ESTADOS UNIDOS E A GUERRA DO IRAQUE: O FIM QUE HEGEMONIA AMERICANA


Os Estados Unidos da América conheceram na Guerra do Iraque (2003/2010) o fim do seu apogeu geopolítico no mundo, onde conduzido por idéias débeis, típicas do seu presidente da época, e um ambicioso projeto unilateral de se impor sobre as principais instituições do mundo, fracassou e esvaziou o seu poder ainda mais do que no final século XX.
Apesar de se manterem como a principal economia do mundo, possuir o maior exército e influenciar o mundo ocidental através da sua perspectiva, os Estados Unidos perderam significantemente o seu poder de influenciar os outros Estados Nacionais e instituições internacionais.
A Guerra do Iraque, bárbara como todo conflito, demonstrou a debilidade geopolítica do gigante do hemisfério norte ao ultrapassar os limites do Conselho de Segurança da ONU e de atacar o mundo árabe, que apesar de hostilizarem Saddam Hussein na época, são solidários ao povo árabe iraquiano.
O ataque ao Iraque feriu o mundo árabe, principalmente a sua cultura e religião, que são indissociáveis. Ao desrespeitar o ocidente, representado pelo Conselho de Segurança e atacar o mundo árabe, os Estados Unidos desrespeitaram o mundo.
Se Saddam era cruel, muitos outros países possuem ditadores que violam os direitos humanos e são aliados dos Estados Unidos. Será que a ditadura chinesa é melhor?
O motivo fundamental da invasão ao Iraque foi sem dúvida as ricas reservas petrolíferas e a posição geopolítica de interferir em um país embargado, impossibilitando a uma maior integração do mundo árabe.
Com o fim da Guerra do Iraque, os Estados Unidos saem do país deixam para trás um país instável, violado, vencido, humilhado e um mosaico social, que é um grande caldeirão cultural fervilhando. A contribuição dos Estados Unidos ao Iraque foi relevante?
A atitude da grande nação americana, do alto de uma prepotência cega de submeter os Estados Nacionais, as regiões e as instituições internacionais aos seus caprichos, fez com que os americanos, que sonhavam com a unipolaridade do poder geopolítico, vissem o sonho se tornar mais distante e o status da sua hegemonia se perder entre os desacertos, tiros, aviões e livros de História que enaltecem os Estados Unidos de outra hora.
Este início do século vinte e um marca sem dúvida a emergência de novos pólos de poder, que associados aos desacertos da política externa dos Estados Unidos, principal potência do mundo, faz com que a sua hegemonia saia da Geografia e entre para a História.

Prof. Ivan Santiago Silva ? é geógrafo e autor do livro Brasil : Imperialismo e Integração na América Latina