Estudo de quatro espécies quanto ao teor de clorofila
Publicado em 27 de novembro de 2011 por Roberta Magalhães Luna
UTAD- UNIVERSIDADE DE TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO
Mestrado em Engenharia do ambiente
Stresse Edafo-Ambiental e Fisiologia Vegetal
Roberta Magalhães Luna
Introdução
O processo de fotossíntese utiliza a luz solar que incide sobre os órgãos fotossintéticos para formar compostos energéticos (sacarose). A energia luminosa capturada pelo aparelho fotossintético, composto por clorofila e pigmentos acessórios, é convertida em energia química, calor e fluorescência (Taiz e Zeiger, 2004).
As reações de fotossíntese ao atingirem um estádio de equilíbrio ou estado estável, que se dá sob determinada condição luminosa, há transferência de elétrons oriundos da oxidação da água para o aceptor nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP+), enquanto os centros de reação dos fotossistemas I e II absorvem energia luminosa (Baker e Rosenqvist, 2004). Sob condições normais a maior parte da energia contida nas moléculas de clorofila excitadas é utilizada para fixar carbono (Saquet e Streif, 2002).
Material e Métodos
O estudo foi desenvolvido no Jardim Botânico do Campus Universitário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD/Portugal, no final do mês de julho de 2011, num dia de céu limpo. Foram utilizadas seis folhas maduras e completamente expandidas com altos teores de clorofila em bom estado das seguintes espécies: Arbutus unedo L. (Família Ericaceae); Prunus lusitanica spp (Família Risaceae); Acacia melanoxylon R. Br. (Família Fabaceae) e Pittosporum undulatum (Família Pittosporaceae)
O teor de Clorofila foi medido no aparelho SPAD, as amostras coletadas em seis potes, sendo uma folha por pote e quatro medições SPAD em quatro folhas distintas, sem manchas amarelas.
Resultados e Discussão
Os resultados das medições do teor de clorofila são apresentados a seguir. Como se pode observar a espécie Prunus Lusitanica apresentou maior teor de clorofila em todas as medições, sendo seguida pela Acacia Melanoxylan, Arbutus Unedo e, por fim, Pittosporum.
ESPÉCIE |
SPAD |
Prunus Lusitanica Amostras 1º medição 2º medição 3º medição 4º medição
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6 54,7 62,6 54,7 62,2 |
Arbutus Unedo (medronheiro) Amostras 1º medição 2º medição 3º medição 4º medição
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6 51,5 44,5 47,6 44,3 |
Acacia Melanoxylan R. BR Amostras 1º medição 2º medição 3º medição 4º medição
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6 52,5 58,0 56,6 57,8
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Pittosporum Amostras 1º medição 2º medição 3º medição 4º medição
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6 48,8 48 49 50,2 |
A perda de clorofila é a característica preferencial e mais fácil de ser avaliada para descrever o amarelecimento de folhas em senescência e mudanças de cor de frutas em amadurecimento (Matile e Hörtensteiner, 1999, Hörtensteiner, 2006).
Além disso, a mudança de cor da casca de alguns frutos ocorre devido ao acúmulo de carotenóides e antocianinas na epiderme (Olmo et al., 2000; Agati et al., 2005). A técnica da fluorescência da clorofila foi utilizada por Lai et al. (2007) para analisar os principais metabólicos secundários produzidos na epiderme de frutos de tomate durante o amadurecimento, que verificaram marcante mudança no padrão de composição de pigmentos, com progressiva degradação de clorofila e aumento da concentração de carotenóides até a fase de maturação completa.
Conclusão
A espécie Prunus Lusitanica apresentou maior teor de clorofila em todas as medições.
Bibliografia
Baker, N.R. (2008) Chlorophyll fluorescence: A probe of photosynthesis in vivo. Annu. Ver. Plant Biol., 59:89-113.
Hörtensteiner, S. (2006) Chlorophyll Degradation During Senescence. Annu. Rev. Plant Biol., 57:55-77.
Lai, A., Santangelo, E., Soressi, G.P., Fantoni, R. (2007) Analysis of the main secondary metabolites produced in tomato (Lycopersicon esculentum, Mill.) epicarp tissue during fruit ripening using fluorescence techniques. Postharvest Biology and Technology, 43 (3):335–342.
Matile, P., Hörtensteiner, S. e Thomas, H. (1999) Chlorophyll degradation. Annual Review Plant Physiology, Plant Molecular Biology, 50:67-95.
Olmo, M., Nadas, A., García, J.M. (2000) Nondestructive Methods to Evaluate Maturity Level of Oranges. Journal of Food Science, 65 (2):365-369.
Saquet, A.A., Streif, J. (2002) Chlorophyll fluorescence as a predictive method for detection of browning disorders in ‘Conference’ pears and ‘Jonagold’ apples during controlled atmosphere storage. Ciência Rural. Santa Maria, 32 (4):571-576.
Taiz, L., Zeiger, E. (2004) Fisiologia vegetal. Santarém, E.R. et al. (Trad.). 3ª ed. – Porto Alegre: Artimed, 643 p.