ESTUDO DE CASO SOBRE METRORRAGIA  

Fátima Cristina Marques Nogueira Ramos De Carvalho 1 Ialli Carla Silva Cardoso 1 Ingrid Melo de Oliveira 1   Anderson de Oliveira Santos 2                          

1 Acadêmica do Curso de Enfermagem, Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, Barreiras/BA. 2 Acadêmico do Curso de Direito, Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, Barreiras/BA.  

Resumo  

O estudo foi realizado através de uma paciente internada no HMED com diagnóstico médico de metrorragia (sangramento vaginal entre os períodos menstruais regulares). A importância deste estudo se deve pela as patologias que podem vir a causar a metrorragia, provavelmente pela forma mais significativa da disfunção menstrual porque pode sinalizar o câncer, tumores benignos do útero ou outros problemas ginecológicos. O estudo tem caráter bibliográfico no qual teve como base o diagnóstico de metrorragia de uma paciente. Teve-se como objetivo geral, aprofundar o conhecimento clínico e terapêutico sobre metrorragia, além de apontar causas, consequências e suas relações com o cuidado de enfermagem na vida feminina, e objetivos específicos, Apontar a fisiologia uterina para melhor entendimento da metrorragia; Relatar a forma de desenvolvimento da metrorragia; Classificar a metrorragia; Apontar os sinais e sintomas da metrorragia; Citar diagnóstico de metrorragia; Relatar principais formas de tratamento da metrorragia; Identificar as formas de prevenção da metrorragia; Descrever a forma que assistência de enfermagem deve agir sobre a metrorragia. O estudo contém a evolução de enfermagem da paciente contendo o seu exame físico completo, na qual é essencial para um bom prognóstico, seguido da assistência de enfermagem. estudo sobre o útero pode desenvolver patologias a nível benigno ou maligno, dentre essas a metrorragia; a qual merece uma atenção especial, frente aos cuidados prestados pela equipe de enfermagem. 

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Palavras-chave: Metrorragia, Cuidados de enfermagem, Estudo de caso.  

1.Introdução  

Estudo de caso realizado no HMED com a paciente N. P. A. no qual seu diagnóstico médico é metrorragia (sangramento vaginal entre os períodos menstruais regulares). Provavelmente é a forma mais significativa da disfunção menstrual porque pode sinalizar o câncer, tumores benignos do útero ou outros problemas ginecológicos. Essa condição garante o diagnóstico e tratamento precoces. Embora o sangramento entre os períodos menstruais apresentado por uma mulher que toma contraceptivos orais geralmente não seja grave, deve ser avaliado o sangramento irregular em uma mulher que toma TRH. O diagnóstico de tal patologia está associado aos dados históricos da paciente, exame físico com exame especular e colposcópico, além de métodos complementares de diagnóstico como ecografia pélvica, biópsia de endométrio e histeroscopia, que é o método ideal para o diagnóstico de patologia endometrial. A menometrorragia é o sangramento vaginal intenso entre e durante os períodos, exigindo avaliação. O sintoma mais comum é o sangramento vaginal excessivo, principalmente durante a menstruação e, em geral, com saída de coágulos, associados ou não às cólicas. Além de mulheres em períodos ovulatórios, podem ocorrer em mulheres no período anovulatório, sendo estas com idade superior a 50 anos, ou seja, período de menopausa, no qual, as causas da metrorragia são mais graves.   O tratamento da metrorragia depende da causa do problema e pode incluir medicamentos para regular os hormônios, antibióticos para tratar infecções ou outras prescrições, como solicitações cirúrgicas entre outros, para cuidar do problema de saúde.  

2. Fisiologia do Útero  

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O útero serve como parte do caminho para o espermatozóide alcançar as tubas uterinas. Também é o local da menstruação, implantação do óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gravidez e parto. Situado entre a bexiga urinária e o reto, o útero tem o tamanho e o formato de uma pêra invertida. As subdivisões anatômicas do útero incluem: (1) uma parte em forma de domo acima das tubas uterinas, chamada de fundo, (2) uma parte central cônica chamada de corpo e (3) uma parte inferior estreita, chamada de colo, que se abre para a vagina. Entre o corpo e o colo do útero fica o istmo. Histologicamente, o útero consiste em três lâminas de tecido: perimétrio, miométrio e endométrio. A camada externa o perimétrio é parte do peritônio visceral; é composto de epitélio escamoso simples e tecido conjuntivo areolar. A camada média do útero, o miométrio, consiste em três camadas de fibras musculares lisas e é mais espessa no fundo e mais fina no colo. A camada interna do útero, o endométrio, é muito vascular e composta de uma camada interna de epitélio colunar simples, que reveste o lúmen. O endométrio é dividido em duas camadas: o estrato funcional reveste a cavidade do útero e é destruído durante a menstruação; uma camada mais profunda, o estrato basal é permanente e dá origem a novo estrato funcional, após cada menstruação. O sangue é fornecido ao útero por ramos das artérias ilíacas internas chamadas de artérias uterinas. Os ramos, chamados de artérias arqueadas, estão dispostos de maneira circular no miométrio e emitem as artérias radiais, que penetram profundamente no miométrio. Imediatamente antes dos ramos entrarem no endométrio, dividem-se em dois tipos de arteríolas: as arteríolas retas, que suprem o estrato basal com as substancias necessárias para regenerar o estrato funcional, e as arteríolas espirais, que suprem o estrato funcional e mudam, acentuadamente, durante o ciclo menstrual. O sangue que deixa o útero é drenado pelas veias uterinas para as veias ilíacas internas.  

3. Desenvolvimento da patologia Enquanto a maioria das condições que causam sangramento uterino anormal pode ocorrer em qualquer idade, algumas ocorrem mais freqüentemente em alguma época da vida da mulher.     

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Mulheres na menopausa  Várias condições podem causar sangramento uterino anormal durante a menopausa. Mulheres que fazem reposição hormonal podem apresentar sangramento cíclico. Qualquer outro sangramento que ocorra durante a menopausa é considerado anormal e deve ser investigado. As causas de sangramento anormal durante a menopausa incluem: Patologias ginecológicas orgânicas, tais como, lesões da vagina e do colo uterino, câncer de colo uterino, câncer de endométrio, hiperplasia do endométrio, pólipo endometrial, miomatose uterina e tumores ovarianos produtores de hormônios,  atrofia endometrial;Infecção uterina;Uso de anticoagulantes;Efeitos colaterais de radioterapia.  Ocorre mais comumente nos extremos da vida reprodutiva; > 50% dos casos de sangramento uterino disfuncional (SUD) ocorrem em mulheres > 45 anos, e 20% em adolescentes. Embora o SUD possa ocorrer em associação a ciclos ovulatórios e anovulatórios, > 70% dos episódios são associados à anovulação. Assim, o SUD é comum em mulheres com a síndrome do ovário policístico (SOP). O sangramento nas mulheres anovulatórias é geralmente o resultado da estimulação do endométrio com estrogênios não contrapostos e podem resultar em hiperplasia endometrial. O endométrio, espessado pelo estrogênio, então se descama incompleta e irregularmente, e o sangramento se torna irregular, prolongado e algumas vezes profuso. O sangramento anormal pode também ocorrer em mulheres que tomam alguma forma de estrogênio de origem exógena. Nos ciclos ovulatórios, o sangramento anormal é geralmente devido a anormalidades da fase lútea. A história e o exame físico não podem distinguir as pacientes com sangramento uterino anormal que têm hiperplasia endometrial daquelas que não a possuem. Dentre as causas, inclui-se a disfunção hormonal. Quando falamos em sangramento disfuncional, pressupõe-se que todas as outras causas já foram excluídas. O grande desafio clínico é exatamente chegar ao diagnóstico preciso de sangramento uterino disfuncional, pois o tratamento será, em princípio, exclusivamente hormonal e sem possibilidade de fracasso. Se falhar, com certeza não será disfuncional. Neste caso, teremos que melhorar a nossa propedêutica, para identificar a real causa orgânica. Este é o primeiro e 

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fundamental axioma: "Sangramento disfuncional corrige-se com hormônios. Se não corrigir, não é disfuncional, é orgânico". Pode surgir durante a gravidez e pode ser um sintoma de aborto. Pode ser um efeito secundário de controle de natalidade feito com pílulas contraceptivas ou DIU (dispositivo intra-uterino), medicação, alterações de peso, stress e outras razões.   

4. Classificação O sangramento uterino disfuncional é representado por duas situações distintas. Aquele que ocorre em pacientes que estão ovulando e o que ocorre nas pacientes que não estão ovulando.  

4.1 Sangramento disfuncional ovulatório Cerca de 15% das pacientes com sangramento uterino disfuncional apresentam ciclos ovulatórios.  Sangramento da ovulação. Ocorre com mais freqüência no fim da vida reprodutiva. É geralmente escasso e coincide com o período ovulatório, que pode ser identificado pela secreção mucosa, clara, abundante e filante que se apresenta rajada de sangue e eventualmente associada à dor da ovulação (Mittelschmerz). O sangramento pode durar de um a três dias e é possivelmente secundário à formação de pequenos trombos nos vasos endometriais conseqüentes à elevação plasmática dos níveis de estrogênios, mas pode também ser devida ao sangramento da rotura folicular por ocasião da ovulação, que é captado pelo óstio tubário. Pacientes em uso de anticoagulantes estão mais sujeitas a este tipo de sangramento, podendo às vezes chegar até à formação de hemoperitôneo;  

4.2 Sangramento disfuncional anovulatório É uma das manifestações clínicas da anovulação crônica, qualquer que seja a sua etiologia, e representa 80% dos casos de hemorragias disfuncionais. O sangramento pode ser leve ou intenso, constante ou intermitente, geralmente não associado a sintomas de tensão pré-menstrual, retenção hídrica ou dismenorréia, embora algumas vezes a paciente relate cólicas devido à passagem de coágulos pelo canal cervical. 

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5. Sinais e sintomas O sintoma mais comum é o sangramento vaginal excessivo, principalmente durante a menstruação (hiperfluxo menstrual) e, em geral, com saída de coágulos, associados ou não às cólicas. Este sangramento pode ocorrer também fora da menstruação e por períodos prolongados (metrorragia), podendo levar a anemia. Sensação de peso em baixo ventre, aumento da freqüência urinária (devido a compressão da bexiga) e constipação intestinal (devido a compressão do intestino). Aumento do volume abdominal. Cólicas menstruais (dismenorréia), dor durante o ato sexual (dispareunia) e dores pélvica e lombar.  

6. Diagnóstico É dado através do Histórico Familiar e Clínico da paciente. Exame físico com exame especular e colposcópico. Métodos complementares de diagnóstico como ecografia pélvica, biópsia de endométrio e histeroscopia, que é o método ideal para o diagnóstico de patologia endometrial. Durante a conversa com a mulher na consulta médica, o ginecologista deve revisar a duração e a quantidade de sangramento; fatores que desencadeiam o sangramento; sintomas que ocorrem junto com o sangramento como dor, febre, odor vaginal; se o sangramento ocorre após a relação sexual; se há história pessoal ou familiar de distúrbio de coagulação; passado médico e uso de medicações; alterações recentes de peso, stress, novos programas de exercício e outras doenças. O ginecologista deve realizar o exame físico para avaliar a saúde global da mulher, e o exame pélvico para confirmar que o sangramento é mesmo proveniente do útero e não de outra localização (órgãos genitais externos ou trato gastrointestinal). Durante o exame pélvico, deve-se observar qualquer lesão óbvia (cortes, tumores) e avaliar o tamanho e o formato do útero. O colo uterino deve ser avaliado e o exame de Papanicolau (preventivo) deve ser coletado.   6.1 Exames Laboratoriais  

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Em mulheres na pré-menopausa, um teste de gravidez deve ser sempre realizado. Se há qualquer corrimento vaginal anormal, uma cultura da secreção deve ser solicitada. Exames de sangue podem ser realizados para determinar se há problemas com a coagulação ou outras doenças sistêmicas (doenças de tireóide, fígado ou rins).    6.2 Avaliação Endometrial  Testes para avaliar o endométrio devem ser realizados para excluir câncer endometrial e anormalidades estruturais tais como miomas e pólipos. Estes testes incluem:  

6.2.1 Biópsia endometrial: é freqüentemente realizada em mulheres acima de 35 anos para excluir câncer endometrial ou anormalidade de crescimento endometrial. Também pode ser realizada em mulheres com menos de 35 anos, com fatores de risco para câncer de endométrio (obesidade, anovulação crônica, história de câncer de mama, uso de tamoxifeno ou história familiar de câncer de mama ou de cólon).   

6.2.2 Ecografia transvaginal: permite a obtenção de uma imagem clara do útero, possibilitando a avaliação e a mensuração da camada endometrial. Mulheres na pós-menopausa normalmente possuem o endométrio fino, geralmente menor do que 4mm. A ecografia não consegue fazer distinção entre diferentes tipos de anormalidades (por exemplo pólipo versus câncer) e avaliação adicional pode ser necessária.  

6.2.3 Histerossonografia: permite uma melhor visualização do interior do útero e pequenas lesões podem ser mais facilmente detectáveis. Neste teste, uma ecografia transvaginal é realizada após injeção de solução salina dentro do útero. No entanto, como amostras de tecido não podem ser obtidas durante o procedimento, o diagnóstico final nem sempre é possível e avaliação adicional, geralmente incluindo histeroscopia com dilatação e curetagem pode ser necessária.  

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6.2.4 Outros exames de imagem: a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são exames não invasivos que são utilizadas em algumas ocasiões para determinar se há miomas ou outras anormalidades estruturais do útero.   

6.2.5 Histeroscopia: consiste da introdução de uma pequena câmera através do colo uterino para se visualizar a cavidade uterina. Ar ou liquido é injetado para expandir o útero e permitir a inspeção da cavidade uterina. Amostras de tecido (biópsias) podem ser realizadas. Em alguns casos, a histeroscopia é realizada associada a uma dilatação e curetagem.  

6.2.6 Dilatação e curetagem: o colo uterino é dilatado e instrumentos são inseridos e usados para remover tecido endometrial ou uterino. Algumas vezes pode ser usado como tratamento para sangramento prolongado ou excessivo decorrentes de alterações hormonais e que não sejam responsivos a outros tratamentos.  O primeiro e mais difícil passo será afastar causas orgânicas. Feito isto, o segundo passo será separar estas pacientes em dois grupos: as que estão ovulando (sangramento disfuncional ovulatório) e as que não estão ovulando (sangramento disfuncional anovulatório). Isto se faz simplesmente pela anamnese associada a qualquer método que comprove a presença ou ausência da ovulação (temperatura basal, dosagem da progesterona, colpocitologia funcional, cristalização do muco cervical, ultra-sonografia etc). A temperatura basal é simples, eficiente, não custa nada e é o suficiente, além de fornecer informações adicionais. Na puberdade, o sangramento uterino anormal é geralmente disfuncional (endócrino), tornando-se progressivamente mais relacionado com doenças orgânicas, à medida que se aproxima da menopausa. O diagnóstico é portanto mais fácil na adolescência, tornando-se mais difícil e complexo na idade madura, onde será feito por exclusão das causas orgânicas. A simples visão da paciente ao entrar no consultório poderá nos alertar para eventual distúrbio endócrino tipo obesidade, magreza excessiva, hirsutismo, hipotireoidismo ou Cushing, que poderiam interferir no eixo C-H-H-

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O levando à anovulação. A história menstrual informará geralmente uma menarca na época habitual e ciclos subseqüentes irregulares no período e duração, o que, por si só, fala da possibilidade de ciclos anovulatórios, pois a ocorrência é comum nesta faixa etária e traduz tão somente a fase de amadurecimento do eixo hipotálamo-hipofisário. A maioria das perdas sangüíneas não são severas e as adolescentes podem ser seguidas sem uma intervenção ativa até que se estabeleçam os ciclos ovulatórios. Entretanto, se o sangramento for prolongado ou severo, deveremos afastar um distúrbio da coagulação. Estes distúrbios são encontrados em cerca de 20% das jovens que são hospitalizadas devido a sangramento uterino abundante. Defeitos da coagulação estão presentes em cerca de 30% daquelas que necessitam transfusão de sangue. A menarca é, para muitas adolescentes, a primeira oportunidade que elas terão de testar seus mecanismos de coagulação, por isso, patologias como doença de Von Willebrand, deficiência de protrombina, púrpura trombocitopênica idiopática, ou distúrbios que levam a deficiência ou disfunção plaquetária, como leucemias e hiperesplenismo, só serão suspeitadas ou diagnosticadas neste período. Devemos indagar sobre o uso de medicamentos que podem interferir na menstruação, especialmente hormônios e drogas tipo sulpirida, metoclopramida, tranqüilizantes e outras que atuam no sistema nervoso central, modificando a ação dos neurotransmissores responsáveis pela liberação ou inibição dos hormônios hipotalâmicos que regulam a atividade hipofisária. Se a paciente tem vida sexual ativa, indagar se faz uso de dispositivo intra-uterino.   

7. Tratamento   

O tratamento da metrorragia depende da causa do problema e pode incluir medicamentos para regular os hormônios, antibióticos para tratar infecções ou outras prescrições para cuidar de algum problema de saúde. Se o sangramento ocorre devido ao DIU, o ginecologista pode querer removê-lo.  

  Medicação hormonal, 

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  Anticoncepcionais orais,   Medicação anti-inflamatória,   DIU medicado com progesterona,   Histeroscopia cirúrgica,   Histerectomia.  

7.1 Pílulas Anticoncepcionais  São geralmente utilizadas para tratar o sangramento uterino que é decorrente de alterações hormonais ou de irregularidades hormonais. Podem ser usadas em mulheres que não ovulam regularmente para estabelecer ciclos menstruais regulares e evitar crescimento excessivo do endométrio. Em mulheres que ovulam, elas podem ser usadas para tratar o sangramento menstrual excessivo. Anti-inflamatórios também podem ser úteis na redução da perda sangüínea no período menstrual nessas mulheres.      7.2 Progesterona  É um hormônio produzido pelo ovário que é efetivo na prevenção de sangramento excessivo em mulheres que não ovulam regularmente. Uma forma sintética da progesterona pode ser recomendada para tratar alguns tipos de sangramentos anormais. Os progestágenos são geralmente utilizados como as pílulas anticoncepcionais, e, quando interrompidos, a mulher deve esperar o sangramento menstrual nos próximos 14 dias. Em alguns casos são administrados de um modo regular para evitar crescimento excessivo do endométrio e sangramento uterino aumentado. Podem ser administrados de outros modos, tais como: injeção trimestral, implante ou dispositivo intra- uterino.   

7.3 Dispositivo Intra-Uterino (DIU)  O dispositivo intra-uterino medicado com progestágeno pode ser recomendado para mulheres que não ovulam regularmente. Ele diminui o sangramento menstrual em 40 a 50% e diminui a dor relacionada às menstruações. Em algumas mulheres o sangramento menstrual pode cessar 

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completamente, o que é reversível quando o dispositivo é retirado da cavidade uterina.     7.4 Cirurgia  A cirurgia pode ser necessária para remover estruturas uterinas anormais (miomas, pólipos). Mulheres que estão com a prole definida e que apresentam sangramento menstrual intenso podem considerar a possibilidade de um procedimento cirúrgico como a ablação endometrial. Este procedimento é realizado utilizando o calor, o frio ou o laser para destruir a camada interna do útero. Mulheres com miomas podem ser tratadas cirurgicamente por meio da remoção dos miomas (miomectomia) ou da histerectomia (remoção do útero). Uma alternativa seria a redução do fluxo sanguíneo para os miomas por meio da embolização da artéria uterina.  O tratamento varia com a idade da paciente, a extensão do sangramento, avaliação patológica do endométrio e os desejos da paciente. Mesmo os episódios agudos de sangramento abundante nas mulheres anovulatórias podem geralmente ser tratados dando-se 1 comprimido de contraceptivo oral de tipo combinado, cada 6h, 5 a 7 dias. O sangramento deve parar em 12 a 24h, mas as pacientes apresentarão sangramento abundante, freqüentemente com cólicas, 2 a 4 dias após a interrupção da terapia. A recidiva é impedida dando-se uma combinação de agentes orais contraceptivos ciclicamente por pelo menos 3 meses. Caso as menstruações cíclicas espontâneas não retornem e uma gravidez não seja desejada, ou se o uso de contraceptivos orais for contra-indicado por alguma razão, a paciente pode ser tratada com progestina (acetato de medroxiprogesterona por 10 a 14 dias cada mês). A curetagem uterina se encontra indicada em pacientes que falham em responder à terapia hormonal (demonstrado por uma biópsia subsequente) e naquelas nas quais o sangramento irregular persiste. Caso uma gravidez seja desejada, então a ovulação pode ser induzida. A indução da ovulação com citrato de clomifeno pode ser oferecida. De modo similar, o citrato de clomifeno pode ser utilizado para tratar uma disfunção lútea. A HCG e progesterona têm sido também utilizadas para o tratamento da disfunção lútea. 8. Prevenção 

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Não se conhece forma de se evitar algumas das causas da metrorragia, como endometriose, adesões, fibróides, cistos, tumores e mesmo uma gravidez tubária. Mas é importante, quando em qualquer tratamento de saúde, seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos da forma prescrita. Não pratique a automedicação e procure adotar hábitos de vida saudáveis para evitar o diabetes.  

9. Evolução de Enfermagem  

Hospital Municipal Eurico Dutra  07/ABRIL/2011  QUINTA-FEIRA  14:30Hrs. Paciente N.P.A., 54 anos, leito 62, internada há dois dias na unidade de clínica médica com HD: Mioma uterino (SIC). Apresenta-se consciente, orientada, contactuante, verbalizando, deambulando e bem humorada. Encontra-se em decúbito lateral direito. Ao exame físico: Crânio sem abaulamento; Couro cabeludo íntegro, fâneros com sujidade e emaranhados; Face simétrica. Cavidade ocular: pupilas fotorreagentes e isocóricas, escleróticas anictéricas, presença de pterígio em olho direito, mucosas normocrômica, pálpebras com ausência de hordéolos e ptose, íris com coloração biforme, acuidade visual mantida. Cavidade nasal: sem deformidades, sem sujidade, ausência de epistaxe, olfato presente (SIC). Cavidade oral: Apresenta lábios normocorados língua lisa úmida com pequena quantidade de saburra, saliva preservada, mucosa normocoradas, dentição superior e inferior incompleta presença de cárie sem tratamento ausência de prótese e halitose. Cavidade auricular: Presença de cerume com sujidade, ausência de corpo estranho, audição preservada, com ausência de prótese. Pescoço com ausência de nódulos e linfonódolos palpáveis, glândulas salivares sem alterações e palpáveis, tireóide palpada sem anormalidades, com mobilidade presente, frêmito toracovocal com alta intensidade, tórax simétrico e expansivo, ausculta 2BRNF audíveis sem sopro, múrmuros broncovesículares sem presença de ruídos adventícios percussão sem anormalidades, palpação indolor. Mamas com ausência de nódulos palpáveis. MMSS: Sem alterações, turgor preservada, pele normal, ausência de edema, perfusão capilar menor que dois segundos, mobilidade presente. MSD, com presença de AVP sem fluir, presença de edema na região 

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devido à infiltração do acesso. Abdome plano e expansivo, ausculta ruídos hidroaéreos normativos, percussão sem anormalidades, palpação com ausência de visceromegalia, com presença de algia. Genitália: ausência de anormalidades. MMII, apresentam turgor preservado, pele normal, presença de edemas, perfusão capilar menor que dois segundos, mobilidade presente. Eliminações: intestinal uma vez ao dia (SIC). Diurese dez vezes ao dia, coloração avermelhada devido ao ciclo menstrual, sem anormalidades (SIC). Paciente queixando-se de algia em região do flanco Ilíaco direito (FID) para a mesogástrica, hipogastrica, em sentido a região pélvica esquerda, percorrendo o membro inferior esquerdo; refere-se uso de anti-hipertensivo, acompanhamento no PSF, preventivo uma vez ao ano, boa aceitação da dieta oferecida, refere ainda ciclo menstrual presente há dois anos consecutivos e que no momento o fluxo se encontra em pouca quantidade, passará por um procedimento cirúrgico histerectomia (SIC). Paciente orientada quanto a manter a higiene, realizar o exame de mama, continuar a tomar os anti-hipertensivos nos devidos horários. SSVV: P= 82 bpm, T= 36.3°C, PA= 130X70 mmHg, R= 20rpm. Segue aos cuidados de Enfermagem.  

Assistência de enfermagem A Enfermagem é uma profissão de assistência que fornece serviços que contribuem para a saúde e bem-estar do cliente, família e comunidade. A prática da Enfermagem significa o desempenho de qualquer ato de observação, cuidado e aconselhamento do cliente, traumatizado ou enfermo, na sua recuperação e na manutenção e prevenção de outras doenças. Segundo Horta (1979), “A Enfermagem é definida como a arte e a ciência de assistir o ser humano no processo saúde/doença, recuperá-lo e reintegrá-lo à sociedade.” O procedimento/cuidado de Enfermagem é uma ação planejada que visa atender as necessidades humanas básicas “NHB” do individuo, deve ser instituída ao cliente de forma holística, por meio da prescrição de Enfermagem, a qual visa restabelecer as “NHB” afetadas do cliente. A prescrição de Enfermagem é privativa do Enfermeiro que a realiza. Conforme a aplicabilidade da Sistematização da Assistência de Enfermagem 

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”SAE”, ela norteia os procedimentos/cuidados de Enfermagem, orientando e conduzindo o profissional que irá executá-la. Os procedimentos/cuidados de Enfermagem devem ser realizados com base nos princípios científicos e técnicos, o profissional deve descrever sua execução, resultados e possíveis alterações durante o procedimento na anotação/registro de Enfermagem.   A assistência de Enfermagem com a paciente citada abrange todos os cuidados, desde a patologia ao estado emocional. Pois a fisiologia do corpo humano está associado ao psicológico do individuo no qual o apoio da enfermagem é imprescindível no âmbito hospitalar para que não possa assim desenvolver outras patologias. Na realidade podemos refletir sobre o fato de que talvez ainda não conheçamos os níveis mais fundamentais da vida, e que somos expostos a cometer erros similares aos de rotinas antepassadas. É de suma importância ter cautela na assistência de enfermagem: Medicação na hora certa; evolução de enfermagem com dados reais; orientações com segurança no conceito do diagnóstico da patologia.  

10. CONCLUSÃO 

Diante do trabalho desenvolvido concluímos que o estudo sobre o útero pode desenvolver patologias a nível benigno ou maligno, dentre essas a metrorragia; a qual merece uma atenção especial, frente aos cuidados prestados pela equipe de enfermagem. O enfermeiro necessita de um entendimento do seu diagnóstico, fisiopatologia, sinais e sintomas e tratamento, medicação prescrita, prevenção, como se desenvolve e a sua classificação. Para uma melhor abordagem desde as suas necessidades básicas às mais complexas, como reabilitação, aprendizagem para o seu desenvolvimento futuro. Por isso os profissionais de enfermagem devem ser qualificados e terem conhecimento sobre essas patologias. Em virtude do que foi pesquisado, este trabalho científico veio nos subsidiar com informações de alta relevância no cenário da semiotécnica. A partir do momento que o profissional da área de saúde se disponibiliza a investigar e se abastecer de informações provenientes na assistência a 

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população, ele passa a ser um instrumento de controle na saúde. Acreditamos que o conteúdo por nós absorvido será de fundamental importância no exercício profissional de enfermagem desde o conhecimento sobre essa patologia até as relações dos devidos cuidados com esses pacientes. A esperança da cura dessa patologia é a realização do procedimento cirúrgico, como a histerectomia (retirada do útero), realizando a biópsia dessa peça retirada para que se possa definir um diagnóstico preciso.    Com base na pesquisa concordamos que a enfermagem tem um papel fundamental na vida dos pacientes portadores de patologias ginecológicas, pois com o conteúdo estudado ele está apto a atender todos os necessitados sem descriminações e merece uma atenção especial e um acompanhamento específico necessitando assim tanto apoio dos familiares quanto apoio dos profissionais de saúde em especial o enfermeiro, pois este está diretamente lidando com pacientes com patologias de um grau mais elevado, desde os  hospitais até mesmo em domicílio, exigindo assim que este profissional tenha uma bagagem de conhecimento teórico-prático para melhor proporcionar acolhimento e suporte na sua reabilitação e  psicológico.  Frente às literaturas realizou-se a elaboração deste trabalho que nos proporcionou um maior esclarecimento no que desrespeito ao sistema ginecológico e suas patologias, proporcionando melhor uma qualidade de vida aos clientes/pacientes. Considerando que a enfermagem exerce cuidados embasados em preceitos éticos e legais com o intuito de assegurar a estes pacientes um serviço livre de danos como imperícia, negligência e imprudência, bem como maior confiança por parte dos pacientes com o profissional de saúde.  

14. REFERÊNCIAS 

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