Universidade Estadual Vale do Acaraú-Uva

Curso: Letras Hab. Língua Inglesa 6° Período.

Disciplina: Estágio Supervisionado I

Professora: Terezinha Cordeiro

Aluno: Antonio Rondney Mouta Xavier

RELATÓRIO 

SOBRAL 05 de OUTUBRO

2007 

Apresentação

Este trabalho tem por objeto a apresentação de relatos da vivência prática do ensino de língua inglesa, na disciplina de Estágio Supervisionado I, ministrada pela professora Terezinha Cordeiro no 6° período curso de leras com habilitação em língua Inglesa, na universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA.

INTRODUÇÃO 

 Estágio supervisionado foi realizado na Escola de Ensino Fundamental e Médio Professor Luís Felipe, no período de 11 de Setembro a 28 do mesmo mês. O referido estágio teve carga horária distribuída em 20h realizadas em sala de aula no curso de Letras, 18h para as observações dentro da sala de aula da Escola escolhida, 12/h de observações estruturais físicas da Escola e mais 10/h na confecção deste trabalho, totalizando assim o somatório de 60h/aulas.

 Seguem neste trabalho, as informações colhidas durante o andamento do Estágio, bem como a análise crítica das mesmas. De forma discursiva e descritiva são trazidos à exposição os aspectos físicos e ambientais da Escola, como espaço de lazer, laboratórios e outras instalações. São expostos também os aspectos funcionais como a forma de gestão, relacionamentos entre os grupos de trabalho na Escola e missão e objetivos gerais da mesma. São tratados ainda no decorrer deste, a equipe de professores, desde o seu recrutamento até a sua participação no projeto político pedagógico da Escola.

O currículo da Escola também será aqui abordado, trazendo como principais pontos a forma de organização e manutenção da Escola e sua orientação pedagógica. Ainda há no mesmo, as questões da autonomia do professor do aluno e o tipo de aluno que a escola pretende formar.

A observação das aulas da disciplina de língua inglesa na Escola, é um dos principais pontos tratados neste relatório e o seu aproveitamento pelos alunos. O planejamento das aulas de inglês pelos professores também será abordado, evidenciando como os alunos estão relacionados entre si, os professores e a direção da |Escola. Tratam-se aqui das problemáticas vividas pela comunidade Escolar, seus conflitos e sua vivência de modo geral. 

Relatório 

A Escola escolhida para o desenvolvimento deste trabalho é a Escola Luís Felipe. A mesma foi inaugurada no ano de 1943, ainda com o nome de Grupo Escolar professor Luís Felipe. A Escola recebeu este nome em homenagem ao importante educador que foi lhe deu o nome. Da história dos diretores deve ser citado o curioso relato da história da prof. D. Maria Ieda Félix Frota Mont’alverne, que dirigiu a escola Luís Felipe por trinta e seis anos. D. Ieda tinha imenso amor pela Escola, ficando na mesma praticamente até o final de sua vida, como diretora. Relata-nos a bibliotecária da escola que, D. Ieda, muitas vezes passava o fim de semana na escola, não ia pra casa na sexta feira como todos faziam. As pessoas da escola dizem ainda que depois da morte do filho de D. Ieda, ela praticamente mudou-se para a escola, indo poucas vezes à sua casa. A história completa da Escola Luís Felipe segue abaixo:

Sobral era uma florescente cidade interiorana da então província do Ceará. Achava-se bastante adiantados os trabalhos de preparação do terreno para receber os trilhos da estrada de ferro que ligará a cidade de Sobral ao povoado de Camocim, um obscuro, mas promissor distrito de Granja. O coronel Ernesto Deocleciano de Albuquerque espalha pela cidade os postes de aroeira que sustentarão os lampiões de gás-globo para iluminação pública. O teatro São João está sendo construído.

            Tudo isso tem como objetivo dar emprego e renda para uma população que há três anos consecutivos padece os horrores de uma clamorosa seca (a seca de 1877-a famosa seca dos dois setes). Milhares de pessoa já morreram de fome e de varíola.

            Foi nesse cenário que no dia 23 de agosto de 1879, nasceu Luís Felipe da Silva. Eram seus pais Severino José da Silva e Maria Francisca de Aguiar Silva. O jovem Luís Felipe sempre estudou em Sobral: O curso primário com o professor Henrique Pinto Pereira e o secundário com Vicente Ferreira Arruda, famoso professor Arruda.

            Mostrou-se sempre muito precoce em tudo que fazia. Tinha apenas 17 anos quando fundou o jornal “O Estudante” de rápida duração. Mas não se levou pelo insucesso desse primeiro empreendimento. Dois anos depois instituiu o “Echo de Sobral”, também de pequeno formato e curta existência.

            Concluiu que a sua vocação era jornalística e não editorial. Assim escreveu para a “A Ordem” até 1898, Enquanto foi dela redator, José Vicente Cavalcante, para“ Lauro Sodré”, de propriedade do poeta João Ferreira Paixão, “o paixão filho”, e para “ A Pátria”, do promotor público Carlos Cordeiro da Rocha; todos editadosem Sobral. Todaviaa sua atividade literária não se limitou às fronteiras municipais. Intensa foi a sua colaboração em periódicos de São Benedito no Ceará, e até, do longínquo território do Acre. Fez sucesso a sua polêmica filológica com o professor Teles de Sousa.

            No entanto foi como educador que ganhou notoriedade entre os seus concidadãos. Tinha 18 anos, quando no dia 24 de fevereiro de 1897, fundou o externato Luís Felipe, situava-se à Rua da Aurora, atual Rua Domingos Olímpio. Seguia os métodos pedagógicos de então, aplicando com rigor a palmatória e outros castigos corporais, como colocar o aluno de joelhos no milho na porta da escola, aos estudantes indisciplinados ou de difícil cultivo moral e intelectual. Junto com ele trabalhava a professora Benvinda que tinha como responsabilidades a educação das meninas. Contudo, por causa ou apesar disso, durante mais quatro décadas, foi o responsável pela a excelente formação básica de dezenas de futuros advogados, clérigos, engenheiros, médicos e militares. Exemplo disso é o padre João Mendes Lira.

            Com sua boa fama de educador e reconhecida erudição, em 1919 foi nomeado professor de português do novel “Liceu Sobralense”, pelo presidente (governador) do Ceará, Dr. João Thomé de Sabóia e Silva.

            Luís Felipe um celibatário. Talvez devido à imperfeição de seu físico em virtude de uma trombose (AVC), tinha a boca e uma perna torta.

            Em 27 de Dezembro de 1943, o governador do Ceará, Francisco Menezes Pimentel, prestou-lhe merecida homenagem denominando “Grupo Escolar professor Luís Felipe” a escola inaugurada em 1° de Fevereiro de 1944, em prédio alugado, (atual shopping Center do construtor) na praça senador Figueira (praça do fórum), que gerou a atual escola de ensino fundamental e médio professor Luís Felipe.           

            Quatro meses depois, no dia 27 de Abril de 1944, nasceu para vida eterna o professor Luís Felipe da Silva. Seus restos mortais acham-se sepultados no túmulo número 166, do cemitério São José.

Em 1944: Assume a primeira Diretora a prof.ª Maria Lelise Pacífico Carneiro.

Em 1949: Assume a segunda Diretora a prof.ª Raimunda Dalva Vasconcelos.

Em 1951: Assume o terceiro Diretor o prof. Benício Vasconcelos Monteiro.           

             O Grupo professor Luís Felipe inicia seus trabalhos em 1º de Fevereiro de 1944: 1° a 4° série.

Em1946 aescola funciona de 1° a 5° série.

Em 1954: Lei n° 17 autoriza o poder executivo a doar um terreno de100 metrosquadrados, situado no bairro do junco desta cidade, ao governo do estado do ceará e dá outras províncias em dois de junho de 1954, época do prefeito Antonio Frota Cavalcante.

Em 1955: Passa a funcionar no atual prédio o Grupo Escolar Professor Luís Felipe dividindo o prédio com o Ginásio Municipal Caiçara.

            Nos anos 50 os professores vinham para esta escola de carroça, em virtude da mesma ficar fora da cidade.

Em 1956: Assume a quarta Diretora a prof.ª Maria Ieda Félix Frota Mont’alverne.

Em 1963: O Grupo escolar Professor Luís Felipe é de propriedade do Estado do Ceará, conforme registro no cartório de imóveis de Sobral sob o livro 136 em 18 de Maio de 1963 e ficha protocolada no departamento de patrimônio do estado sob o número 128.

Em 1975: A escola passou de Grupo Escolar Professor Luís Felipe para Escola de 1° Grau.

Em 1978: O parecer n°915/78, relatado pelo cônsul Jorgelito Cals de Oliveira concede pelo processo n°1715/78, o reconhecimento à escola Professor Luís Felipe. Ainda nesta data passa a funcionar o supletivo.

Em 1980: Início das 6ª séries. Em 1981 iniciam as 7ª séries e 1982 iniciam-se as 8ª séries.

Em 1992: Depois de 36 anos na Direção da escola, D.Maria Iêda Félix Frota Mont’alverne se afasta. Assume o quinto Diretor o professor José Anuque Mendes de Sousa.

Em 1994: Assume a sexta Diretora a professora Maria Ivone Gomes Braga.

Em 1997: O ensino médio funcionando na escola até 1997, sendo anexo do colégio estadual D. José Tupinambá da Frota, quando foi criado o ensino médio da escola.

Em 1998: Assume a sétima Diretora a professora Maria Marques Vasconcelos. A escola deixa de ser Escola de 1° Grau e passa a ser Escola de Ensino Fundamental e Médio Professor Luís Felipe.

Atualmente a Escola de EEFM Prof. Luís Felipe, funciona em um prédio antigo e algumas de suas 16 salas de aula necessitam reparos, pois as mesmas têm cadeiras, portas e janelas quebradas e paredes muito riscadas. A EEFM professor Luís Felipe conta hoje com 1.421 alunos, sendo 509 pela manhã, 519 à tarde e 393 à noite, distribuídos entre o Ensino Médio, Fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Tempo de Avançar do Ensino Médio (TAM).

Os alunos da escola em observação, contam com um amplo espaço de lazer, porém o mesmo não é coberto, necessitando de uma melhor adequação, pois os alunos são submetidos a práticas ao sol e. Este espaço tem mesas de tênis e de xadrez construídas de alvenaria, que são utilizadas pelos alunos no horário de intervalo das aulas. Vale citar que a escola organizou um clube de xadrez e um clube de tênis a fim de utilizar os referidos equipamentos. Há também um campo de futebol de chão batido, necessitando, portanto de um gramado e melhor conservação, que é utilizado tanto para as práticas de educação física como para o lazer dos alunos. Há também uma quadra de basquete e futebol de salão. No intervalo das aulas o colégio tem também um sistema de som, administrado pelos alunos, onde eles ouvem músicas de sua preferência, fazendo então deste horário um momento de lazer e descontração.

A escola em questão tem uma biblioteca, uma sala de vídeo, uma sala de leitura, três laboratórios e ainda uma sala destinada a reforço escolar para aqueles alunos com dificuldades na aprendizagem de algum conteúdo.

A biblioteca da escola conta com um considerável número de exemplares, porém insuficiente no quociente qualitativo. São encontrados nesta biblioteca, diversos exemplares de uma determinada disciplina, com uma boa qualidade, mas também há praticamente nada, de outras matérias essenciais ao aprendizado do aluno e ainda, o pouco material que existe está velho, desgastado e é de má qualidade, impossibilitando o acesso do aluno à pesquisa. Dentre as deficiências da biblioteca da escola, pode-se constatar a insuficiência de dicionários e gramáticas da língua inglesa, disciplina que é ministrada na escola, bem como a pouca qualidade dos materiais existentes neste campo. Neste momento do estágio, viu-se a necessidade de contribuir com a escola, fato que será abordado noutro momento deste trabalho.

A sala de vídeo da escola tem um televisor, um vídeo cassete e um aparelho de DVD, os quais são utilizados pelos professores em suas aulas extra sala de aula. A sala de vídeo é uma sala comum em sua estrutura física às outras da escola, com cadeiras de madeira, como as usadas nas salas de aula, dois ventiladores e três janelas. A mesma conta também com um quadro negro. Duas professoras, afastadas da sala de aula, são responsáveis pela sala de vídeo, sala de leitura e biblioteca.

            A sala de leitura tem estrutura física semelhante à sala anteriormente citada, com dois ventiladores e três janelas. Esta sala funciona como uma extensão da biblioteca, porém numa sala vizinha à mesma, ficando os livros e os materiais de pesquisa divididos entre os dois ambientes. Esta sala tem uma grande mesa com doze cadeiras e mais duas mesas com duas cadeiras cada. Há também nesta sala, um computador ligado à internet, como fonte de pesquisa para os alunos da escola. 

Há três laboratórios na escola. Um de matemática e física, outro de química e biologia, e um terceiro, de informática. Nos laboratórios de química e biologia e no de matemática e física existe uma boa estrutura para o aprendizado dos alunos, com equipamentos, peças e objetos extremamente úteis ao estudo prático das quatro disciplinas acima citadas. Os alunos participam na manutenção dos laboratórios e auxiliam os professores nas aulas ali ministradas na qualidade de monitores de laboratório. Pelo que foi visto, é desempenhado ali papel típico da gestão democrática e essencial incentivo ao aprendizado dos alunos. Durante as observações nos laboratórios da escola, foi apurado com o professor que foi um dos idealizadores destes, que os mesmos foram construídos mediante campanha de arrecadação de doações da sociedade à escola. Comerciantes, empresários e lojistas da cidade de Sobral foram parte fundamental nesta campanha com suas contribuições, que perfizeram a soma de R$ 30,000(trinta mil reais). Este valor foi usado na aquisição de materiais para os laboratórios bem como a colocação de piso de cerâmica e algumas reformas necessárias em duas salas da escola para os mesmos. O estado contribuiu apenas com o espaço físico, que foram as duas salas citadas.

No que diz respeito à situação atual dos laboratórios, o professor anteriormente citado,  relatou que os laboratórios passam por problemas de manutenção de seus equipamentos, pois há vários aparelhos precisando de conserto que não é providenciado pela direção, prejudicando desta forma a dinâmica prática de muitas aulas nos laboratórios. O mesmo falou também do seu intuito de adquirir para a escola, da mesma forma da aquisição dos laboratórios já existentes, um laboratório de Línguas estrangeiras para auxiliar no aprendizado dos alunos. O professor alega que já levou a proposta à direção, mas foi ignorado. Fato que o frustra, segundo o mesmo.

O laboratório de informática da escola tem estrutura física semelhante às salas anteriormente tratadas. Este tem também, uma mesa igual à da sala de leitura. Nesta sala há dez computadores, porém apenas seis funcionam e mesmo estes, são de má qualidade, sendo que um deles é extremamente ultrapassado, fato que impossibilita a sua utilidade prática. Os computadores do laboratório de informática são ligados à internet por rede discada, o que torna o acesso muito lento. A pessoa responsável pela sala é uma professora da área de letras-português, que segundo a mesma, não sabe “mexer” muito bem nos computadores, o que dificulta a orientação aos alunos nesta sala.

Quanto a recursos didáticos vale salientar dois importantes pontos:

O primeiro é que os alunos não têm o livro didático de língua inglesa e a cada aula da disciplina, o professor vai a biblioteca pegar alguns exemplares do livro adotado pela escola para dá sua aula, por que não há livros o suficiente para os alunos;

E o segundo é que a coordenação impõe a adoção de determinado livro de inglês pelo professor, apenas por que o mesmo é mais novo, não se preocupando com a qualidade didática do livro. Frente a isso, alguns professores descumprem a orientação da direção e permanecem seguindo o livro mais antigo, porém melhor para o aluno da escola, entretanto a maioria dos professores não o faz por medo de represália.

Em síntese, mediante o que fora arrolado até aqui, conclui-se  que a escola tem um bom nível de recursos didáticos, porém com sérias deficiências a ser superadas, e a necessidade de uma melhor implantação dos conceitos de gestão democrática, a abertura para uma maior autonomia do professor e a valorização deste no seu processo reflexivo. Quanto à democracia e autonomia do professor na escola é valioso trazer o relato de um professor de língua inglesa sobre o assunto:

“Quando eu cheguei aqui para ensinar inglês, vindo de uma escola de línguas, tinha toda a boa intenção de fazer a coisa funcionar. Acreditava nos métodos teóricos educacionais de Perrenoud e Paulo Freire, pois sempre seguia algumas de suas orientações. Cobrava dos alunos a participação nas aulas, os trabalhos e exercíciosem sala. Tudodireitinho. Depois de alguns dias, os mesmos foram reclamar das minhas cobranças em sala para a diretora e fui chamado atenção por isso. Decepcionado com o que tinha ocorrido, passei a fazer o jogo da escola, fazendo de conta que ensinava e não cobrei mais nada do aluno. Depois de alguns meses fui novamente chamado a sala da diretora. Preocupado com o que tinha ocorrido desta vez, chegando lá perguntei: o que foi que já reclamaram de mim agora? A diretora respondeu: não, não há reclamação contra você, pelo contrário, eu quero parabenizá-lo por ter sido citado pelos alunos da escola como um dos melhores professores que temos.

O professor disse ainda que esta é a postura da diretora tentando manter o posto de diretora da escola, uma vez que é eleita pelos alunos. A mesma tenta agrada-los fazendo política em detrimento do real objetivo da escola, que é o aprendizado.

No que tange a localização, é de bom alvitre registrar que a escola em questão fica bem localizada e de fácil acesso à clientela de alunos por ela atendida. A avenida pericentral facilita o acesso à escola. A mesma está situada à rua Cel. José Silvestre no bairro Campo dos Velhos e além de receber os alunos de seu bairro, tem estudantes de vários bairros da cidade e principalmente dos bairros vizinhos como: Junco, Alto do Cristo e Centro da cidade.

O Núcleo Gestor da Escola está distribuído em quatro salas: Coordenação, Diretoria, Secretaria e Sala de professores. Observou-se que o relacionamento entre os professores, é de maneira geral salutar, ocorrendo troca de experiência e de conhecimentos. Porém não ocorre o mesmo no relacionamento dos professores com o restante do núcleo gestor, havendo arestas a serem aparadas entre os mesmos e a direção da Escola que está mais bem relacionada com os alunos do que com seu grupo de professores.

Os alunos da escola são jovens no geral carentes, alguns em situação de risco, usuários de drogas envolvidos na marginalidade. Os mesmos são residentes das redondezas da escola e bairros vizinhos.

Os professores da escola têm nível superior, porém muitos deles não atuam na área de sua formação, ficando, por exemplo, designado para lecionar Inglês um professor que é formado em História, Comprometendo assim o nível de seu desempenho.

O Projeto político Pedagógico da escola, (GIDE) foi construído pelo núcleo gestor, professores, funcionários, pais e alunos e o mesmo traz em seu corpo como objetivo e missão, proporcionar uma educação de qualidade com a participação de toda a comunidade, no desenvolvimento de projetos onde o respeito, a inclusão, a justiça e a transparência estejam sempre presentes no desenvolvimento da cidadania, na qualificação para o trabalho e para uma vida melhor.

A escola adota a Gestão Democrática como modelo, e expressa assim este intuito na sua GIDE: “A escola adota o Modelo de Gestão Democrática que possibilite a capacidade de liderança de cada segmento, dentro de um clima escolar saudável, otimizando uma escola moderna e dinâmica na busca dos ideais da justiça e da paz, visando uma vida melhor para todos”.

A Escola pelo menos em princípio busca estabelecer uma relação entre seus membros e setores, pautada no seu princípio de seu modelo de Gestão, incentivando o desenvolvimento das capacidades de seus alunos frente ao Grêmio Estudantil, Conselho Escolar, Associações e outros segmentos, buscando motivar a participação da Comunidade Escolar na Gestão da Escola e a autonomia de seus alunos em relação às orientações da Rede de Ensino e das Políticas Educacionais.

A Escola funcionando em três turnos tem seu espaço físico distribuído de acordo com os níveis de ensino que oferta, e aos finais de semana é cedida a Comunidade para realização de Eventos como crismas, aniversários e reuniões. 

O bom andamento das atividades pedagógicas, a utilização de material tecnológico e a melhoria das condições de trabalho do professor e da aprendizagem do aluno são metas buscadas pela Escola, segundo a GIDE da mesma, bem como a otimização do uso dos PCN’s RCB’s e PCN+. Há também na escola a possibilidade de opção do aluno do Ensino Médio pelas disciplinas de inglês ou espanhol.

A Escola realiza planejamentos mensalmente com os professores do Ensino Fundamental e semanalmente com os professores do Ensino Médio, visando garantir a formação continuada dos professores e possibilitar a sua autonomia na construção de programas disciplinares ou projetos. Porém, quanto a esta última, nem sempre é dada ao professor, tendo ele que acatar por vezes a ordem emanada da direção.

Os professores de Língua Inglesa da escola estudada são selecionados através de Concurso Público segundo as Normas Estatais, concursos estes que nem sempre suprem a carência existente de profissionais desta área.

Foi observado que há a uma boa relação entre os professores de Língua Inglesa da escola, chegando os mesmos a compartilhar as problemáticas da sala de aula, bem como a troca de informações da área em comum, num clima de cortesia e camaradagem.

As Orientações Curriculares seguidas pela Escola são as do RCB, PCN, e PCN+, bem como as diretrizes estabelecidas pela Secretaria de Educação (SEDUC).

A disciplina de Inglês é ofertada, embora precariamente, para todas as turmas do sexto ao nono ano, como também, ao ensino médio. Vale salientar, que não existe nenhum projeto interdisciplinar na Escola.

As aulas nesta Escola, nem sempre seguem as orientações do planejamento pedagógico. Não tratam efetivamente do desenvolvimento de outras habilidades e aprendizagens e nem mesmo a devida aquisição de conteúdo é concretizada.

Há nas salas observadas o desinteresse coletivo dos alunos pela disciplina de língua inglesa, porém com raríssimas exceções. Os alunos não interagem com o conteúdo da língua, o que alguns ainda fazem é copiar o que o professor passa no quadro. A orientação didática em sala é ineficaz, pois não promove a participação do aluno. Ao máximo que os leva é a pesquisaem dicionários. Foibuscado saber o porquê da indiferença dos alunos de uma determinada sala à disciplina de língua inglesa, e a resposta encontrada no depoimento dos mesmos foi a seguinte: “O professor não dá aula e só faz alguma coisa em sala quando há a presença de estagiários”. Foi ensaiado ainda com os alunos em sala, o princípio de uma aula de inglês e notou-se que os mesmos têm extrema facilidade e inteligência na absorção do que lhes fora repassado, carecendo apenas da abordagem correta para o alcance da aprendizagem desejada.

Os recursos utilizados pelo professor em sala de aula são alguns livros e poucos dicionários que a escola dispõe. As avaliações seguem os métodos tradicionais de prova subjetiva e alguns trabalhos sobre o conteúdo da disciplina. Diante disso, deve-se  narrar também que seguindo ou não as orientações do planejamento da escola, alguns professores não demonstram segurança no conteúdo da disciplina de língua inglesa, por um lado por não serem formados na área e por outro, por não dispor de material didático para os alunos capaz de auxiliá-lo em sala, pois o que dispõem são apenas alguns minidicionários velhos e rasgados. Consequentemente nem sempre o professor é objetivo na abordagem do conteúdo.

O relacionamento aluno professor é muitas vezes hostil, com muitas manifestações de desrespeito por parte do aluno em relação ao professor. Muitas vezes o professor tenta contornar o problema de relacionamento, porém sem sucesso. Entre si, por várias vezes  não é diferente, os alunos trocam ofensas, ameaças, dizem palavrões e alguns se tratam por 157, artigo do CPB (Código Penal Brasileiro) que se refere a assalto, ou seja, tratam-se por assaltante.

Diante da carência de material de língua inglesa na escola citado anteriormente, e pelo fato de também se encontrar estagiando na mesma o colega de curso, Daniel Santos, e haver  em comum a paixão pela língua inglesa e o desejo de que a mesma seja acessível aos alunos, conversou-se sobre o assunto em questão e achou-se por bem contribuir para amenizar este problema.

No primeiro momento fora procurada a responsável pela biblioteca, alguns professores e também a diretora para a certificação da situação e tentar achar uma forma de solucionar esta deficiência, porém não se obteve muito êxito nesta investida, a não ser a comprovação do que já tinha sido observado.

Em conversa sobre o assunto surgiu a idéia de fazer uma campanha de arrecadação de material para a biblioteca junto aos colegas de curso na faculdade, professores, amigos e conhecidos.

A tentativa de arrecadar materiais, embora não atendendo às expectativas, foi bastante exitosa. Do público procurado para contribuição, obteve-se ajuda significativa nesta empreitada, somando o quantitativo de 130 livros didáticos, dentre eles livros de língua inglesa, 50 revistas educacionais e úteis para pesquisas dos alunos, aproximadamente 20 dicionários de língua inglesa, um dicionário e uma gramática multimídia de língua inglesa, entregues em CD’s e instalados no laboratório de informática da escola .

A respeito dos colaboradores, não se pode deixar de enfatizar a valorosa e substancial ajuda da professora da universidade no curso de letras e responsável pela disciplina de estágio supervisionado, Terezinha Cordeiro, e se agradecer a doação feita pela mesma, a qual significou grande parte dos exemplares angariados pela campanha realizada. Todo o material arrecadado foi entregue à biblioteca da escola no dia 27 de setembro e o que se espera é ter contribuído de forma positiva para o aprendizado dos que ali estudam.