Ir para a Escola Estadual Professora Marilda de Oliveira na condição de estagiária foi uma experiência diferente, já que por mais que se julgue conhecer o contexto escolar, sempre há situações inesperadas e/ou inusitadas em seu interior.
No primeiro momento estive na posição de acadêmico e observador, onde pude construir algumas percepções e opiniões acerca do ambiente da sala de aula e as relações ali firmadas, em um segundo momento, quando assumi a regência da turma, algumas opiniões e percepções de antes foram desfeitas, ainda que outras sejam fortalecidas.
A esse respeito, entendi que ao adentrar a sala de aula do estágio levei comigo uma espécie de bagagem teórica aprendida nos bancos universitários. Isto porque no curso das disciplinas de estágio fui conhecendo, teoricamente, os vários elementos que compõem o contexto escolar.
Essa bagagem me deu subsídios para apreender, por meio das observações, alguns elementos de sala de aula, todavia esse conhecimento inicial de que dispõe e que no momento da observação se mostra adequado e, até mesmo, suficiente para "ler" alguns elementos, pude encontrar limites quando o me coloquei na condição de professor da turma. E, por que isso ocorre?
Isto possivelmente ocorre ? ao menos para aqueles alunos que não dispõe de uma experiência profissional prévia ? pelo fato de que ao cursar as disciplinas o acadêmico precisa criar situações hipotéticas como um recurso para se apropriar dos conteúdos ministrados. Ainda que esse recurso seja válido, encontra limites ao não conseguir reproduzir o dinamismo presente no interior da escola.
Compreendi ainda que não se pode perder de vista que a sala de aula ao vivo e em cores envolve uma série de aspectos que a tornam um ambiente peculiar e, por isso, difícil de ser reproduzido em situações hipotéticas, em livros ou mesmo em relatos de situações vivenciadas.
Assim, o repertório de conhecimento teórico que levei para o estágio, apresentou-se de forma estanque, embora, muitas vezes, imaginei que aquele conhecimento estava pronto e acabado e que era suficientemente autônomo para ser aplicado nas diferentes situações de sala de aula. Ao assumir esse tipo de postura, percebi que estágio deixou de ser um momento privilegiado de aprendizagem e tornou-se um momento de teste daquilo que já sabia, uma mera verificação do desempenho na utilização de técnicas.
Contudo o estágio possibilitou a compreensão de que o papel da supervisora Dilemar e do dos diretores Enésio Veiga e Gelcilene Freitas na Escola Estadual Professora Marilda de Oliveira está pautado numa postura ética, numa prática reflexiva para que,junto dos demais envolvidos com a educação escolar, tenha como metal final a aprendizagem e a assimilação por parte dos alunos, de conteúdos relacionados com o mundo atual.