Este trabalho tem como objetivo demonstrar que o ensino da estatística nas séries iniciais do ensino fundamental contribui para o desenvolvimento do cidadão, que passa a analisar com mais criticidade dados a respeito de diversas pesquisas estatísticas. Teve como hipótese de trabalho a melhor forma de ensino da estatística nas séries iniciais do ensino fundamental de maneira a contribuir para o desenvolvimento da criticidade do cidadão quanto as pesquisas estatísticas. A metodologia de pesquisa utilizada foi bibliográfica através de livros, textos da internet, buscando informações e conhecimentos que norteassem a investigação. A pesquisa feita permitiu concluir que realmente a inserção do ensino da estatística nas séries iniciais do ensino fundamental é de elevado grau de importância, pois fará com que o cidadão cresça capaz e consciente de agir criticamente sobre qualquer dado estatístico que lhe for apresentado.

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1 Introdução

A estatística na educação é uma disciplina que deve ser analisada de forma bastante minuciosa, pois a mesma é companheira do cidadão durante muitas etapas da vida, todavia a mesma deve ser abordada desde os primeiros anos de vida, fazendo com o mesmo crie um censo critico diante dos diversos dados estatísticos que lhe acompanharam por muito tempo.
Quando abordamos o poder de criticidade do cidadão diante dos dados estatísticos na educação, nos deparamos com uma série de fatores que acarretam a essa concepção, principalmente o desejo de se conhecer as fontes originadoras de determinados dados apresentados. É intrínseco do ser humano querer descobrir a veracidade como também discutir sobre certas coisas que não possuem um fator visível e consciente a que se refere. Daí, as inúmeras indagações diante das proposições que a estatística oferece.
A aprendizagem da estatística desde as séries iniciais do ensino fundamental torna-se fator determinante para a construção desse ser humano crítico e atuante quando se depara a dados estatísticos, portanto é importante demonstrar que o ensino da estatística nas séries iniciais do ensino fundamental contribui para o desenvolvimento do cidadão que passa a analisar com mais criticidade e menos incredulidade dados de diversas pesquisas estatísticas.
Para Gracio e Garrutti (2005. p.01)
Mediante esta realidade, o ensino de Estatística deve tratar de questões da realidade dos alunos, de forma a instigá-los na percepção de como as quantificações estão inseridas nos diversos cotidianos. É por meio da visualização da utilidade prática da Estatística, que os alunos perceberão sua importância no mundo real, ambiente do qual fazem parte.

O problema da pesquisa proposto é de qual forma o ensino da estatística nas séries iniciais do ensino fundamental contribui para o desenvolvimento da criticidade do cidadão quanto as pesquisas estatísticas que lhe são apresentadas.
Para elucidação de tal problemática foi utilizada a pesquisa bibliográfica baseada em livros e textos disponibilizados na internet.
O artigo apresentado foi dividido em quatro partes onde se inicia pelo breve histórico da estatística, passando pela sua importância, sua essencialidade diante dos parâmetros curriculares nacionais e por fim as conclusões referentes à pesquisa.
2. História da Estatística
Considerada como sendo o ramo da matemática aplicada, a estatística lida com os dados numéricos relativos a fenômenos sociais ou naturais, com o objetivo de medir ou estimar a proporção e importância desses fenômenos verificando suas inter-relações.
A origem etimológica da palavra Estatística vem do vocábulo latino "status" que significa "estado" e do vocábulo latino "sticas" que significa "contagem". Assim sendo, "estatísticas", em sua origem, significa contagem do estado. O seu desenvolvimento, que germinou há mais de 40 séculos entre os povos orientais, mais especificamente na China de Confúcio, em cujo livro sagrado "CHOUKING" consta os dados estatísticos do grande império Chinês .
A palavra estatística é usada em dois sentidos: estatísticas e estatística. Quando está sob a forma plural, refere-se a dados numéricos, mesmo aqueles obtidos por uma simples contagem, servindo para auxiliar na identificação de algumas informações necessárias. Por exemplo, Quando temos muitas estatísticas sobre a cidade de Aracaju, significa dizer que temos, em forma de números, várias informações sobre a cidade. Quando empregada de forma singular, a estatística significa o conjunto de processos usados na condensação e análise de dados numéricos.
Desde as administrações antigas, a estatística sempre se fez presente a favor do estado, a ponto de herdar o nome do vocábulo "status". A estatística servia de apoio, pelo seu aspecto quantitativo, para uma administração consciente, ou seja, sem a ocultação de informações importantes ao andamento do estado. A exposição de dados obtidos e alcançados eram importantes, quer fosse em estado de paz (para mostrar dados que representassem o crescimento do estado) , quer fosse em estado de guerra (para expressar o número de óbitos). Sendo assim, o estado prestava seu trabalho, em consonância com a imagem fria, mas verdadeira dos números que sempre lhe coube analisar, no campo dos fenômenos coletivos, econômicos, sociais ou científicos geralmente com a finalidade de controle fiscal ou de segurança nacional.
Assim, reportando-se à antiguidade, como o próprio livro "CHOUKING" menciona, percebemos que em varias civilizações, como as do Egito e da China, já se registrava o número de habitantes, nascimentos, óbitos, faziam-se estimativas pertinentes às riquezas: individual e social cobravam-se impostos, etc. Todas essas ações poderiam ser chamadas de estatísticas, uma vez que no futuro a estatística não seria apenas baseada nessas premissas, mas também em varias outras, como por exemplos, cálculos de imposto de renda, habitantes de um país e até mesmo do mundo.
A partir do século XVII, devido ao aumento das necessidades dos estados, começaram a surgir sistematicamente as primeiras análises de fatos sociais como, por exemplo, batizados, casamentos, funerais, originando-se assim as primeiras tábuas e tabelas e, consequentemente, os primeiros números relativos, ou seja, os números positivos e negativos, o que demonstra um desenvolvimento bastante significativo da estatística.
Outrossim, as origens da estatística científica tiveram início na metade do século XVII, quando passou a ser considerada como uma disciplina autônoma, com o objetivo de descrever coisas do Estado, e teve como fundador Hermam Conring (1600 ? 1681). Os seguidores de Conring foram M. Schymeitzel (1679-1767) e Godofredo Achenwall (1719 ? 1782) , dente outros, chegando mais tarde este último a superar a fama do próprio Conring. Contudo, foi graças a Godofredo Anchenwall que a estatística firmou-se como ciência, determinando o seu objetivo principal como também suas relações com as demais ciências, tais como economia, história, etc.
No século XIX, paralelamente ao desenvolvimento da estatística como disciplina científica, desenvolveu-se ainda, e de forma independente, o cálculo das probabilidades, uma vez que a estatística também trabalha com o cálculo das possibilidades. Segundo Silva e Coutinho (2005) a ligação das probabilidades com o conhecimento estatístico, veio dar uma nova dimensão a estatística, considerando-se o inicio da inferência estatística.
Os percussores do estudo da probabilidade foram os matemáticos Fermat e Pascal, que iniciaram seus estudos com o objetivo de tentar resolver problemas relacionados a jogos de azar. Além deles, outros matemáticos interessaram-se por esse tipo de estudo, destacando-se principalmente Jacob Bernoulli (1654 ? 1705), responsável pelo teorema que leva o seu nome, permitindo, assim, estruturar o cálculo das probabilidades como disciplina orgânica.
No final do século XVIII e início do século XIX, o cálculo das probabilidades foi definitivamente estruturado, graças ao incessante trabalho de Laplace . A partir deste, as duas
Disciplinas: cálculo das probabilidades e estatística, que até então se encontravam separadas, foram unificadas.
Vale ainda ressaltar, que as teorias desenvolvidas por Galton e Pearson, cujos trabalhos marcaram o ponto de partida das correntes de investigações que levaram a estatística ao alto grau de desenvolvimento em que se encontram até hoje. Os dois atuaram sucessivamente. O primeiro criou, entre outras teorias, a "teoria de regressão", que juntamente com a "teoria de correlação" (inferência estatística), criada por Pearson, constituíram um dos campos de maior aplicabilidade dentro da estatística.
No decorrer do século XX, a obra de Karl Pearson teve destacados seguidores, dentre os quais podemos enfatizar Ronald A. Fisher. Este é notadamente reconhecido como a figura mais proeminente da estatística de todos os tempos, principalmente por ter deixado, em seu legado, a "teoria das pequenas amostras e estimativas", como também, a "formulação e aplicação do índice de Fisher".
Entretanto, é no período de 1920 a 1940, que Fisher torna a estatística extremamente visível, pois além das contribuições anteriores, preocupou-se com o fato de que, em situações experimentais, uma variável era explicada por várias outras, correlacionadas entre si, o que tornava impossível o estudo isolado de cada uma. Para contornar esse problema

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