O autor destaca o ambiente econômico brasileiro enfatizando as dificuldades nacionais na obtenção de dados estatísticos voltados à economia. "..uma das razões das previsões econômicas não funcionarem... crescimento da oferta de emprego previstos a menos e inflação a mais..." (2004, P.195). É reforçado o conceito desse "não funcionamento econômico", cobrando da economia o ônus, onde dados estatísticos tais como crescimento médio , inflação e desemprego são os maiores prejudicados quando se trata do tema objeto do capítulo, contudo, pensamos que podemos questionar o autor considerando que não será que esse "não funcionamento" não é estratégico? Uma ciência social tão antiga pode ser ineficiente? Platão já falava de oikosnomos (governo e administração da casa), além da Adam Smith em 1776.

Nos anos 70 - conceito econômico do neoliberalismo na Europa e EUA associavam-se a elevação da taxa de juros, redução dos impostos sobre os rendimentos altos, abolição do controle sobre os fluxos financeiros, corte de gastos sociais e lançamento de um amplo programa de privatização; medidas altamente anti sociais causadoras de desemprego.

Adiante o autor interage entre a estruturação dos grupos de economias, considerando quatro tipos: uma economia formal declarada, uma economia criminosa, uma economia informal e uma economia formal de sonegação. Entretanto para todas as economias, o enfoque é "...a economia operando quase sempre de uma forma passiva, ou seja, recebendo informações de ocorrências no mundo real para sua posterior interpretação, muitas vezes defasadas..." (2004, P.199). Contudo, da mesma forma controvérsia, pensamos que o conceito de gestão estratégica, contextualiza-se pela sinergia entre elementos econômicos, administrativos e financeiros, onde organizações não sobreviveriam sem uma eficiente gestão de fluxos de caixas projetados e consequentemente projeções ativas (DRUCKER).

Para os quatro tipos de economias, "somente a economia declarada aparece nas estatísticas oficiais como o PIB oficial, sendo que o correto seria o PIB real com a soma das quatro economias..." (2004, P.201). Concordamos pois para avaliações mais consistentes, utiliza-se PIB Real que leva em conta apenas as variações nas quantidades produzidas dos bens, e não nas alterações de seus preços de mercado (ALMEIDA).

Na parte de fatos recentes o autor remete-nos à uma reflexão em dois momentos: "...inchar o número de pobres brasileiros com milhões de não pobres"..".hábito nacional do controle frouxo ou falta de controle..." Pensamos que a proposta do estabelecido no Consenso de Washington é exatamente a criação de uma política do ajustamento estrutural, onde o objetivo maior era a fortificação da economia de mercado com conceito neoliberais (redução da ação do estado, produção globalizada e desindexação dos salários) (HELOANI).

Na parte em que são tratadas outras dúvidas sobre o tema é citado ainda: "...questões de coletas de dados deixam muito a desejar quanto a validade, por ser habitual no Brasil a ocultação e a distorção de dados..." (2004, P.215) Porém pensamos que o mesmo ocorre no primeiro mundo, ou seja, também é hábito dentre o G8 questões de eticidade, coleta e transparência de informações. Grandes fraudes por distorção de dados: na Itália (Parmalat), EUA (Eron, Word Com), França (Credit Suisse) Inglaterra (Bco. Baring) são alguns exemplos.

Muito apropriado quando é citado que "...analise e síntese de informação na formulação de estratégias é um só continuum..." (2004, P.221) pois o conceito de foco na atratividade e posicionamento (liderança no custo total; diferenciação e enfoque) abordado por Porter fica claro (CARNEIRO). Tal conceito é reforçado quando mais adiante é citado que "...o modelo Porter nos permitiu uma análise bem justificada do funcionamento do mercado e da competição em dado ramo de negócio.." (2004.P.244).

Contudo, apesar do Porter não só considerar (ameaça de produtos substitutos) que o concorrente direto é somente aquele que vende a mesma marca que ele. Pensamos que não houve enfoque no desenho dos aspectos da competição quando essa e exercida com outro produto como, por exemplo, o case: Coca-Cola que durante muito tempo pensou que seu principal concorrente era a Pepsi, agia apenas para tirar de campo desta. Demorou, para acordar que até mesmo quando alguém toma chá, deixa de consumir seu produto.





Bibliografia:
- www.oikosnomos.com.br e "A Riqueza das Nações" SMITH A.-1776

- ALMEIDA Álvaro - Economia Aplicada para Gestores

-HELOANI Roberto ? Gestão e Organização no Capitalismo.

CARNEIRO Jorge - dissertação - Análise Crítica da Tipologia Estratégica do Mestre