Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

                                                                                                        

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

 

    ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E              ESCRITA:

                                                 PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

           

 

 

                                                         RJ

                                              AGOSTO / 2012

 

 

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ                 

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LEDUC – LABORATÓRIO DE LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA DA EDUCAÇÃO.

Coordenação: Professora Ludmila Thomé de Andrade

 VALÉRIA LIMA DA SILVA 

 

 

 

 

 

   ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                               PALAVRA VIVA

 

 

 

 

LINGUAGEM E CULTURA ESCRITA: ALFABETIZAÇÃO, LEITURA ESCRITA, E ORALIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

                                                 

                                                                       RJ

                                                               Agosto/2012

                                            

                                                

 

 

 

 

 ESTRATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA:

                                                PALAVRA VIVA

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                           Projeto apresentado ao Laboratório de Linguagem, Leitura, Escrita da Educação – LEDUC, como conclusão do curso de extensão, linguagem, Cultura Escrita: Alfabetização, Leitura, Escrita e Oralidade na Educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Rio de Janeiro

                                                         2012

 

 

 

 

                                                 SUMÁRIO 

  1. ASSUNTO ................................................................................................. 3
  2. TEMA ........................................................................................................ 3
  3. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
  4. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 3

4.1. Objetivo específico   ..................................................................................     3

  1. 5. PROBLEMA ................................................................................................  4
  2. HIPÓTESE .................................................................................................  5

6.1. Alfabetizar letrando   ....................................................................................  6

  1. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL ............................6
  2. JUSTIFICATIVA .........................................................................................7
  3. METODOLOGIA ........................................................................................8

8.1. Pesquisa   ....................................................................................................  8

8.2. Roteiro de sala de aula/

Saindo de sala    ...............................................................................................    9

8.2.1. A palavra tem seu significado    ..............................................................  9

8.2.2. Os símbolos falam     ...............................................................................  9

  1. A tecnologia apoiando a pedagogia ............................................................ 9
  2. LEITURA COLETIVA DA POESIA/

O menino que descobriu as palavras    ............................................................10

10.1.Interpretação da poesia por desenhos......................................................    10

10.2. Desenvolvendo o tema     .....................................................................     11

  1. CONCLUSÃO ...................................................................................... 11
  1. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................         12

 

 

 

 

1.1. ASSUNTO:

  ESTR ATÉGIAS QUE POSSIBILITAM O DESEJO DA LEITURA E ESCRITA.

  1.1.1. TEMA: PALAVRAS VIVAS

1.1. INTRODUÇÃO:

Diante da realidade social, onde leitura e a escrita estão presentes na prática social, levanta-se a questão do problema da alfabetização de alunos, que estão inseridos no projeto Escola do Amanhã, Ciep Dom Oscar Romero integrante da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita; vivem em um contexto cultural e social adverso e de descrédito educacional. Os alunos têm dificuldades de associar o ensino da escola a sua realidade. Essa situação tem gerado baixa estima, desinteresse às aulas, e consequentemente baixa frequência.

Reverter esse quadro é uma decisão desafiante. Nesse projeto iremos propor estratégias ligadas às práticas, que poderão sugerir um novo caminho a ser percorrido durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ler, escrever e extrair significado das palavras, bem como fazer uso das mesmas no cotidiano é um desafio presente, e que não se limita à classe de alfabetização.

  1. OBJETIVO GERAL:

 Através da aprendizagem por problematização, desenvolver a habilidade da escrita e leitura utilizando palavras que tenham significados em textos e contextos na sua prática social.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a iniciativa e autonomia em buscar soluções nas dificuldades encontradas para se realizar a comunicação através da escrita e da leitura.

  1. PROBLEMA:

AUTOESTIMA, UM OBSTÁCULO PARA ALFABETIZAÇÃO.

 

A grande maioria dos alunos ainda continua concluindo o Ensino Fundamental como analfabetos funcionais.

 Segundo Jhon Dewey, “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”; e como pontos relevantes, às ideias de Paulo Freire, o homem deve conhecer todo o mundo em sua volta. Alfabetizar é conscientizar. O aluno deve refletir sobre suas próprias palavras (FREIRE, 1983 p.78).  

 Há ideias que norteiam essa questão no Ciep Dom Oscar Romero, como por exemplo:

O porquê de tanta dificuldade para se aprender a ler e escrever?

É apenas uma questão social, ou outros fatores influenciam?

A escola e a família estão juntas no processo de aprendizagem?

As práticas pedagógicas estão indo ao encontro das reais necessidades da clientela?

 Há uma ideologia a ilusão e o disfarce da produção de maior número de alfabetizados no menor tempo possível. Nesse processo de ensino em massa, (...) as práticas pedagógicas não apenas discriminam, mas excluem (SMOLKA, 1999; P.16). Outros fatores relevantes devem estar abertos às reflexões como: Não ignorar que o indivíduo faz parte de um contexto social e traz como bagagem seu próprio conhecimento.

Em uma sala de aula, alunos que não leem diante da maioria que lê; corre o risco de ficar excluído; ainda que em sua própria sala.

Resgatar no aluno o desejo de aprender, de uma forma linear de pensamento de que ele é “capaz de”; envolve com certeza uma relação entre professor e aluno.

  1. HIPÓTESE

 A problemática da alfabetização se inicia nas séries iniciais, e que por sua vez, as práticas na Educação Infantil têm sua contribuição também.

Segundo o texto de Wikipédia, aprendizagem por problematização é “estratégia formativa centrada nos estudantes, que (...) resolvem problemas e refletem sobre suas experiências”.

As ideias dos teóricos Piaget, Vygotsky e Ausubel  concordam que é preciso buscar  o que o aluno sabe e rever o incorreto para ajudá-lo a aprender.(REVISTA ESCOLA, 2012).

Estimular nossos alunos que estão inseridos no Projeto de Aceleração e da classe Especial (dificuldade de aprendizagem-DI) às práticas sociais que os motivem a aplicar seus saberes, no qual serão  respeitadas  as fases da linguagem e escrita de cada um; bem como o contexto sociocultural  em que estão inseridos; são elementos fundamentais a serem relacionados.

O projeto Inspira-se de modo geral nas teorias de Paulo Freire, Magda Soares, Vygotsky, Dewey, Pedro Demo, bem como de Piaget. O sentido da pedagogia voltado para: a vivência dos estudantes; o desafio de produzir conhecimento próprio e significativo em ligação com sua realidade; o ensino da língua (alfabetização) valorizando sua diversidade de funções, estilos e modo de falar, o uso da tecnologia como apoio à tecnologia, o desenvolvimento de habilidades voltado para a construção e reconstrução do conhecimento, como referência fundamental da formação para a vida, é o que o se pretende abordar.

Um povo para modificar a história de seu país necessita de conhecimento, e isso só através de uma Educação transformadora e qualitativa.

 “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

DEMO, (1996) salienta que, “Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo.” A ideia de transmissão de conhecimento e de rotular o certo e errado, sem refletir o porquê não condiz com a escola humanista e libertadora de Paulo Freire.

  1. ALFABETIZAR LETRANDO

A leitura de mundo é uma produção de sentidos ligada a situações vivenciadas. Ela se processa o tempo todo: antes, durante e depois da construção de palavras. Cada aluno traz significados culturais diferentes. O modo em que esse aluno vê o mundo tem uma ligação interativa com o que será exposto a ele. Seguindo essa linha de pensamento, a linguagem não cumpre uma ordem artificial de fonemas.

Saber ler e escrever é um processo seguido pelo aluno, com a mediação do professor; o qual estabelecerá estratégias necessárias para que os alunos produzam e leiam textos.

Mesmo os alunos não tendo domínio da escrita, há necessidade de introduzir a cultura de letramento associada a textos orais também.

É seguindo esse pensamento que as propostas a serem realizada em sala têm um novo olhar. Deixa de ser conteudista  e sistemática para ir de encontro às necessidades do aluno; buscando o que ele já sabe fazer sozinho e o que pode fazer com auxílio do professor.

  1. 6. A INCLUSÃO DENTRO DE UM CONTEXTO REAL

 

O aluno precisa reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

Partindo desse princípio haverá intenção de criar atividades dentro e fora de sala, que propiciem ao aluno pensar, ouvir, refletir e argumentar o que lhe é dito.

Segundo Diane Lapp e Douglas Fisher (2009b) Construir imagens mentais do que se está lendo; determinar e planejar em função da leitura informações relevantes são estratégias importantes para a compreensão do leitor.

O professor precisa criar estratégias que propiciem ao aluno reconhecer que ele está inserido num mundo letrado.

A oportunidade de que se tem dado de aprender a ler e escrever é maior do que no século passado; mas será que há uma preocupação de desenvolver um leitor, ou um analfabeto funcional? Essa pergunta audaciosa condiciona o professor a refletir sobre suas práticas em sala e todo o sistema educacional em que está inserido. 

A sociedade ao mesmo tempo em que requer um leitor; ela pode excluir o mesmo. Preparar indivíduos que ajam como sujeito na sociedade, faz deles cidadãos verdadeiramente atuantes numa sociedade capitalista, oposto de uma onde um manda e o outro obedece.

Ler, escrever é muito mais que decifrar códigos; é Dominar o uso da escrita e da leitura. É dar significado à palavra. É proporcionar ao sujeito a elaboração de uma mensagem que ao ser lida pode transformar ações e pensamentos. É

refletir sobre o que se lê e escreve.

Talvez não seja muito importante para os dominantes formar um povo reflexível. Basta ler e escrever. Na realidade  o sistema acaba não avançando num todo, mas em partes. Índices de reprovações são ruins, mas aprovar ignorando a realidade de que não são alfabetizados também não é a solução.

Como diz Weimer, é preciso descobrir a “aprendizagem “ e fazer dela o sentido da docência. Uma das estratégias é saber oferecer problematizações instigantes para o aluno em estilo interdisciplinar tornando assim, uma aula mais realista.

  1. JUSTIFICATIVA:

 

Ao longo do tempo em diferentes meios sociais variaram os tipos de leitor projetados pela sociedade e cultivados pela escola.

Até o final da segunda guerra mundial, mais da metade da população brasileira era analfabeta. O fato de saber assinar o nome, na maioria das vezes garantia a retirada do título de eleitor.

A partir dos anos 50, com o desenvolvimento industrial e urbano aumentou a matrícula das crianças nas escolas; porém os índices de analfabetismo continuaram elevados. O governo federal criou várias campanhas de alfabetização de jovens e adultos, cujo objetivo maior era de ensinar a decifrar palavras e frases simples (CARVALHO, 1997), ainda assim, continuo a produção de analfabetos.

No século XXI há cerca de vinte milhões de analfabetos somados a outros cidadãos, que possuem  leitura  e escrita rudimentares para obter informações e comunicar-se.

A importância da escola em oferecer oportunidades de alfabetização e letramento vai de encontro à realidade social desses cidadãos.

Sabe-se que os ritmos de aprendizagem variam e as experiências dos alunos com a leitura também.

As teorias aprendidas no curso de formação de professores, e nas faculdades de educação não são suficientes para garantir êxito na alfabetização dos alunos. Baseados nos fundamentos da psicogênese da leitura e escrita de Ferreiro e Teberosk  (1979), a compreensão de um objeto está ligada a possibilidade do sujeito reconstruir  esse objeto por ter compreendido quais são as regras de composição do mesmo. O domínio da escrita resulta de um processo de desenvolvimento comportamentais , na qual participa e atua.

O movimento do mundo à palavra e a palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que ela fazemos. Podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo  ou de “reescrevê-lo”, de transformá-lo através de nossa prática consciente ( FREIRE, 1984, p.18).

  1. METODOLOGIA

7.1. PESQUISA

Os alunos foram motivados a pesquisar em sua comunidade e adjacências imagens, placas com, ou sem palavras símbolos  que encontrassem como meio de comunicação.

7.2. ROTEIRO DE ATIVIDADES: “SAINDO DE SALA”

A turma do projeto Acelera e da Classe Especial (DI) será orientada a observar, ler e registrar: placas diversas (de trânsito, símbolos que representem alimentos, nome de estabelecimentos como mercado, marca de roupa, ou tênis...), a fim de criar um cartaz com o tema: “A leitura faz parte do mundo”.

7.2.1. A palavra tem seu significado/

          Os símbolos falam

Nos primeiro momento dessa atividade, os alunos em grupo construirão a escrita da palavra com os significados dos respectivos símbolos utilizando o alfabeto móvel. Logo após, reproduzirão alguns símbolos pesquisados e redigirão a palavra de acordo com o símbolo (a interferência do professor se fará quando necessário). A atividade deverá ser concluída com a elaboração de um cartaz.

5.3. Os símbolos falam

 

A atividade será conduzida de forma que os alunos reflitam e comentem a possibilidade de se comunicar sem a escrita, apenas com os símbolos; e em que ocasiões da vida deles, se fez necessário o uso da escrita ou da leitura.

Haverá um registro das falas no decorrer da atividade. Um dos alunos será convidado a identificar e circular o primeiro momento onde ele foi identificado como um cidadão reconhecido por um nome na sociedade.

  1. A tecnologia apoiando a Pedagogia

 

Seguindo suportes teóricos de Marc Prensky, que tem como concepção a tecnologia como instrumento de pesquisa; e como apoio à Pedagogia; os alunos sob orientação das professoras e do instrutor de informática pesquisarão na internet escritas de outras comunidades também, e com o conhecimento prévio do grupo analisarão e reestruturarão o conhecimento, envolvendo assim uma aprendizagem mais significativa (PRENSKY, 2010).

No primeiro momento dessa atividade um auxiliará o outro, tendo a interferência do professor quando necessário para conclusão da mesma.

  1. Leitura coletiva do poema: O Menino que descobriu as palavras de Cinea e Gabriel Archanjo.

 

 

7.1. Desenvolvendo o tema:

Primeiro momento:

- A turma será orientada a observar de que forma no poema há a presença do alfabeto;

-Em uma roda de conversas os alunos serão orientados a:

-Desenvolver uma “tempestade de ideias” com palavras da poesia. Eles farão uma associação de significados de cada palavra. Como por exemplo, palhaço que lembra alegria; tristeza que lembra pobreza;

-Abordar questões como:

Por que é importante aprender a ler e escrever?

O que precisamos para aprender a ler e escrever?

7.2. Segundo momento: As palavras têm seu significado

Apresentação do alfabeto significativo

Os alunos criarão um símbolo para cada letra do alfabeto, que esteja relacionado ao fonema, ou não.

7.3. Amigo oculto com a escrita através dos símbolos criados

7.4 Terceiro momento:

Comparar as letras do alfabeto com o nome;

Acróstico do nome relacionado a uma qualidade pessoal;

Com o poema em mãos, cada aluno circulará a palavra onde o significado se identifique com o seu nome e circular a letra inicial da palavra que escolheu. Montar um quadro coletivo com os nomes dos alunos e respectivos significados.

  1. conclusão :

 

A elaboração desse projeto nos conduziu às pesquisas e reflexões conforme abordagens realizadas durante os encontros do curso.

Podemos relatar que as atividades propostas surgiram resultados benéficos. Essas experiências abrangeram atividades que tinham como suporte a atuação dos alunos na descoberta da leitura e escrita.

 A realização das atividades estimulou um desejo maior no envolvimento da leitura e escrita. O fato de eles pesquisarem  situações reais e buscarem soluções para as mesmas, despertou neles um senso de capacidade na realização das atividades; mesmo quando solicitaram auxílio para realizar o que foi proposto, não perdiam o interesse até concluí-las.

Referências bibliográficas:

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1996.

Vygotsky, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

FREIRE, Madalena e outros.Avaliação e Planejamento - A prática educativa em questão.São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

PT.wikpedia.org/wik/aprendizagembaseada_em_problemas.

 TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Liechtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed, 1999.

(p.192).

  

     

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