O termo estresse foi publicado pela primeira vez, por Hans Selye em 1936, e desde então já foram publicados mais de 110 estudos sobre o tema. O estresse representa a resposta genérica do organismo frente às exigências do ambiente. Podem existir dois tipos de estresse: O orgânico, que pode ser em nível moderado que consiste em eustresse, que tem uma função protetora e de adaptação. E, o crônico, que é em nível mais elevado, provocando mudanças patológicas e até a morte, neste processo consiste em distresse (HELMAN, 2003).
Seyle, descreve as respostas aos fatores de estresse ou estressor, a influência ambiental em si ? física, psicológica ou sociocultural, a sequência de eventos pela qual o organismo responde é rotulado como a Síndrome de Adaptação Geral, onde possui três estágios:
a) Em primeiro lugar, ocorre a fase de alarme: onde o organismo é mobilizador para enfrentar a ameaça.
b) Em segundo lugar, ocorre a fase de resistência: o organismo parece ter-se adaptado à situação geradora de stress.
c) NO terceiro estágio, a exaustão, ocorre quando o organismo deixa de ultrapassar a ameaça, e no decorrer deste processo, fragiliza os recursos fisiológicos (STROEBE, 1995, p.241).
A compreensão deve ser feita como ferramenta de análise, desde que se tenha uma consciência do papel do contexto ? psicológico, social, cultural e econômico, devendo ser incluído quando se tenta compreender por que um indivíduo ou um grupo considera determina situação estressante, enquanto que outros não (HELMAN,2003).
De acordo com os autores Góis e Dantas:
Estresse é qualquer situação na qual uma demanda não específica exige que o indivíduo reaja e tome uma atitude. É uma situação tensa, fisiológica ou psicológica, que pode afetar a pessoa em todas as dimensões humanas. A resposta ao estresse é influenciada pela intensidade, duração e âmbito do estressor e pelo número de estressores presentes no momento. Estressores são definidos como sendo estímulos procedentes ou precipitantes de mudança. Porém ser classificados em internos (aqueles que se originam dentro da pessoa, como por exemplo, uma febre) ou externos (por exemplo, mudanças ambientais ou nas relações sociais) (2004, p.24).

O estresse é resposta do organismo frente a um perigo, que prepara o corpo para fugir ou lutar, pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais e da incapacidade de distinguir entre o real e as experiências e expectativas pessoais. As consequências resultantes do estresse resultam em alterações no sistema endócrino, imunitário e nervoso autônomo, aonde causa alterações negativas nos comportamentos de saúde, que contribuem para o aparecimento de patologias. Existindo influenciam da personalidade, percepção e constituição biológica, essa evidência está relacionada às respostas dos sujeitos ao estresse.

FATORES QUE INFLUENCIAM A REAÇÃO AO ESTRESSE

No modelo original de Selye, as respostas dadas a situação de estresse é mediada por uma série de fatores:
1. As características dos indivíduos envolvidos;
2. Seu amparo físico;
3. O amparo social de que dispõem;
4. Seu status econômico;
5. Sua origem e formação cultural;
6. Dor e mágoa;
7. Luz forte;
8. Níveis altos de som;
9. Eventos: nascimentos, morte, guerras, reuniões, casamentos, divórcios, mudanças, doenças crônicas, desemprego e amnésia;
10. Estilo de vida;
11. Idade;
12. Calor;
13. Dívidas não pagas e faltas de dinheiro;
14. Estresse culturogênico: o efeito Nocebo, caracterizado com a proteção da cultura contra o estresse, onde também pode aumentar a probabilidade da sua ocorrência.
Os acontecimentos que podem levar o indivíduo ao estresse são aqueles que forcem o indivíduo a desviar-se do seu padrão habitual, que inclui fatores agradáveis e desagradáveis.
ESTRESSE E PADECIMENTO: UMA INTERPRETAÇÃO DE ACORDO COM HEIDEGGER

O padecimento é um modo de ser do Dasein que só pode ser compreendido corretamente com base no uso do método fenomenológico. O padecimento é sempre um acontecimento ôntico do Dasein, uma forma de singularização existenciais. Por isso, não pertence à composição ontológica do Dasein, embora deva ser com esta correlacionada (NOGUEIRA, 2008, p.285).

O Dasein consiste no ser no mundo, segundo Heidegger (2001), onde acentua da linguagem, a abertura que desvela o ente (a essência), onde mostra o que ele é diante do desocultamento do estar presente. Está essência é a presença, é o que se torna visível, quando o ente é deixa de estar escondido.

Para Heidegger (2001) o homem responde a motivos, e não a causas. Goza da liberdade de responder desta ou de outra maneira aos motivos que lhes são colocados no exercício do ser-no-mundo. A enfermidade é um comportamento humano que aparece na resposta a esses motivos, e não como resultado de causas (NOGUEIRA, 2008, p.284).

Possuindo como análise do estresse os fenômenos do fardo, onde um é sinônimo do outro. Sendo este estresse entendido como parte de uma conversa que só é capaz de manter com o mundo, sendo feito com as interpretações mediante a estas factuais do ser no mundo.
O estresse é algo ontológico, faz parte do homem, da sua vida, do cotidiano, mas só vai ser alarmado quando o indivíduo se encontrar em condições de perigo, diante da situação a que se encontre. Possuindo como tratamento para o estresse: atividades físicas, remédios, boa alimentação, massagem, terapia, etc.


REFERÊNCIAS
NOGUEIRA, R. P. Stress and suffering: na Heideggerian interpretation. Interface ? Comunic., Saúde, Educ., v. 12,n.25,p.283-293, abr. / jun. 2008.

HELMAN, Cecil G. Cultura, saúde e doença / Cecil G. Helman; trad. Claudia Buchweitz M. Garcez. ? 4. Ed. ? Porto Alegre: Artmed, 2003.

GOIS, Cristiane F. L.; DANTAS, Rosana A. S. Estressores em uma unidade pós-operatória de cirurgia torácica: avaliação de enfermagem / Stressors in care at a thoracic surgery postoperatie unit: nursing evaluation. Rev. Lation. Enfer; 12 (1): 22-27, jan. ?fev. 2004.

STROEBE, Wolfgang; STROEBE, S. Margaret. Psicologia Social e Saúde/Wolfgang Stroebe; Margaret S. STROEBE; trad. Clementina Nogueira. ? 2. Ed. Lisboa, 1995.