ESTUDO DE CASO: IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE ABC

 

Alessandro Caderaro Gonçalves (UNINORTE/LAUREATE) adm.alessandro.calderaro@hotmail.com

Elton Teixeira, Msc (UNINORTE/LAUREATE) [email protected]

 

 

Resumo

 

Este artigo apresenta a proposta de implantação da classificação de Estoque ABC, na empresa Climazon Industrial da Amazonia, o mesmo foi feito através de pesquisa de campo, entrevistas, analise documental, observações diretas e pesquisas bibliográficas.   A coleta de dados envolveu a técnica de documentação indireta, particularmente dados de fontes secundárias. A análise de dados foi realizada através de análise de conteúdo, e perante as informações disponibilizadas através de diretores e funcionários da empresa Comercial Destro. O estudo irá apresentar a metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, o histórico da organização, o conceito de autores sobre a Ferramenta Curva ABC e dados que comprovam as considerações finais.

Palavras-chave: Logística, Controle de Estoque e Ferramenta Curva ABC.

 

1. Introdução

O estoque é de grande importância para empresa, pois nele está concentrado grande parte de seu patrimônio, o estoque tem muita influência dentro da empresa, pois interage com todos os setores da empresa, tais como compra, vendas, marketing, produção entre outras.

Com o avanço tecnológico, globalização e competitividade, o gestor é responsável por equilibrar e alavancar a lucratividade através de estudos na cadeia produtiva e de suprimentos, a gestão de estoque implica diretamente nos custos da empresa, que é muitas vezes decorrente de uma falta de visão global do processo de gestão sua gestão, assim como outras, algumas relativas às operações, muitas vezes não recebe a atenção necessária por parte dos gestores, isso pode prejudicar na saúde financeira da empresa ou pode levar a redução da lucratividade, uma boa gestão de estoque faz com que a empresa possa se tornar mais competitiva no mercado em que atua.

Fundada no dia 15 de setembro de 1973, pelos senhores Jorge Ayub Neto, Thomaz Wanderley e Floriano Pacheco, nasce a Climazon Industrial Ltda. Inicialmente, localizava-se na Rua Henrique Martins, nº. 185, sala 111, centro. Tinha como atividade a montagem, fabricação, importação, exportação, comércio e indústria de aparelhos e peças de condicionadores de ar e acessórios para veículos; frigoríficos industriais e de transporte; refrigeradores e condicionadores de ar domésticos e comerciais; tornos, prensas, máquinas, equipamentos e peças para linha de montagem.

Em janeiro de 1976, foi admitida a sociedade a firma ARA ASSOCIADOS EM REFRIGERAÇÃO DE AUTOS VEÍCULOS LTDA. Estabelecida na cidade do Rio de Janeiro. No seguinte ano, mês de novembro a Climazon Industrial passou localizar-se na Rua Içá, nº. 145, no Distrito Industrial de Manaus. Na ocasião, além dos produtos citados anteriormente, passou a produzir também tornos, prensas, máquinas, equipamentos e peças para linhas de montagem; importação e exportação dos referidos aparelhos e peças.

No dia 10 de dezembro de1984, aClimazon Industrial Ltda, passou a ser administrada pela Springer Carrier Refrigeração S/A. A partir desta data, a organização começa a fazer parte do grupo UTC – UNITED TECHNOLOGIES COMPANY, este, presente em cerca de 180 países, considerada a 20ª maior empresa de manufatura dos EUA, com escritório central em Hartford, Connecticut. Neste grupo, têm-se vários segmentos de negócios, tais como: Otis, líder na fabricação de elevadores e escadas rolantes, Sikorsky, fabricante de projetos de manufatura de helicópteros, UTC Fire e Security fornecedor de sistemas de monitoramento eletrônico e proteção contra o fogo. Pratt & Whitney, fabricante de motores para aeronaves militares e comerciais, Hamilton Sundstrand fornecedor sistemas e componentes aeroespaciais, UTC Power fornecedora de combustível a base de hidrogênio para uso espacial e enfim a Carrier maior fabricante de equipamentos de aquecimento, ventilação, climatização e sistemas de refrigeração.

A Climazon Industrial Ltda. tem como propósito ser a primeira opção em conforto ambiental e refrigeração através de produtos e sistemas diferenciados.

O estoque da empresa Climazon Industrial Ltda, foi identificado como um de seus pontos fracos, mostrado através do gráfico radar, sua gestão está sofrendo por grandes reestruturações fazendo com que alguns problemas sejam detectados, a grande justificativa para gerir melhor sua matéria prima está em poder controlar todos os custos inerentes a gestão do estoque, utilizando ferramentas baratas e eficazes na gestão e melhorar o fluxo logístico interno acrescentando um novo diferencial competitivo à empresa. Para está entre as grandes empresas do mercado é necessário que haja solução para todos os problemas que levam a empresa a perder espaço no mercado.

Será aprofundado por esse projeto melhorias para a gestão do estoque de matéria prima da empresa, onde foram encontradas as principais deficiências no setor logístico interno. Essa temática define a justificativa do projeto. Para Gil (2002, p.162), a justificativa é:

Trata-se de uma apresentação inicial do projeto, que pode incluir:

• Fatores que determinaram a escolha do tema, sua relação com a experiência profissional ou acadêmica do autor, assim como a sua vinculação à área temática e a uma das linhas de pesquisa do curso;

• Argumentos relativos a importância da pesquisa, do ponto de vista teórico, metodológico ou empírico.

O autor afirma que para se propor um tema é necessário que se tenha relação com ele, mesmo que de forma acadêmica ou empírica. A escolha do tema deu-se de forma relevante a sua importância, pois para uma empresa manter-se sempre em nível competitivo para com seus concorrentes a gestão do sistema logístico te que funcionar de forma eficaz, manter um controle melhor de estoque e reduzir os custos, sem comprometer o nível de atendimento, classificando os itens de acordo com sua importância ou relevância no estoque. O estudo que será desenvolvido busca apontar que através de ferramentas de gestão especifica existem métodos que podem melhorar significativamente a gestão na área de materiais. Para isso será utilizado à classificação ABC como ferramenta para gerir e qualificar o estoque. Conforme afirma Ching (2001, p. 47): “nem todos os itens têm a mesma importância e a atenção deve ser dada para os mais significativos.”. A curva ABC, é uma importante ferramenta para auxiliar a gestão de estoque, com melhor controle de informações e materiais.

A partir desta classificação prioriza-se aqueles de classe A nas políticas de estoques devido à maior importância econômica. Desta forma, os itens classe A receberão sistematicamente maior atenção do que itens classe C, em termos de análises mais detalhadas, menores estoques, maiores giros, menores lotes de reposição, mais contagem, entre outras. O principal ganho que a empresa terá na utilização da classificação abc, é na gestão do estoque, fazendo com que o fluxo logístico se desenvolva de forma eficiente.

A grande importância em se ter uma boa gestão de estoque é poder controlar de forma sistêmica os custos dos materiais que podem elevar significativamente o fator competitivo da empresa, e assim podendo ter um fluxo melhor de toda a cadeia logística influenciando diretamente na sociedade como um todo, havendo uma queda nos preços, fazendo com que a concorrência venha a praticar uma nova gestão competitiva do mercado atuante e conseqüentemente traduzindo a preços menores.

A logística é considerada a chave do sucesso de muitas empresas, responsável por integrar processos, reduzir custos e atender com mais qualidade e rapidez as necessidades dos clientes. Neste contexto, tem-se observado um crescimento do processo de gestão, que constitui os principais custos que norteiam os valores que alavancam o crescimento do mercado no Brasil, toda empresa que almeja crescimento, deve se preocupar com sua gestão e planejamento como uma única cadeia de desenvolvimento.

2. Estoque

As necessidades de atender as demandas dos clientes faz com que as empresas produzam estoque, onde estes podem ser necessariamente de matéria-prima, produto em processo, produto acabado, materiais, embalagens. A produção de bens necessita possuir uma resposta rápida ao mercado e para que isso seja possível deve- se ter um controle bastante rígido sobre as quantidades de estoques. Pois estes representam uma considerável parte dos custos de produção. Exara Ballou (1993, p.24): “Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como “Amortecedores” entre a oferta e a demanda.”.

Por isso controlar os estoques torna-se uma atividade valiosa da logística, pois estes geram custos que influenciam diretamente os lucros da empresa. Que tornam a empresa menos competitiva no mercado. É o que analisa Ching (2010, p. 17) “O controle de estoque exerce influencia muito grande na rentabilidade da empresa, Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras.”.

A gestão de estoques envolve técnicas, procedimentos e atividades que garantem a disponibilidade dos produtos e sua qualidade ao longo da cadeia produtiva o que envolve não só o abastecimento da produção, como o atendimento das vendas. No que diz respeito ao envolvimento da produção o estoque visa manter sua alimentação continua e isso elimina as ociosidades na produção melhorando a eficiência do sistema, e para atender as vendas se faz necessário que os estoques sejam mantidos na organização para melhorar o serviço aos clientes, pois estes devem ter supridas suas demandas. Cita Castiglione (2009, p.17) que: “São considerados estoques todos os bens e materiais mantidos por uma organização para suprir demandas futuras.”.

Então conseguimos entender que todas as empresas necessitam manter produtos em estoques para atender as necessidades de seus clientes. Este conceito de estoque esta ligado profundamente ao conceito atual de logística, onde os processos não são mais visualizados de forma separada e sim estes devem estar integrados e o entendimento dessa integração traz o diferencial competitivo para que as organizações possam responder a este mercado globalizado. Assim as empresas necessitam cada vez mais desenvolver estratégias que levem em consideração essa integração.

Sobre este assunto afirma Ching (2010, p. 2) que:

Com passar dos anos, esse conceito foi evoluindo e uma nova concepção entrou em vigor, e passou a existir a integração das diversas áreas envolvidas na produção, dimensionamento e layout de armazéns, alocação de produtos em depósito, transportes (roteirização, dimensionamento de frota de veículos), distribuição, seleção de fornecedores e clientes externos, surgindo um novo conceito que é conhecido como supply chain ou logística integrada.

Esta nova visão para a logística e a tendência a uma maior integração da economia mundial, as novas estratégias globais devem considerar produzir produtos em qualquer lugar o que significa onde possam encontrar matéria-prima, mão de obra com menores preços. O que pressiona as organizações buscarem um alto desempenho logístico. A gestão da cadeia de suprimentos surge do pensamento de integração entre as diversas áreas da empresa. Pois a partir do momento em que suas estratégias estão alinhadas para atingir um objetivo comum, que é colocar o produto a disposição de seus consumidores no momento em que eles estão necessitando. De acordo com Slack et al (2002, p. 415): “a gestão da cadeia de suprimentos é uma abordagem holística de gestão através das fronteiras das empresas[...] existem benefícios substanciais a serem ganhos ao administra-se toda a cadeia de operações de modo que satisfaçam ao consumidor final.”.

Para que isso se torne possível é necessário entender do ambiente em que a empresa esta inserida e quem são seus clientes, possibilitar que os produtos estejam de forma rápida à disposição dos mesmos e que os custos que envolvem esse processo sejam os menores possíveis. Por isso o gerenciamento envolve desde o fluxo de compras de matéria-prima, produção, controle de materiais no processo, produtos acabados e também o transporte e a distribuição para vendas. Considera Ching (2010, p.5) “Essa é a logística moderna; ela visa ao atendimento de diferentes necessidades dos clientes, buscando níveis de serviço diferenciado. Para isto, a integração total entre as áreas e entidades externas.”.

A integração dessas atividades eleva o nível dos serviços das empresas tornando estes mais eficientes e eficazes.  Essa pratica colocam a empresa em destaque com relação a seus competidores representando um diferencial, pois otimizam seus processos de produção, distribuição e entrega do produto.

Como explicam Martins e Laugeni (2005, p170):

A gestão de abastecimento ou supplay chain management diz respeito às práticas de gestão que são necessárias para que todas as empresas agreguem valor ao cliente desde a fabricação dos materiais, passando pela produção dos bens e serviços, a distribuição e a entrega final ao cliente.

Para que as empresas possam se valer de uma ótima atuação logística se faz necessário um planejamento de todas as atividades que envolvem a produção de bens e serviços. Ballou (2011, p 43) afirma que: “Administração da distribuição física é desenvolvida em três níveis:(1) estratégico,(2) tático e (3) operacional.”.

Sendo que estes envolvem cada área da cadeia de suprimentos desde o nível mais baixo ao mais alto.

Segundo o mesmo autor; O planejamento operacional: são as decisões em curto prazo, ligadas à entrega de produtos e controle de estoques. Essas medidas são tomadas diariamente e necessita de precisão nas informações, pois os métodos devem ter condições de operar com essas informações.

O planejamento tático: visualiza um período mediano de tempo por isso seu planejamento se faz em torno de um ano, trabalha os níveis de estoque.

O planejamento estratégico: trabalha em longo prazo e envolve as ações que serão realizadas nos outros dois níveis. Este planejamento envolve a obtenção das metas nas quais a empresa quer atingir.

2.1 Controle de estoques

As empresas possuem a necessidade de manter quantidades de produtos em estoques, pois necessitam responder rapidamente as demanda por produtos e como não é possível sincronizar a oferta com a demanda, surge uma grande necessidade de grandes investimentos na atividade de administrar materiais no estoque. 

Segundo Ballou (1993,p.204): “ A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento por parte da organização. O ideal seria uma perfeita sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoques desnecessária.”.

Nunca se tem a certeza das quantidades que são necessárias para se atender as demandas por produtos e os volumes que devem ser enviados para armazenagem e ainda não são possíveis prever a chegada dos suprimentos necessários para dar inicio a fabricação e entrega dos pedidos. Assim é necessário possuir um departamento de controle que determinará o que se deve comprar, qual sua quantidade e por quanto tempo será mantido em estoque. É o que afirma Dias (1993, p.121): “A função principal de controle de estoques é definir o que deve ser comprado, qual a quantidade que deve ser comprada, o que deve continuar em e em que quantidade.”.

O uso dos estoques serve para diversos fins dentro dos processos das empresas, pois estes acionam setores como compras, gestão de estoque, o acompanhamento dos processos, armazenagem, controle de produção e gestão da distribuição física.

A gestão de materiais surgiu do entendimento de que é necessário compreender a importância de integrar os fluxos de materiais e suas funções de suporte.

É o que afirma Slack et AL (2002, p.427): “ Este conceito originou-se na função de compras de empresas que compreenderam a importância de integrar fluxo de materiais e suas funções de suporte.”.

As organizações tanto as grandes, quanto as pequenas independente de sua atividade necessitam possuir um setor de compras, onde este é responsável por atender as necessidades que a empresa possui tanto em produtos e serviços. Então comprar é obter materiais de qualidade no menor prazo e com um preço competitivo e sobre este assunto considera Viana (2000, p.172): “procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especifica e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a manutenção da empresa”.

2.2 Gestão de Estoque

O Conceito de estoque esta ligado profundamente ao conceito atual de logística, onde os processos não são mais visualizados de forma separada e sim estes devem estar integrados e o entendimento dessa integração traz o diferencial competitivo para que as organizações possam responder a este mercado globalizado. Assim as empresas necessitam cada vez mais desenvolver estratégias que levem em consideração essa integração. Sobre este assunto afirma Ching (2010, p. 2) que:

Com passar dos anos, esse conceito foi evoluindo e uma nova concepção entrou em vigor, e passou a existir a integração das diversas áreas envolvidas na produção, dimensionamento e layout de armazéns, alocação de produtos em depósito, transportes (roteirização, dimensionamento de frota de veículos), distribuição, seleção de fornecedores e clientes externos, surgindo um novo conceito que é conhecido como supply chain ou logística integrada.

 

Na busca de atingir essa integração as organizações necessitam de um planejamento prévio para todas as áreas que integram o processo. Assim estas devem encontrar o montante que equilibre o planejamento individual de cada um de seus produtos e o resultado final esperado, pois, seus produtos nem sempre estão em um mesmo ponto do ciclo de vida. E essa variedade de produtos acaba gerando uma disparidade na demanda, o que afeta de forma considerável o rendimento da empresa.

Afirma Ballou (2011, p.97) que:

O planejamento do suprimento e distribuição física de qualquer firma é a soma dos planos individuais dos produtos. A maioria fabrica muitos produtos, que estão em diferentes pontos de seu ciclo de vida e com variados graus de sucesso comercial. Em qualquer tempo, isto cria um fenômeno chamado de curva ABC (ou curva 80-20) um conceito valioso para o planejamento logístico.

A utilização desse planejamento traz a necessidade de classificarmos os produtos, identificando e indicando os grupos dos itens que devemos dar prioridade conforme suas características, determinar quais são predominantes. A partir deste ponto marca-lo e separa-lo de acordo com sua finalidade, objetivo ou utilização na empresa. Obedecendo a regra usual da empresa.  No entender de Moura (1997, p.60):

Identificar e descrever cada uma das classes do material, nesta fase, pode-se preparar um sumário de classificação, onde se identifica cada classe de material e se anota seus critérios principais. Isto quer dizer que, definidos ou estabelecidos a regra ou limite que determinam a classe, [...] Isto pode ser usado como marco de referencia típico para enquadrar futuros materiais que cheguem e dependam de uma classificação.

Diversos fatores do macroambiente atual influenciam os processos da cadeia de produtiva. Alta de juros, o crescente aumento na competição global induz as organizações a questionar os modelos existentes de controle de estoques. Os modelos tradicionais possuem um enfoque reativo porque respondem as mudanças no ambiente visualizando apenas o passado. Hoje em dia as organizações devem possuir estratégias proativas que respondam mais rápido as necessidades de seus clientes. É o que exara Ching (2010, p.19): “As organizações agora exigem estratégias mais proativas porque passam a ser baseadas nas necessidades dos clientes.”, para tanto existem vários métodos para controlar os estoques dentro das empresas podemos citar os Métodos de puxar e empurrar estoques, a curva abc, sistema just-in-time entre outros.

2.3 Classificação do estoque

As organizações quando lidam com seus estoques sejam estes de suprimento ou distribuição física, planejam de forma separada cada produto. Pois por produzir uma variedade de produtos e estes estão em diversos pontos de seus ciclos de vida gerando uma disparidade em sua demanda por produtos.

Afirma Ballou (2011, p.97) que:

O planejamento do suprimento e distribuição física de qualquer firma é a soma dos planos individuais dos produtos. A maioria fabrica muitos produtos, que estão em diferentes pontos de seu ciclo de vida e com variados graus de sucesso comercial. Em qualquer tempo, isto cria um fenômeno chamado de curva ABC (ou curva 80-20) um conceito valioso para o planejamento logístico.

Para classificarmos os produtos devemos identificar e indicar os grupos dos itens que devemos classificar avaliar suas características, determinar quais são predominantes. A partir deste ponto marca-lo e separa-lo de acordo com sua finalidade, objetivo ou utilização na empresa. Obedecendo a regra usual da empresa.  No entender de Moura (1997, p.60):

Identificar e descrever cada uma das classes do material, nesta fase, pode-se preparar um sumário de classificação, onde se identifica cada classe de material e se anota seus critérios principais. Isto quer dizer que, definidos ou estabelecidos a regra ou limite que determinam a classe, [...] Isto pode ser usado como marco de referencia típico para enquadrar futuros materiais que cheguem e dependam de uma classificação.

2.3.1 Classificação por demanda

Diversos produtos têm ciclo de vida mais longos e parecem que sempre serão comercializados, estes produtos são considerados de demanda permanente. Pois necessitam de uma constante retroalimentação. Assim para orientar esse controle sobre os estoques é necessário prever a demanda de cada item do inventário, determinar as necessidades de ressuprimento e também estipular o tamanho dos lotes de ressuprimento. E o que afirma Ballou (2011,p.209): “Estoques para demanda permanente são aqueles que requerem ressuprimento continuo e periódico”. Podemos citar como exemplos de produtos com demanda permanente os artigos de limpeza e higiene pessoal.

2.3.1.1 Demanda sazonal

Esta relacionada aos produtos que tem uma sazonalidade em sua demanda em determinados períodos, por isso não devem ser controlados da mesma forma que os produtos com demanda permanente, pois estes possuem apenas um pico de demanda e isso leva a necessidade de precisão na previsão da quantidade que será vendida. Exara Ballou (2011,p.209) “A principal característica desse tipo de demanda é ela poder ser considerada composta por um único pico pelo controle de estoques.”. Exemplos de demanda sazonal são artigos natalinos, de páscoa.

2.3.1.2 Demanda derivada

Alguns produtos tem sua demanda atrelada a de determinados produtos acabados. Com isso para determinar sua demanda é necessário conhecer a demanda do produto final de que ele faz parte. É necessário manter um estoque derivado também. O volume e o tempo da compra são determinados a partir da demanda de produtos acabados.

Conforme afirma Ballou (1993,p.210):

Não importa se a firma em questão é varejista, atacadista, manufatureira ou de serviços, todas elas experimentam, em geral, mais de um tipo de demanda, embora nunca todos eles simultaneamente. A administração pode então selecionar as formas mais apropriadas de tratar os problemas do controle de estoques.

2.4 Características básicas do controle de estoques

A administração de estoque tem algumas características que são comuns, mesmo que os estoques sejam de matérias-primas, material em processo ou produto acabado e essas características envolvem os custos associados, os objetivos do inventário e a previsão de incertezas.

Exara Ballou(1993,p.211) que:

Existem certas características que são comuns a todos os problemas de administração de estoques, não importando se são matérias-primas, material em processo ou produtos acabados. É preciso compreender estes traços básicos antes de estudarmos os diversos métodos de controle de estoques. Eles são (1) os custos associados, (2) os objetivos do inventário e (3) a previsão de incertezas.

2.5 Custos do estoque

Existem três características diferentes de custos na administração de inventário. Que são: custo de manutenção, custos de requisição ou compra e custos de falta de estoques.

2.5.1Custo de manutenção de estoque

Estes representam os custos necessários para manter certa quantidade de mercadorias por um determinado espaço de tempo. Esse modelo na verdade expressa diferentes formas de custos. O uso de estoque imobiliza capital que poderia ser usado de forma diferente pela a empresa. Usualmente estes custos são definidos por termos monetários por unidade, por período, armazenagem, custo de seguro, custo de deterioração e obsolescência e custo de oportunidades. Sua utilização traz a vantagem de conciliar a entrega de produtos com suas referidas demandas evitando um conflito destes o que gera prejuízos.

Para Slack et al (2011,p.382): “ Apesar dos custos e de outras desvantagens associadas a sua manutenção, eles facilitam a conciliação entre fornecimento e demanda. De fato eles somente existem porque o fornecimento e a demanda não estão em harmonia”.

2.5.2Custo de compra

São associados ao processo de compra das quantidades necessárias para a reposição do estoque. Estes custos são gerados quando se despacham as ordens de compra para os fornecedores esse processo geram custos de aquisição; que são os para processar os pedidos nos departamentos, faturamento ou contabilidade, custo de envio dos pedidos ao fornecedor, custo de preparação da produção, custo do manuseio ou processamento realizado na doca de recepção e preço da mercadoria.

Afirma Ballou (2011,p.212) que:

Estão associados ao processo de aquisição das quantidades requeridas para reposição do estoque. Quando uma ordem de compra é despachada para o fornecedor, incorre-se numa serie de custos resultantes do processamento do pedido e da preparação do mesmo.

2.5.3 Custo de falta

Representam os custos relacionados a falta de itens no estoque no momento em que existirem demanda para eles. De acordo com a reação do cliente podem ocorrer duas situações devido a essa carência: custo de vendas perdidas, custos por atrasos.

No caso de perda de vendas os clientes cancelam totalmente os pedidos e o lucro da venda desse produto torna-se o prejuízo. Esse processo é de difícil mensuração, pois exige a capacidade de prever as intenções futuras dos clientes. Já os custos por atrasos são mais fáceis de mensurar, pois a empresa tem gastos diretos da empresa quando o cliente concorda com o atraso em sua compra até que o estoque seja reposto. O atraso pode acarretar custos adicionais de reprocessamento, custos administrativos e custos de transporte e manuseio.

De acordo com Slack et al (2011,p.386):

Se errarmos a desição de quantidade de pedido e ficarmos sem estoque, haverá custos incorridos por nós, pela falta no fornecimento a nossos consumidores. Se os consumidores forem externos, poderão trocar de fornecedor; se internos, a falta de estoque pode levar a tempo ocioso no processo seguinte, ineficiências e, fatalmente, outra vez consumidores externos insatisfeitos.

A administração dos materiais nas organizações deve possuir o entendimento de que os produtos possuem características comuns e sua divisão deve estar sempre ligada à finalidade, objetivo e utilização dos produtos nas empresas, pois estes podem ser o produto de venda por parte da empresa ou as matérias prima utilizadas na transformação ou produtos utilizados no dia-a-dia da empresa.

Segundo Moura (1997, p.60):

Uma característica fundamental dos materiais, para estudo da armazenagem, é a finalidade, ou objetivo, de utilização dos mesmos pela empresa. [...] Produtos acabados – aqueles que são objeto de comércio por parte da empresa [...] Materiais diretos – aqueles que, diretamente ou mediante transformações físico-químicas adequadas, se incorporam ao produto [...] Materiais indiretos – todo restante que a empresa utiliza e não se incorpora ao produto final. 

2.6 Técnicas de controle de estoque

Diversos fatores do macroambiente atual influenciam os processos da cadeia de produtiva. Alta de juros, os crescentes aumentos na competição global induzem as organizações a questionar os modelos existentes de controle de estoques. Os modelos tradicionais possuem um enfoque reativo porque respondem as mudanças no ambiente visualizando apenas o passado. Hoje em dia as organizações devem possuir estratégias proativas que respondam mais rápido as necessidades de seus clientes. É o que exara Ching (2010, p.19): “As organizações agora exigem estratégias mais proativas porque passam a ser baseadas nas necessidades dos clientes.”.

Existem vários métodos para controlar os estoques dentro das empresas podemos citar os Métodos de puxar e empurrar estoques, a curva abc, sistema just-in-time entre outros.

2.7 Método de puxar e empurrar estoques

Para obter-se um maior controle nos níveis de materiais estocados nos armazéns faz-se necessário visualizarmos os locais de armazenagem de forma separada uns dos outros, então é necessário possuir em estoques somente o material que será necessário para a fabricação dos produtos. Assim os lotes no estoque serão menores. É o que afirma Ballou (2011, p.219): “Pode-se manter um controle mais apurado dos estoques se cada local de armazenagem for tratado separadamente dos outros. Apenas o estoque necessário para atender a demanda daquele ponto precisa ser mantido”.

O estoque para a demanda é um sistema de puxar estoques, pois se mantém os inventários em níveis equivalentes com os da demanda.

Já o método de empurrar estoque é melhor utilizado quando se possui diversos armazéns em um sistema de distribuição, alocando o material no estoque de acordo com a necessidade dos mesmos, suas vantagens são melhor observadas se os lotes econômicos da empresa forem maiores que a necessidade á curto prazo.

No entender de Ballou (2011, p.222): este método consiste em alocar estoques aos armazéns conforme a necessidade esperada nos mesmos e este enfoque são particularmente vantajosos quando a lotes econômicos de produção e de compra maiores que a necessidade de curto prazo dos mesmos.

2.8Sistema de duas gavetas

Este sistema envolve a utilização de dois pontos ou duas caixas sendo que o material é armazenado nas duas e que a quantidade da caixa nº 1 é suficiente para atender a demanda durante o período de reposição. Já o estoque da caixa nº 2 deve ser equivalente ao consumo previsto. Sendo esta utilizada no momento em que a caixa nº 1 estiver vazia, assim sinalizando a necessidade de ressurgimento.

Exara Ballou (2011, p.222): “O estoque é dividido em duas partes. A demanda é atendida a partir da primeira gaveta ate que seu estoque se esgote. A utilização da segunda gaveta é o sinal que gera o pedido de ressuprimento”.

O mesmo autor considera o sistema de duas gavetas um sistema de puxar simples e pratico.

2.9 Classificação ABC

A curva ABC é um método bem simples para realizar a analise dos estoques. Sendo esta feita no volume de produtos consumidos ou estocados por um período de tempo. Propiciando a administração visualizar quais produtos necessitam de maior atenção no processo, este método é baseado no raciocínio do diagrama de Pareto, onde nem todos os itens tem a mesma importância e a atenção deve ser dada para os que possuem maior importância.

É o que defende Martins et al (2009, p.211)

                                     

Analise ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques. Essa analise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância.

Neste modelo os itens são separados e classificados em três grupos diferentes e são classificados em grupo A, grupo B e grupo C essa divisão torna se útil para a administração de materiais. Pois dá uma visão dos produtos que necessitam de maior atenção. Para Pozo (2002, p.86) “a curva ABC, assim é chamada em razão de dividirmos os dados obtidos em três categorias distintas, denominadas classes A,B e C.”.

A curva ABC é muito utilizada nas empresas para determinar critérios de administração de estoques, políticas de vendas, ordenar a produção entre outros. Sobre este assunto Castiglioni (2009, p.39) afirma que: “nas organizações o método da curva ABC é muito utilizado para a administração de estoques, mas também para a definição de políticas de vendas, e para o estabelecimento de prioridades, para a programação da produção, entre outras aplicações.”.

A diferenciação entre os itens na curva ABC se da de forma percentuais sendo os itens da classe A os mais significativos e representando entre a maior parte do valor agregado no estoque, e em menor quantidade, os itens da classe B representam uma fração intermediaria no processo, e os itens da classe C somam o restante do valor e a maior parte dos produtos.

Para Martins et al ( 2009, p.211): “Os itens A são mais são os mais significativos, podendo representar algo entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B de 10% a 45%, e os itens C representam o restante.”.

O principal objetivo deste modelo é criar um critério para dimensionar o estoque ou controle do mesmo o que dispõe aos administradores a possibilidade de planejar a melhor maneira de controlar os itens das classes distintas e denominadas como A, B e C.

Exaram Martins e Laugeni (2005, p.274) “Um dos objetivos da divisão dos itens consumidos em categorias é o estabelecimento de critérios gerais seja para o dimensionamento dos estoques, seja para o estabelecimento de critérios de controle.”.

O uso da lei de Pareto para dimensionar estoques muitas vezes pode gerar desvantagens se mal interpretadas por seus administradores principalmente quando lidam com os produtos classificados como da classe C, por estes possuírem tempo de uso maior que os das outras classes merecem atenção no processo do estoque. É o que afirmam Slack et al (2009,p.379)

A curva ABC ou diagrama de Pareto consiste em um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências, em ordem decrescente, para facilitar a analise dos elementos ou ocorrências para separar os elementos mais importantes dos menos importantes possibilitando o direcionamento das ações nos fatos mais importantes.

E o que afirma Ballestero-Alvarez( 2010, p.111):

O diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências da maior para a menor [...] seu objetivo principal é detectar quais problemas são fundamentais e separá-los dos mais comuns [...] auxilia em especial na visualização e na identificação das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a concentração de esforços sobre eles.

Dentro das organizações existem volumes mantidos em estoque, que não são necessariamente de produtos que precisem ser mantidos em larga escala. Pois estes podem não ter um nível de demanda uniforme como outros produtos, seja por sofrerem maior concorrência ou porque são mais rentáveis ou por se exigir um alto nível de serviço ao cliente. Por isso cada produto necessita ser classificado de acordo com requisitos antes de estabelecermos uma política para o estoque.

É o que considera Ching (2010, p.31):

Tanto o capital empatado no estoque como os custos operacionais podem ser diminuído, se entendermos que nem todos os itens estocados merecem a mesma atenção pela a administração ou precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer aos clientes.

Neste modelo os itens são separados e classificados em três grupos diferentes e são classificados em grupo A, grupo B e grupo C essa divisão torna se útil para a administração de materiais. Pois dá uma visão dos produtos que necessitam de maior atenção. Para Pozo (2002,p.86): “a curva ABC, assim é chamada em razão de dividirmos os dados obtidos em três categorias distintas, denominadas classes A,B e C.”.

A curva ABC é muito utilizada nas empresas para determinar critérios de administração de estoques, políticas de vendas, ordenar a produção entre outros. Sobre este assunto Castiglioni (2009, p.39): afirma que: “nas organizações o método da curva ABC é muito utilizado para a administração de estoques, mas também para a definição de políticas de vendas, e para o estabelecimento de prioridades, para a programação da produção, entre outras aplicações.”

A diferenciação entre os itens na curva ABC se da de forma percentuais sendo os itens da classe A os mais significativos e representando entre a maior parte do valor agregado no estoque, e em menor quantidade, os itens da classe B representam uma fração intermediaria no processo, e os itens da classe C somam o restante do valor e a maior parte dos produtos.

Para Martins et al ( 2009, p.211): “Os itens A são mais são os mais significativos, podendo representar algo entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B de 10% a 45%, e os itens C representam o restante.”.

O principal objetivo deste modelo é criar um critério para dimensionar o estoque ou controle do mesmo o que dispõe aos administradores a possibilidade de planejar a melhor maneira de controlar os itens das classes distintas e denominadas como A, B e C.

Exaram Martins e Laugeni (2005, p.274): “Um dos objetivos da divisão dos itens consumidos em categorias é o estabelecimento de critérios gerais seja para o dimensionamento dos estoques, seja para o estabelecimento de critérios de controle.”.

O uso da lei de Pareto para dimensionar estoques muitas vezes pode gerar desvantagens se mal interpretadas por seus administradores principalmente quando lidam com os produtos classificados como da classe C, por estes possuírem tempo de uso maior que os das outras classes merecem atenção no processo do estoque .É o que afirmam Slack et al (2009,p.379):

São os itens de movimentação mais lenta (itens de categoria C) que geralmente impõem os maiores desafios para gestão de estoques [...] embora sejam responsáveis por somente 20% das vendas, exigem grande parte [...] dos investimentos em estoque. É por isso que esses itens são um problema real.

3. Metodologia do Projeto

A metodologia a ser utilizada será o estudo de caso, formulados através de pesquisas documentais, entrevistas com gestores responsáveis pela área estudada da empresa, informações de colaboradores que fazem parte do quadro de funcionários da área delimitada e ainda observações diretas.

Esse estudo de caso é realizado tomando por base um caso concreto específico, conforme explica Marconi e Lakatos (2010, p. 204): “Constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos”. O estudo de caso é auxiliado pela formulação de hipóteses, pelo uso da estatística, de formulários de entrevistas e, em ainda situações específicas, tendo o questionário como instrumento da pesquisa. Para mais, serão realizadas pesquisas bibliográficas, que permitem que se tome conhecimento de material relevante do que já foi publicado em relação ao tema, de modo que se possa traçar uma nova abordagem sobre o assunto, chegando a conclusões que possam servir de embasamento para pesquisas futuras.

Na metodologia identificam-se os meios utilizados para o desenvolvimento da pesquisa e o alcance dos resultados do projeto. De acordo com Gil (2002, p.162):

Nesta parte, descrevem-se os procedimentos a serem seguidos na realização da pesquisa, ou seja, na metodologia identificam-se os meios utilizados para o desenvolvimento da pesquisa e o alcance dos resultados do projeto.

3.1 Análise Documental

A pesquisa documental como a atividade científica por meio da qual se revelam aspectos da realidade, buscando identificar informações da questão abordada no projeto, tanto qualitativa quanto quantitativa, para Gil (2002, p. 43, 141): “é natural admitir que a análise dos dados seja de natureza predominantemente qualitativa [...] torna-se possível, na prática, classificar ás pesquisas segundo o seu delineamento”.

O autor afirma que a análise documental procura dar uma ênfase nos dados qualitativos buscando, A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema.

Foram avaliados os documentos, tais como: Kardex do sistema SAP, ordens de produção, documentos de entrada de estoque.

A empresa não forneceu demais documentos para análise, entretanto sabe-se que há, pois colaboradores que participaram das pesquisas, dizem utilizar.

3.2 Entrevista

Para que se obtivesse uma visão mais ampla da opinião dos funcionários acerca de como estes se portam diante dos processos de fusão das empresas foi elaborado entrevista conforme em anexo, visando mostrar os objetivos estabelecidos neste projeto. Para realização da técnica de coleta de dados que contribuiu para o desenvolvimento deste projeto, foram entrevistados 03 (três) de diferentes níveis hierárquicos, foi utilizado como instrumento de pesquisam roteiro de entrevista composto de perguntas abertas e fechadas, com linguagem simples e objetiva, para fácil compreensão e resposta dos mesmos no momento da entrevista, visando deixar o entrevistado á vontade e livre de projeção de respostas.

A entrevista tem como objetivo principal se fazer compreender as questões buscadas, conforme explica Silva (2006, p.134): “compreender os significados que os entrevistados atribuem ás questões e situações relativas ao tema de interesse.”. Dessa forma possibilita ao entrevistador a compreensão sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos da organização e de como eles interpretam seus conhecimentos, culturas e crenças. Para tanto deve-se levar em consideração o momento em que o colaborador atravessa na empresa, visto que, qualquer desvio deva-o levar a interpretar de forma negativa os procedimentos apresentado na organização, e até mesmo discordar de seus objetivos.

6.3 Observação Direta

Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar, a observação direta procura no decorrer do projeto analisar com mais clareza e identificar como vêm sendo utilizada as ferramentas de estoque pela empresa, se estas têm sido apresentadas de forma clara e objetiva perante os a organização.

Para Lakatos & Marconi (2007, p. 192): a observação direta é: “uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.”.

Os autores afirmam que a observação direta, trás um aspecto de realidade ao estudo de caso, isso demonstra a eficácia de uma observação direta, trazendo grande proveito ao projeto, é necessário que o pesquisador deva estar sensível ao ambiente pesquisado, bem como ter sua percepção aguçada, na observação utiliza-se os sentidos para obter dados concretos concernentes à realidade pesquisada, e conhecimento da área estudada para um maior aproveitamento das observações.

Durante a observação direta não foi observado nenhum processo alheio dos já observados e documentados.

4. Resultados e Discussão

O objetivo geral do projeto é apresentar uma proposta de solução para a gestão de estoque da empresa Climazon. Nesse sentido, este estudo pretende propor a empresa uma Gestão de Estoque através da Curva ABC, gerando assim um maior controle do departamento, diferencial competitivo, planejamento e aumentando a satisfação e lucros da organização, para Viana (2000, p.118):

Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques esta em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema, tais como: custo de aquisição e estocagem; nível de atendimento das necessidades usuários consumidores, dentre outros [...]

A análise se deu através da observação direta, visita e entrevista com colaboradores do departamento, já que a empresa não disponibilizou documentos para verificação dos mesmos.

Tabela 1 – Proposta e solução do projeto.

Proposta e solução do projeto. Objetivos específicos

Ação

Identificar a situação atual do estoque da empresa Climazon.

Através de entrevista, observação direta e questionário.

Analisar os processos logísticos internos que estão sendo realizados.

Verificação de documentos e acompanhamento do trabalho junto aos colaboradores.

Propor uma ferramenta para melhoria do estoque.

Implantação da curva ABC.

Fonte: Pesquisa de campo. 2013.

Em qualquer organização, se faz necessário uma boa gestão de estoque, e apesar de empresa possuir ferramentas para o controle de estoque e seu gerenciamento, notou-se que a organização necessita distinguir e julgar os itens e produtos de maior demanda dentro do seu estoque, para Arnold (1999, p. 265), “a administração de estoque, é responsável pelo planejamento e controle do estoque, desde o estágio da matéria-prima até o produto acabado entregue aos clientes”.

A curva ABC classifica de acordo com a importância dos itens, sempre levando em conta a sua demanda e custo, para Gonçalves (2004, p. 136):

o principal objetivo de análise ABC, é identificar os itens de maior valor de demanda e sobre eles exercer uma gestão bem mais refinada, especialmente porque representam altos valores de investimento e seu controle, mais apurado vai permitir grandes reduções nos custos de estoque.

Hoje a curva ABC, tornou-se uma ferramenta muito importante para a gestão de estoques, pois não se tem um investimento tão alto quanto na aquisição de um software para realizar este tipo de análise, é uma das formas mais fáceis de visualização da evolução do estoque. Através de sua análise é possível dizer quais itens do estoque merecem maior atenção e devem ser tratados com tal.

Para Dias (1995, p.78), propõe alguns passos são imprescindíveis na construção da curva ABC:

1 Necessidade da curva ABC, discussão preliminar e definição dos objetivos;

2 Verificar técnicas que serão utilizadas na análise, tratamento de dados, cálculo manual, mecanizado ou eletrônico;

3 Obtenção da classificação: classe A, classe B e classe C, sobre a ordenação efetuada, tabelas explicativas e traçados do gráfico ABC;

4 Análise e conclusões;

5 Providências e decisões.

Podemos concluir que para construção da curva ABC, os colaboradores precisam estar treinados e preparados para que possam elaborar atuar e ordenar a classificação ABC.

As organizações devem estar preparadas para as constantes mudanças de mercado e do ambiente operacional. Algumas técnicas administrativas auxiliam como a curva ABC tornou-se uma grande auxiliar a gestão e gerenciamento de estoque, ela a cada dia assume aspectos importantes durante a tomada de decisão. Ela poderá ajudar a organização quanto à classificação dos itens de maior representatividade e maior valor, também quanto ao giro de seu estoque.

Através do ERP usado pela organização ou de uma planilha no Excel, poderemos obter dados para a criação da curva ABC e do gráfico para análise. Isso facilita, aperfeiçoa, acelera e diminui inconvenientes com o uso de papel durante toda elaboração, além de possuir maior controle dos números. No sistema ou na planilha, os itens a serem verificados já constam no banco de dados da empresa.

Um diferencial competitivo das empresas são seus colaboradores, para isso é necessários que os mesmos estejam atualizados e treinados. Para implantação da curva ABC é necessário que os colaboradores estejam aptos a elaborar e analisar as planilhas e gráficos da curva ABC.

Para tal problema, sugere-se que a empresa proporcione aos colaboradores que atuam diretamente no estoque da empresa que participem de cursos e palestras sobre Curva ABC, Gestão de Materiais e Gestão de estoque. Os cursos são direcionados para que os colaboradores possam adquirir conhecimentos práticos e ferramentas para que não somente atuar na curva ABC, mas possam demonstrar capacidade de propor melhorias dentro do estoque e até da empresa.

Sugere-se que a empresa possa realizar palestras, reuniões e planos de atividades organizacionais a cerca das mudanças dentro do estoque da empresa, para que os colaboradores possam verificar a evolução das atividades e analisar o andamento da implantação da curva ABC.

 

5. Conclusão

Os pontos abordados neste projeto são de suma importância para o planejamento estratégico da empresa Climazon Industrial Ltda, que necessita de um complexo e detalhado plano para implementar as normas e procedimentos que darão sustentação aos planos presentes e futuros da mesma.

A problemática se originou da necessidade de melhoramento da gestão de estoque da empresa, a partir de todas as informações coletadas foi traçado uma proposta de solução que é a implementação de melhoria na gestão de estoque dentro da organização. Pois, para qualquer organização um bom setor estoque é indispensável para solucionar possíveis falhas no setor produtivo.

A proposta prevê o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão de estoque da classificação ABC, plano de melhoria consistente na identificação de carências e falhas nos processos de A implementação da proposta foi elaborada com o auxilio de varias ferramentas do planejamento, dentre elas, o PDCA, o fluxograma, o 5W2H e o diagrama de Ishikawa.

Os resultados obtidos na pesquisa permitem concluir que a implementação do projeto na empresa Climazon Industrial LTDA, é considerado um fator positivo, pois tem como vantagens uma melhor qualidade em seus serviços, estar sempre em evidencia diante da concorrência, buscando atingir um publico alvo mais amplo, com a habilidade de captar maior quantidade de consumidores e consequentemente maior lucratividade.

Recomendamos assim que a empresa com a implementação da classificação de estoque abc, feita através de estudo, poderá trazer ótimos resultados a empresa mantendo-se competitiva no mercado valorizando e mantendo uma parceria com seus stakeholders.

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