O artigo “Reinventando relações entre seres humanos e natureza nos espaços de educação infantil” de Lea Tiriba traz reflexões e contribuições   sobre novas formas de viver, sentir e pensar a vida na terra.

Segundo este texto dividido em cinco subtítulos além do título, a espécie humana está se autodestruindo.

O modelo capitalista vem desenvolvendo um desequilíbrio ambiental, desigualdade social e sofrimento pessoal. As creches e pré-escolas são espaços favorecidos para aprender-ensinar porque é neste local que as crianças colhem suas primeiras impressões do viver. Devemos refletir sobre como educar uma criança alegre e solidária num mundo individualista, competitivo e destruidor da biodiversidade. As crianças são mantidas, a maior parte do tempo, em espaços fechados, não se movimentam  livremente nos pátios em contato com o sol e a terra.

Não basta ensinar a criança a pensar o mundo e a compreender os processos naturais e culturais, mas se faz necessário que elas aprendam a preservá-lo, percebam que o homem faz parte da natureza. Precisamos, desde a creche, fazer com que o contato físico com elementos como a terra, a água e o sol estejam sempre presentes. Impedindo a criança de mexer na terra, correr na grama, jogar bola, subir em árvores, está alienando os desejos do corpo que é da natureza. As rotinas das instituições educacionais mostram claramente que não possuem pelo corpo o mesmo apreço que tem pela mente. Precisamos de liberdade de movimentos, sentir, pensar e prestar atenção as vontades do corpo.  

Criança é unidade de corpo-espírito-razão-emoção, conjunto de dimensões que constituem a humanidade. Somente entre humanos seremos capazes de aprender a recriar as atitudes, as regras, os valores, enfim o jeito de ser da espécie e do grupo social que somos parte. Mas o que não está incluso é que existem inúmeras espécies sem as quais o planeta não poderia existir. Portanto se faz necessário o respeito cultural e a biodiversidade que é o conjunto de tudo que vive na biosfera, no ar, no solo, no subsolo e no mar. Na sociedade em que vivemos o cuidar não diz respeito ao coletivo, não significa cuidar de todo o conjunto de seres humanos e não-humanos. A ecologia pessoal diz respeito as relações de cada um consigo mesmo, com seu corpo, seu inconsciente, emoções, sensações. A ecologia social retrata a qualidade das relações entre a família, amigos, na escola, no bairro. A ecologia ambiental reflete sobre o comportamento dos humanos com a biodiversidade, de maneira sustentável ou predadora.

O desafio de uma educação ambiental visa resgatar os melhores elementos da nossa tradição cultural que nos ajudem a inventar novos meios de viver, sentir e pensar a vida sobre a terra. Refletir a prática de trabalho para que não haja separação entre corpo e mente. Pensar sobre um funcionamento escolar que permita a criança respeitar as vontades do corpo. Ampliar espaços e tempo de movimentação livre. Diminuir a rotina em espaços fechados e acrescentar atividades de semear, plantar e colher alimentos. Promover encontros festivos em que se possa compartilhar música, projetos e alimentos. Combater a prática consumista. Rejeitar propostas que façam da natureza um simples objeto de estudo teórico. Investir em propostas pedagógicas que visem uma integração mais ampla. Além disso, é necessária uma investigação pedagógica que seja prática ecológica, que ensine a tomada de consciência através de compromissos com a redução do consumo de água e de energia e com os desperdícios materiais. 

Conforme o texto homem versus natureza, há uma grande preocupação com a sociedade que estamos construindo, pois somos solidários com os animais e indiferentes com os seres humanos.

Segundo a web aula da unidade 2, as experiências colaboram para que o aluno se torne atuante, construtor do seu próprio conhecimento, aprende a interagir com suas dúvidas chegando a conclusões entre muitos outros fatores favoráveis, porém deve ser apenas um auxílio para o professor. O aprendizado não pode ser limitado a um laboratório.

Na avaliação virtual unidade 1, vimos que devemos trabalhar ciências naturais, sociais e humanas de forma integrada. Favorecendo a construção do conhecimento sobre a diversidade de realidades sociais, culturais, geográficas e históricas.

Através do texto O ambiente da escola – o ambiente na escola: uma discussão sobre a relação escola – natureza em educação infantil, a educação ambiental é essencial a sobrevivência humana. Este apresenta entre algumas carências dos centros urbanos a falta de contato com a natureza. Revela escolas com falta de sombra, salas escuras, janelas altas, piso pavimentado entre outros. Conclui que escolas deveriam ter mais área verde e alguns animais para acompanhar as estações do ano e a evolução natural.

Este texto é de grande valia, em especial para professores que tem comprometimento com a formação do sujeito consciente e ativo em prol do planeta.

A autora do texto resenhado é Léa Tiriba, jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1974: fez mestrado em Filosofia da Educação no Instituto de Estudos Avançados em Educação/IESAE, da Fundação Getúlio Vargas/RJ, concluído no ano de 1988. É professora do departamento de Educação da PUC – Rio e do Curso de Especialização em Educação Infantil nesta mesma universidade. Atua como consultora e assessora junto a órgãos de administração pública e organizações não governamentais. Vem desenvolvendo pesquisa nos campos da educação, meio ambiente e infância.

Autora da resenha é Claudia Renata Maurmann, acadêmica do curso de Pedagogia da UNOPAR, Guaíba/RS.

 

   

Plano de aula

Tema: Repensando nossas ações com relação ao planeta

Nível: 5 anos

Objetivo: Conscientizar que precisamos do planeta para sobreviver ensinando a importância de colocar lixo no lixo e a economizar água, que cada um deve fazer a sua parte. Observar se as crianças irão praticar o que entenderam. Perguntas: Ao sair da escola lembraram de jogar lixo no lixo? Viram alguém jogar papel no chão? Economizaram água? Como?

Procedimentos: Fazer passeio até a orla do rio, observação do lixo, coleta de água para a experiência, comparação da água suja e da limpa, contar e dramatizar a história ( em anexo) expressar com as crianças. Comentar que no rio há peixe e que ele também fica doente com a poluição da água. Explicar que o lixo nas margens dos rios vai parar lá carregado pela chuva e que, portanto lugar de lixo não é no chão. Durante a higiene ensinar como economizar água. E salientar que uma pessoa sozinha não salva o planeta, mas que cada um deve fazer a sua parte.

Avaliação: observar se as crianças irão praticar o que entenderam, se irão fazer a sua parte. Perguntas no dia seguinte: Ao sair da escola lembraram de jogar lixo no lixo? Viram alguém jogar lixo no chão? Economizaram água? Como?

Texto:

O rio (crianças segurando lençol azul), a ponte (duas crianças de mãos dadas, o tanque, o peixe, as pessoas e algumas meninas de flor.

O rio seguia seu caminho quando ouviu um peixe dizendo:

 _ Não vá para a cidade.

E o rio pergunta:

 _ Por quê?

O peixe responde:

Porque lá as pessoas jogam lixo na água.

E o rio seguiu, encontrou uma ponte e falou:

Como você é cinza.

A ponte respondeu:

_ Tudo na cidade é assim.

Quando o rio chegou na cidade, as pessoas jogaram latas, caixas de leite, garrafas e o rio foi ficando doente. Até que passou por um tanque, onde retiraram o lixo e o rio ficou limpo.

O rio agora saudável e feliz foi embora sem entender por que jogavam lixo no rio para ter que limpar depois.

( autor desconhecido)