1 INTRODUÇÃO
A busca por uma Escola com alunos ansiosos por conhecimentos, voltados para as questões dos seus objetivos futuros, mas sem perderem o vínculo com a responsabilidade no presente; autônomos em suas atitudes estudantis, não autoritários ou sarcásticos nem agressivos, como na maioria das vezes, parece cada vez mais incessante; todavia, o oposto atualmente já tem se tornado uma constante nos pátios, corredores e nas salas - de - aula, mesmo com a presença do Professor.
Apesar da necessidade que as pessoas têm de melhorar de vida e de toda dificuldade econômica com a qual tenham que lidar, foi possível observar em um grupo de alunos de classe-baixa, de uma Escola pública de Pernambuco da cidade de Jaboatão dos Guararapes, uma grande indisciplina e desinteresse em se aplicarem aos estudos, vivendo mais ao descaso do que aos valores da Escola ao seu futuro. Assim, esta pesquisa questiona qual seria a causa dessa falta de interesse e indisciplina, relacionando - os com a influência da família na escola; bem como, fornece ao estudante uma contribuição que mostra o caminho a se tornarem verdadeiros homens: A Educação, conforme Freitag (2001); e sua aplicabilidade à vida.
Tentando resolver problemas como este, os Governos têm descentralizado a ação da Escola no processo de ensino-aprendizagem, criando mecanismos como, por exemplo, o Bolsa Família, que se por um lado motivou a criança a ir à escola, por outro agiu como desfoco ao objetivo maior da escola que é o do ensino-aprendizagem. O foco agora pela mair parte das famílias está em não perder a frequência para não perder a bolsa família.
O que fazer então, para despertar na comunidade, a importância da participação mais intensa da família no processo de ensino aprendizagem para gozo do seu direito legal? Pois, conforme o parágrafo único do Capítulo IV do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), lê-se que "é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais"; como fazer do lar do discente um seguimento indispensável e atuante da Escola? Seria a ausência dos pais a causa maior ao desinteresse do discente? Ou apenas uma das causas? Quais os benefícios da família na escola ao resgate dos valores éticos da cidadania, e de uma Educação de qualidade?
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2 JUSTIFICATIVA
Observando-se o desempenho do corpo discente através de suas notas, pode-se verificar que algo estaria faltando para que fosse possível melhorar o rendimento daquela Escola pública municipal em análise, concernente ao seu alunado e ao Índice de desenvolvimento da Educação do Brasil (IDEB), o qual em 2005 verificara-se (2.1), muito inferior ao que se espera em relação à Escola de cuja função central é promover a concepção de saberes à educação, estabelecendo as competências essenciais ao dia-a-dia profissional e social do discente. Assim, foram feitas algumas observações e promovidas algumas ações básicas para que fosse possível melhorar o conceito da Escola naquela comunidade, entre essas ações esteve a mudança de Gestão escolar através de eleição direta.
Quando assumimos a gestão da Escola Pública em análise em 2004, já éramos Professor da mesma por quatro anos. Era possível observar, enquanto Professor que, se havia regimento para conduzir a Escola dignamente, o mesmo não era colocado em prática, e a ação pedagógica tornava-se inaplicável, visto que os problemas também provindos dos demais seguimentos da escola, no que concerniam aos cumprimentos de deveres, tornavam as metas cada vez mais difíceis de serem atingidas. Os estudantes não tinham noção de limites, a começar pelo portão da Escola, o qual era aberto ao longo de todo o período letivo ? só para ser minucioso ?; profissionais de todos os segmentos sem muito ou nenhum compromisso com suas funções a que foram encaminhados através de "alguma seleção"; falta de suporte por parte da Gestão escolar, em relação às atitudes tomadas pela supervisão, referentes às infrações estudantis. Havia, portanto, um descompromisso geral no que dizia respeito ao cumprimento da função maior da Escola pública que é a de servir a nossa comunidade na formação educacional das nossas crianças, jovens e adultos, o que tem sido bastante comum nas Escolas Públicas. Porém, quais seriam os verdadeiros responsáveis pelo desinteresse do discente? Seria a ausência dos representantes legais dos discentes uma das causas? Ou a maior delas?
O interesse em mudar aquela situação foi grande, pois até um denominado "corredor da morte" existia naquela época (bullying), além da questão das drogas e outras coisas de ordem libidinosa que fogem do entendimento e aceitação humanos, se as observarmos pela
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razão. O óbvio nos dizia que algo deveria ser feito com urgência para que se pudesse salvar a imagem da Escola, bem como resgatar os seus ideais, visto que o Índice de desenvolvimento da Educação do Brasil (IDEB) a colocaria com 2,1 pontos percentuais por aquele período de inoperância.
Assim, a presença da família na Escola foi realmente, necessária, não para um mero áudio passivo sem muita ou nenhuma participação no processo de formação do discente ? Encontro de Pais e Mestres (EPM) ?, mas para uma efetiva participação em palestras dialógicas, inclusive, à discussão de regimentos, práticas e conteúdos a serem aplicados ao longo do ano letivo, uma vez que não haveria ninguém melhor que os representantes dos alunos para conhecer os objetivos dos mesmos, posto que, segundo Hubbard, et al. (1993), ao que concerne o caminho de sucesso no aprendizado de Línguas, por exemplo: considerar os objetivos do discente deveria ser princípio de todo Professor à elaboração do planejamento. Portanto, observou-se que a presença mais intensa da família com metas na Escola elevou, dois anos depois, o índice do IDEB a 3,9 pontos percentuais.
Percebemos com isso que poderíamos estabelecer que a presença da família na Escola é uma estratégia determinante ao resgate do interesse do discente à concepção do saber, bem como à apropriação de valores à educação dos princípios básicos à vida.
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Verificar se com a família na Escola é possível melhorar a competência comportamental e educacional do estudante à concepção do saber, propiciando meios através de palestras dialógicas que enfatizem semióforos adormecidos no estudante, bem como na família, à dedicação, ao respeito mútuo e ao interesse pelos seus objetivos na Escola e a sua realidade; instruindo a família sobre os reais valores sociais a partir da Escola e a importância da mesma para a construção do conhecimento ao futuro, alicerçado e aplicado no hoje, resgatando valores da Educação essenciais à cidadania.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Instrumentalizar a família com conteúdos e estratégias de ensino através de palestras disciplinares essenciais à aplicação da ética na vida do estudante para o exercício da cidadania.
Nortear a família através de aconselhamentos sobre a importância da Escola para a vida do estudante com exemplos biográficos da própria comunidade;
Propiciar aos pais instruções sobre as etapas de uma educação coerente sob a ótica Kantiana através de palestras na Escola, a um processo moderno de Educação para um convívio social inclusivo, pautadas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
Aplicar normas comportamentais na sala-de-aula através do Professor que conduzam o estudante ao empenho escolar, com a ciência da família e com base legal, para inibir a agressividade na escola, resgatando o interesse pela mesma;
Instruir o discente sobre seus direitos através de oficinas de leitura do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas enfatizando seus limites à liberdade, ao gozo desses direitos.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sabemos do pouco interesse no Brasil, por parte dos Políticos, em promover uma Educação realmente de qualidade, daí vários outros seguimentos acabam sendo afetados, sobretudo, o mais importante é também o primeiro: a Educação.
A defesa da razão e da justiça e o esforço de construí-las através de processos pedagógicos autênticos teriam de refletir-se no uso dos recursos públicos, na construção da rede escolar pelos municípios e Estados, nos livros didáticos, na formação do Professor, no programa curricular, na arte e prática pedagógica voltada para a criança, suas dificuldades e necessidades." (FREITAG, 2001, p. 25).
Entretanto, não é sem razão que tudo isso acontece, pois um ser bem instruído, sob a ótica kantiana que segue todas as etapas educativas do homem em seu desenvolvimento, saberá discernir entre a emoção e a razão com mais coerência. Porém, a questão do desinteresse escolar tem ido mais longe, alcançando pais e responsáveis: a família, a qual pouco tem se envolvido, com os processos educativos de seus filhos, deixando, muitas vezes, lacunas que afetam a sequência de uma Educação de qualidade, o que tem sido um dos fatores que tem co-operado para muitos problemas de indisciplina escolar, entre eles, o que mais tem se destacado atualmente: o bullying.
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No processo educativo, segundo Freitag apud Kant (2001), as etapas de uma educação bem sequenciada, perpassam as seguintes instruções: Wartung, disziplin, underweitung e Buildung.
O Wartung seria a aplicação dos cuidados básicos à criança, tais como: amor, higiene e alimentação, que antecede à Disziplin, a qual representa a saída do ser de um estado animal a um estado mais humano; conhecedor de sua razão, independente de sua cor e raça. A Underweitung compreende a preparação do aprendiz ao seu meio social aos aspectos relativos aos procedimentos comuns ao dia-a-dia, o que podemos chamar de processo de socialização primária e secundária. E, por fim, mas não menos importante, o Buildung que consiste em a família, juntamente com a sociedade educacional, alcançarem o bem maior: a sabedoria, baseada na justiça e na moralidade.
A ausência dessas etapas ou de alguma delas na formação do cidadão, tem trazido atrofias que se revelam muito frequentemente, nos seguimentos da sociedade de uma forma geral. Entretanto, torna-se ainda mais perceptivo no ambiente escolar, por contrastar a função inerente à Escola, que seria a educação de qualidade. Numa sociedade de pais ausentes na qual o estudante tem vivido, seguir uma educação de qualidade torna-se quase impossível, por várias razões, as quais vão desde o fator emprego até ao mal bastante comum nos dias atuais: a separação de casais ? quando não se tratar de incompetência educacional ?, uma vez que, só poderá haver educação de homens se houverem homens educados a educar, segundo Freitag (2001). Os filhos, em grande maioria, não possuem o momento ao diálogo com seus pais, para que sejam repassados os requisitos essenciais ao convívio na sociedade. Prosseguindo, então, os discentes à Escola sem uma disciplina básica, para a sobrecarga do Professor em sala - de - aula e ao bullying do dia-a-dia escolar. Todos esses aspectos, quando aliados a um desempenho desmotivante por parte do docente, podem aumentar ainda mais o desinteresse do estudante, suscitando, assim, outro problema que requer certa análise por parte do pesquisador: a desmotivação das aulas de alguns Professores. Tais performances vão, desde um "chegar atrasado" ? algo que pode até ser normal, na ótica de um contexto social capitalista ? a um "leia e resuma a página tal", como uma aula dada, enquanto o mesmo corrige algumas avaliações, alegando querer delimitar sua carga horária apenas à Escola; qualquer descaso semelhante percebe-se como indignante de acordo com Bagno (1998).
Com nossa experiência no ensino da Língua Inglesa, a questão do desinteresse por parte de alguns discentes no ato da aula, sempre foi preocupante. Embora saibamos dos diferentes contextos em que vive cada um dos nossos alunos na sociedade que, por muitas razões, se expõem de forma bastante desigual e, por que não dizer, bastante injusta? Sob a
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análise da atribuição de valores profissionais e humanos da sociedade atual. Por isso buscava sempre satisfazer o discente com conteúdos e estratégias dialogistas que fossem atraentes, como a utilização de músicas, por exemplo, para o "listening".
Outra questão a ser analisada com coerência, como fator determinante ao desinteresse do docente à Educação, é a desvalorização profissional, o que segundo Bagno (1998) a análise da Educação no Brasil induz à questão salarial. Será que a questão carga-horária e valorização profissional têm sido distribuídas realmente de forma proporcional e justa do ponto de vista aquisitivo? Ou estaria o Professor tendo que ganhar tempo para suprir suas necessidades pessoais ? o que é bastante coerente ? submetendo-se a mais de um emprego? Pode-se até pressupor tangência ao problema, todavia de acordo com (RODRIGUES, p.38, 2003) "Não se pode pensar na questão da democratização limitando-se a um ou outro aspecto da ação escolar."
Entretanto, que aprendizes se têm no contexto atual? Talvez a questão não esteja mais no desinteresse apenas, senão também, na valorização daquilo que é proposto ao aluno. O que fazer para atrair o interesse do estudante pela apropriação do contexto? Será que os conteúdos são bem selecionados?Pelo menos no que concerne ao aprendizado de línguas; segundo Hubbard, et al. (1993) a elaboração do planejamento deve está baseada, sobretudo, nas necessidades do aluno e não, segundo Godin (2003) questiona, em algo que satisfaça apenas as exigências de uma grade curricular "exigida" pelo sistema de ensino vigente.
Igualmente, o relacionamento Professor-aluno e vice-versa devem ser postos em análise nesta investigação, juntamente com a família; expressando, dessa forma, o papel da comunidade aos fins da Educação no dia- a - dia escolar, conforme Rodrigues (2003); além de conscientizar a mesma das eventuais indisciplinas no ato da aula; é preciso repassar aos representantes as infrações cometidas pelos estudantes e fazer cobranças mais intensas através de regimentos de sala-de-aula, de forma a não inibir a autonomia do discente na ausência da família, tampouco o liberar ao ponto de conduzir o mesmo à indisciplina, pois, segundo Freire (1996), a autonomia tem que ser regada à disciplina, para não lidarmos com o autoritarismo no dia-a-dia social.
Logo, atualmente temos vivenciado um contexto social que, de forma direta e indireta tem convergido para o mesmo fim: a indisciplina e o desinteresse do estudante e da família aos interesses da Escola, os quais podem ser resumidos em "educação à vida". Faz-se necessária então, uma aproximação maior das partes interessadas ? Professor, família e estudante: comunidades de aprendizagem ? conforme (IMBERNÓN, 2000, p. 21-22) "A participação da comunidade é imprescindível para superar a exclusão possível de ocorrer na
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sociedade informacional em todos os níveis e, mais concretamente, no âmbito educativo". É importante para que detectemos respostas aos nossos questionamentos, e juntos possamos alcançar o bem maior que todos almejamos: a sabedoria; de forma responsável, objetivando o futuro menos excludente, mas já vivenciando as habilidades adquiridas no presente.
5 METODOLOGIA
"Refletir sobre o presente é impossível sem se valer do passado, pois neste o tempo que vivemos encontrou seu nascimento" (SACRISTÁN, 2000 p. 37)
Em 2009 fizemos uma pequena investigação que indicou melhorias mais disciplinares que conceptuais, ao longo de quatro meses (De março a junho), em uma Escola com um grupo de trezentos alunos em média (Por turno); com idade predominante dos doze aos catorze anos; distribuídos em dez salas separadas com estudantes de níveis que iam do 6º ao 9º ano. Para coletar os dados foram aplicados no primeiro momento, dois meses de estudos sob uma disciplina flexível ? sem cobranças aos representantes pela indisciplina escolar dos estudantes e sem a presença dos seus representantes; os estudantes tiveram limites e punições pedagógicas leves às suas infrações durante aquele período ?, de Março a Abril. No segundo momento, um período de estudo sob uma disciplina rígida ? com cobranças aos representantes em reuniões, e estratégias pedagógicas mais intensas (leituras e apresentações de trabalhos) ?, de Maio a Junho, quando muitos encontros e solicitações foram feitas aos estudantes e seus representantes, negociando as regras que os mesmos teriam que seguir em relação as suas obrigações concernentes à Escola e tarefas de casa, bem como seu comportamento geral como estudantes e/ou família.
Assim, foram convocados os familiares e, sob pauta que determinava alguns aspectos disciplinares como: hora de chegada, cobrança de tarefas escolares, o não uso de bonés ? como símbolo de respeito à Escola ?; seleção de vocabulário sem palavrões, suspensões acompanhadas de leituras de livros, contextualizados com o fato ocorrido ? quando possível?, reprimindo à indisciplina considerada grave, e como demarcador de extremo; até mesmo transferências, se fosse o caso de agressão física e/ou verbal ao estudante ou a qualquer funcionário da Escola. Ou seja, com a presença da família foram colocados limites à liberdade dos alunos em casa ? quando necessário ? e na Escola através de cobranças básicas na formação disciplinar do discente, conforme a visão kantiniana e suas instruções disciplinares.
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Tomamos como análise para esta investigação, os resultados das notas de Matemática apenas, por ser a matéria mais citada pelos estudantes como a mais problematizadora, em relação ao seu grau de dificuldade ? para não citar todas ? embora tenham havido resultados consideráveis também com as outras disciplinas; utilizando no primeiro momento como referencial as notas da pior das turmas daquele período ? o sétimo ano C ?, e comparando-as com as notas do segundo momento da análise. Aproximadamente, 48% do total de alunos daquela turma de 41 estudantes, tiveram uma melhoria em suas notas; 17% regrediram quanto às mesmas, e 29% ficaram para estáveis, desistentes e novatos (os que chegaram depois do período da pesquisa).
Poderíamos desta forma, supor a família como elemento coercitivo na Escola, coagindo pela sua presencialização, os seguimentos da Escola a um maior empenho funcional.
Tal estratégia será reaplicada em uma Escola pública municipal, observando maiores causas e efeitos em relação à falta de foco do estudante aos seus objetivos na Escola, e qual a importância e relação com "família na Escola" à melhoria do interesse e da disciplina, descentralizando a unidade escolar como mito educador maior e segmentando a família como base essencial à formação disciplinar do estudante.
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6 BIBLIOGRAFIA
1 BAGNO, M. Pesquisa na Escola, o que é, como se faz, Ed. Loyola, São Paulo, 1998.
2 BRASIL, Estatuto da criança e do adolescente ? ECA. Brasília, Distrito Federal:
Senado, 1990.
3 FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
4 FREITAG, B. O indivíduo em formação: diálogos interdisciplinares sobre a Educação; 3ª ed. ? São Paulo, Cortez, 2001.
5 GOLDIN, D. Medidas Essenciais para a Educação "O sonho de agora será a realidade de amanhã", São Paulo, @Edições Loyola. 2003.
6 IMBERNÓN, F. et at. A Educação no século xxi. Os desafios do futuro imediato. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
7 RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia Científica ? Completo e essencial para a
vida universitária. São Paulo: Avercamp, 2006: il.
8 RODRIGUES, N. Da mistificação da escola à escola necessária, 11. ed. ? São Paulo ? Cortez, 2003.