Introdução
O Estágio Curricular III, Prática de Ensino em Gestão Escolar tem natureza como preparar o pedagogo para atuar como gestor em sua função, ele interpreta o papel do gestor na escola como a raiz de todo sucesso. Sendo uma exigência do curso de pedagogia, o estágio em gestão escolar complementa os demais atingindo uma amplitude de conhecimentos dentro da escola.
O Estágio Curricular III, Prática de Ensino em Gestão Escolar foi realizado na Instituição Centro de Educação Infantil Primeiros Passos, no período de 15 a 30 de setembro de 2010, no 10º módulo.
O desenvolvimento do estágio foi bem diversificado com uma caracterização de todas as partes da gestão da escola, entrevista sobre aspectos gerais da gestão, foi observado cada item, o projeto foi desenvolvido e aplicado com grande sucesso tendo em vista respeitar os valores na escola. Na caracterização observou-se muito a organização estrutural da gestão, na observação observou-se o comprometimento da gestora com a escola, na entrevista mostrou-se uma gestão competente, inovadora e com seus atributos em dia.








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Desenvolvimento
1º parte:
A organização do trabalho em sociedade é uma ação social e política onde as práticas contraditórias organizam-se num trabalho de forma autoritária e para fazê-lo de forma democrática e participativa. No Brasil esta prática administrativa especialmente a gestão escolar continua num movimento vigente.
É importante destacar que o modelo de homem eficaz dentro da sociedade é o individuo destituído de qualquer qualificativo pessoal, o neoliberalismo condiciona os modos de pensar, sentir e agir do mundo.
A globalização num momento de internacionalização do mundo capitalista resultou em ações assegurando a emergência de um mercado eficaz.
Segundo Paro, citado por Fortuna:
No sentido restrito da administração, seu caráter contraditório foi reforçado pelo confronto dos interesses de classe no interior dos processos de trabalhos coletivo. O que vai definir o perfil de uma administração, se autoritária ou democrática se reiterativa e conservadora ou criativa e progressista, será a qualificação de seus fins e a escolha dos processos utilizados.
Segundo a mesma autora que diz que a prática de uma gestão democrática:
A. Transparência da informações, dos contatos e das avaliações; debate e votação das decisões coletivas;
B. Normas de gestão regulamentadas e/ou legitimadas por maioria; coerência da gestão com o processo democrático mais amplo da sociedade;
C. Vigilância e controle da efetividade das ações.

8.
A gestão na educação se torna responsável por garantir a qualidade da mesma.
O mecanismo de humanização e de formação dos cidadãos faz com que a gestão atue e necessite ser vista a partir dos contextos social, econômico, político, cultural e tecnológico.
Segundo Fortune:
Reafirma-se que a gestão é uma prática social e política, e, por isso, contraditória e parcial, podendo gerar formas autoritárias ou participativas. Por esse motivo, acredita-se em um crescente imbricamento entre a dimensão social e subjetiva, na construção das regras do jogo democrático e no exercício das praticas administrativas. Principalmente, porque já não se concebe mais a democracia como um produto acabado, mas como um processo em permanente construção, historicamente definido.
A gestão do mundo globalizado e a gestão educacional tem a necessidade de estar numa base com ideais formados, de tomadas decisões sobre formação de cidadãos aptos a dirigir o mundo e as instituições. Há uma mediação no contexto social que parte do ser que aprende, defende a liberdade dos seres humanos e segundo Bobbio:
Não importa o tanto que o individuo seja livre em Relação ao Estado se depois não é livre na sociedade [...] Não importa o tanto que o individuo seja livre politicamente se não o é socialmente. Por baixo da falta de liberdade como sujeição, existe uma falta de liberdade como submissão ao aparato produtivo e ideológico, que conduz não só a mercantilização do trabalho e da vida humana, como de todas as ações realizadas pelos cidadãos e cidadãs. A consciência da necessidade de superar estes fatores de exclusão e discriminação social possibilitará a assunção do compromisso de enquanto gestores da educação, competentemente construir um mundo mais humano e feliz para todos.
A gestão da educação é responsável pela qualidade da educação no processo de mediação da prática social no mundo globalizado.
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A democracia que adjetiva a gestão do ensino público como princípio constitucional não existe sem uma sociedade nacional. Ser democrático e ter liberdade de pensar, uma filosofia de vida e o papel da educação é transmitir produzindo a cultura do homem e o homem não importa só viver, mas viver bem.
A escola, segundo Paro:
É uma das únicas instituições para cujo produto não existem padrões definidos de qualidade, devido à extrema complexidade que envolve a avaliação de sua qualidade.
Conforme Rizvi, citado por Fortuna:
Se existiram práticas hierárquicas e elitistas é porque encontraram certas condições históricas na sociedade para vicejar.
As relações entre os homens poderiam ser organizadas de modo diferente, "os seres humanos tem opções e são as normas que eles subscrevem mais do que alguma realidade social externa que determinam que opções exercem". Ou seja, a realidade social existente representou uma opção, entre outras, da situação presente e, portanto, pode ser mudada.
Na democracia participativa ser sujeito era participar das definições políticas, econômicas e sociais. Na história da educação, o processo e participação política e moral são partes iguais. A escola não se constitui sozinha e sim pautada em seus limites.
O gestor atua como um profissional multifacetado, apto e consciente de atuar em diferentes espaços institucionais. Gestão e gestores vêm de áreas exatas, mas a gestão da educação passou a ser adotada na educação como alternativa de superação. A crise geral do modelo na administração pública tem uma superação e reforço na autonomia das escolas.
Gestão é uma prática social e política e gera algumas formas autoritárias e participativas. Segundo Santos Filho:
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No Brasil, sempre existiram experiências isoladas de gestão colegiada de escolas, mas sem repercussão sobre o sistema de ensino. Vinculadas a iniciativas isoladas de alguns educadores, logo eram interrompidas quando estes deixavam a escola.
A partir dos anos 1970, em pleno regime militar, surgiram muitas escolas alternativas que buscavam autonomia institucional diante da burocracia e controle estatal. Algumas delas se organizaram como cooperativas, outras como comunitárias, e outras ainda como cooperativas e comunitárias.
Todas representavam alguma forma de alternativa e resistência da sociedade civil a burocracia do sistema de ensino oficial precário e ineficiente.
Referências bibliográficas:
LUTERANA DO BRASIL, Universidade, obra coletiva organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Gestão, Planejamento e Políticas públicas [obra]. Curitiba: Ibpex, 2008.











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2ª parte:
Aportes Teóricos
I
A equipe de uma escola necessita de um gestor que juntos irão somar forças para um ideal maior, o sucesso escolar.
Administrar o espaço escolar exige comprometimento e condição na formação de um projeto pedagógico onde conduzirá o cidadão de amanhã. Tomar decisões certas para obter resultados concretos e positivos. Estar apto a mudanças na escola para uma feliz aprendizagem e com isso sempre organizar aquela rotina para que seja uma base de empreendimento na sua área e nas demais que se comprometem. O bom gestor faz suas funções e tarefas diárias acompanhando a rotina, sendo flexível a acontecimentos onde deverá intervir, diagnosticar e promover o melhor para a escola.
Sem dúvida sua característica é estar sempre preocupado com os resultados da aprendizagem a ponto de participar de projetos que demandam melhorias no trabalho docente.
Cada um é líder de si mesmo, mas o trabalho em grupo fortifica as decisões e contribui para uma gestão ampliadora de crescimentos internos e externos aos olhos de todos.
Quem determina o papel do gestor é ele mesmo, sendo construtor, inovador e determinante na questão do que se quer e do ideal em mente.

II
Diante a globalização do mundo, o gestor tem enfrentado desafios ao direcionar tantas decisões a ser tomadas, mas vem suportando através da vontade e competência adquirida em sua aceitação de ser não somente um profissional, mas um mediador de sucessos.
Muitas das vezes o papel de gestor se confunde com ser professor ou gestor? A própria sociedade vem distinguindo isso e apontando com todos os dedos esta questão, daí o sobressair deste profissional tão importante e valoroso.
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Destacando que o gestor passa por muitos momentos a imprenssão de que seu papel se modifica, mas não, eles apenas camufla, ajuda, insiste no profissional, mas defende seu lugar.
De certa forma pra se sobressair a tantos questionamentos onde o primordial é formar cidadãos é estar sempre se inovando e aprendendo, diante uma sociedade questionadora, importante para o crescimento do mundo, o gestor tem que se valorizar e estar aprendendo cada vez mais e até mesmo lidar consigo mesmo entre conflitos pessoas e profissionais.
O sucesso da escola é um compromisso de todos. O que vale é o princípio de toda reflexão diante a gestão.
A escola passou a ser vista como entidade privilegiada para tornar realidade as prentendidas mudanças na educação.
A descentralização do ensino e a democratização da educação trouxeram na base propostas na melhoria da qualidade do ensino. A escola por meio da gestão faz diretrizes junto a política que norteia uma ação que determina o tipo de homem na sociedade que se formará. A gestão não se coloca em prática as diretrizes emanadas como também subsidia as políticas públicas.
Dentro da cultura educacional se pode pensar no que ser um cidadão. A unidade escolar recebe da sociedade culturas onde reproduz normas e determina criando seu próprio espaço, alicençando seus valores na realidade política construindo a política numa realidade contínua. A escola não nasce como cultura, mas adquire ao longo dos tempos.
A cultura se constrói através de uma organização da escola, juntamente a uma construção coletiva num modelo de pensamentos, crenças, sentimentos e valores que passam a ser assumidos no palco da escola.
Qualquer mudança na escola, exige disciplina, projeto, tempo e muito esforço para que a dedicação se torne algo agradável aos olhos de todos envolvidos.
Segundo Pinsky e e Pinsky, é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a Lei: em resumo, ter direitos civis. Isso é ser cidadão com seus direitos.
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O gestor é um profissional que já vem de outras áreas definidas como técnicas e sua atuação surge da necessidade de gerenciar o espaço escolar.
Para Ball, o gestor passa a a ser o " herói cultural do novo paradigma". O trabalho do gestor envolve atitudes e provem culturas ao qual trabalhadores são responsáveis envolvidos pela organização.
Por trás de cada gestor está um ser humano com sua história e sua formação. Ele nunca pode exercer uma função de apenas administrador, mas sim sempre ter sua essência na figura do educador, comprometido com a educação de qualidade unindo questões administrativas e pedagógicas.
Calabrese e Barton, citados por Santos Filho, dizem que:
A democracia promove o discurso e o debate num ambiente civilizado. Numa democracia todos podem concordar, discordar e debater os problemas até chegarem a um certo consenso. Esse debate precisa ser conduzido com civilidade, o que não exclui ideologias. Mas, uma vez encerrado, deverá haver respeito pelas diferentes opiniões e um envolvimento construtivo.
Segundo Freitas,
Engendrar um novo paradigma de gestão educacional, reordenado segundo parâmetros da "modernização" do Estado e da sociedade contemporânea, tornou-se projeto justificado tanto em razão da equidade e da qualidade do ensino, quanto pela sua influência no incremento da cidadania e da ordem democrática, instaurada a partir de meados da década de 80.
Referências bibliográficas:
LUTERANA DO BRASIL, Universidade, obra coletiva organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Gestão, Planejamento e Políticas públicas [obra]. Curitiba: Ibpex, 2008.

RODRIGUES, Silvana, MALHEIRO, A gestão escolar e os novos desafios, disponível em <
http://pt.shvoong.com/books/481999-gest%C3%A3o-escolar-os-novos-desafios/ > acessado em 17/11/2010.
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CARACTERIZAÇÃO DA REALIDADE DA ESCOLA/ INSTITUIÇÃO:

Na gestão escolar se assumi os direitos e deveres, melhorando a condição e bem estar de todos que ali trabalham e estudam. O Centro Educacional Primeiros Passos está localizado à Rua Benícia Batista Braga, Nº 172, no bairro São Lucas em Santo Antônio do Monte, Minas Gerais.
A escola funciona somente na parte da tarde e tem atualmente 150 alunos, de um a cinco anos. As turmas são dividas pela idade das crianças e tem uma equipe de professores altamente qualificados.
A escola é grande, porém em uma sala existe um número alto de alunos, o que torna o trabalho da professora um pouco complicado, mas a professora Lys provoca muito interesse e responsabilidade em estar levando esta turma a ser grandes pesquisadores e fazedores de saberes. Tivemos o prazer de presenciar vários eventos realizados por esta turma, como exemplo o plantio de uma muda de árvore no jardim da escola, a Quaresmeira e o grande auditório sobre a Primavera.
O ambiente encontra-se limpo e muito organizado, a escola possui uma sala de direção, uma brinquedoteca, cantina, banheiro feminino e masculino para alunos, banheiro para professores, cinco salas de aula, depósito para alimentos, uma cozinha, um pátio para brincadeiras e um parquinho. A Escola em si, promove um conforto muito grande aos alunos e é muito admirada pelos pais, bem centralizada perante a sociedade. A gestora está sempre acompanhando e se direcionando num trabalho mútuo juntamente as outras escolas, pois seu trabalho é uniforme perante a igualdade social, mas diferenciado quanto a qualidade e empreendimento.

A Gestora Nanete é formada em Magistério e Pedagogia. Ela participa de congressos que estão relacionados a área de educação, pelo menos uma vez no ano. Não possui publicação na área ( educação infantil, ECI; ensino fundamental, ED II; gestão educacional, se EC II ), artigo, ou um capítulo de livro ou um livro.
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A gestora Nanete atua na área a mais de 25 anos, trabalha em apenas uma instituição.
Nanete diz que é essencial o estudo sistemático da fundamentação teórica para a construção do conhecimento e contínuo, o profissional deve se avaliar na teoria e prática.
O trabalho interdisciplinar é o melhor a trabalhar, pois envolve toda a equipe como um todo e com todos os assuntos. A comunidade deve ter participação consciente e ativa no desenvolvimento da educação. Na escola existe um trabalho voltado para a integração e a inclusão, em relação as diferenças entre alunos, digo etnia, raça, gênero e necessidades especiais, para a gestora não há diferenças, somos todos iguais perante Deus, mesmo que haja desigualdades sociais, a escola é sempre a primeira a respeitar a igualdade entre todos.
Há reuniões pedagógicas com a supervisora Conceição, que também atua na escola num trabalho voltado para o objetivo de acrescentar diversos recursos para a aprendizagem, estas reuniões são semanais, envolve professores juntamente com a gestora Nanete. Conceição trabalha muito no enfoque das idéias de Vygostsky, para ela o estímulo é a base da aprendizagem. O Interacionismo envolve a estrutura de como trabalhar o meio e o indivíduo sempre engajados em sua bagagem real com uma dinâmica no ensinar. Na escola não existem alunos com necessidades especiais, mas a escola tem o projeto de providenciar as estruturas para atender alunos com tais necessidades.
O PPP fica na escola onde pode ser consultado por toda comunidade. A equipe da escola representada por todos os segmentos que a constitui: administrativo, pedagógico, técnico, auxiliares de serviços gerais e pais de alunos estiveram presentes às reuniões de elaboração do PPP, opinando e contribuindo na confecção do mesmo, que é aprimorado anualmente com a colaboração de todos.

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Nanete se empenha muito na questão de melhorias tanto pedagógicas quanto simbólicas, existe uma química muito boa em sua relação com todos que a rodeiam, estive presente e pude sentir a recípocra ludicidade que envolve a todos. Tanto trabalham com o estímulo, interagindo, como com muita ludicidade, pois ela concorda que não importa a idade, as condições, mas sim a realidade misturada a fantasia para se aprender, o mágico momento que acompanha os modelos de aprendizagem estão em como trabalhar e ser eternamente vista como gestora ou "fada madrinha". A regência em sua escola é dada pela maestria Nanete que compõe junto a supervisora Conceição que embasa o lúdico numa canção que une a todos, os professores dão pinceladas de brilho aos olhinhos de agradecimento das crianças.
Na gestão da escola, se faz necessário observar o comprometimento e assiduidade. Há sempre participação da gestora na entrada dos alunos na escola, que se cumpre às 13 horas, onde são acompanhados até as salas pelas monitoras e até as professoras.
Na Escola Centro de Educação Infantil Primeiros Passos não existe uma sala específica para a gestora e sim um espaço na recepção onde existe uma bancada/armário com livros e documentos para serem facilmente consultados.
Há um computador, uma mesa com duas cadeiras, onde a equipe gestora trabalha em grupo. As portas e paredes, janelas são bem conservadas e ilustradas. Existe um mural para melhor visualização de recados e avisos. Desde a entrada até o pátio, tudo é bem evidenciado pelo apoio pedagógico, bem estruturado para atender melhor as crianças. Painéis bem visualizados, a gestora se preocupa em como os alunos e comunidade se situa perante a escola, pois a primeira impressão é a que fica.
A gestora conhece cada criança e sabe da necessidade de cada turma, pois os menores exigem mais cuidados como a alimentação e higiene. Se preocupa também em estar atenta a melhorias da docência, no rendimento da aprendizagem de cada aluno.
O gestor acompanha todo o desenvolvimento da rotina escolar, cada turma exige uma rotina por haver diferentes idades entre turmas e está presente em todos os eventos na escola, onde promove a socialização entre
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todos. Ele acompanha o desenvolvimento da escola e aprendizagem, o planejamento junto a pedagoga, acompanha os níveis de todos os alunos e sendo assim suas maiores necessidades. O gestor coordena a parte financeira, as demandas, o psicológico e bem estar de toda equipe. Além de ser tudo isso, ele contempla a satisfação da comunidade e é dito um aprendiz e construtor de saberes.