A aprendizagem do conhecimento social é um direito dos alunos e o campo da história é primordial para produzir essas identidades socioculturais, em que o aluno ganha domínio em relação às categorias e conceitos que os permitam intervir no mundo. Nesse sentido as matérias de história e geografia estão canalizadas nos conteúdos de Estudos Sociais.
A matéria de Estudos Sociais é pouco explorada no sentido de incentivar a busca pela própria história dos alunos, ou seja, de suas vidas e antepassados, como, por exemplos, acontecimentos do seu nascimento até o dia atual da sua vida, quais acontecimentos marcaram sua trajetória, pessoas que fizeram parte ou fazem parte, quem são de onde vieram o que havia no seu tempo que hoje não há mais, ou falar dos avanços comparando com as maquinarias de antes. Falar sobre os espaços geográficos, as transformações das cidades, da sua própria região, da sua rua da sua ou casa.
O ensino de história é focado na Europa como centro irradiador da história e da civilização em que o Brasil passa a existir a partir da sua extensão. Desta forma os próprios brasileiros acabam por ignorar a própria história de suas origens, por não terem o domínio básico da real existência do país brasileiro.
Fala-se em abolir a descriminação, mas enquanto isso se vê na escola, ou melhor, dizendo nos materiais didáticos conteúdos que excluem o índio, o negro, a mulher e elevam o homem branco, como principal protagonista da construção da história até a atualidade. Temas como esses devem ser debatidos fundamentados e exemplificados com fatos reais de agora, para que os alunos, mesmo que, ainda crianças criem conceitos de valores de direitos e deveres, onde TODOS sem distinção homens, mulheres, crianças, de todas as etnias fazem parte do registro histórico do país, da cidade da região ou localidade em que vive. As ações do Homem é que cria, transforma e revoluciona.
Na era da informática, na velocidade em que as notícias percorrem o mundo, em segundos um fato novo já é passado, a memória torna-se curta e graças aos registros escritos ou de imagens é possível voltar a eles. E assim a escola deve se perceber, numa associação de acontecimentos de episódios que são lançados num determinado período histórico, catalogando presente, passado e futuro marcados pelas experiências afetuosas.
Enfim, os Estudos sociais se bem pensado pelos educadores e planejado com um olhar frente ao tempo atual das crianças, pode ser incorporado nele outras matérias ou conteúdos que considerem o ensino significativo. Como num passeio pelo bairro da escola, pelos pontos turísticos da cidade apontando suas histórias, num piquenique falar sobre a alimentação, de onde vem os alimentos, planejar estas atividades junto com os alunos, criar regras e horários. Adicionar as experiências fora da escola com as vivenciadas nos tempos cronológico, biológico e natural. Estudar ciências, matemática, geografia, história, língua portuguesa (que a meu ver deveria ser chamada de língua brasileira, que é a nossa nacionalidade), estudar a história das artes da educação física.
Entretanto, são infinitas “janelas” que se desfazem devido à má interpretação das reais funções educacionais de ensino, a de ensinar para o crescimento com vistas na cidadania em que a história do presente dos alunos se faz urgente, em conhecer-se como parte dos acontecimentos que alteram a história atual.


Cláudia Gomes