Este artigo se refere ao desenvolvimento infantil, ou seja, a partir de brincadeiras e jogos que a criança utiliza para formação de sua personalidade, o adulto é o principal responsável pela formação da personalidade da criança, pois é ele quem irá estabelecer regras e impor limites, apresentando o modelo de aprendizagem, para que a criança possa seguir, para ir desenvolvendo não só a personalidade, mas também o seu caráter.
Será que deveríamos procurar já na infância os primeiros traços de atividade imaginativa?
A ocupação favorita e mais intensa da criança é o brinquedo ou os jogos.
Acaso não poderíamos dizer que ao brincar, toda criança se comporta como um escritor criativo, pois cria um mundo próprio, ou melhor, ajusta os elementos de seu mundo de uma nova forma que lhe agrade?
Seria errado supor que a criança não leva este mundo a sério; ao contrário, leva muito a sério a sua brincadeira e nela despende muita emoção/ imaginação.
A atitude do jogar não é o que é sério, mas o que é real. Apesar de toda a emoção com que a criança vivência seu mundo de brincadeiras e fantasias, ela aprende a distinguir com o passar do tempo o que é fantasia e o que é realidade.
Ao crescer, as pessoas param de brincar, e parecem renunciar ao prazer que obtinham de brincar. Contudo, quem compreende a mente humana, sabe que nada é tão difícil para o homem em abdicar (abrir mão) de um prazer que já experimentou, ou seja, que já vivenciou anteriormente.
Na realidade, nunca renunciamos a nada, apenas trocamos uma coisa por outra. O que parece ser uma renúncia, é na verdade, a formação de um substituto. Da mesma forma, a criança em desenvolvimento, quando para de brincar, só abdica do elo com os objetos reais; em vez de “brincar”, ela agora “fantasia”, constrói “castelos no ar” e cria o que chamamos de “devaneios”.
O adulto pode refletir sobre a intensa seriedade com que realizava seus jogos na infância e, organizando suas ocupações do presente, aparentemente tão sérias, aos seus jogos de criança, pode livrar-se da pesada carga imposta pela vida e conquistar o intenso prazer proporcionado pelo humor.
Pode-se perceber que a criança ao brincar, está utilizando suas fantasias e imaginação, o que a leva a pensar que está no domínio de suas brincadeiras, o que realmente está.
Isto faz com que a criança vá percebendo que a importância do “brincar” é imprescindível para sua vida escolar e convivência com os adultos, mas não sabe diferenciá-los, pois ainda não possuí o Ego e Superego, tem apenas o ID.
A criança só passa a diferenciar o que é ser criança e o que é ser adulto a partir do momento em que ela passa a vivenciar situações em que ela (criança) tem que “decidir”, suas reais responsabilidades (Ex: fazer os deveres de casa, ajudar a mãe nos afazeres domésticos, etc.).
Estas responsabilidades vão se tornando importantes co o passar do tempo, pois aos poucos a criança vai trocando suas brincadeiras por responsabilidades reais, e é aí que ela começa a definir sua personalidade.
Para a criança ir trocando a brincadeira por responsabilidades reais, é necessário que os adultos percebam qual o momento propicio para definição de responsabilidades, para ir mostrando a criança que a vida não se resume apenas em brincadeiras e fantasias.
A imaginação é saudável, desde que não exceda os limites convencionais estabelecidos, pois se a criança não entender a importância do limite, desde sua infância, provavelmente será um adulto que não terá noção de normas estabelecidas pela sociedade e para si mesmo, não tendo estrutura para resolver possíveis conflitos que surgirem em sua vida.
Definir limites, impor responsabilidades, chamar atenção quando necessário, não deixa de ser obrigação do adulto que acompanha o desenvolvimento da criança, como os pais, os professores, etc., ou seja: o dialogo é imprescindível, pois só assim a criança vai compreendendo a importância da convivência com as pessoas e o que é se comportar adequadamente na sociedade em que está inserido (a).
Analisando no aspecto geral, a criança passa a estruturar sua personalidade conforme a convivência com os grupos sociais, ou seja, com os que estão constantemente ao seu redor, com os familiares (pai, mãe, irmãos, tios, primos, avôs) e com colegas e amigos.
Conseqüentemente, com a convivência com seus colegas a criança também aprende a fazer amizades e a ter contato com os outros, a partir do modelo de aprendizagem que adquire com os adultos, sendo que a convivência com as demais pessoas é muito importante para que a criança vá definindo sua personalidade, sua maneira de ser no mundo.
Como já foi dito anteriormente, é imprescindível estabelecer regras, normas e limites, e estar em dialogo constante com a criança, procurando saber quais os problemas que ela apresenta, até que se possa resolver algum conflito em que ela esteja passando em determinados momentos.
Saber também não apenas resolver os conflitos, mas propiciar com que a criança vá aprendendo a entender e a resolver suas dificuldades, por mais simples que possam ser, por ela mesma, e à medida que a criança vai se desenvolvendo intelectualmente e ocupando um espaço na sociedade, para ser um individuo responsável e bem estruturado psicologicamente quando adulto (a).