TEMA: ESTUDO DAS PLANTAS DANINHAS E SEU CONTROLE




ELABORADO POR:
?Eng.º. Lucas Pinto


Wako ? Kungo/ Angola

2010
















TEMA: ESTUDO DAS PLANTAS DANINHAS E SEU CONTROLE




Objectivo: Dar uma modesta contribuição a tão importante problema, e além disso chamar a atenção sobre a necessidade da continuidade do estudo sobre a plantas Infestantes e seu Controlo em Angola.






Elaborado Por:
?Eng.º Lucas Pinto

















WAKU-KUNGO
2010





EPÍGRAFE
Quem estuda não faz somente uma coisa e desse modo realiza necessariamente a si mesmo. Não estudamos ao acaso, não estudamos indiferentemente , mas cada um escolheu aquele curso no qual sabe poder afirmar-se melhor, pondo mais plenamente em luz as próprias habilidades. É principalmente por isso que os estudantes absorvem e empenham-se tanto. O estudo é sempre desafio aos outros e a nós mesmo. Por esse motivo, se busca sempre a vitória.

































ÍNDICE PAGINAS
Epigrafe---------------------------------------------------------------------------------------III
Resumo---------------------------------------------------------------------------------------IV
Abstract -------------------------------------------------------------------------------------- V

Capitulo I - Introdução
1.1 - Introdução ------------------------------------------------------------------------------1a 2

Capítulo II ? Fundamento Teórico do Trabalho
2.1- Introdução----------------------------------------------------------------------------3 e 4
2.2- Origem--------------------------------------------------------------------------------5
2.3- Biologia e Ecologia de Plantas Daninhas-------------------------------------- 8
2.4- Estudo Anatómico do Eixo Vegetativo de Plantas Daninhas: Anatomia Foliar (Amaranthaceae) --------------------------------------------------------9 a 15
2.5- Principais plantas Infestantes Encontradas nas Culturas de Interesse Económica-------------------------------------------------------------------------------16
2.5.1- Classificação e Nomenclatura de algumas Espécies Infestantes---------17
2.5.2- Caracterização da Espécie Azolla------------------------------------------18 a 20
2.6- Manejo ou Medidas de Controlo das Plantas Daninhas--------------21 a 23
2.7- Importância Económica das Plantas Daninhas--------------------------------24
Capitulo III ? Conclusões e Recomendações
3.1- Conclusões e Recomendações----------------------------------------------------25
3.2- Referencias Bibliográficas----------------------------------------------------------26









Resumo
As plantas daninhas são responsáveis por causarem os maiores danos económicos na agricultura. Em termos médios, 30 a 40% de redução de produção agrícola mundial são atribuídos à interferência. Além desses prejuízos directos, a presença das plantas daninhas reduz a eficiência agrícola, aumentando os custos de produção. Um conceito amplo de plantas daninhas a enquadra como toda e qualquer planta encontrada em local indesejado. Porém, muitas vezes, devem ser encaradas como aliadas. As características benéficas encontradas nas espécies podem ser muitas. A protecção do solo contra erosão é um dos aspectos mais significativos das plantas daninhas. A competição é a forma mais conhecida de interferência das plantas daninhas sobre as culturas. Os recursos que mais frequentemente estão sujeitos à competição são nutrientes minerais essenciais, água, luz e espaço. Considerando apenas a produtividade da lavoura, o ideal é que durante esse período as culturas sejam mantidas limpo.

Palavras-chave: Plantas daninhas, competição, produção.

















IV

Abstract
The harmful plants are responsible for they cause the largest damages economics in the agriculture. In medium terms, 30 to 40% of reduction of production agricultural world championship are attributed to the interference. Beyond of those damages directors, the presence of the harmful plants reduces the agricultural efficiency, increasing the production costs. A wide concept of harmful plants frames her/it as all and any plant found in place no wanted. However, a lot of times, they should be faced as allied. The beneficial characteristics found in the species can be many. The protector of the soil against erosion is one of the most significant aspects of the harmful plants. The competition is the form more acquaintance of interference of the harmful plants on the cultures. The resources that more frequently are subject to the competition are nutritious essential amminerals, water, shines and space. Just considering the productivity of the farming, the ideal is that during that period the cultures plantation is maintained clean.

Keywords: Harmful plants, competition, production














CAPITULO I - INTRODUÇÃO
1.1 - INTRODUÇÃO

O estudo das plantas daninhas e seu controle é uma área das ciências agronómicas de grande complexidade e que depende de conhecimentos profundos de um grande numero de ciências básicas que compõe a agronomia (Genet, 2010).
E na agricultura, entretanto, que as plantas daninhas causam os maiores danos económicos (Genet, 2010). Em termos médios, 30 a 40% de redução de produção agrícola mundial são atribuídos á interferência das plantas daninhas. Alem desses prejuízos directos, a presença das plantas daninhas reduz a eficiência agrícola, aumentando os custos de produção. Causam danos as plantas cultivadas muito maiores que pragas e doenças e constituem-se na maior barreira a produção de alimentos, em muitas regiões do mundo (Genet, 2010).
Um conceito amplo de planta daninha a enquadra como toda e qualquer planta que ocorre onde não é desejada (Genet, 2010). As plantas daninhas comuns são aquelas que não possuem a habilidade de sobreviver em condições adversas (Genet, 2010). Por outro lado, as plantas daninhas verdadeiras apresentam determinadas características que permitem fixa-las como infestantes ou daninhas (Genet, 2010). São plantas não melhoradas geneticamente, que apresentam capacidade de crescer em condições adversas, tais como ambientes desérticos ou alagados, em ambientes com temperaturas baixas ou altas e solos salinos (Genet, 2010). Apresenta rusticidade, resistência a pragas e doenças, habilidades de produzir grande número de sementes viáveis com adaptações que auxiliam na dispersão da espécie e formas variadas de multiplicação (tubérculos, rizomas e bolbos) (Genet, 2010). Outro ponto favorável a ser considerado é que quando se controlam as plantas daninhas por métodos manuais, mecânicos ou químicos a cobertura morta sobre o solo reduz o aquecimento da superfície pela radiação solar e auxilia a retenção de humidade (Genet, 2010). Essa cobertura morta, quando em decomposição, incrementa os teores de matéria orgânica e nutrientes do solo (Genet, 2010). Pode, ainda, reduzir a germinação de novas plantas daninhas, tanto pelo efeito físico de sombreamento do solo quanto pela liberação de substancias químicas com efeito alelopático (Genet, 2010). Os recursos que mais frequentemente estão sujeitos á competição são nutrientes minerais essências, água, luz e espaço (Genet, 2010).

Para decidir como e quando controlar as plantas daninhas deve-se considerar as espécies presentes e suas fases de desenvolvimento (monitoramento periodico), a topografia e a disponibilidade de agua, o espaçamento e a idade das culturas, a mão -de ? obra e os equipamentos disponíveis, e o custo com produtos (Genet, 2010).
Por tal motivo, o estudo das plantas infestantes num País em desenvolvimento agrícola como Angola, constitui o ponto de partida para o estudo dos problemas relativos ao seu controlo (Pinto, 2008).
Nesta conformidade, seleccionamos para a elaboração do relatório final de curso, o estudo das principais infestantes que prejudicam as culturas, cujo objectivo fundamental é dar uma modesta contribuição a tão importante problema, e alem disso chamar a atenção sobre a necessidade da continuação do estudo sobre plantas infestantes e iniciar a partir dele, num futuro próximo, outros trabalhos que permitam inferir sobre os meios de controle mais eficientes e aconselháveis nas condições ecológicas de Angola.





















CAPITULO II - FUNDAMENTO TEORICO
2.1 - INTRODUÇÃO
O ramo agrário reveste-se de importância socio-económica de grande relevo, tendo sido definido como base do desenvolvimento do nosso Pais (Pinto, 2008). O progresso deste, por consequência, encontra-se intimamente dependente da agricultura e da pecuária, também subordinada a produção vegetal.
As produções unitárias medias da agricultura tem sido baixas, comparadas aos valores obtidos noutros países da região Austral do Continente Africano, pois ainda é difícil encontrar a solução para os diversos factores que as afectam, como sejam: o pessoal qualificado, e não só, as sementes, os fertilizantes, as pragas, as doenças, as infestantes, os pesticidas, etc. Este trabalho refere-se, em particular as infestantes que prejudicam as diversas culturas, cujo estudo e utilização racional dos recursos naturais constituiriam um meio indispensável ao progresso da nossa agricultura, diminuindo os prejuízos inerentes a esses factores e a outros a que ela está condicionada (Pinto, 2008).
As infestantes constituíram, desde os primórdios da agricultura ate aos nossos dias, preocupação do Homem visto serem responsáveis pela redução das produções das culturas, hoje agravada pelo impressionante aumento demográfico mundial e, portanto, pela constante procura de alimentos.
As infestantes provocam prejuízos sob diversas formas: nos campos cultivados é necessário investir - se um elevado numero de horas em operações culturais para a sua contenção ou erradicação.
Somente nos Estados Unidos, as perdas provocadas pelas infestantes foram estimadas em 5 mil milhões de dólares, valor que só é superado por perdas causadas pela erosão do solo naquele Pais. Por outro lado, calcula-se que 16% do valor das colheitas se devem as operações culturais. A metade do trabalho necessário deve-se as infestantes presentes e, portanto, em cada hectare de terra cultivada perdem-se, só em tempo, 8% do valor da produção (Pinto, 2008).
No nosso Pais, não tem sido poucos os esforços no sentido de se colocar a Agricultura num nível em que possa satisfazer as necessidades alimentares das populações. Nesse contexto, estudo das infestantes surge como mais um esforço necessário, imperioso até, visto poder fornecer elementos de base indispensáveis ao emprego criterioso de técnicas culturais que conduzam ao aumento, por unidade de superfície, das produções agrícolas, particularmente o uso de pesticidas que se justifica nas grandes extensões de terras cultivadas devido á escassez de mão de obra resultante do êxodo rural e a morosidade da monda e/ ou sacha manual, mais acentuada em grandes áreas.
O trabalho de estudo das principais infestantes nas principais culturas de Angola, constitui um ponto de partida para futuros trabalhos do género noutras culturas. A materialização desses trabalhos permitir-nos-ia pensar na elaboração de uma lista das infestantes mais problemáticas da nossa agricultura, bem como no guia com soluções, fundamentadas em experiências adquiridas para cada caso de infestação, a ser fornecida ao agricultor Angolano. Pensamos que, o alargamento da colaboração internacional com outros países de agricultura mais avançada, particularmente, os da nossa zona de desenvolvimento (SADCC) com a consequente discussão da experiência acumulada nesses países, sejam um meio valioso para, mais cedo, darmos a Agricultura Angolana esse singelo contributo (Pinto, 2008).






















2.2 - ORIGEM
Uma planta é considerada erva daninha quando nasce espontaneamente em local e momento indesejado, podendo interferir negativamente na agricultura (Wikipedia, 2009). Em geral é conhecida com diferentes sinónimos, que podem ter significado negativo: planta daninha, planta invasora, inço, mato. Podem também aparecer com significações positivos: planta espontânea, planta indicadora, que sugerem uma certa possibilidade de convivência com as culturas comerciais (Wikipedia, 2009).
Entretanto, essa conceituação pode deferir conforme a ideologia (agricultura convencional e agricultura agroecologica) dos profissionais em ciências agrárias (Wikipedia, 2009).
Características comum (Wikipedia, 2009):
? Cresce rápido: usam uma alta eficiência de água
? Excelente adaptação climática
? Apresentam um curto intervalo entre floração e germinação
? Perenes, geneticamente poliploides e facultativamente auto compatíveis
? Apresentam estruturas para dispersão, e germinam em quase todos os substratos húmidos sem uma fertilização específica
? Alta dormência
? Alta longevidade
? Alta produção, produção continua.
Na realidade, as plantas daninhas surgiram quando o homem iniciou suas actividades agrícolas, separando as benéficas (plantas cultivadas) das maléficas (plantas daninhas) (Genet, 2010). De maneira que as plantas daninhas encontram-se onde está o homem, porque é ele quem cria o ambiente favorável a elas (Genet, 2010). O homem é provavelmente o responsável a evolução das plantas daninhas, bem como das plantas cultivadas (Genet, 2010).
As plantas daninhas não devem ser vistas sempre como inimigas ou indesejáveis (Genet, 2010). Muitas vezes, devem ser encaradas como aliadas (Genet, 2010). As características benéficas encontradas nas espécies podem ser muitas (Genet, 2010).
A protecção do solo contra erosão é um dos aspectos mais significativos das plantas daninhas (Genet, 2010). Também, a cobertura do solo é importante no sistema de sementeira directa (Genet, 2010).


2.3 - BIOLOGIA E ECOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
Conceito de planta daninha

Conceito ecológico ? planta que coloniza e domina o estágio inicial de uma sucessão vegetal numa terra perturbada pelo homem (Baioa, 1997). Planta que se adapta com maior facilidade as condições edafoclimaticas criadas pelo homem (Baioa, 1997).
Conceito Biológico - planta com características especificas que facilita sua sobrevivência e dispersão (Baioa, 1997).
Definição de planta daninha
? E uma planta que se desenvolve onde não é desejada
? E uma planta que causa mais danos que benefícios
? E uma planta que causa danos a outras plantas de interesse
? E uma planta fora de lugar
? E uma planta indesejável
? E uma planta que ocupa espaço destinado á outras actividades
? E uma planta que domina todas as artes de sobrevivência excepto a de crescer em fileiras
Estas podem ser vistas dentro de um contexto mais amplo, o que ajuda a entender que não são sempre indesejáveis pois, podem: favorecer um microclima, controlar erosão, aumentar teor de matéria orgânica, criar ambiente favorável para microflora e microfauna (Baioa, 1997). Ou podem ser vistas dentro de um contexto particular o que nos ajuda dimensionar o problema mais especifico em função de: da espécie, da frequência, da época de emergência, do ciclo de vida, da competitividade (Baioa, 1997). As infestantes competem com as culturas em espaço, luz, agua e nutrientes. Podem abrigar insectos, ácaros e agentes patogénicos das culturas. A sua acção directa e indirecta pode causar importantes perdas de produção das culturas agrícolas (Bayer CropScience 2009).






Característica de uma planta para ser considerada daninha
? Nenhuma exigência para germinar
? Rápido crescimento
? Alta capacidade de florescimento
? Alta produção de sementes
? Habilidades de dispersão
? Adaptação as pratica de manejo
? Tolerância a variação ambiental
? Plasticidade fenotipica
? Germinação assincronica
? Formação e raças fisiológicas
As plantas daninhas são dotadas de certas características que lhe são peculiares e que interferem na estratégia de seu manejo (Baioa, 1997). Para se manejar bem estas plantas há necessidade de se conhecer mais profundamente tais características (Baioa, 1997). David Crockett em sua palestra durante o Congresso Internacional de Controlo de Plantas daninhas, em 1992, colocou uma afirmativa sobre a importância do conhecimento da biologia das plantas daninhas para seu manejo: "Se você quiser controlar uma planta daninha, você deverá pensar como uma planta daninha" (Baioa, 1997). E para se pensar como uma planta daninha, você tem que conhecer suas características, acima citadas:
? Germinação e crescimento em condições adversas esta característica é mais típica ou menos típica em função da espécie (Baioa, 1997).
Importante lembrar que todas germinam e desenvolvem melhor em condições mais amenas porem, certas espécies são capazes de se desenvolver onde outras não seriam capazes. Exemplo: Tiririca (Cyperus spp) (Baioa, 1997) que é classificada como uma espécie de ambiente indiferente, cresce melhor em ambiente favorável porem, o ambiente não é tão limitante como seria para outras espécies, principalmente as plantas cultivadas (Baioa, 1997). Assim, seu manejo será voltado em dar condições mais favoráveis para a cultura e menos favorável para a planta daninha (Baioa, 1997).
? Alta capacidade de florescimento ? esta característica expressa a necessidade e capacidade das espécies de se multiplicarem (Baioa, 1997). Quaisquer que sejam as condições a maioria das espécies daninhas florescem e produzem sementes em abundância (Baioa, 1997). Uma espécie cultivada, sob tais condições não floresce ou floresce de maneira deficiente, comprometendo a produção de sementes e consequentemente a multiplicação da espécie (Baioa, 1997). O manejo da planta daninha neste caso é o seu controle antes mesmo que ela produza sementes viáveis (Baioa, 1997). O controle de sua descendência também resolve mas, com mais custos e outros prejuízos (Baioa, 1997).
? Alta produção de sementes ? estas características, juntamente com a dormência, conferem as espécies daninhas a capacidade de perpetuação da espécie e capacidade competitiva (Baioa, 1997). Várias espécies chegam a produzir mais de 100. 000 sementes por planta (Baioa, 1997).
As diferentes espécies de infestantes podem ser classificadas de diversas formas:
Tradicionalmente as infestantes dividem-se em quatro grupo: anuais, bianuais, plurianuais e vivazes conforme completam o seu ciclo de vida em 1,2 ou mais anos.
? Anuais: reproduzem-se unicamente por sementes e completam o ciclo em menos de um ano.
? Bianuais: reproduzem-se exclusivamente por sementes e completam o seu ciclo em 2 anos.
? Plurianuais: vivem durante vários anos e reproduzem-se por sementes.
Mantêm a parte aérea sob uma forma reduzida (roseta de folhas, gomo dormente durante as estações desfavoráveis enquanto as raízes acumulam reservas no solo). (Bayer CropScience 2009).

















2.4- ESTUDO ANATOMICO DO EIXO VEGETATIVO DE PLANTAS DANINHAS.
I. ANATOMIA FOLIAR DE Gomphrena celosioides Mart. (AMARANTHACEAE)
O presente trabalho constitui uma contribuição ao estudo da anatomia foliar de Gomphrena celosioides Mart. (Amaranthaceae) (UFLA, 2008). A espécie, objecto do estudo, tem sido tratada, na maioria das vezes, como planta daninha de áreas cultivadas e pastagens, ocorrendo também como rural. As observações anatómicas foram realizadas em folhas, em material fresco ou fixado, tratadas segundo a metodologia usual em anatomia vegetal. Foram observadas, a partir das lâminas confeccionadas, as seguintes características: epidermes do pecíolo e da lâmina foliar são uniestratificadas; presença de tricomas pluricelulares, unisseriados; estômatos do tipo anomocítico presentes nas duas faces da folha; mesofilo com tecido paliçádico composto de uma só camada de células; tecido lacunoso com duas camadas celulares de elementos de formas irregulares; idioblastos contendo drusas de oxalato de cálcio presentes no mesofilo; feixes vasculares do pecíolo e nervura mediana acompanhados, externamente ao floema, por bainha de esclerênquima; feixes vasculares da lâmina foliar envolvidos por bainha de células tipo "Kranz"; colênquima do tipo angular, no pecíolo e nervura mediana; o padrão geral de nervação da espécie é penado, camptódromo e broquidódromo (UFLA, 2008).
Resultados de estudos de anatomia foliar têm sido utilizados nos diferentes Estados, geralmente como subsídios a estudos de fisiologia ecológica, principalmente de balanço hídrico. Esses estudos foram executados inicialmente em plantas dos cerrados sendo posteriormente realizados em plantas de outras formações vegetais (UFLA, 2008).
Diante desse facto, concluiu-se que as espécies de amarantáceas e as espécies de outras famílias, em geral, necessitam urgentemente de estudos anatómicos em maior número e mais pormenorizados (UFLA, 2008).








2.4.1- Material Botânico
No estudo da nervação foliar, utilizaram-se também folhas de material herborizado. Para a caracterização da espécie, baseou-se nos trabalhos de Seubert (1875) e Smith e Downs (1972) e na observação de exemplares depositados nos seguintes herbários (UFLA, 2008).
O estudo anatómico foi realizado em material fresco ou fixado. A fixação de parte do material foi realizada no local de colecta, sendo empregados os seguintes fixadores: etanol a 70% (Jensen, 1962) e F.A.A. a 50% (Johansen, 1940) (UFLA, 2008).
Os cortes histológicos foram realizados com o uso de micrótomo manual de Ranvier e rotativo de Spencer, mediante a técnica usual do álcool etílico e xilol e tratados conforme o processo de dupla coloração: safranina combinada com verde-rápido e a combinação hematoxilina-eosina (Johansen, 1940) (UFLA, 2008).
No estudo da epiderme, em vista frontal, utilizaram- se cortes paradérmicos das folhas ou o seu isolamento utilizando-se a mistura de Jeffrey (ácido nítrico e ácido crômico a 10% em partes iguais (Johansen, 1940) (UFLA, 2008).
A contagem do número de estômatos foi realizada segundo a técnica de Labouriau, Oliveira e Salgado - Labouriau (1961), em três regiões: base, meio e ápice da folha.
Para os testes histoquímicos, utilizaram-se cortes executados a mão livre, com auxílio de lâmina de barbear, e submetidos a reagentes específicos. A identificação da lignina foi feita com o uso de floroglucina adicionada com gotas de ácido clorídrico concentrado (Johansen, 1940) (UFLA, 2008).
Para o estudo da nervação, as folhas foram diafanizadas em solução aquosa de hidróxido de sódio a 5% (Fellipe e Alencastro, 1966), clarificadas em hipoclorito
de sódio a 50% (Handro, 1964) e coradas com solução hidroalcoólica de safranina a 1% ou com solução de azul de anilina a 1% acidificada (Handro, 1964; Fellipe e Alencastro, 1966; Ferreira, 1968). A descrição dos caracteres gerais da folha e tipos de nervuras foram baseados em Hickey (1973). Os desenhos e esquemas dos cortes anatómicos foram realizados com o auxílio de câmara clara acoplada em microscópio óptico Olympus CBB, no Laboratório de Anatomia Vegetal da UFLA (UFLA, 2008).





2.4.2- Descrição Morfológica
Gomphrena celosioides Mart. Erva perene. Caules decumbentes e/ou ascendentes, com até 50,0 cm de altura, pubescentes. Raízes cilíndricas, córtex suberoso, sulcado. Folhas curtamente pecioladas, Gommphrena celosioides Mart.
NOMES VERNACULARES: Perpétua, sempre-viva, perpétua-brava.
FENOLOGIA: floresce de Outubro até Maio.
CULTURAS DE OCORRÊNCIA: dentro do Estado de Minas Gerais, a espécie, objecto de estudo, já foi colectada em culturas de algodão, milho, sorgo, trigo, soja, café, fumo, mandioca, feijão, pomares, pastagens, canais de irrigação e drenagem e também como ruderal (em terrenos e áreas antrópicas) (UFLA, 2008).
ANATOMIA DA FOLHA
a) Pecíolo
Na região basal, apresenta-se côncavo-convexo e em seu trajecto para a base da lâmina foliar, sua concavidade vai se tornando menos acentuada, podendo ser considerado quase plano-convexo. A epiderme é uniestratificada. Suas células de secção irregular são recobertas por uma cutícula moderadamente espessa. A irregularidade do lume celular está relacionado com a desigualdade dos espessamentos das paredes celulares, mais acentuados nas paredes periclinais internas, devido à presença de colênquima subepidérmico. Ocorrem, nesta epiderme, tricomas pluricelulares, unisseriados, do mesmo padrão dos observados na lâmina foliar, e raros estômatos.
O colênquima, do tipo angular, encontra-se presente em todo o contorno na região basal, e na região apical, é restrito as faces abaxial, adaxial e alas laterais. O parênquima fundamental é constituído por várias camadas de células. Nesse parênquima ocorrem idioblastos cristalíferos contendo drusas de oxalato de cálcio. Nas proximidades dos feixes vasculares, externamente ao floema, algumas células parenquimáticas apresentam grãos de amido. Os feixes vasculares, constituídos por porções xilemáticas e floemáticas características, em número de apresentam-se isolados, dispostos em arco, e são colaterais. Uma bainha de esclerênquima, reduzida a fibras isoladas ou em pequenos grupos, acompanha externamente o floema (UFLA, 2008).





b) Lâmina foliar
b.1.) Epiderme da face adaxial
Em corte paradérmico apresenta células irregulares quanto ao formato e tamanho; as paredes anticlinais são ligeiramente onduladas. Próximo à base dos tricomas, exibem formato arredondado a ovalado e suas paredes anticlinais, sem ondulações, são mais espessadas. Sobre as nervuras e ao longo destas, as células adquirem contorno poligonal e são alongadas. As células que circundam os estômatos apresentam morfologia análoga a das demais células epidérmicas. Vista em corte transversal é uniestratificada. Em média, as células apresentam 35,0 micrómetros de diâmetro anticlinal. As paredes periclinais externas são recobertas com uma cutícula fina, lisa e de espessura quase uniforme. Paredes periclinais internas são menos espessadas que as externas. Nas proximidades das nervuras de maior porte, e sobre estas, as células epidérmicas diminuem gradualmente de tamanho e apresentam formato globoso a alongado no sentido periclinal (UFLA, 2008).

b.2.) Epiderme da face abaxial
Como a anterior, em corte paradérmico, também apresenta células irregulares quanto à forma e tamanho, sem arranjo definido. Apresenta paredes anticlinais ligeiramente onduladas. Sobre as nervuras, as células adquirem formato alongado, tendendo à forma poligonal rectangular. Próximo à base dos tricomas, as células modificam seu formato, tornando - se arredondadas; junto aos estômatos e circundando os mesmos, não sofrem modificações. Vista em corte transversal, é uniestratificada. Em média apresentam 34,0 micrómetros de diâmetro anticlinal. Paredes periclinais externas recobertas por cutícula fina, lisa e de espessura quase uniforme. As paredes periclinais internas são mais finas que as paredes periclinais externas. Gomphrena celoisioides Mart.(UFLA, 2008)

b.3) Estômatos
Presentes nas duas faces da folha, caracterizando - a como anfiestomática. São do tipo anomocítico (ranunculáceo), segundo a classificação de Metcalfe e Chalk (1988). Ocorrem, em média, 252 por mm² na face adaxial e 193/mm² na face abaxial. Em vista frontal, acham-se dispersos sem qualquer arranjo perceptível. Em corte transversal, as células estomáticas se apresentam ao nível das células epidérmicas (UFLA, 2008).
Nota-se, comummente, a ocorrência de estômatos vizinhos duplos ou muito próximos e de estômatos anómalos, estes representados por uma só célula estomática.
Em corte longitudinal à célula estomática, observa-se que seu lume é menor na região central, onde se nota maior espessamento da parede. Este fato pode ser confirmado quando o corte transversal atinge a referida região. A câmara subestomática é pouco profunda, e se estende, via de regra, até a metade inferior das células do tecido lacunoso, quando o estômato situa-se na face abaxial ou até a um terço superior das células do tecido paliçádico, quando o estômato situa-se na face adaxial (UFLA, 2008).

b.4) Tricomas
Ocorrem nas duas faces da folha, sendo mais numerosos na face abaxial. São pluricelulares e, na totalidade de seu comprimento, unisseriados, sendo constituídos de 4 a 8 células. Atingem entre 0,5 a 3,0 mm de comprimento. Apresentam como características: superfície um tanto irregular, com pequenos dentículos; células basais curtas; célula apical alongada; são considerados articulados devido ao facto de que as células são unidas por "dentes", que se encaixam perfeitamente, havendo a formação, na região de encaixe, de uma região mais dilatada; paredes celulares de espessura aproximadamente uniforme.
Em vista frontal, a base destes tricomas está circundada por um conjunto de células epidérmicas que se dispõe mais ou menos radialmente. Ao nível das nervuras e no pecíolo, ocorre este mesmo tipo de tricoma (UFLA, 2008).
b.5.) Mesofilo
Visto transversalmente, o tecido paliçádico é composto de uma só camada de células, localizando-se, as menores, sobre as nervuras e, em alguns casos, sobre os idioblastos, e as maiores, nas demais regiões, onde pode aparecer mais de uma camada de células. As células possuem paredes finas. Espaços intercelulares são relativamente frequentes, sendo que os maiores formam as câmaras subestomáticas adaxiais.
O tecido lacunoso é constituído, de uma maneira geral, por duas camadas de células, com formatos e tamanhos irregulares e paredes finas. Seu conteúdo é mais escasso que o das células paliçádicas. As lacunas são relativamente pequenas; em vista frontal seus tamanhos são variáveis. Deve-se ressaltar que as células deste tecido, em contacto com a bainha do feixe vascular, podem estar modificadas em formato e tamanho, tomando aspecto de células paliçádicas. Em todo o mesofilo ocorrem idioblastos, portadores
de drusas de oxalato de cálcio (UFLA, 2008).


b.6.) Nervuras
Em corte transversal, a nervura principal apresenta secção quase plano-convexo, na base da lâmina foliar, até ligeiramente côncavo - convexa no ápice.
A epiderme, tanto na face adaxial como na abaxial, em corte transversal, é uniestratificada com paredes periclinais espessadas, sendo a externa recoberta por cutícula semelhante a observada sobre as células do pecíolo. Presença de tricomas similares aos observados na lâmina foliar e raros estômatos. Subepidermicamente ocorre um colênquima, do tipo anguloso, com número variável de camadas celulares, de acordo com a altura em que é realizado o corte, não ocorrendo na região apical da folha. De modo geral, as células que se encontram junto à epiderme possuem menor diâmetro que os das camadas mais internas.
O parênquima fundamental é constituído por células com paredes delgadas. Na região apical da folha, a porção adaxial do parênquima da nervura é substituída pelo tecido paliçádico do clorênquima foliar. Notam-se, neste tecido, idioblastos cristalíferos contendo drusas de oxalato de cálcio. Os feixes vasculares são do tipo colateral. Uma bainha de esclerênquima, semelhante à descrita no pecíolo, acompanha externamente o floema (UFLA, 2008).

Gompphrena celoioides Mart.
As nervuras secundárias apresentam-se idênticas à primária no terço médio da folha, notando-se, porém, uma redução dos estratos celulares que as compõem. As nervuras de menor calibre apresentam constituição muito variável, conforme o seu calibre, podendo as mais reduzidas constarem exclusivamente de elementos de xilema. Digno de nota, é a presença de uma bainha constituída de células que contêm cloroplastídeos de grande tamanho, envolvendo as nervuras de menor calibre. As células dessa bainha diferem, forma e tamanho, das células do clorênquima adjacente; as paredes das células dessa bainha são mais espessadas que as células do clorênquima adjacente. Essa bainha é classificada, anatomicamente, como bainha tipo "Kranz", e tem sido observada em espécies que apresentam o ciclo C4 de assimilação do carbono fotossintético (UFLA, 2008).




b.7.) Bordo Foliar
As células epidérmicas apresentam-se diferentes, em forma e tamanho, das células das faces adaxial e abaxial. Toda a região do bordo é recoberta por cutícula semelhante àquela que recobre o restante da lâmina foliar. A medida em que se aproximam do bordo, as células dos tecidos paliçádico e lacunoso se tornam mais curtas e mais estreitas, e na região do bordo propriamente dito, essas células são substituídas por um grupo de elementos colênquimatosos. Drusas de oxalato de cálcio ocorrem com relativa frequência nessa região.
Um feixe de pequeno porte circundado por bainha bem desenvolvida ocorre nas proximidades do bordo.
Tricomas com as mesmas características já assinaladas ocorrem nesta região, o mesmo acontecendo com os estômatos (UFLA, 2008).
c) Nervação
Padrão geral: pinado, camptódromo, broquidódromo. A nervura primária é nítida, mediana, afilando-se em direcção ao ápice, com curso rectilíneo sem ramificações. As nervuras secundárias (Figura 26) são alternas e ascendentes, apresentando: ângulo de divergência agudo; espessura moderada; curso levemente curvado em 2/3 a partir da base e curvado abruptamente no ápice; nervuras intersecundárias simples, ou compostas frequentes. As nervuras terciárias são pouco visíveis na folha verde. As nervuras de maior ordem são distintas mais pela posição que pela espessura, que é quase uniforme, devido à presença de bainha de células envolvendo os feixes vasculares; a estrutura dessa bainha é melhor evidenciada no corte transversal da lâmina foliar. As nervuras quaternárias apresentam curso relativamente ao acaso e a última nervação marginal é anastomosada. As nervúrulas são simples e ramificadas; raramente são encontradas aréolas sem nervúrulas. As aréolas apresentam desenvolvimento imperfeito, com arranjo ao acaso, formato irregular e tamanho predominantemente mediano (UFLA, 2008).







2.5- PRINCIPAIS PLANTAS INFESTANTES ENCONTRADAS NAS CULTURAS DE INTERESSE ECONOMICA.

Novas plantas daninhas adicionadas nas culturas:








Indigofera hirsuta L. - anileira, anileira-do-pasto, anil-roxo Alternanthera tenella Colla - apaga-fogo, carrapichinho, periquito Calopogonio mucunoides Desv.- calopogônio, calopo, falso-oró Acanthospermum hispidum DC. - carrapicho-de-carneiro, chifre-de-carneiro Cynodon dactylon (L.) Pers. - grama-seda, grama-bermuda, grama-de-burro








Nicandra physaloides (L.) Pers - joá-de-capote, juá-de-capote, balãozinho Stizolobium aterrimum Piper & Tracy - mucuna preta Ipomoea hederifolia L. - corda-de-viola, corriola, jetirana, amarra-amarra Senna occidentalis (L.) Link - fedegoso, mata-pasto, manjerioba Ipomoea quamoclit L. - corda-de-viola, cardeal, esqueleto, corriola








Commelina benghalensis L. - trapoeraba, capoeraba, marianinha Bidens pilosa L. - picão-preto, picão, picão-do-campo Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby - fedegoso, fedegoso-branco, mata-pasto Ipomoea grandifolia Dammer - corda-de-viola, corriola, jetirana Ipomoea nil (L.) Roth - corda-de-viola, corriola, campainha, jetirana









Sorghum arundinaceum (Willd.) Stapf - falso-massambará, sorgo-selvagem Argemone mexicana L. - cardo-santo, papoula-de-espinho, figo-do-inferno Ipomoea hederifolia L. var lútea - corda-de-viola, corriola, jetirana, amarra-amarra Brachiaria plantaginea (Link) Hitchc.- capim-marmelada, capim-papuã Macroptilium atropurpureum (DC) Urb. - siratro








Calopogonium mucunoides Desv. ? calopogônio Pyrostegia venusta Baill. - cipó-de-são-joão, flor-de-são-joão, cipó-de-fogo Ipomoea hederifolia L. - corda-de-viola, corriola, jetirana, amarra-amarra Ipomoea nil (L.) Roth.- corda-de-viola, corriola, jetirana, amarra-amarra Ricinus communis L. - mamona, palma-de-cristo, carrapateira, rícino









Blainvillea latifolia (L.f) DC - canela-de-urubu, erva-palha, picão-grande Panicum maximum Jacq. - capim-colonião, capim-coloninho, capim-guiné Cynodon dactylon (L.) Pers. - grama-seda, grama-bermuda, grama-de-burro Chloris polydactyla (L.) Sw. - capim-branco, capim-guayamum Ricinus communis L. - mamona, palma-de-cristo, carrapateira, rícino




Fonte: Genet, 2010.

2.5.1- CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DE ALGUMAS ESPECIES
INFESTANTES (Azevedo et all, 2007)




2.5.2- CARACTERIZAÇÃO DA ESPECIE AZOLLA
A zolla é um pteridófito (feto) aquático flutuante que apresenta uma estrutura muito peculiar. Os caules são delgados e ramificados, estendem-se horizontalmente e estão cobertos por folhas. Possuem numerosas raízes simples que emergem nos pontos de ramificação do lado ventral do caule. As folhas são pequenas, alternas, imbricadas (dispostas como as telhas dum telhado) profundamente bilobadas e dispostas em duas fiadas no lado dorsal dos caules (Baioa, 1997).

Cada folha está dividida em dois lobos: um lobo dorsal, espesso, aéreo, clorofilino e papiloso à superfície e um lobo ventral, delgado, submerso e hialino. Normalmente apresentam cor verde, mas em condições de stress ambiental o lobo dorsal adquire uma coloração avermelhada devido à presença de pigmentos (antocianinas).
O género Azolla foi descrito pela primeira vez por Lamarck em 1783 e inclui presentemente sete espécies originárias de zonas com clima tropical a temperado quente. Algumas espécies foram introduzidas no continente europeu onde, graças à sua grande capacidade de adaptação, têm ocupado novos habitats e mesmo zonas mais setentrionais. Contudo, a sua distribuição não é totalmente clara devido ao facto dos caracteres taxinómicos tradicionalmente utilizados na sua classificação dificultarem a sua distinção ou mesmo provocarem alguma confusão. Estudos em curso, desenvolvidos pela nossa equipa e utilizando caracteres mais fiáveis, indicam a existência apenas de uma espécie no nosso país: A. filiculoides. A distinção precisa das espécies de Azolla em estudo não é uma questão meramente académica, pois o conhecimento detalhado da sua taxinomia tem repercussões muito importantes nas estratégias de gestão desta planta, nomeadamente quando a mesma apresenta desenvolvimentos explosivos em diversos cursos de água (Baioa, 1997).









- Reprodução
Os espécimes do género Azolla são constituídos por plantas monóicas (no mesmo indivíduo encontram-se estruturas reprodutoras femininas e masculinas) e heterospóricas (formam-se 2 tipos diferentes de esporos). As estruturas de reprodução sexuada, esporocarpos, frequentemente em número de 2, apresentam uma forma esférica ou oval,
Divisão: Pteridophyta
Classe: Filicopsida
Ordem: Salviniales
Família: Azollaceae
Género: Azolla
Subgénero: Azolla
Secção: Azolla
Espécie: Azolla filiculoides

- Classificação (Saunders and Fowler, 1993)
Cor acastanhada quando maduras e encontram-se no lobo ventral das primeiras folhas dos ramos laterais. As maiores são masculinas (microsporocarpos) e as mais pequenas são femininas (macrosporocarpos), sendo os microsporocarpos facilmente visíveis a olho nu. Os esporocarpos são estruturas de resistência formadas em condições ambientais desfavoráveis e que se mantêm viáveis durante vários meses. A reprodução assexuada é o processo mais frequente e ocorre por fragmentação e crescimento dos caules permitindo uma rápida propagação da planta (Baioa, 1997).

- Associação Simbiótica
Estes pteridófitos possuem a particularidade de alojar uma comunidade procariótica constituída por cianobactérias da espécie Anabaena azollae e por bactérias de várias espécies.
As cianobactérias são de natureza colonial e filamentosa com capacidade de fixarem o azoto atmosférico, tendo sido descritas pela primeira vez por Strasburg em 1873. Encontram-se dentro de uma cavidade ovóide no interior do lobo dorsal das folhas e estabelecem uma associação simbiótica específica com Azolla. Estes procariontes estão também presentes nos esporocarpos e, após a fecundação e formação da nova planta, infectam as folhas em desenvolvimento assegurando a sua continuidade no ciclo de vida deste feto (Baioa, 1997).
Tratando-se de uma simbiose, tanto Azolla como a cianobactéria beneficiam desta associação. A primeira fornece aos endossimbiontes, em particular Anabaena azollae, compostos carbonados resultantes da fotossíntese, enquanto que esta, assegura ao hospedeiro, o fornecimento de azoto essencial ao seu desenvolvimento graças à existência de um complexo enzimático (nitrogenase) capaz de converter o azoto atmosférico em amónia, existente em células especiais do filamento denominadas heterocistos (Baioa, 1997).

- Habitat e desenvolvimento
Estas plantas preferem habitats com águas paradas ou de fraca corrente, sendo frequentes nos arrozais. Vários factores podem condicionar o seu desenvolvimento: temperaturas da água e do ar, nutrientes inorgânicos, teor de humidade baixo, intensidade luminosa e salinidade. Em condições favoráveis (temperatura elevada, caudais reduzidos e disponibilidade em nutrientes, principalmente fósforo) multiplicam-se rapidamente dando origem a tapetes de cor tipicamente verde - avermelhada que cobrem a superfície da água (Baioa, 1997).

- Utilização
A associação simbiótica com cianobactérias referida anteriormente permite que Azolla possa desempenhar um importante papel na agricultura como fonte de azoto (biofertilizante), substituindo parcialmente a utilização de adubos químicos. Verifica-se que a incorporação de Azolla, fresca ou em composto, em solos pobres promove o seu enriquecimento em matéria orgânica e nutrientes, não só em azoto, mas também em fósforo e potássio que a planta acumula durante o desenvolvimento. É principalmente a nível da cultura do arroz que estas práticas têm sido aplicadas com resultados bastante positivos. Em muitos países, este feto aquático é integrado nas rações para animais (aves, suínos, peixes, coelhos, gastrópodes) devido à sua riqueza em proteínas. Mas Azolla tem sido igualmente objecto de estudo e aplicabilidade noutras áreas, como o tratamento de efluentes domésticos e industriais, em que é utilizada na remoção de fosfatos, nitratos e metais pesados (Baioa, 1997).


2.6- MENEJO OU MEDIDAS DE CONTROLE DAS PLANTAS DANINHAS
O conhecimento da flora (identificação, ciclo e modos de conservação), das culturas e do tipo e modo de acção dos herbicidas é fundamental para definir uma estratégia de combate a infestante (Bayer CropScience 2009).
O manejo das plantas infestantes compõe-se de um conjunto de métodos de controle, cuja aplicação de maneira certa e no período adequado objectiva uma interferência efectiva no processo de germinação e desenvolvimento das plantas infestantes, com favorecimento para a cultura, procurando-se evitar prejuízos económicos e ambientais (Embrapa, 2005). Ao definir-se um programa de controlo de plantas daninhas nas culturas, é muito importante levar em consideração que o sistema radicular em algumas culturas é superficial, sendo frequentemente danificado pelas capinas (Edt-UFV, 2007).
Apesar da necessidade de limpas constantes em todo o ciclo da cultura, os primeiros três meses após a instalação são os mais limitantes, requerendo três a cinco capinas (Edt-UFV, 2007). Nessa etapa o controle das plantas infestantes deve ser realizado adequadamente para que o crescimento não seja afectado (Edt-UFV, 2007).
Os principais métodos de controlo de plantas infestantes são:

1. CONTROLE FISICO
Compreende a intervenção sobre as infestantes pela execução de acções de cunho instrumental, classificadas pela caracterização da forma de accionamento do recurso a ser empregado, podendo ser manual e mecânico. Dentre os métodos manuais, os mais empregados são a Capina e a Roçada (Embrapa, 2005). Os métodos mecânicos empregados podem ser de tracção motora e de tracção animal (Embrapa, 2005).
? Capina
O controle com a enxada deve ser realizado com restrições, uma vez que este método tem efeito de curta duração. Nos períodos chuvosos, pode elevar os custos de produção. Alem disso, causa danos as raízes mais superficiais facilitando a entrada de doenças e pragas (Edt-UFV, 2007).
? Roçagem
Em áreas não mecanizáveis, é recomendável o controle de plantas infestantes com estrovenga ou rocadeira manual, entre as fileiras das culturas em toda a área. A roçagem manual é um método viável, apresentando grande rendimento de trabalho, sem as limitações da capina manual. Outra vantagem desta pratica cultural é a manutenção da integridade do solo, pois evita sua manipulação e a propensão a doenças altamente destrutivas, como o mal ? de - Panama. O rendimento pode ser ainda maior com a utilização da roçadeira motomecanizada. Essa operação deve ser executada com a frequência requerida para minimizar a competição, até que o sombreamento proporcionado pelas algumas culturas seja suficiente para retardar o surgimento ou rebrota das plantas infestantes (Edt-UFV, 2007).
? Controle mecânico
O uso da grade de discos e da enxada rotativo para o controle de plantas infestantes, apesar de ser um método eficiente, não é o mais recomendado, por acarretar problemas de compactação na camada superficial do solo e danos as raízes (Edt-UFV, 2007).

2. CONTROLE QUIMICO
E caracterizado pelo uso de herbicidas. Dentre as características de qualidade que se deseja de um bom herbicida, é que o mesmo seja eficiente no controle das plantas infestantes, tenha um mínimo de fitotoxidez sobre a cultura, acarrete um menor impacto ambiental, apresente menos toxidez ao homem e animais, e ainda se mostre com viabilidade económica (Embrapa, 2005).
A escolha do herbicida ou da mistura de herbicidas a ser utilizada vai depender dos tipos de plantas infestantes presentes na área (Edt-UFV, 2007). Em virtude da facilidade de manuseio, do menor impacto ambiental e da formação de uma cobertura morta que possibilita a conservação da humidade do solo por um período mais longo, existe actualmente uma forte tendência ao uso de herbicidas pós-emergentes sistémicos por apresentarem um custo de controle muito menor que as capinas manuais (Edt-UFV, 2007).
? Herbicidas Pre´- Emergentes ? são geralmente herbicidas com efeitos residuais, que são aplicados no solo, quando as plantas infestantes ainda não emergiram (Embrapa, 2005). Sua eficiência está condicionada as características deste solo, as quais deverão ser observadas antes de sua aplicação (Embrapa, 2005).
? Herbicidas Pós ? emergentes - por sua vez, exercem acção sobre as plantas infestantes que emergiram, através da absorção pelas folhas, provocando um definhamento gradativo até ocorrer a morte das plantas (Embrapa, 2005). A eficiência desses herbicidas está condicionada ao próprio estádio de desenvolvimento das plantas infestantes, e não mais dependente das características do solo (Embrapa, 2005). Pois quanto menor for o porte das plantas, menores serão as doses a serem aplicadas de herbicidas e maior será sua eficiência de controlo (Embrapa, 2005).

3. CONTROLE INTEGRADO COM MANEJO DE COBERTURAS VEGETAIS
O controle integrado é definido como a combinação de métodos que, de forma eficiente, promovem o controle de plantas infestantes em todas as culturas, reduzindo custos e uso de herbicidas, possibilitando um ambiente mais ecológico, preservando os recursos naturais, como solo e agua, proporcionando maior competitividade e sustentabilidade ao produtor (Edt-UFV, 2007).
O controle Integrado do mato das culturas pode ser realizado das seguintes formas:
? Coberturas mortas, utilizando restos culturais da própria cultura, capim picado, bagaço de cana, palha de arroz, de café ou de cacau, são recomendáveis para pequenos plantios, do tipo familiar.
? Integração do método mecânico com o químico pela aplicação de herbicidas pós ? emergentes no espaço estreito (entre plantas nas fileiras) e uso de roçadeira no espaço largo (entre as fileiras), em determinadas épocas do ano, onde a concorrência por agua é minimizada.
? Uso de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) no espaço largo (entre as fileiras), para melhorar as propriedades do solo, sendo plantado no inicio das chuvas e ceifado logo após o inicio da floração.









2.7- IMPORTANCIA ECONOMICA DAS PLANTAS DANINHAS
A agricultura moderna exige a interacção de todos os factores de produção (UFLA, 2008). Assim factores como cultivares, fertilidade, manejo de agua e controle de insectos, doenças e plantas daninhas, estão relacionados de tal modo que qualquer um deles pode ser limitante em relação aos demais. As experiências no campo demonstraram que os danos causados por plantas daninhas são de igual magnitude, ou maiores que os causados por insectos e doenças (UFLA, 2008).
Das 350 mil espécies de plantas conhecidas actualmente, 30 mil são consideradas daninhas, e destas, 250 são tidas como problemáticas para a agropecuária de vários continentes. Se por esse aspecto, as plantas consideradas daninhas fornecem alto risco em termos de resultados finais da produção, quando encaradas sob o aspecto de aproveitamento de suas qualidades, sua importância cresce no campo produtivo, simplesmente por um novo enfoque de análise. Dentro dessa filosofia, a flora nativa e aquela subespontanea, no caso das plantas daninhas altamente adaptadas, oferecem um sem número de opções no que diz respeito ao seu aproveitamento, dentro de um programa de melhoramento e técnicas agrícolas apropriadas. Dentro desse enfoque, algumas plantas daninhas foram apontadas como tendo propriedades que as tornariam comestíveis, medicinais, apícolas e outros fins (UFLA, 2008).
Cada uma das espécies daninhas que ocorre nos diferentes Estados merece um estudo detalhado, para melhorar a orientação de seu controle quando necessário ou indicar a sua utilização quando esta for comprovada (UFLA, 2008).
As plantas daninhas estão envolvidas com diversos aspectos da agricultura e da vida do homem, uma vez que causa redução na produtividade das culturas, no valor da terra e na perda da qualidade do produto agrícola; dissemina pragas e doenças; aumenta custos; dificulta o manejo agrícola; e causa danos a vida e a saúde humano (Papaya Brasil- 2005). Os problemas decorrentes da competição das plantas daninhas com as culturas são maiores no período inicial de implantação. Neste período, pode chegar até dois a três anos, dependendo das espécies cultivadas, o espaço livre do solo ainda não coberto pela copa da cultura, possibilitando grande infestação de plantas daninhas. (Papaya Brasil 2005)




CAPITULO II ? CONCLUSOES E RECOMENDAÇÕES
2.1- Conclusões e Recomendações
2.2- Referencias Bibliográficas
Para que os danos das infestantes sejam reduzidos e, consequentemente, os prejuízos sejam minimizados o ideal é a combinação de métodos de controlo. As medidas de controlo devem ser planeadas antes mesmo do plantio.
Com alguns cuidados e a introdução de certas praticas, é possível melhorar a qualidade e o rendimento das culturas sem alterar custos.
E importante seguir as recomendações (Moreira et all, 2007):
? Eliminar das proximidades do plantio, ervas daninhas e/ou plantas silvestre cultivadas
? Usar alternadamente produtos de diferentes grupos químicos, levando-se em consideração o modo de acção do produto, para evitar a ocorrência de resistência das infestantes aos insecticidas;
? Utilizar a dosagem do produto indicada pelo fabricante e quantidade de água de acordo com o estágio de desenvolvimento da cultura;
? Realizar as pulverizações entre 6 e 10h, ou a partir das 16h, para evitar a rápida evaporação da água e a degradação do produto;
? Respeitar o período de carência (intervalo entre a ultima aplicação do produto e a colheita), exibido no rótulo.
? Regular correctamente o equipamento de pulverização












2.2- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1.- W3. EUROPEAN NGONETWORK ON GENETIC ENGINERING
Resistência Generalizada ? As Infestantes Contra - atacam; Actualização á 2010/07/25.
Data de acesso: 19 de Outubro de 2010
2.- Erva daninha; Origem: Wikipedia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquiza, 2009.
Data de acesso: 19 de Outubro de 2010
3.- Professor Titular da Universidade Federal De Lavras/ UFLA. Caixa Postal 37. 37200- 00 Lavras/ MG. Gavilane @ Ufla. br; 2008
Data de acesso: 19/10/2010
4.- W3. Boioa, M.V., 1997- Impacte ;
Data de acesso: 19/10/2010
5.- Bayer cropScience; Portugal - 2009
Desenvolvido por: rightclick.pt, Data de acesso: 19/10/2010
6.- Azevedo et all, 2007 ? Manejo de Plantas infestantes em pomares de Mamão; Pag. 1 - Brasil.
7.- Tópicos em Manejo de Plantas Daninhas;
Edt-UFV-07-1; livraria @Universoagricola.com
Data de acesso: 19/10/2010
8.- Embrapa Rondonia; Sistemas de Produção, 5;
ISSN 1807 ? 1805; Versão Electrónica;
Dez. /2005 ? Pag.1 ? Data de acesso: 19/10/2010
9.- W3 ? Papaya Brasil ? 2005; Data de acesso: 19/10/2010
10.- Moreira et all, ? Horticultura; 2007,
Edição 2ª; Pt. Pag. 45
11.- Pinto, L ? Identificação e Caracterização das Principais Pragas que prejudicam a Cultura do alho (Allium sativum L.), 2008; Pag. 2; Angola.