.

Que todas as transformações possam ter ocorridas.

Mas como essas indeterminações continuarão sendo infinitas.

Porque o tempo continuará desenvolvendo  eternamente sua infinitude.

Então nessa lógica que a matéria repetirá eternamente.

Mas não a alma, porque ela é simplesmente uma ideologia.

Não poderá haver ressurreição, porque na natureza não existe a morte.

Para acontecer à ressurreição o homem teria que morrer.

Mas ele muda apenas de estado.

Não é possível entender o homem separado da natureza.

Do mesmo modo não pode haver reencarnação.

Porque além do espírito ser a reprodução da linguagem.

A linguagem é reprodução do tempo histórico.

Por isso que não é  possível ter outro Aristóteles.

Marx ou Kant.

Exatamente como eles foram  aos  seus  tempos históricos.

Se o homem morresse, seria possível a ressurreição.

Se matéria permanecesse tal qual seu ultimo ponto de evolução, seria possível o milagre bíblico.

A matéria deteriora exatamente para conservar.

Reproduzir suas formas de energia.

Motivo pelo qual não é possível a ideia de ato.

Ou seja, o movimento perceptivo rumo à perfeição.

O qual imaginou a lógica formal de Aristóteles.

De acordo com o que está sendo exposto.

Imaginou peremptoriamente Nietzsche.

O que está acontecendo.

Já aconteceram milhares de vezes.

Porque se alguém pensar em um tempo histórico.

E determinar essa realização em  cinquenta bilhões de anos.

 Em referência a infinitude do tempo.

Não está imaginando nessa relação de comparação.

Nem mesmo as frações de segundos.

E tudo que existe, só existe comparativamente nesse  esse tempo infinito.

Em relação ao homem e a infinitude do tempo.

Em uma analogia comparativa.

A distância de ambos.

Decimais de segundos seriam  uma eternidade.

Para a mesma relação o homem não teria tempo.

Para piscar os olhos.

Tudo que esta acontecendo.

Já aconteceu.

E vão acontecer outras infinitas vezes.

Ad eternitum.

Quando um estado  infinito do universo acontece.

Repete-se.

Desde o estado inicial.

Deve também se repetir.

E repetirá   infinitamente.

Com efeito, tudo que existe hoje.

Já existiram infinitas vezes.

Serei sempre a eterna repetição da minha pessoa.

A matéria se repete as suas voltas.

O interessante  tudo isso.

Imagina Nietzsche.

Que nada disso tem finalidade.

É uma repetição mecânica e irracional.

Não existe um estado de equilíbrio final.

Como não existiu no inicio.

Até é difícil falar de início.

Porque nunca existiu inicio para formatação da matéria.

 Mesmo pressupondo que antes da matéria.

O que existia era ausência da energia.

Disse Nietzsche se existisse finalidade para o universo.

Já teria  muito tempo se realizado.

O mundo das forças contraditórias não tem repouso.

Como não existe ao desenvolvimento da vida.

Com efeito, o mundo das forças nunca poderá estar em equilíbrio.

A natureza do mundo é o desequilíbrio.

A mesma quantidade de matéria e energia.

O movimento é sempre igual a todo tempo.

Então diz Nietzsche.

Cheio de sabedoria epistemológica.

Para o mundo não existe finalidade.

Ausência total de objetivos.

Nenhuma origem para o universo.

Ele não torna nem melhor ou pior.

Mais belo ou mais feio.

Pelo contrário o universo é eternamente imperfeito.

O universo originou de si mesmo, por isso mesmo.

Tem que eternamente se repetir.

Se existir Deus, ele é tão impotente.

Que chega ser inferior ao próprio conceito de impotência.

O mundo se repete da mesma forma a cada instante e sempre.

Motivo pelo qual existe apenas o presente.

Disse Nietzsche qualquer estado que esse mundo.

Possa alcança-lo.

Ele já alcançou por bilhões de vezes.

E vai alcança-lo por inúmeras infinitas vezes.

Do mesmo modo que esse instante.

Já aconteceram em outros instantes.

Ele voltará ocorrer e todas as forças voltaram a se distribuir em forma de matéria e energia.

Infinitas outras vezes, como agora.

Edjar Dias de Vasconcelos.