Universidade de Pernambuco - UPE
MBA em Planejamento e Gestão Ambiental


ESTRÁTEGIAS E IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: ISO 14001 EM UMA INDUSTRIA PETROQUÍMICA TERCEIRIZADA.


Roberta Magalhães Luna


Recife 2008
ROBERTA MAGALHÃES LUNA

ESTRÁTEGIAS E IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: ISO 14001 EM UMA INDUSTRIA PETROQUÍMICA TERCEIRIZADA.

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de MBA em Planejamento e Gestão Ambiental, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Planejamento e Gestão Ambiental.


Orientador: Fábio Pedrosa
Co-Orientador: Susiane Lopes

Recife-2008

"A cidade é um corpo disforme que se espalha enorme sobre a crosta terrena uma intrigante cena ela desperta e dorme e deixa alguns espasmos ou então se consome em todo o seu marasmo. Um mundo formigante milhões de habitantes todos tão imersos em seus universos presos aos grilhões do não saber das limitações de todo ser vivente dessa dimensão. Almas presas aos corpos Sob pressão, véu de ilusão, até que estes estejam mortos deixarão então essa condição. Eu vejo o céu Atrás do véu de ilusão Um doce lar Além do mar da imensidão".

(Além do véu de Maya )



RESUMO


Na era da globalização, com exaustivas alterações nos cenários sociais e econômicos torna-se cada vez mais necessário levar em consideração a variável ambiental no processo de produção de qualquer setor industrial. A implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em uma empresa representa sem dúvidas inovação e mudanças em relação a todo seu processo organizacional e comportamental, para assim, garantir os objetivos pretendidos em relação aos aspectos ambientais, bem como sua própria sobrevivência e competitividade em relação ao mercado. A necessidade de inovar, levando em consideração os aspectos e impactos ambientais. A implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em uma empresa pode ser vista como uma inovação, uma vez que se trata de um processo complexo, exigente de mudanças comportamentais e que envolve vários graus de incerteza. Assim, a componente ambiental passa a ser um fator determinante no desenvolvimento de novas tecnologias e no melhoramento das existentes, na industrialização de empresas e países, na busca pela competitividade e na luta pela sobrevivência e pela superação de concorrentes. Consolida-se, dessa forma, um novo estilo de desenvolvimento que tem como meta a busca da sustentabilidade social e econômica capaz de ser solidária com a biosfera. O objetivo principal deste trabalho é o de levantar os fatores condicionantes do sucesso na implementação de SGA (Sistemas de Gestão Ambiental) pelas empresas, conforme a norma ISO 14001. Paralelamente, buscou-se identificar os principais objetivos das organizações brasileiras ao buscarem a certificação ISO 14001, A preocupação ambiental somente passará a ser realmente efetiva quanto maior for à exigência pela certificação ISO 14001 como pré-requisito para futuras negociações ou através de leis mais restritivas. Bem como os ganhos econômico e sócio ambiental associado ao alcance desses objetivos.


Palavras-Chave: ISO 14001; Sistema de Gestão Ambiental; Meio Ambiente.

ABSTRACT

In the era of globalization, with comprehensive changes in the social and economic scenarios becomes increasingly necessary to take into account the environmental variable in the production process of any industry. The implementation of an environmental management system (EMS) in a company without doubt represents innovation and change in relation to its entire process and organizational behavior, thus, ensuring the desired goals for the environmental aspects, as well as their own survival and competitiveness on the market. The need to innovate, taking into consideration the environmental aspects and impacts. The implementation of an environmental management system (EMS) in a company may be seen as an innovation because it is a complex process, demanding of behavioral changes and that involves varying degrees of uncertainty. Thus, the environmental component will be a determining factor in the development of new technologies and the improvement of existing ones in the industrialization of companies and countries, in the search for competitiveness and the fight for survival and the overcoming of competitors. Consolida is thus a new style of development that aims to the search for sustainable social and economic able to be sympathetic to the biosphere. The main objective of this work is to raise the factors limitations of success in the implementation of EMS (Environmental Management Systems) by the companies, as the ISO 14001. Similarly, sought to identify the main goals of Brazilian organizations to seek the ISO 14001 certification, the only environmental concern will be really effective the greater the requirement for ISO 14001 certification as a prerequisite for future negotiations or through stricter laws . And the economic gains associated with environmental and socio reach these goals.

Keywords: ISO 14001, Environmental Management System; Environment.





1. INTRODUÇÃO

1.1.Histórico

O tema desenvolvimento sustentável nas empresas é um assunto inovador e ainda pouco explorado no Brasil e no mundo. Todavia este assunto visa apresentar o estado da arte sobre o assunto no momento.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado pela comissão mundial sobre o meio ambiente, em abril de 1987, na assembléia geral das nações unidas.
O principal produto desta comissão foi o "Relatório nosso futuro comum", também conhecido como "Relatório Brundtland", onde o desenvolvimento sustentável é apresentado como "o desenvolvimento que preenche as necessidades do presente, sem comprometer a habilidade das gerações futuras de preencherem suas próprias necessidades" (Organização das Nações Unidas 1988).
Existem inúmeras definições de desenvolvimento sustentável, elaboradas por diferentes setores da sociedade. Na realidade, o conceito de desenvolvimento sustentável catalisa um conjunto de temas que expressam os anseios e aspirações da sociedade contemporânea, podendo ser desdobrado nos diversos compartimentos sociais que compõem o mundo globalizado que hoje vivemos. São usadas também as expressões como crescimento sustentável e consumo sustentável para apresentar uma nova visão de progresso econômico e social mais abrangente e adequada para a humanidade.
O conceito de desenvolvimento sustentável, em função da abrangência de sua definição original, pode ser aplicado pelos diferentes segmentos da sociedade, desde o setor governamental nos níveis nacional, regional e local, à sociedade organizada, através das organizações não-governamentais, como pelo setor produtivo, peça fundamental em qualquer dos enfoques a aplicações que se queira dar a esse conceito.
O desenvolvimento sustentável pressupõe interdisciplinaridade, na medida que sua evolução nos leva a trabalhar com três macro temas que compõe o chamado "triple bottom line", ou seja, os aspectos ambientais, sociais e econômicos. A sinergia entre
esses aspectos permeia a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável, ou sustentabilidade, onde quer que ele seja aplicado, tanto em nível governamental, como da sociedade civil ou na seara empresarial. Pode-se também trabalhar com outras dimensões do desenvolvimento sustentável, como por exemplo, os aspectos culturais, tecnológicos e políticos.
A presente monografia trata dos aspectos de sustentabilidade aplicados ao setor produtivo, mais particularmente à indústria do petróleo. Aqui também serão tratadas, na forma de indicadores e modelo de relatório, questões relacionadas à sustentabilidade econômica das empresas, bem como suas relações com a sociedade e interações com o meio ambiente.
Além das questões econômico-financeiras, as variáveis social e ambiental da sustentabilidade empresarial são atualmente contempladas, respectivamente, através das vertentes responsabilidade social corporativa e ecoeficiência. Responsabilidade social corporativa, às vezes também denominada cidadania empresarial, pode ser entendida como o compromisso contínuo da empresa com o seu comportamento ético e com o desenvolvimento econômico, promovendo ao mesmo tempo a melhoria da qualidade de vida de sua força de trabalho e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo.
A ecoeficiência é alcançada mediante o fornecimento de bens e serviços a preços competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida, promovendo ao mesmo tempo uma redução progressiva dos impactos ambientais e da intensidade do consumo de recursos ao longo do seu ciclo de vida, a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de suporte estimada da terra.
No início da década de 90, mesmo antes da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED 92), as indústrias começaram a se preocupar com o tema desenvolvimento sustentável empresarial. Entidades como o "World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)" e empresas de petróleo internacionais como Shell e British Petroleum, começaram seus trabalhos sobre o tema nessa época.


No Brasil, posteriormente, em março de 1997, foi criado o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que é vinculado ao WBCSD. Em agosto de 2003, o CEBDS possuía 60 empresas associadas. Ele publica bi-anualmente um relatório com a experiência dos seus membros. Existe ainda no país a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), que realiza projetos voltados ao desenvolvimento sustentável, como, por exemplo, os de reflorestamento.
Para conceituar o desenvolvimento sustentável empresarial são englobados 3 componentes: o econômico, o ambiental e o social. As companhias de petróleo podem desenvolver projetos sustentáveis ou podem apoiar projetos sustentáveis promovidos por terceiros. O fato de uma indústria de petróleo executar práticas voltadas ao desenvolvimento sustentável faz com que seus empregados fiquem mais satisfeitos e isto também é importante para os acionistas da empresa e para a sociedade como um todo.
Nos últimos anos a questão do meio ambiente deixou de ser vista como domínio exclusivo dos ecologistas e passou a ser incorporada às preocupações essencial da sociedade. Isto pode ser observado, pelo incontável número de iniciativas políticas direcionadas à conservação dos recursos naturais.
A semelhança entre meio ambiente e desenvolvimento econômico deixou de ser vista como conflitante para ser alçada a uma parceria, onde o crescimento econômico deve perseguir a conservação dos recursos naturais. De acordo com Campos e Lerípio (1997), o ponto principal da questão reside na necessidade de uma coexistência harmoniosa entre a boa qualidade do meio ambiente e a geração de riqueza, encaradas como variáveis interdependentes.
Para Bogo (1998), as questões ambientais decompõem-se em um ponto decisivo para os negócios, fundamentalmente para as indústrias. A atuação em conformidade com os regulamentos ambientais, as quais deverão se responsabilizar financeiramente por danos ambientais, melhorar a imagem e ganhar mercados em associação com uma nova ética social determinada pelos consumidores, minimizar barreiras comerciais não-tarifárias no mercado internacional, são algumas das questões ambientais encarada pelas indústrias, com implicação no projeto de produtos, nas tecnologias dos processos e nos procedimentos gerenciais.
A boa imagem da organização em referência a crescente globalização dos mercados passou a ser fator estratégico de competitividade, tornando fundamental para as empresas agregar ao sistema de gerenciamento a gestão do meio ambiente.
Pelo exposto, observa-se que no mundo globalizado, a competência em atender aos requisitos da demanda da sociedade, com eficiência na utilização dos recursos, é condição fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa. Em meio à alta inconstância e multiplicidade de influências em que se encontra o mundo empresarial, é importante que as empresas estejam constantemente pesquisando e analisando as necessidades, desejos e tendências do mercado.
A qualidade de produtos e de serviços, controle e garantia da qualidade, sistemas da qualidade, gestão da qualidade total, responsabilidade social e gestão da qualidade total ambiental são alguns conceitos que vêm se tornando cada vez mais relevantes para as empresas e para o mercado em âmbito mundial.

A qualidade ambiental, nas últimas décadas, vem recebendo um importante destaque. No meio empresarial as questões ambientais passaram a ocupar um espaço definitivo. Acionistas, investidores, financiadores, empregados, clientes, órgãos governamentais de controle ambiental, ONGs e demais stakeholders estão, a cada dia, mais prudente em relações entre as empresas e o meio ambiente, cobrando daquelas um elevado preço no caso de agressões, mesmo que acidentais e involuntárias.
Conseqüentemente, se no curto prazo o comprometimento com problemas ambientais pode implicar num lucro menor, pode também se transformar em condição mais favorável no futuro para manter e melhorar a rentabilidade e garantir a sobrevivência da empresa. Diversos autores, dentre eles Klassen & McLaughlin (1996), Souza (2002) e Reis (2002), levam em consideração dentro de um contexto de maximização de retornos no longo prazo, um argumento favorável à responsabilidade social, e conseqüentemente ambiental, das organizações é a otimização de processos, a redução de custos e a melhoria da imagem institucional que pode se traduzir em consumidores mais leais, melhores vendas, empregados mais motivados, fornecedores mais comprometidos, mais fácil acesso ao mercado de capitais, novas oportunidades de negócios, por fim, manter viva a empresa no mercado.
No mundo atual as organizações vêm sofrendo inúmeras pressões para melhor administrar e melhorar seus desempenhos ambientais, transformando-se num ponto fundamental para os negócios.
As exigências partem de consumidores que não estão aceitando os produtos considerados ambientalmente nocivos, determinando novas posturas em analogia ao emprego de processos produtivos sem comprometimento do meio ambiente assegurando assim a sua comercialização, das escolas através da disseminação da educação ambiental e das exigências legais e normativas que obrigam as empresas a adotarem programas de gerenciamento ambiental que garantam a competitividade, e a sua própria sobrevivência.
Pelo contexto, a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) faz com que o processo produtivo seja reavaliado refletindo-se na procura por metodologia, mecanismos, arranjos e padrões comportamentais menos prejudicial ao meio ambiente. Assim sendo, visa-se na melhoria dos processos operacionais e/ou administrativos, pela busca de tecnologias limpas (tecnologia Zeri) ou no reaproveitamento dos resíduos, as organizações podem obter economias que não teriam sido conquistadas caso o problema não fosse considerado.
Em referencia as normas ISO 14000, em especial a norma ISO 14001 (ISO, 2002) a qual abordam as especificações para SGA, e qual sua utilização tem como finalidade a orientação às empresas para a inserção da variável ambiental em seu sistema de gestão do negócio, incorporando-a na política, nas formulações estratégicas, nos objetivos e metas, nas opções tecnológicas e na sua rotina operacional.
As normas ambientais da série ISO 14001 representam à consolidação deste acontecimento. É uma norma que contem os parâmetros e condições para a implantação do SGA em uma empresa, de adesão voluntária, podendo ser aplicada a qualquer tipo ou tamanho de empresa.
O êxito da implementação de um SGA, esta sujeito a inúmeros fatores, de ordem comportamental e organizacional, devendo ser adequado às características das empresas, visando mudanças e ganhos nas questões sociais, econômicas e principalmente nas questões ambientais, garantindo assim o crescimento das organizações em harmonia com a variável ambiental.

2. A Empresa

UNAP / Sanantonio Internacional do Brasil - União Nacional de Perfuração Ltda. foi fundada em 1980, para trabalhar nas áreas de exploração, perfuração e produção da indústria de petróleo e gás. No início, as atividades da UNAP estavam mais direcionadas para serviços de perfuração e completação de poços de petróleo e gás, onshore e offshore.

UNAP, objetivando novas perspectivas de mercado nessas áreas, criou em 1987, a Divisão de Perfuração Direcional e Serviços Correlatos, e iniciou de forma pioneira, a prestação desse serviço especializado a Petrobras, em todo o território nacional, adquirindo assim, equipamentos e ferramentas especiais desta área Direcional, tais como: estabilizadores ;comandos de perfuração não magnéticos ;subs extensores com Float Valves; comandos curtos de perfuração; sub orientador com camisa para "Mule shoe"; subs curvos para motores de fundo ;kits magnéticos de foto simples ;kits magnéticos de multi-foto; giroscópio de multi ? foto; steering tool / wireline; motores de fundo diâmetros 6 3/4" a 9 5/8".

Na selva amazônica, onde a logística é bem mais complexa, UNAP possui vasta experiência na prestação de serviços de perfuração direcional e correlatos.
Em 31 de Outubro de 2002, a UNAP ? União Nacional de Perfuração Ltda. foi comprada pela empresa SERVIÇOS ESPECIALES SAN ANTONIO S.A. (www.sanantonio.com.ar), que é uma empresa presente no mercado latino-americano (Argentina, Venezuela, Peru, Equador, Colômbia, México) desde 1977 e agora no Brasil, atendendo a demanda de "Serviços de Exploração e Produção" da PRIDE INTERNATIONAL (www.prideinternational.com); onde opera em 28 países.
Desta maneira, UNAP conseguiu se tornar uma empresa integrada de serviços, podendo oferecer serviços como cimentação, estimulação e serviços de CO2, perfuração direcional, flexitubo, geração de nitrogênio, perfuração underbalanced, snubbing (pistoneio), teste de formação, ferramentas de pescaria, serviços de produção, MWD e LWD, mudlogging.
....

A UNAP trabalha com ferramentas de medição e monitoramento que possuem fontes radioativas. UNAP credenciados e licenciados pela Agência Reguladora Nacional, que é a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), para operar com esses equipamentos, de forma segura, responsável, consciente e, sobretudo eficiente.
Foi desenvolvido, em 2000, pela UNAP, um sistema de armazenamento de fontes radioativas, chamado Bunker de armazenagem.
O objetivo deste bunker é proteger as pessoas de radiações das fontes que estão armazenadas dentro dele, impedindo que a radiação externa ultrapasse o limite internacional de dose de radiação, visando a proteção de todos os colaboradores, visitantes e pessoas do público: bunker de armazenagem ; as blidagens das fontes de radiação; monitores de radiação; dosímetros.
Serviços que podem ser prestados pela UNAP: estrutura técnico-administrativa na área de serviço; perfuração direcional e horizontal, com equipamentos convencionais ou com MWD/LWD e motores high tech; serviços de mudlogging; fornecimento de pessoal técnico especializado; apoio logístico; serviços integrados; cimentação estimulação e serviços de CO2; flexitubo; geração de nitrogênio; perfuração underbalanced; snubbing (pistoneio); teste de formação; ferramentas de pescaria; divisão de travessia de rios.
2.1 Sistema de gestão da qualidade da empresa UNAP/ Sanantonio Internacional do Brasil
A UNAP, focada com a qualidade das suas operações e com a satisfação de seus clientes, de forma pró-ativa, buscou a certificação na Norma ISO 9001:1994, no ano 1997, recomendada pelo BVQI - Bureau Veritas Quality International.
Política da qualidade: realizar serviços de perfuração direcional de poços, envolvendo projeto, monitoramento e perfilagem, de acordo com os requisitos aplicáveis, melhorando continuamente a eficácia e a eficiência dos processos envolvidos.
UNAP possui bases operacionais estrategicamente localizadas nas cidades de Catú (Bahia), Macaé (Rio de Janeiro), São Mateus (Espírito Santo).Todas as bases são equipadas com laboratórios para testes, instalações para guarda e manutenção de equipamentos, estoques de peças sobressalentes, oficinas, centros de treinamento e acompanhamento de projetos.



3. Objetivo geral, Objetivo(s) especifico(s), e hipótese a ser demonstrada na monografia

Certos autores atualmente estudam a aplicação dos conceitos de desenvolvimento sustentável, em nível global, regional ou até mesmo local. Aplicações nas áreas urbanas, agrícola e empresarial em questão, vêm sendo realizadas por diversas organizações. Nesta monografia serão apresentados alguns conjuntos de indicadores para avaliação de sustentabilidade ambiental voltado para a área empresarial, com ênfase na indústria do petróleo e gás nacional.





3.1. Objetivo Geral

Determinar indicadores para promover a sustentabilidade ambiental, Propondo também a implantação da ISO 14001 na UNAP/ Sanantonio internacional do Brasil afim de torná-la mais sólida e apta para competir com outras empresas igualmente terceirizadas no mercado petrolífero brasileiro.

3.1.2. Objetivo(s) especifico(s)

? Propor a implantação da ISO 14001 na empresa em questão;
? Solidificar a empresa deixando apta a competir com igualdade com as demais;
? Firmar se no mercado petrolífero focando principalmente na área NE do Brasil.

4. Hipótese

Algumas empresas estão indo de encontro à direção do desenvolvimento sustentável, porém, há poucos indicadores quantitativos para medir o seu desempenho e poucas empresas têm a prática de publicar relatórios de sustentabilidade empresarial. Existem vantagens para empresas que queiram mais rapidamente ser pró-ativas e se inserir em novos mercados. É possível propor melhorias no que está sendo realizado pelas empresas no que se refere a sustentabilidade ambiental, social e econômica.
As questões ambientais pautadas às atividades da indústria adquiriram um valor crescente, a partir das ultimas décadas, afetando categoricamente a vida das empresas. A cobrança de um meio ambiente sustentável e, portanto a garantia da qualidade de vida, transcendeu as fronteiras e estabelece hoje condição de importância ao comércio nacional e internacional.
Ultimamente as empresas sofrem muitas pressões para gerenciar e aprimorar sua atuação ambiental, transformando-se em uma questão fundamental para os negócios.
As cobranças partem de consumidores que estão abdicando aos produtos considerados ambientalmente prejudiciais, motivando novas atitudes em relação ao emprego de processos produtivos, sem afetar o meio ambiente, garantindo desta forma, a sua comercialização, das escolas através da disseminação da educação ambiental e das cobranças legais e normativas que obrigam as organizações a seguirem programas de gerenciamento ambiental que avalizem a competitividade, e a sua própria sobrevivência.
Os temas ambientais evoluíram nas últimas décadas e deixaram de ser vistos como domínio exclusivo de ecologistas, incorporando as preocupações centrais da sociedade. Os problemas ambientais tornaram-se foco do público em geral e das organizações bem como de todas as partes interessadas, afetando ambos tanto no âmbito regional quanto mundial. Nesse cenário, a política ambiental aproximou as relações entre os países que se voltaram para a mitigação dos impactos ambientais e a economia mundial. Essa aproximação entre os países foi possível com a redução das barreiras comerciais e o aumento do efeito competitivo das regulamentações ambientais, acelerando a demanda do gerenciamento ambiental.
A evolução nas questões ambientais trouxe uma variável nova: a sustentabilidade. Esta se tornou um desafio a ser incorporado nas organizações. Esta questão leva as organizações a uma reflexão e a tentativa de compreender as implicações desses novos padrões de gestão ambiental e suas relações culturais organizacionais, refletindo assim a mudança dos paradigmas. Ao longo dos últimos anos, as organizações vêm aprimorando cada vez mais seus processos produtivos. Portanto, há um investimento em sistemas mais eficientes de gestão, conscientizando seus executivos e colaboradores sobre suas responsabilidades sócio-ambientais.
Nesse contexto, o mercado mundial passa a exigir cada vez mais que as organizações substituam os atuais produtos no mercado por produtos e serviços chamados "ecologicamente corretos". A crescente conscientização sobre a preservação do meio ambiente faz com que o cliente exija um produto com "selo verde" e/ou uma certificação, como a ISO 14001, para a finalização do seu negócio. Isso decorre da garantia de incorporação da variável ambiental que evidencia o aspecto ambiental sustentável nas organizações.
Uma necessidade mais do que lucrativa. Assim, muitas empresas interessadas, não apenas em conquistar o mercado ou uma boa imagem perante seus clientes e sociedade, mas também em atuar em parceria com a natureza, têm buscado a conformidade com a norma ISO 14001. O Brasil conta com um crescente número de organizações certificadas com a ISO 14001, no ano de 2006, foram 2.100 empresas certificadas, mostrando o amadurecimento dos gestores dentro das organizações.
As organizações brasileiras têm incorporado à sua competitividade algum tipo de gestão ambiental até mesmo por uma questão de sobrevivência.
As normas ambientais da série ISO 14001 concebem a concretização deste fato. É uma norma que contem requisitos para a implantação do SGA em uma organização, de adesão espontânea, podendo ser aproveitada a qualquer tipo ou tamanho de empresa.
O sucesso da implementação do SGA torna-se sujeito de múltiplos fatores, de ordem comportamental e organizacional, podendo ser apropriado às peculiaridades das empresas, visando transformação e ganhos nas ações sociais, econômicas e sobre tudo nas questões ambientais, garantindo assim o desenvolvimento das empresas em conformidade com a variável ambiental.
Toda organização deve considerar os diversos cenários dentro de uma visão empresarial não só de curto, mas de médio e longo prazo e seguir o princípio da evolução, o que implica em um processo de constante adaptação ao meio para assegurar a sobrevivência.
Através da implantação de um SGA, independente de certificação, tem-se a oportunidade de padronizar os procedimentos e sistematizar o gerenciamento em toda a empresa e, através de uma visão sistêmica bem planejada e conduzida, a empresa pode aumentar a produtividade, tanto pela racionalização do uso, quanto pela otimização de níveis de eficiência dos processos, identificando e alocando custos ambientais de maneira que as decisões de investimentos estejam baseadas em custos e benefícios reais. Com a redução e a destinação correta de resíduos, a redução de gastos com energia e outros insumos, uso de tecnologias limpas, o uso de produtos de menor toxicidade aplicados corretamente, pode-se reduzir os resíduos contaminados e eliminar eventuais multas previstas pela legislação ambiental. Esses são ganhos mensuráveis e visíveis, resultados indispensáveis para a sobrevivência empresarial. Além da obtenção de certificação existe a oportunidade associada para ganhar vantagens competitivas e retorno financeiro, uma vez que a empresa está assumindo sua responsabilidade ética com a sociedade.
A adesão ao padrão ISO 14001 pode ser vista como um atestado de atitude ambientalmente positiva, devido à grande produção de produtos tóxicos, um SGA pode ser um salvo-conduto às exportações, pois as práticas protecionistas dos países ricos reduzem as perspectivas de desenvolvimento dos demais países, condenando-os a uma situação de dependência econômica com agravamento dos problemas ambientais (CAMPOS, 1992).
A relação entre preservação ambiental e produção industrial sempre foi difícil. Sendo assim, um dos grandes desafios da atualidade é a perspectiva de implementar programas de gestão ambiental na sua totalidade. Dessa forma, a variável ambiental vem se tornando um importante diferencial competitivo com o qual as empresas devem se preocupar. Instalar na empresa novos processos e lançar no mercado um novo produto gera cada vez mais a necessidade de uma avaliação e atualização dos impactos ambientais associados. Esses fatores são analisados por meio do SGA.
Na iminência desses fatores, a ISO 14001 é apresentada como uma norma de adesão voluntária que contém requisitos para implementação do SGA em uma empresa. A NBR ISO 14001 pode ser aplicada a qualquer tipo ou porte de organização.
Uma empresa que tem por finalidade a implementação de um SGA baseado na norma ISO 14001 deve passar por um processo de mudança comportamental e organizacional. Esse desafio pode ser visto como uma inovação, desde que o SGA seja adequado à cultura e características da empresa, considerando os objetivos que se almeja com a mudança assim garantindo o sucesso.
A importância do tema justifica-se pela pressão exercida por todas as partes interessadas no sistema das organizações relacionado à preservação do meio ambiente. A pesquisa é de caráter qualitativo. A metodologia partiu de uma fundamentação teórica, na qual posteriormente a norma foi interpretada para um maior entendimento e clareza do contexto a ser tratado. As empresas foram caracterizadas e apresentadas e, logo após, feita a análise da pesquisa elaborada dentro dos requisitos da norma. A NBR ISO 14001, sendo uma norma genérica e aplicável a qualquer tipo de organização, abre a perspectiva para algumas diferenciações no entendimento e interpretação de seus requisitos. Sendo assim, um estudo mais aprofundado das questões ambientais das organizações, que buscam a conformidade com a certificação da norma, deve ser levado em consideração. Assim, além das questões econômicas, as organizações estão incorporando, em seu planejamento estratégico e políticas ambientais, ações relacionadas à qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

5. A conscientização ambiental e as normas ISO 14000

Um breve histórico sobre as preocupações ambientais e bem como a aparecimento da preocupação ambiental por parte da sociedade moderna e de empresários foi desenvolvido por Valle (1995), a qual resume-se, a seguir.
Na década de 60 um grupo de cientistas denominado de Clube de Roma, empregando modelos matemáticos, alertou o mundo sobre os riscos inerentes ao crescimento econômico fundamentado nos recursos naturais esgotáveis. Em 1972 foi publicado o relatório ?Limites ao Crescimento? (Limits to Growth), cuja projeções mais pessimistas sobre o futuro, embora não concretizado, tiveram a finalidade de conscientização da sociedade sobre os limites de exploração da terra, para Bursztyn et al (1999):
Despertar as nações para a relação entre crescimento econômico, perdas ambientais e desenvolvimento científico e tecnológico. (...) Nessa época, entretanto, países da periferia viam na ?indústria da poluição? a opção segura que lhes restava para alcançar o desenvolvimento, trilhando o caminho já percorrido pelas nações desenvolvidas (BURSZTYN, 1999, p. 05).
Nos anos 70, deu-se inicio a estruturação dos organismos ambientais nos países industrializados, após a realização da conferência de Estocolmo sobre o meio ambiente em 1972.
A década de 70 foi considerada como a década da regulamentação e do controle ambiental, onde foram criadas legislações ambientais com a finalidade do controle da poluição.
A crise energética gerada pelo aumento do preço do petróleo, em 1973, levantou a questão da racionalização do uso da energia e a busca de combustíveis alternativos, menos poluentes e de fontes renováveis. Desta forma, foi introduzido um conceito fundamental: a conservação da energia.
Em 1978, foi criado o primeiro selo ambiental, denominado de anjo azul, na Alemanha, com a finalidade de rotular os produtos considerados ambientalmente corretos.
Na década de 80, começaram a ser desenvolvidos os primeiros Estudos de Impacto Ambiental e os Relatórios de Impacto Sobre o Meio Ambiente (EIA/RIMA), com a finalidade de licenciar e controlar a instalação de novas indústrias e de estabelecer exigências para as emissões das indústrias existentes. No Brasil, a regulamentação dos EIA-RIMA ocorreu em 1986. A década de 80 foi encerrada com a preocupação da conservação do meio ambiente de forma global.
O desenvolvimento sustentável foi definido como sendo aquele que, atendendo às necessidades da geração atual, não compromete as possibilidades e o direito das futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades. Caracteriza-se como: "um processo de aprendizagem social de longo prazo, balizado por políticas públicas orientadas por um plano nacional de desenvolvimento inter-regionalizado e intra - regionalmente endógeno" (BURSZTYN et al., 1999).
Buarque (apud BURSZTYN et al., 1999), observa que o desenvolvimento sustentável é encarado como uma proposta que tem como finalidade uma modernidade ética, e não somente uma modernidade técnica, na proporção em ela:

Implica incorporar o compromisso com a perenização da vida ao horizonte da intervenção transformadora do ?mundo da necessidade. Isto requer um acervo de conhecimentos e de habilidades de ação para a implementação de processos tecnicamente viáveis e eticamente desejáveis. Tal acervo constitui o conjunto das tecnologias da sustentabilidade que podem ser caracterizadas como saberes e habilidades de perenização da vida, que se traduzem em ordenações sistematizadas de modos diferenciados de interação (por exemplo, processos de produção e circulação do produto, modos de organização social, padrões de ganho e processamento de informações, entre outros).(BUARQUE apud BURSZTYN et al., 1999).

As limitações, implícito ao conceito de desenvolvimento sustentável, reconhece a necessidade de a tecnologia desenvolver soluções que conservem os recursos limitados atualmente disponíveis na terra, permitindo renová-los (caso dos recursos naturais renováveis), na medida em que sejam necessários às futuras gerações. Observa-se que esse conceito trás a possibilidade do aparecimento de uma nova era de desenvolvimento econômico, viabilizado com políticas que mantenham e expandam a base dos recursos naturais do ponto de vista de desenvolvimento, enquadradas nas lógicas da racionalidade econômica liberal. A racionalidade econômica subjugou o social, o cultural, o político e a natureza às conseqüências lógicas e indubitáveis do crescimento econômico, quando, na verdade, a esfera das atividades econômicas é parte das atividades humanas e, estas, estão incluídas nas dinâmicas da biosfera.





6. Indicadores de sustentabilidade utilizados pela indústria de petróleo

Diversos artigos como os de BRADLEY & HARTOG (1998), HOLGATE et al. (2000) e ALLAM (2000), discutem o assunto desenvolvimento sustentável na indústria do petróleo internacional.
O trabalho de WOLF et al. (2000), no seu artigo "Indicators for Sustainable Development". Apresenta uma metodologia onde companhias de petróleo, como STATOIL, AMOCO, BP, CONOCO, e SHELL, participaram de uma experiência de "benchmarking" sobre questões ambientais e ligadas ao desenvolvimento sustentável.
Os benefícios desta metodologia incluem: Aprender pelo uso das melhores práticas; estabelecer uma base para discussão entre as companhias; avaliar como estão as companhias com relação a pontos fortes e fracos. Foi estabelecido um modelo de indicadores com 5 áreas de gestão-alvo, como apresentado a seguir: Ética; construção de capacitação na comunidade; relação com partes interessadas; gestão ambiental; economia. Foi montado um modelo baseado no conceito de PDCA ("Plan -Do-Check-Act") e de melhoria contínua.
Os indicadores para área de "Ética" devem cobrir: direitos humanos; propina e corrupção; diversidade racial e cultural; atividades políticas.
Os indicadores para a área de "Capacitação de Agentes na Comunidade ("Capacity Building") devem incluir: Recursos humanos; infra-estrutura; serviços sociais; nível de independência da comunidade com relação à empresa.
Para a área de relação com "Partes Interessadas", foram desenvolvidos indicadores para: Empregados; fornecedores e consumidores; sociedade em geral; organizações não-governamentais; governos.
Para a área de gestão ambiental os indicadores devem incluir: preservação e restauração; cuidado na produção ("production stewardship"); cuidado no desenvolvimento de produtos ("product stewardship"); impactos ambientais globais das operações; uso de recursos.
Para a área econômica foram desenvolvidos indicadores: Microeconômicos; macroeconômicos.

7. Sistema de gestão ambiental (SGA)

Segundo Tachizawa (2002), o conceito de gestão ambiental como processo de ordenamento do espaço a partir de processos de formalização de um sistema de planejamento, diagnosticando o ambiente, sistêmico, integral e conceituado.
De acordo com o posicionamento de Tachizawa (apud Gonçalvez, 2004):

(...) as empresas que pretendem obter sucesso em seus negócios no século XXI tem de compartilhar o entendimento que deve existir um objetivo comum e não um conflito, entre o desenvolvimento econômico e a questão ambiental, tanto no cenário presente quanto no futuro. (TACHIZAWA, apud GONÇALVEZ, 2004).

Conforme expõe Gonçalves (2004), o SGA é parte do sistema administrativo geral de uma organização e aborda um gerenciamento ecológico envolvido em uma determinada diretriz e estratégia, a qual absorve a estrutura organizacional, atividade de planejamento, responsabilidade, treinamentos, procedimentos, dos processos e recursos organizacionais e ambientais.
São incluídos nestes aspectos o planejamento, elaboração, desenvolvimento, implementação, revisão, obtenção de metas, revisão, manutenção e melhoramento continuo da política ambiental e metas das empresas envolvidas na gestão ambiental.
Por conseguinte, o desenvolvimento dos SGAs quando devidamente aplicados a determinados empreendimentos, relaciona-se à toda organização, fazendo menção à preservação dos recursos naturais, procurando de certa forma o desenvolvimento sustentável como um todo.
A idéia central da implementação de um SGA é a de que as organizações devem estar em condições de controlar os efeitos ambientais de suas próprias atividades e minimizar sistematicamente seus impactos ambientais gerados.
Segundo Gonçalves (2004), o setor empresarial brasileiro, pressionado por exigências cada vez mais fortes em relação ao mercado internacional, viu-se obrigado a adotar medidas estratégicas de gestão ambiental, não só para eliminar as não-conformidades legais e atender às crescentes investidas dos organismos ambientais, mas, por conseguinte assegurar a sua permanência num mercado altamente competitivo.
Desta forma, objetiva-se analisar a implementação de um SGA nas empresas, com a finalidade de sobrevivência das mesmas, com o objetivo de buscar a melhoria continua, não representando, necessariamente a implantação de tecnologias caras.
Observa-se que este fator se deve ao fato de uma organização que venha a programar um SGA, esta de acordo na manutenção da responsabilidade ambiental.

7.1. Desenvolvimento sustentável e gestão ambiental

De nada representa ter desenvolvimento econômico, sem desenvolvimento social. Do mesmo modo de nada adianta os dois, sem que se tenha um ambiente benéfico, ecologicamente compensador. Este é o novo padrão: desenvolvimento sustentável ? um modelo de desenvolvimento que consinta à sociedade e a distribuição dos seus benefícios econômicos/sociais, enquanto se der garantias de qualidade ambiental para as gerações presentes e futuras (DIAS, 2000, p.119) .
No mês de junho em 1972, foi realizada a conferência de Estocolmo, sendo avaliada como um limite no ambientalismo global. Essa primeira conferência sugeriu um plano de ação contra os inúmeros tipos de poluição e proteção do meio ambiente da biodiversidade. Almejava ampliar ações contra o subdesenvolvimento por meio da transferência de recursos técnicos e financeiros para países em desenvolvimento.
Em Estocolmo surgiu a ecologia política em grandeza internacional, além disso, universitários, representantes de agremiações de amparo da natureza e cientistas confirmaram as ameaças de um desenvolvimento exacerbado, que aniquila a fauna, a flora e os homens, e intitularam a palavra de ordem: "Uma única terra, um único povo" (MOTA, 2001, p.31) .

Para Donaire (1999, p.98) :

A conceituação de desenvolvimento sustentável tem três vertentes fundamentais: desenvolvimento econômico, justiça social e equilíbrio ecológico. Leva a um espírito de responsabilidade gualitária, como processo de transformação no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão contrair sentidos harmoniosos. Nessa direção, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser dirigido para desígnio e equilíbrio com a natureza e de aumento da competência de inovação dos países em desenvolvimento.

Segundo Penna (1999, p.138) :
O desenvolvimento sustentável é um procedimento de mutação no qual o uso de recursos, as políticas econômicas, a dinâmica populacional e os arcabouços institucionais estão em consonância e reforçam a potencialidade vigente e futura para o progresso humano. E além das questões ambientais, tecnológicas e econômicas, o desenvolvimento sustentável abarca um tamanho cultural e político que vai estabelecer a participação democrática de todos, na tomada de decisões para as mudanças imprescindíveis.
Em razão das cobranças da sociedade, feitas por parte das empresas de um posicionamento mais responsável, com objetivo de diminuir a diferença constatada entre as conseqüências econômicas e sociais, bem como da apreensão ecológica, que tem recebido evidência significativa, e para a qualidade de vida das populações, tem-se exigido das empresas um novo enfoque em sua interação com a natureza.
Andrade et al (2000, p.10) , afirma:"A consciência ecológica no Brasil está concedendo espaço para o desenvolvimento de novos produtos, e novas chances de empreendimentos e do mesmo modo mercados de trabalho, não somente na áreas industriais, mas também no setor de serviços".
Assim, é necessária uma integração do homem com o meio ambiente. Percorrendo caminhos onde a tecnologia consinta a ocupação de fontes renováveis, não poluentes, diversificados e descentralizados, poupando os ciclos biológicos da natureza e beneficiando a ampliação democrática global.

8. Gestão ambiental

Entende-se por gestão ambiental um processo contínuo e adaptativo, por meio do qual uma organização define e redefine seus objetivos e metas relativas à proteção do ambiente e à saúde e segurança de seus empregados, clientes e comunidade, assim como seleciona as estratégias e meios para atingir tais objetivos em determinado período de tempo, por meio da constante interação com o meio externo (ANDRADE et al 2000, p.113).
A gestão ambiental não é um conceito novo nem uma necessidade nova. A humanidade sempre teve que interagir responsavelmente com o meio ambiente ou enfrentar as conseqüências.
Na idade média, os abusos da humanidade contra o meio ambiente provocaram uma série de apuros que primeiro alertaram a sociedade sobre a importância de se desenvolver uma coexistência amigável com o ambiente (HARRINGTON; KNIGHT, 2001, p.19) .

9. ISO 14000

9.1. A norma ISO 14001 e sua origem

Os avanços da conscientização ambiental na década de 90, como resposta social à necessidade de conservação do planeta, bem como a busca pela melhoria da qualidade, fazem surgir estratégias de gestão ambiental. Para Porter (1999), a necessidade de proteger o meio ambiente, por meio de leis e certificações teve uma aceitação ampla, mas relutante. Ampla porque todos querem um planeta habitável e relutante pela crença arraigada de que as leis ambientais corroem a competitividade.
Porém, as normas ambientais podem estimular a eficiência dos processos como um todo. A figura 1 apresenta um resumo, de forma global, da evolução do pensamento ambiental nas últimas décadas.

Figura 1 ? Evolução do sistema de gestão ambiental

Assim, no início dos anos 90, organizações internacionais como a ISO (International Organization for Standardization) e BSI (British Standards Institute), órgãos governamentais de países industrialmente desenvolvidos, começam a desenvolver metodologias padronizadas para a prática da gestão ambiental dentro das organizações.
Na tomada de decisão, ajudaram a experiência adquirida na elaboração das normas da série ISO 9000, que tiveram como base a BS 5750 (norma Britânica voltada para o controle da qualidade), bem como a sensibilização pelas ações que estavam sendo tomadas por diversos países na elaboração de suas próprias normas ambientais (VALLE, 2004). A nova série de normas recebeu a designação de ISO 14000.
A norma NBR ISO 14001 SGA ? Requisitos com orientações para uso apresenta um sistema de gestão composto de cinco elementos estruturais sucessivos e relacionados entre si: política ambiental; planejamento; implementação e operação; verificação e ações corretivas, e análise crítica pela administração (DYLLICK, et al., 2000).
A NBR ISO 14001 é uma norma com a finalidade de equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades sócio-econômicas. Prevê a elaboração de programas ambientais e o monitoramento de aspectos ambientais, como emissões, contaminação do solo, lançamento de efluentes em corpos d?água, apresenta e descreve os requisitos de um SGA visando racionalizar o uso de matérias-primas e o uso de recurso naturais (NBR ISO 14001, 2005).
Pereira (2003) comenta que a norma ISO 14001 é pró-ativa, ou seja, seu foco é na ação e no pensamento pró-ativo, em lugar de reação de comandos e políticas de controle do passado. É uma norma de sistema, ou seja, reforça o melhoramento de proteção ambiental pelo uso de um sistema de gerenciamento, permeando todas as funções da organização. A norma requer como requisitos obrigatório a introdução da educação ambiental nas organizações, e isso desperta em cada integrante a busca de soluções concretas para os problemas ambientais que ocorrem no dia a dia, no local de trabalho, na execução de sua tarefa, portanto a ISO 14000 é formada por um conjunto de Normas de gerenciamento ambiental de caráter voluntário, podendo ser utilizada por organizações para demonstrarem que possuem um SGA.
Estas foram desenvolvidas pelo Comitê Técnico 207 da ISO (ISO TC 207), em que são destacados os seguintes aspectos de gestão ambiental descritos na seqüência: SGA (EMS ? Enviromental Management Systems); auditoria ambiental e investigações relacionadas; rotulagem e declarações ambiental; avaliação de desempenho ambiental; termos e definições.
O conjunto dessas normas reflete e atende às necessidades das organizações, proporcionando uma base comum para o gerenciamento das questões e/ou aspectos ambientais.
Segundo Reis e Queiroz (2002), a implementação de um SGA baseado nas premissas da ISO 14000, está garantindo o efetivo gerenciamento e melhorias ambientais. Podendo também as organizações garantirem a seus clientes que atendem e respeitam a legislação ambiental, ultrapassando uma série de barreiras comerciais impostas especialmente pelo mercado externo. A ISO 14000 é composta por um conjunto de normas que auxiliam no SGA, como mostra o quadro 1 abaixo:


Quadro 1 ? Conjunto de normas ISO 14000
Fonte: http:// WWW: inmetro.gov.br, 2007.

De acordo com Chen (2005), a estrutura da ISO 14000 quando incorporada pela organização requer que esta reestruture todo o seu processo tanto administrativo quanto de produção. Dessa forma, trazendo benefícios no aumento da eficiência administrativa, na redução de custos de produção, nas questões ambientais e, conseqüentemente, na expansão dos negócios com uma melhor performance financeira. A Norma ISO 14000 orienta a constituição de um SGA. Esse sistema é defino pela ABNT NBR ISO 14001:2004 como um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados para estabelecer a política e os objetivos e para atingir esses objetivos.
O SGA inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimento, processos e recursos. A implementação do SGA proporciona o envolvimento da empresa como um todo. A expressão gestão ambiental aplica-se a uma grande variedade de iniciativas relativas a qualquer tipo de problema ambiental.

A ISO 14001, então, é uma série de diretrizes voluntárias que proporciona o debate e ações empreendedoras que, conforme Harrington e Knight (2001) são um fator significativo ao se iniciar o processo de mudança. A norma, ainda, ajuda a reduzir os conflitos entre agências reguladoras e indústrias e tende a encorajar as organizações a se envolverem mais com os programas de desenvolvimento ambiental.

10. Vantagens e benefícios do sistema de gestão ambiental

A norma ISO 14001 oferece uma garantia de reconhecimento de adequação ambiental da empresa pelos diferentes atores externos que interagem com a questão ambiental: mercado de produtos e insumos, órgãos de fiscalização, agências de financiamento, imprensa especializada, comunidade e movimento ambientalista (MAIMON, 1999). A adesão de uma empresa à ISO 14001 vai proporcionar, além de uma maior inserção no mercado internacional, vantagens organizacionais, redutoras de custos de operação, diminuição de acidentes e conseqüentemente uma maior competitividade. Por conseguinte, a inserção da empresa no mercado internacional está diretamente condicionada de forma crescente as exigências dos clientes em relação ao seu desempenho ambiental, como à discriminação política e econômica contra os poluidores, sejam eles empresas, regiões ou países.

Para a sociedade, os resultados são observados na melhoria da qualidade de vida decorrente da minimização de impactos ambientais adversos e em uma redução do custo de controle de fiscalização, uma vez que a adesão das empresas é voluntária.
Ressalta-se que partir da década de 90, a questão ambiental passou a ser prioritária na agenda das Nações Unidas, dos organismos multilaterais de crédito (Banco Mundial - BIRD, Fundo Monetário Internacional ? FMI, Banco Interamericano de Desenvolvimento ? BID e Organização Mundial do Comércio - OMC) e das discussões entre blocos políticos e comerciais (União Européia, Mercosul, Nafta). O fortalecimento das Organizações Não Governamentais - ONGs, dedicadas a causas ambientais, viabilizou o surgimento de um novo canal de monitoramento e difusão de informações sobre problemas ambientais em todo o mundo.

O meio ambiente e a ecologia lideram o conceito de globalização que permeia os dias atuais, tendo assegurado espaço na mídia e poder de conscientizar a população e pressionar por ações corretivas e retaliatórias de ordem política e econômica, sob a forma de restrição de mercados, deterioração da imagem, veto a financiamentos e até ingerência direta.
Paralelamente à responsabilidade ambiental surge o conceito de responsabilidade social (GRAJEW, 1999; OLIVEIRA, 2000), implicando um sentido de obrigação para com a sociedade. A Responsabilidade Social pode assumir inúmeras formas: proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais, fomento à organização da comunidade, eqüidade nas oportunidades de emprego, suporte de serviços sociais em geral, entre outros.

A justificativa para o sentido de responsabilidade social por parte da empresa fundamenta-se na liberdade que a sociedade concede à empresa para existir (DONAIRE, 1999).
Segundo Valle (1996), as responsabilidades social e ambiental fazem parte de um único conceito definido como: Atuação responsável. Este conceito surgiu no Canadá, na década de 80, sob o nome de responsible care program e teve origem na indústria química, com o objetivo de resgatar a imagem negativa que essa indústria vinha acumulando havia várias décadas.

As contribuições que a atuação responsável, que pode ser associada ao conceito de excelência ambiental, trazem para a solução dos problemas ambientais são seu enfoque pró-ativo, sob a óptica de procura continua de melhoria, antecipando-se à própria legislação, e sob esta óptica sistêmica que abrange em um mesmo programa, as devidas preocupações com segurança, saúde ocupacional e meio ambiente.
O programa de ação responsável é constituído por cinco elementos:

? Princípios diretivos: Através de declarações de propósitos, as empresas que aderem ao programa estabelecem os princípios em que devem basear suas ações para atingir os objetivos propostos.

? Códigos gerenciais constituem: Os padrões de desempenho que devem ser atingidos pelas empresas participantes, sob os diversos ângulos que permitirão aprimorar suas condições, no que se refere à segurança dos processos, saúde e segurança de seus funcionários, prevenção dos riscos ambientais, transporte e distribuição de seus produtos e atendimento de emergências.

? Conselho comunitário consultivo: Estabelece as regras de convivência da indústria com a comunidade. Composto por representantes e líderes comunitários, sua finalidade é permitir à empresa receber subsídios sobre as preocupações dessas comunidades com relação à empresa.

? Grupos de liderança executiva: Reúnem executivos das empresas que participam do programa e visam identificar áreas que necessitam de suporte, avaliando a experiência acumulada pelo grupo.

? Auto-avaliação das empresas-membro: A qual possibilita às empresas avaliarem os sucessos alcançados, à luz de suas próprias condições e cultura internas, buscando estabelecer novas metas e objetivos, que se incorporarão aos seus códigos gerenciais.
Segundo Maimon (1999) nos países em desenvolvimento as empresas de maior inserção internacional, tais como as multinacionais, exportadoras, aquelas que dependem de financiamento externo, vêm incorporando as responsabilidades ambiental e social. No caso das empresas brasileiras, a difusão da conscientização e da formulação da política ambiental ocorrida na década de 80, não se traduziu proporcionalmente em uma incorporação da atuação responsável.

Além dos problemas de capacitação institucional, a recessão que a economia brasileira atravessou não favoreceu novos investimentos em equipamentos e processos, pois em sua maioria das empresas se defrontou com escassez de recursos financeiros, sem apoio oficial em face do esgotamento do modelo econômico. Atualmente, as empresas passaram a se pronunciar mais intensamente sobre suas responsabilidades ambientais e sociais. Isto se deveu, em parte, ao debate sobre a modernidade, que vem difundindo as práticas liberais na economia e impulsionando a inserção internacional em decorrência da globalização.
Para Donaire (1999), as responsabilidades ambiental e social, medidas apenas dentro da especificação legal, devem migrar para a conscientização ambiental e social (social and environmental responsiveness). Este conceito pode ser definido como a capacidade de uma organização de responder antecipadamente às expectativas da sociedade em relação ao meio ambiente.
Nesse aspecto, a busca por procedimentos, mecanismos, arranjos e padrões de comportamento desenvolvidos pelas empresas marca aquelas que introduziram definitivamente em sua cultura valores ambientais. Refere-se a um conceito que sobrepuja as responsabilidades social e ambiental, medido através de valores morais de obediência aos preceitos da lei, viabilizando um posicionamento mais ético e amplo de resposta às questões sociais e ambientais que ultrapassem as relações de interesse direto da empresa. De acordo com Drucker (apud DONAIRE, 1999), esse posicionamento impõe à alta administração a obrigatoriedade de direcionar as ações da empresa nos campos social e ambiental, que devem ter origem no topo das organizações.

11. Por que implementar um SGA?

As organizações, definidas por Morgan (1996a, p.53), "são sistemas abertos que necessitam de cuidadosa administração para satisfazer e equilibrar necessidades internas, assim como adaptar-se a circunstâncias ambientais".
Embora as organizações tenham origem em um sistema de produção em massa, passando posteriormente para um processo competitivo tecnológico, um paralelo de paradigmas pode ser feito. Segundo Tachizawa (2005), analisar as transformações no campo da tecnologia e do processo de trabalho é necessário para comparar o paradigma industrial e o paradigma pós-industrial. Estes sintetizam a evolução do antigo, baseado na economia de escala, com o novo processo de gestão, baseado na economia de escopo. Esse marco, por assim dizer, mostra que o avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento não produzem efeitos por si se não houver um investimento nas ações gerenciais para manutenção de um equilíbrio do sistema como um todo.

A NBR ISO 14001 vem, dessa forma, contribuir, por meio do seu sistema de gestão, como um auxílio ao sistema organizacional, juntamente com outros processos da qualidade. A norma de gestão ambiental é um instrumento de gerenciamento que proporciona às organizações que a utilizam um sistema eficaz passível de integração com outros elementos de gestão, como os da norma ISO 9001, OHSAS 18001, entre outras.
As organizações, num primeiro momento, questionam-se sobre o porque implementar um sistema de gerenciamento ambiental, mas quando aceitam significa estar assumindo seu papel na sociedade. Essa questão pode ser respondida citando vários motivos que podem incrementar o seu desempenho tanto ambiental, quanto social e econômico, como: garantir as exigências dos clientes mostrando seu comprometimento com uma gestão ambiental consistente; interesse em fortalecer a imagem, conquistar ou ampliar mercado; taxas de crédito mais baixas; manter boas relações com as partes interessadas (cliente, vizinhos, fornecedores, comunidade em geral), demonstrando bons resultados ambientais; satisfazer os critérios dos investidores e melhorar o acesso ao capital; obter diminuição dos custos de seguro; estar em conformidade legal, evitando multas, entre outras questões positivas que o SGA pode trazer.
O Brasil no ranking de certificações ISO 14001 vem mantendo-se na colocação de décimo primeiro no mundo. Porém, as certificações ambientais vêm crescendo a cada ano. Em 2004, somaram um total de aproximadamente 74 mil certificações em todo o mundo, dando um grande salto para mais de cem certificações em 2006, conforme mostra a Gráfico 1.

Gráfico 1 ? Certificações ISO 14001 no mundo em 2006
Fonte: http://www.ecology.or.jp, 2007
Apesar de a conscientização ambiental estar mais presente no dia-a-dia das organizações, no Brasil, muitas empresa ainda têm restrições quanto às questões ambientais. Esse fato ocorre em conseqüência do pensamento errôneo de que a implementação de um SGA será um investimento de difícil retorno. Assim, Donaire (1995) cita alguns dos benefícios econômicos e estratégicos da implementação de um SGA, mostrados na quadro 2.

quadro 2 ? Os benefícios da gestão ambiental
Fonte: adaptada de Donaire, 1995.

A elaboração de estratégias ambientais é fundamental para um negócio globalizado, que tem seus processos, produtos e filosofias alinhados à questão ambiental em conformidade com as expectativas das partes interessadas. A elaboração de estratégias ambientais necessita de uma efetiva avaliação e definição proativa das partes administrativas, a fim de sua implementação. Portanto, as estratégias têm que estar alinhadas ao plano estratégico, de acordo com a gestão ambiental e os seus indicadores, definindo uma forma ou "desenho" ambiental.

Alguns métodos como o benchmarking e o BSC ? Balanced Scorecard, podem ser utilizados como auxílio no desenvolvimento de indicadores para as estratégias ambientais. Estas precisam ser o objetivo central da gestão empresarial de forma a obter o sucesso do SGA e organizacional como um todo.

A sistematização, inerente em um SGA, de acordo com Assumpção (2006), faz com que os gestores adquiram raciocínio rápido e lógico na solução dos problemas ambientais. Os incidentes ambientais em geral são caros tanto à natureza quanto à sociedade, e o SGA faz com que as condições com potencialidades para causar acidentes ambientais sejam identificadas e controladas de forma eficiente e rápida. Assim, o esforço e o comprometimento da administração, bem como, de todos dentro da organização se faz necessário para garantir o alcance dos objetivos traçados em busca da melhoria contínua e do sucesso do SGA.
O sucesso para a verdadeira melhoria proposta pela norma deve ser baseado no foco da estratégia ambiental, alinhado com o pensamento empresarial, seus produtos e stakeholders. Dentro desse processo, a escolha de indicadores ambientais é fundamental para que um SGA obtenha sucesso dentro das estratégias acordadas.
A forma como são detectados os impactos ambientais significativos, bem como a forma que vão ser tratados é de suma importância para que ocorra a melhoria. Esta nem sempre é claramente entendida para a realidade dos negócios das organizações, o que ocorre em razão da grande dificuldade das organizações em medir e interpretar esses dados. Os resultados, por sua vez, nem sempre são interpretados de forma compatível com os critérios estratégicos do processo de decisão traçado pelas organizações. Dessa forma, os assuntos ambientais, em muitos casos, são tratados pelas organizações somente como um projeto de melhoria da sua imagem ou ainda como um requisito exigido pelo mercado.
Fatores assim fazem com que as estratégias ambientais não sejam interpretadas em conjunto com as estratégias centrais das organizações e, conseqüentemente, não tenham sua eficiência totalmente atingida.
As organizações devem rever seu foco de avaliação para as questões ambientais para prospecção de seu cenário e tomada de decisão, mantendo assim uma postura responsável e consciente nas relações ambientais. Essa mudança de pensamento visa ao sucesso do SGA, alavancando a vantagem competitiva das organizações. Para Elkington e Burke apud Donaire (1995), a aquisição da excelência ambiental pelas organizações passam por dez passos:
1. Desenvolver e publicar uma política ambiental;
2. Estabelecer metas e avaliar os ganhos desta política;
3. Definir com clareza as responsabilidades ambientais de cada um dos setores da organização, inclusive a da alta administração;
4. Divulgar interna e externamente sua política, objetivos, metas e responsabilidades;
5. Obter recursos adequados para dar consecução à sua política;
6. Educar e treinar seu pessoal, além de informar os consumidores e a comunidade;
7. Acompanhar a situação ambiental da organização via auditorias e relatórios periódicos;
8. Acompanhar a evolução da discussão sobre as questões ambientais;
9. Contribuir para os programas ambientais da comunidade e investir em pesquisa e desenvolvimento aplicados à área ambiental;
10. Conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos: organização, acionistas, consumidores, comunidade, entre outros.

A NBR ISO 14001:2004 é orientada para o gerenciamento das atividades e dos aspectos ambientais decorrentes de processo, produtos e serviços das organizações. Segundo Seiffert (2005), suas características mais importantes são:
�� A pró-atividade: seu foco é na ação e no pensamento pró-ativo, em lugar da reação a diretrizes passadas.
�� A abrangência: envolve todos os membros da organização ligados direta e indiretamente, podendo ser implementada em qualquer organização independentemente de sua atuação.
Essa norma é importante no sentido de que reforça o enfoque no aprimoramento da conservação ambiental pelo uso de um único sistema de gerenciamento que permea todas as funções da organização. A ISO 14001 não estabelece padrões de desempenho ambiental absoluto, mas torna a organização mais apta a gerenciar as questões do meio ambiente, tendo em vista a necessidade de adaptar-se as pressões externas. Esta também possui plena compatibilidade com outros sistemas de gestão, sendo aplicada de forma integrada com outras normas com: ISO 9001, ISO 22000, OHSAS 18001, SA 8000, entre outras. Assim, as empresas devem considerar todo seu contexto de inter-relacionamento como o modelo de gestão, valores, crenças, ramo de atuação e econômico-social voltado para uma análise com enfoque ambiental.
Para Pheng e Kwang (2005), as organizações estão cada vez mais aderindo à implementação de normas como a ISO 14001 e outras por acreditarem realmente no crescimento organizacional e nos seus benefícios como um todo, e não apenas por questões financeiras ou de regulamentação.
De acordo com a norma NBR ISO 14001:2004, seus objetivos são especificar os requisitos relativos a um SGA, permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos e informações referentes aos aspectos ambientais significativos. A norma se aplica aos aspectos ambientais que a organização identifica como aqueles que possa controlar e aqueles que possa influenciar. Esta se aplica a qualquer organização que deseje:
�� Estabelecer, implementar, manter e aprimorar um SGA;
�� Assegurar-se da conformidade com sua política ambiental definida;
�� Demonstrar conformidade com esta norma ao fazer uma auto?avaliação ou auto-declaração, ou, buscar conformidade por partes que tenham interesse na organização, tais como clientes, ou buscar confirmação de sua auto-declaração por meio de uma organização externa, ou buscar certificação/registro de seu SGA por uma organização externa.
A norma ISO 14001:2004 tem o seguinte escopo dentro dos seus requisitos do SGA:
�� Requisitos gerais
�� Política ambiental
�� Planejamento, subdividindo-se em:
? Aspectos ambientais;
? Requisitos legais e outros;
? Objetivos, metas e programa(s):
�� Implementação e operação, subdividindo-se em:
? Recursos, funções, responsabilidades e autoridades;
? Competência, treinamento e conscientização;
? Comunicação;
? Documentação;
? Controle de documentos;
? Controle operacional;
? Preparação e resposta a emergências.
�� Verificação, subdividindo-se em:
? Monitoramento e medição;
? Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros;
? Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva;
? Controle de registros;
? Auditoria interna.
�� Análise pela administração

A norma não faz exigências quanto ao nível de detalhe e complexidade do SGA. A extensão de sua documentação e dos recursos dedicados ao SGA irão depender de alguns fatores, tais como: o escopo do sistema, o porte da organização e a natureza de suas atividades, produtos e serviços. Esta pode ser, em particular, implementada em pequenas e médias empresas.
Para implantar o SGA, deve-se seguir um roteiro indicado na própria norma ISO 14001, segundo os requisitos e especificações do SGA, compreendendo os seguintes passos:
�� Compromisso com uma política ambiental: nessa fase, a organização, por meio da alta administração, define uma política ambiental e assegura o seu comprometimento com ela;
�� Planejamento: a organização formula um plano que satisfaça às políticas definidas, considerando, na definição de seus objetivos ambientais, os aspectos relacionados aos impactos significativos de suas atividades, e também garante os recursos físicos e financeiros para a sua implementação;
�� Implementação e operação: a organização expõe um plano em ação, fornecendo os recursos e mecanismos de apoio e definindo funções, responsabilidades e autoridades;
�� Verificação e ação corretiva: a organização mede, monitora e avalia periodicamente o seu desempenho ambiental;
�� Análise crítica e melhoria: a organização, por meio da alta administração e em intervalos periódicos por ela predeterminados, realiza uma análise crítica e implementa melhorias em seu SGA, para alcançar o desempenho ambiental desejado.

12. Fatores de implementação do SGA

Segundo Maimon (1999), a implantação de um SGA da ISO 14001 representa um processo de mudança comportamental e gerencial na empresa, cuja implementação deve ser conduzida de modo participativo e integrado. Para obtenção do sucesso desejado em sua implementação, é imprescindível que ocorra um consenso em todos os níveis hierárquicos da empresa quanto à sua importância, e que não represente uma imposição gerencial, devendo ocorrer uma integração das funções com responsabilidade de linha e comprometimento da alta direção da empresa.
O êxito no estabelecimento do SGA depende dos seguintes fatores:
? Do comprometimento da alta direção;
? Do envolvimento de todos os setores e pessoas responsáveis pela sua implementação;
? Do SGA refletir a política ambiental da empresa;
? Do SGA considerar os recursos humanos, físicos e financeiros necessários;
? Do SGA ser dinâmico e sofrer revisões periódicas.

Observa-se a seguir uma relação dos fatores considerados relevantes para um efetivo sucesso na implementação do SGA da ISO 14001 em uma empresa, tais como:

? Investimento no treinamento e na educação dos recursos humanos (D?AVIGNON, 1996; VALLE, 1996);
? Participação dos colaboradores e partes interessadas, bem como a comunicação estabelecida entre eles: estes fatores dizem respeito à disseminação dos compromissos definidos pela alta gerência entre funcionários, fornecedores, clientes, órgãos governamentais e não governamentais e a sociedade em geral, visando ao aperfeiçoamento de ações ambientais conjuntas, além da sensibilização e do envolvimento de todos os setores e pessoas responsáveis pela sua implementação, ou seja, de todos vinculados à organização (VALLE, 1996; D?AVIGNON, 1996; CASTRO, 1998; MAIMON, 1999);
? Internalização de conceitos e práticas por todos os colaboradores;

? Integração da atividade produtiva com o meio ambiente, no planejamento global da empresa;

? Mudança do comportamento individual e coletivo na organização;

? Manutenção de um SGA que assegure, no mínimo, que suas atividades atendam à legislação vigente e aos padrões estabelecidos pela empresa. Na ausência de uma legislação específica, a empresa deverá pautar-se pelas melhores práticas de proteção ambiental disponíveis, tendo em conta os níveis exigidos por uma política ambiental mais abrangente;

? Exigência de que seus fornecedores disponham de produtos e componentes com qualidade ambiental compatíveis com a de seus próprios produtos;
? Desenvolvimento em pesquisas e desenvolvimento (P&D), objetivando a promoção/aperfeiçoamento de tecnologias que reduzam os impactos ambientais e/ou o consumo de matérias-primas, água e energia;

? Garantia de que seus resíduos são transportados devidamente, até o destino estabelecido, de acordo com as boas práticas ambientais;

? Incorporar a variável ambiental nas etapas de planejamento, construção, manutenção e operação de seus empreendimentos;

? Buscar novas tecnologias, insumos economicamente viáveis e aperfeiçoar processos que minimizem os impactos no meio ambiente, visando a prevenção da poluição;

? Utilizar de forma racional os recursos ambientais, considerando os preceitos do desenvolvimento sustentável;

? Garantir o cumprimento da legislação ambiental, dos compromissos ambientais assumidos e de outros requisitos pertinentes;

? Monitorar e avaliar periodicamente o seu desempenho ambiental, de modo a assegurar a melhoria contínua de seu SGA;

13. Petrobras

13.1. Desenvolvimento

A Petrobras Distribuidora S.A atua na distribuição de combustíveis e derivados de petróleo, a maior empresa de distribuição com 35% das vendas e mais de 10000 clientes, tais como, indústrias, usinas termelétricas, companhias de aviação, frotas de ônibus e a própria Petrobras. A BR investe em pesquisas e projetos científicos de tecnologia Nacional. No Brasil, foi a primeira a utilizar bombas eletrônicas para o abastecimento e a comercializar álcool hidratado e gás natural como combustíveis automotivos. As operações das refinarias revertem anualmente para a sociedade onde reside uma parcela significativa do imposto sobre mercadorias e serviços, tendo como origem a tributação sobre combustíveis e os derivados do petróleo.
A Petrobras é líder mundial em exploração em águas profundas. Em 1992 a companhia recebeu o prêmio de reconhecimento internacional, a tecnologia na produção até os 2000 metros de profundidade.
Após dois anos a Petrobras bateu o recorde mundial com produção em lâminas d?água de 1027 metros e hoje a companhia mantém a liderança na produção de petróleo em águas profundas no Campo de Roncador.
As reservas brasileiras estão na faixa dos 23% que ficam entre os 1000 e 2000 metros na faixa de lâmina d?água e a previsão é de que 50% das reservas a serem descobertas se situarão em águas ultra profundas.
O complexo de produção da Bacia de Campos, de onde se extraem 85% do petróleo brasileiro em uma operação de alto risco ambiental em águas próximas dos dois mil metros de profundidade, possui os mais rigorosos certificados ambientais do planeta. Há vinte anos a Petrobras vem desenvolvendo muitas tecnologias inovadoras para exploração em águas profundas.
Desde 1977 que ocorreu a primeira extração de óleo, a Bacia de Campos, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro, tem provado seu potencial de grande região petrolífera.
As reservas da Bacia , espalhadas por 36 campos produtores e 71 acumulações de hidrocarbonetos, atingirão cerca de 10 bilhões de barris de óleo e 163,1 bilhão de metros cúbicos de gás natural.
A tecnologia e experiência que foram adquiridas nesses 20 nos, concedeu a Petrobras a técnica e o reconhecimento que resulta em uma taxa de sucesso em 628 poços exploratórios e em 537 poços de desenvolvimento perfurados na Bacia de Campos.
Todos esses poços ligados a 1300 km de dutos submarinos a 2500 de linhas flexíveis, que são responsáveis pelo transporte do óleo do gás. E um único sistema flutuante de produção, a Petrobras encontrou a reserva de Roncador, estimada a produção de 180000 barris de óleo por dia.
A integração entre os setores de pesquisa, engenharia e exploração e produção, obtém-se excelentes resultados e vem surgindo novas soluções. Equipe altamente qualificada é a responsável pelo novo arco da indústria: o poço Marlin Sul 3-B, considerado o mais profundo do mundo, produzindo óleo a uma profundidade de 1709 (hum mil setecentos e nove) metros.
Seu sistema flutuante de produção, armazenamento e descarregamento, também bateu um recorde mundial, pela ancoragem mais profunda, a 420 (quatrocentos) metros.
O material usado para fixação, também é novo. Ao invés e cabos de aço, são usados os cabos de poliéster, mais baratos e leves, realizando justos mais baixos com tecnologia ultrapassadas, e que estão sendo usados pela primeira vez num sistema desse tipo.
Campos hoje é a principal área de produção no Brasil, com uma estrutura de primeira linha e uma equipe de cerca de 7 (sete) mil empregados altamente qualificados. Possui uma média de 26 (vinte e seis) sondas funcionando, 30 (trinta) plataformas, sendo 14 (quatorze) fixas e 16 (dezeseis) flutuantes, que cuidam de toda produção. Bacia de Campos é a prova viva e produtiva de que a Petrobras é capaz de achar soluções para os problemas da produção de petróleo em águas profundas.
A internacionalização e diversificação têm grande importância para o país, segundo as refinarias de petróleo, voltaram-se para o mercado internacional, exportando lubrificantes, que começaram a ser comercializados para diversos países.
A Petrobrás mantém relações consistentes em atividades internacionais, por ser uma grande empresa de petróleo, realiza operações de compra e venda de petróleo, tecnologia,e equipamentos, materiais e serviços, acompanha o desenvolvimento da economia Européia e Americana, realiza operações financeiras com bancos e bolsas de valores, entre outras.
Para executar essas atividades, a Petrobras conta com o apoio de seus escritórios no Japão, Nova Iorque e Londres. A presença da Petrobras em eventos e fóruns internacionais se torna muito importante na medida em que permite viabilizar ótimas oportunidades de negócios.
O conhecimento do mercado e dos agentes internacionais que nele integram, fazem com que as vantagens competitivas sejam transmitidas aos clientes de uma forma direta e objetiva.
Todas as experiências e tecnologias são representadas através de subsidiárias em vários países Americanos e Europeus. A imagem e a marca de uma grande empresa são patrimônios que devem ser cuidados e valorizados constantemente. A Petrobrás vem utilizando-se de instrumentos de marketing para dar suporte as suas atividades empresariais no cenário internacional, como: publicidade, participação em feiras e congressos e através de revistas trimestrais da própria companhia.

13.1.2. Projetos e programas

As várias iniciativas das refinarias para que a qualidade dos produtos melhore a qualidade de vida cada dia mais, ao lado do avanço na produção e comercialização do gás natural combustível, o chamado combustível não poluente, são fatores importantes no processo de melhoria da qualidade do ar que se respira principalmente nas grandes cidades.
A excelência na gestão ambiental traz para a sociedade uma série de benefícios para a companhia e para a sociedade:
Para a sociedade a excelência na gestão ambiental, diminui os riscos e impactos ambientais, otimiza a capacidade de resposta a eventuais acidentes, propicia a articulação com órgãos do governo, melhora o uso dos recursos naturais e melhora a qualidade de vida. Para companhia há uma maior conscientização da força do trabalho em relação às questões ambientais, melhora da imagem da companhia, reduz os custos operacionais e riscos e da acesso para a obtenção de linhas de financiamento. Já o monitoramento ambiental é feito do Centro de pesquisas e desenvolvimento, localizado no Campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que é a referência internacional na área de pesquisa científica e tecnológica na indústria petrolífera, é o responsável pelo monitoramento das atividades de exploração e produção nas Bacias de Campos e Santos.
Dos seus sofisticados laboratórios montados, nasceu tecnologia única, propriamente dita nacional, que permitem a exploração em águas profundas em plataformas continentais. As várias iniciativas das refinarias para que a qualidade dos produtos melhore a qualidade de vida cada dia mais, ao lado do avanço na produção e comercialização do gás natural combustível, o chamado combustível não poluente, são fatores importantes no processo de melhoria da qualidade do ar que se respira principalmente nas grandes cidades.
A Petrobras pôs a disposição o "telefone verde", para que a comunidade exerça o grande papel na proteção do meio ambiente, a comunidade pode informar a empresa a ocorrência de qualquer anormalidade no funcionamento de suas instalações que possa causar danos ao meio, e fica ligado diretamente ao centro de controle de poluição da companhia. Preocupando-se também com a qualidade de vida de seus empregados, a comunidade e grupos sociais com que vive, e dando atenção especial às ações de saúde, alimentação, auxílio creche e investimentos crescentes em programas de educação para a cidadania.
Descreve-se a seguir, a missão e a visão da Petrobras e os desdobramentos do plano estratégico até a negociação entre o refino e a FAFEN-BA baseado no Balanced Scorecard ? BSC , descrito por KAPLAN e NORTON como um sistema gerencial que busca a realização das metas estratégicas definidas (1997, p.7):
PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S.A
Missão Petrobras: "Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria de óleo, gás e energia, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos seus clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua".
Visão Petrobras: "A Petrobras será uma empresa integrada de energia, com forte presença internacional e líder na América Latina, atuando com foco na rentabilidade e na responsabilidade social".
Petrobras 2015 / plano estratégico - estratégia corporativa: "Liderar o mercado de petróleo, gás natural e derivados na América Latina, atuando como empresa integrada de energia, com expansão seletiva da petroquímica e da atividade internacional".
A estratégia corporativa é consolidar e ampliar as vantagens competitivas no mercado Brasileiro e sul americano de petróleo e derivados, desenvolver e liderar o mercado brasileiro de gás natural e atuar de forma integrada nos mercados de gás natural e energia elétrica no Cone Sul, expandir seletivamente a atuação internacional de forma integrada com os negócios da companhia, expandir seletivamente a atuação no mercado petroquímico brasileiro e do cone sul - atuar seletivamente no mercado de energias renováveis.
Petrobras 2015 / plano estratégico - estratégia corporativa do abastecimento área de negócio abastecimento, os desafios "uma missão que é maior do que produzir energia e gerar lucros. É participar da construção do nosso país". (plano estratégico Petrobras 2015).
Abastecimento - As estratégias e ações estratégicas
"Definir a estratégia para alcançar os objetivos traçados é ficar mais perto dos resultados".
Descritos no manual de gestão do abastecimento e no documento produção de derivados ? FAFEN.
"A estratégia do abastecimento é traduzida no BSC, a partir do plano estratégico 2015 da companhia".
Estratégias:
- Expandir as atividades de refino e comercialização em sintonia com o crescimento dos mercados;
- Diversificar a carteira de negócios (com ênfase na petroquímica, na logística e em operações comerciais de novos produtos energéticos), ancorada na sinergia dos ativos e competências Internas;
- Ganhar eficiência em toda cadeia logística até o cliente com ênfase na excelência operacional e no gerenciamento de risco;
- Agregar valor às matérias-primas do sistema Petrobras (petróleo e gás), com foco em mix de produtos de maior valor e melhor qualidade.
Ações estratégicas:
- Ampliar as vantagens competitivas no mercado nacional de derivados e renováveis;
- Ampliar a atuação no mercado internacional de petróleo, derivados e demais
energéticos;
- Valorizar o petróleo e gás do sistema Petrobras;
- Ampliação da capacidade de refino em linha com o crescimento do mercado;
- Aumento da eficiência da cadeia logística até o cliente;
- Ampliar a atuação nos segmentos de petroquímica e fertilizantes;
- Expandir seletivamente a atuação no mercado petroquímico e do cone sul abastecimento.
O modelo de gestão:
A atuação do Abastecimento, agente central na cadeia produtiva da Petrobras, está ancorada na integração de seus processos e competências, expandindo e diversificando seu mercado, produtos e carteira de negócios, de maneira social e ambientalmente responsável, satisfazendo os clientes segundo critérios de qualidade, segurança e eficiência máximas. Objetivos da gestão do abastecimento, liderança, integração e visão do cliente e a política de gestão do abastecimento.
A política foi emitida pelo COBAST - Comitê executivo do abastecimento em consonância com as diretrizes corporativas da Petrobras, e aprovada pelo diretor de abastecimento. A política está desdobrada em diretrizes que norteiam todo o modelo de gestão do abastecimento (fig. 2).


Figura 2 ? modelo de gestão do abastecimento
Fonte: Comunicação institucional do abastecimento, Petrobras 2005

Diretrizes da política de gestão do abastecimento:
1. Cliente e mercado: Manter o foco no cliente e no mercado como estratégia principal para conquista e retenção de clientes, através do conhecimento de suas necessidades atuais e futuras;
2. Superação dos desafios: Superar desafios, atuando nos processos e produtos do abastecimento e canalizando nossas energias para a inovação, o construtivo e o preventivo;
3. Integração: Buscar a perfeita harmonia na organização como um todo, com base no alinhamento estratégico, no trabalho em equipe e na descentralização das atividades;
4. Atuação responsável: Atuar mantendo o foco permanente no bem comum, reconhecendo os clientes, os acionistas, a força de trabalho, os sócios, os fornecedores, a comunidade e a sociedade como partes interessadas;
5. Segurança, meio ambiente e saúde: Atuar promovendo a qualidade de vida e o respeito aos aspectos de segurança, meio ambiente e saúde no trabalho;
6. Conduta ética: Agir com foco na verdade e com transparência na gestão;
7. Valorização das pessoas: Promover uma ambiência organizacional motivadora, com respeito e reconhecimento às pessoas;
8. Foco nos resultados: Atingir e superar as metas, controlando os resultados com a visão sistêmica de uma liderança propulsora da excelência organizacional;

A base do modelo de gestão é o conhecimento da área de negócio, representado pela competência da força de trabalho subsidiada pelas informações geradas e utilizadas pelos seus processos.
O modelo de gestão se desenvolve em torno da política de gestão do abastecimento. As competências estão sendo definidas com base nos conhecimentos, habilidades e atitudes ? CHA, necessários a cada processo, pela frente de Integração do sistema de gestão.
As informações estão sendo integradas pela frente de Integração de sistemas de negócios, através de modelos individuais das informações geradas e utilizadas por cada sub-processo e dos seus inter-relacionamentos.

O dinamismo do modelo é gerado por um ciclo de gestão do tipo PDCA - planejar/ desenvolver/ checar/ analisar. Esse ciclo garante o aprimoramento contínuo da organização rumo a excelência.
Esta dinâmica é provocada pelos padrões gerenciais criados em conjunto com representantes de todo o abastecimento, pela frente de integração de sistemas de gestão.

Tabela 1 ? Principais padrões gerenciais
Fonte: Comunicação institucional do abastecimento.

A estrutura de nosso negócio está definida por processos que têm o objetivo de integrar harmonicamente todo o abastecimento e de criar uma base sólida para suportar as suas estratégias.
O mapeamento de processos foi elaborado por gerência executiva, sendo desdobrados em sub-processos, atividades e tarefas em reuniões na sede. O mapeamento de cada processo está sendo disponibilizado no respectivo padrão de processo.
As estratégias assim suportadas estão voltadas para a conquista e retenção de clientes, através do conhecimento de suas necessidades atuais e das tendências do mercado.
O modelo de gestão estruturado no projeto elaborou padrões gerenciais e de execução para apoiar a formulação, o desdobramento e o monitoramento das estratégias e para gerenciar, de maneira sistêmica, o relacionamento com nossos clientes e demais partes interessadas. O modelo direciona o abastecimento para a gestão por resultados, visando atingir e superar as metas, desdobradas desde o nível diretivo até o individual.
O padrão gerencial de avaliação do desempenho do negócio estabelece a utilização dos indicadores estratégicos e de processo como elementos de acompanhamento da realização dos objetivos. Os termos de compromisso, no nível diretivo, e as metas do GDP nos níveis gerencial e individual, registram os resultados esperados de cada elemento da organização.
O modelo de gestão do abastecimento está formalizado de modo detalhado no manual de gestão do abastecimento apresentado no padrão gerencial MG-1T-00001.
Essa materialização ocorre por intermédio das estratégias apoiada no controle operacional, na padronização, no monitoramento e medição por meio de indicadores, na identificação e tratamento de anomalias, na avaliação das práticas e padrões, na análise crítica...(PDCA)
Só que as estratégias não passam de intenções se não tivermos pessoas capacitadas e motivadas a fazê-las acontecer.
E fazê-las acontecer, ocorre por meio dos processos, que consolidam a cultura da excelência para os processos.
RE-Refino
PQ-Petroquímica
MC-Marketing/Comercialização
LO-Logística
CR-Contrôle dos resultados
Os efeitos de todas essas ações são medidos pelos resultados, base da correção de rumo ou reforço das ações implementadas.
Os resultados retornam em forma de informações e conhecimento, gerando ações de melhoria em todos os níveis e impulsionando a organização para melhores competências e desempenhos superiores.
estratégias de negócio
Objetivo estratégico: "Liderar o mercado de fertilizantes nitrogenados na América do Sul, com expansão seletiva do portifólio e melhoria da qualidade de produtos".
Ações Estratégicas: garantir suprimento de gás natural; expandir capacidade de produção; garantir excelência operacional; expandir a logística de distribuição; garantir conhecimento técnico; reforçar função de comercialização; investir em infra-estrutura logística de amônia e uréia;agregar valor ao portfólio de produtos.

14. Proposta para aplicação a ISO 14001 na UNAP/ Sanatonio Internacional do Brasil

As principais dificuldades, evidenciadas com determinada unanimidade na opinião dos órgãos certificadores, para a implementação da ISO 14001, e que primeiramente nos chamou a atenção foram: conscientização das pessoas para as questões ambientais; conhecimento, atualização, monitoramento e atendimento da legislação ambiental aplicável às atividades, produtos e serviços da organização. A outra dificuldade é o levantamento e atualização dos aspectos e impactos ambientais, não chegou a ser um problema porque os levantamentos foram feitos quando da auditoria de certificação inicial, e os levantamentos são atualizados durante as verificações das auditorias de recertificação.

14.1 Proposta

A "rotina em dois passos" de circular nas áreas operacionais para buscar melhorias e modificações e utilizar as ferramentas de gestão existentes para traduzir as idéias em ações, conhecer a abrangência de cada ferramenta na estrutura do SGA certificado com a ISO 14001.
Estabelece-se como premissa, que existe, por parte dos empregados, o conhecimento e o uso rotineiro dos procedimentos estabelecidos pelas normas ISO 14001 e que, se necessário, poderão ser consultados, usados ou mesmo modificados para melhoria da gestão.
Se reconhecermos que esta é uma unidade em que a produção sempre foi prioridade e as explicações para os problemas de hoje são baseadas em projetos ou modificações solucionadoras na perseguição desta prioridade, se nos propusermos a estimular mudanças nos padrões de conscientização para a visão ambiental na empresa, não podemos nos esquecer de dar o conhecimento a todos os funcionários envolvidos nas plantas operacionais, da "estrutura sistêmica" citada por Senge (2004, p.85-86), onde é observado que:



São as explicações da estruturas sistêmicas (generativa) que possibilitam modificar padrões de comportamento e redefinir os processos decisórios de resolução de problemas, não basta só o entusiasmo pela criação do nosso futuro. As explicações baseadas em eventos ? quem fez o que com quem ? condenam as pessoas a uma atitude reativa e é o conhecimento das estruturas que possibilita a mudança da cultura baseada em eventos.
Faz-se necessário passar o conhecimento da estrutura sistêmica com os dados relativos aos últimos anos e sua influência nos resultados.
Ao se fazer o planejamento deve-se estar consciente das dificuldades de um processo de mudança e ciente dos conceitos apresentados por Hersey em seu diagrama ilustrado a seguir:
Os treinamentos para aumentar o conhecimento, melhorar a capacidade e a motivação para as atitudes e comportamentos, de modo a influenciar no fator humano com a conscientização ambiental, serão planejados de modo a integrar as ações contidas no modelo de SGA para norma NBR ISO 14001 da figura 10, nas técnicas para redução da poluição de LAGRECA da figura 3 (apresentados exemplos de técnicas para redução da poluição que podem ser usadas na prática), na etapa de aprimoramento contínuo da figura 24 e com o processo de conscientização e formação dos hábitos das figuras 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Assim executados, espera-se atingir os comportamentos individual e grupal e obter as respostas em forma de trabalhos para melhoria do desempenho econômico ? ambiental e financeiro. Mesmo com tantos recursos tecnológicos disponíveis para serem usados, as comunicações face a face, ainda são a ferramenta de gestão mais adequada para se comunicar com a força de trabalho. Citando Morais (2005), "A comunicação direta como ferramenta de gestão é mais afetiva, completa, e, portanto, humana por excelência".


Figura 3 ? Técnicas para redução da poluição. Fonte: Adaptado pelo autor


Figura 4 ? A estrutura de medição do aprendizado e crescimento
Fonte: adaptado pelo autor


Figura 5 ? Os fatores da produtividade
Fonte: adaptado pelo autor



Figura 6 ? Etapas do desenvolvimento do programa prevenção da poluição Fonte: Companhia BR (2004)


Figura 7 ? Dificuldades de um processo de mudanças
Fonte: adaptado pelo autor



Figura 8 ? O processo cíclico de formação do consciente e dos hábitos Fonte: Adaptado pelo autor


Figura 9 ? O Ciclo PDCA adaptado Fonte: Notícias Novo Abastecimento (revista Petrobrás numero 10, p.10 ,2005).

Acreditando na citação, organizaram-se os grupos de treinamento com no máximo sete pessoas em uma sala pequena de modo a existir uma comunicação face a face entre as pessoas. São necessários os recursos de um quadro, um computador, um manual de treinamento para uso do conceito prevenção da poluição, um local para que os desenhos (diagrama de fluxos) possam ser expostos e outras facilidades em materiais ao instrutor e aos treinandos.

O ciclo da conscientização é um processo de aprendizagem, de experimentar, passar do pensamento à ação, é decidir, testar, arriscar e obter o resultado da experiência, criar no consciente os registros é armazenar as experiências e usá-las quando necessitar (fig.8).
A formação do consciente e dos hábitos é um processo cíclico, composto de um sistema de valores (passos 1, 2 e 3) acionadores das atitudes e comportamento (passos 4 e 5).
Processos são respostas em condição dinâmica, à conscientização é um processo dinâmico e a formação do hábito é estabelecida pela repetição deste processo. Objetiva-se desenvolver um padrão de comportamento com um "círculo virtuoso" (SENGE, 2004, p.111) para as ações rotineiras, incluindo a visão da prevenção da poluição.
Se neste processo de mudanças (fig.7), após o conhecimento as experiências forem executadas repetidamente o hábito se forma no consciente, com conscientização e a atitude, e poderá ser acionado a qualquer momento, como comportamento individual. Um hábito repetido por muitas pessoas, torna-se comportamento grupal. Pode-se assim atingir nosso objetivo de introduzir a prevenção da poluição vencendo as dificuldades do processo de mudanças de HERSEY (fig.7).
A criatividade e o desafio estão na maneira de tornar a atitude repetitiva, fazendo com que ocorra a experiência e ficar atento para que se repita após cada ciclo concluído, criar desejos e expectativas que causem motivação para arriscar e que se vençam os obstáculos naturais de gastos com tempo, trabalho e energia necessários para completar o ciclo e se tornar uma experiência que ainda passa pela avaliação que tanto pode levar a repetição ou a não repetição. Fazer ou mesmo responder por que não fez o trabalho sugerido e divulgar os trabalhos executados, enfatizando como sua atitude ajudou a melhorar os resultados e o desempenho ambiental e financeiro da unidade.
Seguem algumas citações referentes a algumas palavras e à lógica do ciclo. ARISTÓTELES 384-322 AC - "Excelência é uma habilidade conquistada através de treinamento e prática. Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato, mas um hábito".
Kohn (1998, p.53) - "As ações refletem e emergem daquilo que a pessoa é, o que ela pensa, sente, espera e quer".
Yalow (2004, p.150) - "Quando o senhor diz que um clínico clinica, um cozinheiro cozinha ou que a pessoa pratica sua profissão, isso não é motivação: isso é hábito. O senhor omitiu de sua resposta à consciência, a escolha e o auto-interesse".
Atitudes e Sistema de valores, que Alberoni (2000, p. 111) cita como fato e valor:

O primeiro é conhecer para agir, é a progressão da técnica e da ciência. Depois vem o segundo movimento, que é desejar e sonhar com aquilo que é perfeito. É esse o ideal do mundo. A cada fato, a cada utilidade, a cada conveniência corresponde um passo à frente que é o valor. O primeiro nos aparece como consistência de corpo, existência, fato, traço. O segundo, como esperança, mito.
Capra (1982, p.35) - "Ao examinarmos os valores podemos observar uma passagem da competição para a cooperação, da expansão para conservação, da quantidade para qualidade da dominação para parceria".
O processo de conscientização é cíclico, assim como o ciclo PDCA da figura 9. Fazendo uma inserção no ciclo com os passos da formação dos hábitos dos O?Donnell da figura 10, temos:
P ? (Plan-Planejar) ? Planejamento (pensamento, mente, decisão, intelecto);
D ? (Do-Executar) ? Desenvolvimento (corpo - ação);
C ? (Check-Verificar) ? Verificação (registros - experiências);
A ? (Act-Agir) ? Atuação corretiva
Por estes princípios, pode claramente ser identificado que os fundamentos do sistema de gestão da ISO 14001 seguem um modelo relacionado a estes princípios:
? a empresa e os colaboradores devem verificar o que precisa ser feito e ter um plano; o planejamento é o resultado da interação das etapas emocional, racional e registros anteriores; o planejamento é um ato consciente e intencional (Planejar).
? a empresa deve investir em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores para alcançar suas políticas, objetivos e metas; para resultar em ação de monitorar e medir os processos, (Executar);
? a empresa deve continuamente realizar avaliações periódicas do desempenho de seu sistema de gestão; é a resposta ao final do ciclo, momento em que os resultados são registrados, (Verificar);
? os envolvidos devem analisar criticamente, atuar corretivamente e conscientemente fazer a melhoria contínua (evoluir) em seu SGA, (Agir).
A figura 10 é o modelo de SGA da norma NBR ISO 14001:2004 da figura 11, adaptada.
A seguir apresentamos o modelo de SGA da norma NBR ISO 14001: 2004, com a inserção do PDCA e hábitos e conscientização de O?Donnell. A norma NBR ISO 14001: 2004 têm a lógica de PDCA, conforme é mostrado na figura.

Figura 10 ? Adaptação ao modelo de sistema de gestão ambiental da norma NBR ISO 14001:2004
FONTE: ASSOCIAÇÃO(2004).

Figura 11 - Sistema de Gestão Ambiental da NBR ISO 14001:2004 FONTE: ASSOCIAÇÃO, 2004.
Da norma NBR ISO 14001:2004 o item A.4.2 Competência, treinamento e conscientização.
É recomendado que a organização identifique a conscientização, o conhecimento, a compreensão e as habilidades necessárias a qualquer indivíduo com responsabilidade e autoridade para realizar tarefas em seu nome. Que podem ser obtidos ou melhorados por meio de treinamento, formação educacional ou experiência de trabalho.(ASSOCIAÇÃO, 2004)

Ajudando as pessoas a crescer positivamente, com conhecimento e atualização para os problemas ambientais atuais e possibilitando-as atuar neles, estaremos caminhando no sentido da formação das sociedades sustentáveis de forma direta e objetiva.
A estrutura sistêmica e o uso das ferramentas para resolução dos problemas
Deve-se considerar as pessoas, o fator humano como a parte mais importante no sistema de gestão. É a força do trabalho que supera os desafios e pode alcançar desempenho superior. Reconhecer que as pessoas têm um valor agregado, o conhecimento.
Conhecimento que reúne tanto as competências individuais (conhecimentos, habilidades e atitudes) quanto o resultado acumulado das atividades da empresa (informação).
Reunir competências e informações, motivando a força de trabalho é um dos desafios de um sistema de gestão, que é parte da estrutura sistêmica.
Quando na empresa a análise dos problemas ultrapassa os limites funcionais do escopo do trabalho individual, a formação de um grupo pode analisar melhor o problema. Instituir ferramentas de gestão do trabalho para resolução dos problemas que possibilitem a ligação do trabalho individual ao grupal torna-se então necessária. A ferramenta do primeiro contato é a ocorrência operacional que podem ter outros nomes: (Ex: nota de manutenção, observação de trabalho, solicitação de trabalho). É o fato observado e discutido entre o operador dos processos e seu supervisor de grupo (solicitadores de serviço) e os funcionários da manutenção e engenharia (prestadores de serviço) e depois escrito. A atitude escrita vem após o diálogo entre as partes interessadas, são exemplos os trabalhos rotineiros executáveis por manutenção corretiva e preventiva.
Dessa interação poderá surgir a segunda ferramenta que é um registro com data hora e solicitação, direcionado a quem vai gerenciar o registro (Ex: registro de tratamento da anomalia, trabalho de processo). Esta ferramenta terá um gestor porque ela poderá permear várias pessoas da estrutura organizacional indo para análise crítica e voltando ao gestor até se ter uma conclusão técnica para o registro que poderá vir a gerar a terceira ferramenta que é um trabalho de reunião em grupo para análises das áreas operacionais de produção e manutenção com a área de engenharia (acompanhamento, processos ou projetos) até se viabilizar como um novo projeto, se passar pelas etapas de análise do valor econômico e de estudos de engenharia. Este trabalho da terceira etapa pode ser chamado de estudo de projetos (Ex: trabalho de engenharia, estudo de viabilidade técnica e econômica, engenharia de projetos e processo, etc...)
Alguns outros exemplos de ferramentas de gestão utilizadas na Petrobras: balcão de serviço, nota de manutenção (NOTA), registro e tratamento de anomalias (RTA), solicitação de estudos e projetos (SEP), análise do valor do projeto (AV), estudo e execução do projeto básico, carteira de investimento, indicadores ambientais.
Para combater o maior problema do fator humano que é a desmotivação, é necessário seguir esta orientação sistêmica para gerar motivação com a mudança da mentalidade ? em vez de se ver separado do contexto, se ver conectado; no lugar de considerar os problemas como causados por algo ou alguém, enxergar como as próprias ações criam as soluções ou os problemas e descobrir como criamos a realidade e como podemos mudá-las. Então são necessários treinamentos prévios de conhecimento e conscientização para mudar o comportamento individual e grupal.







CONCLUSÃO

Conclui-se que um sistema de gestão que utilize a norma ISO 14001 e incorpore a lógica do conceito prevenção da poluição como melhoria contínua, possibilita às indústrias obterem resultados tangíveis com ganhos ambientais e financeiros, além dos resultados intangíveis de aumento do capital intelectual - proporcionado pela maior capacitação das pessoas - e valor para sociedade, este obtido por meio de empregados satisfeitos pela participação em trabalhos que introduzam a consciência da prevenção da poluição nas atividades produtivas. No final todos esses valores tornam-se mais valor para os acionistas.
Os resultados da condução do Sistema de Gestão Ambiental à luz do conceito prevenção da poluição melhoraram o desempenho ambiental com reflexos no aspecto financeiro pela preservação dos recursos naturais com redução na fonte, reciclagem, tratamento e disposição, complementando o atendimento à legislação e reduzindo o pagamento pelo tratamento e/ou disposição dos descartes sólidos, líquidos e gasosos.




















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