Fátima Cristina Marques Nogueira Ramos de Carvalho¹

Izaú Nunes de Jesus Neto¹

Welveton Reis Santos Damaceno¹

Walderly Resende 2


RESUMO

É uma doença universal que ocorre em todos os povos e culturas semelhantemente, o que a define é a contradição entre pensamento e emoções do portador e como os esquizofrênicos podem comportar-se de maneira radicalmente diferente ao longo de um único dia. Ainda é incerta, resulta de interações complexas entre vários fatores. Pode-se dizer que entre os problemas de saúde mental a esquizofrenia é um dos principais e exige bastantes investimentos, além disso, ela causa um sofrimento tanto à família quanto ao portador. Comumente o portador chega a um quadro psicótico e a patologia subdivide-se de acordo com algumas características. Em psiquiatria um dos fatores de extrema relevância é a anamnese, deve ser completa e precisa, pois em parte das vezes não existem exames e investigações capazes de confirma o diagnóstico (DRATCU, 1996). A assistência prestada pela enfermagem é fundamental no cuidado de qualquer que seja a enfermidade devendo o enfermeiro estar presente também na assistência ao portador de esquizofrenia podendo inclusive ser ferramenta chave em seu diagnóstico e conseqüentemente na formulação do seu plano de tratamento e manutenção da saúde. As intervenções de enfermagem devem ter o foco do profissional, sendo algumas delas relacionadas ao fortalecimento da diferenciação entre ilusão e realidade, promoção da socialização, melhoramento da tolerância a atividades, da adaptação com os pensamentos e sentimentos e garantia da segurança. É importante lembrar que todos os cuidados visam a melhora. Com o presente estudo pudemos conhecer melhor a patologia, bem como o papel do enfermeiro frente a relação com o portador, são informações fundamentais para a nossa formação profissional e dos demais enfermeiros, conclui-se que ainda existem lacunas a serem fechadas a partir de conhecimentos e atitudes para que possamos assim melhor atender às angústias e inquietações do esquizofrênico.
Plavras-chave: Esquizofrenia, Família, Portador, Enfermeiro.

ABSTRACT

It's a universal disease that occurs in all peoples and cultures alike, what defines it is the contradiction between thought and emotions of the wearer and how schizophrenics can behave in radically different way over a single day. It is still uncertain, the result of complex interactions among multiple factors. You could say that among the mental health problems as schizophrenia is a major investment and requires a lot further, it causes suffering to both the family as bearer. Usually the carrier reaches a psychotic condition and is subdivided according to some characteristics. In psychiatry a factor of extreme relevance is the history, must be complete and accurate, partly because of the time there are no examinations and investigations can confirm the diagnosis (DRATCU, 1996). The assistance provided by the nursing staff is essential in the care of whatever illness the nurse should be present also in care for patients with schizophrenia and may also be key tool in diagnosis and consequently in formulating their treatment plan and health maintenance. Nursing interventions should be the focus of the training, some of which are related to the strengthening of differentiating between illusion and reality, promoting socialization, improving tolerance to activity, adaptation to the thoughts and feelings of safety and security. It is important to remember that all aim to improve care. In this study, we could better understand the pathology and the role of the nurse in the relationship with the bearer information are fundamental to our training and other nurses, it appears that there are still gaps to be closed from knowledge and attitudes so that we may better meet the anxieties and worries of the schizophrenic.
Keywords: Schizophrenia, Family, Bearer, Nurse.
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¹ Acadêmicos do curso de Enfermagem oferecido pela Faculdade São Francisco de Barreiras - FASB.
² Enfermeira, Docente do colegiado de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras - FASB.
INTRODUÇÂO

O termo esquizofrenia se traduz em cisão ou divisão da mente, é uma doença universal que ocorre em todos os povos e culturas semelhantemente, segundo Caixeta (2005) uma doença crônica de início insidioso, que traz indícios como delírios, alucinações, isolamento, agressividade de motivação obscura.
O que a define é a contradição entre pensamento e emoções do portador e como os esquizofrênicos podem comportar-se de maneira radicalmente diferente ao longo de um único dia, serão vistos sinais de psicose, porém durante esses episódios psicóticos existem sintomas que se sobressaem por ser bastante consistentes ocasionando então os subtipos de esquizofrenia: paranóides, catatônica e desorganizada (DAVIDOFF, 2001).
Para Nettina (2007) causa exata ainda é incerta, resulta de interações complexas entre vários fatores.
Pode-se dizer que entre os problemas de saúde mental a esquizofrenia é um dos principais e exige bastantes investimentos, além disso, ela causa um sofrimento tanto à família quanto ao portador, portador esse quem tem os números aumentados devido aos diferentes graus de comprometimento e necessidades.
È um transtorno de longa duração acompanhando o portador por toda a vida, entre crises e momentos de estabilidade.
A família é muito importante no tratamento e acompanhamento do doente ela deve estar atenta para conhecer as limitações os medos e as inseguranças pelos quais passaram. Devendo ser também alvo de ajuda, ajuda esta que deve partir do profissional enfermeiro.
O enfermeiro que lida com psiquiatria deve ser um observador atento além de um agente na promoção da saúde e bem-estar.
O que se espera é que ele seja capaz de contribuir positivamente no diagnóstico clínico e na manutenção da família estando preparado para cuidar da pessoa afetada em todos os níveis de atenção.

DESENVOLVIMENTO


Para tratarmos do assunto esquizofrenia precisamos primeiro entender os conceitos que a definem no meio cientifico, sendo assim, Guimarães (2007) informa que o termo surgiu inicialmente em 1911, para definir a doença psíquica caracterizada pela cisão do pensamento, do afeto, da vontade e do sentimento subjetivo da personalidade. Comumente o portador chega a um quadro psicótico e a patologia subdivide-se de acordo com algumas características.
Nettina (2007), pontua características dos subtipos de esquizofrenia sendo a paranóide dominante alucinações e ilusões além de não haver presença de desorganização da fala, comportamento ou afeto; desorganizada dominante fala e comportamento desorganizados podendo haver ilusões e alucinações; na residual observa-se sintomas como isolamento social ou retraimento acentuados, comprometimento acentuado no desempenho de papéis, comportamento acentuadamente peculiar, comprometimento acentuado na higiene pessoal, carência acentuada de iniciativa, interesse ou energia e afeto contido ou inadequado; catatônico apresenta imobilidade motora, atividade motora excessiva sem propósito (agitação), negativismo ou mudismo extremo e movimento voluntário peculiar; indiferenciado apresenta sintomas como alucinações, delírios e comportamentos bizarros, mas pode ser ligado a qualquer uma das outras apresentações clínicas.
As causas podem estar ligadas a alterações do mecanismos neurais e da química cerebral ocasionadas Poe genes ou ambiente ou ser apenas por agentes estressores psicossociais e físicos (DAVIDOFF, 2001)
Sendo assim, podemos utilizar como critérios diagnósticos a presença de dois ou mais dos sintomas citados, delírios: de controle ou modificação corporal, controle das atividades do eu; alucinações geralmente auditivas com comentários pejorativos sobre o paciente (em 3ª pessoa); comportamento desorganizado ou catatônico; embotamento afetivo, empobrecimento do pensamento entre outros.
Em psiquiatria um dos fatores de extrema relevância é a anamnese, normalmente com a mesma estrutura da anamnese para qualquer paciente, ela depende e se fundamenta na história e avaliação clínica do enfermo. Porém, deve ser completa e precisa, pois em parte das vezes não existem exames e investigações capazes de confirma o diagnóstico (DRATCU, 1996).
A anamnese é fundamental assim como na maioria dos quadros que envolvem a saúde mental, a investigação e observação são ferramentas que contribuem positivamente para a avaliação clínica e o diagnóstico preciso devendo o profissional enfermeiro estar preparado para lidar com esse tipo de paciente e aberto para explorar cada vez mais a fundo as informações disponibilizadas pelo indivíduo.
A assistência prestada pela enfermagem é fundamental no cuidado de qualquer que seja a enfermidade devendo o enfermeiro estar presente também na assistência ao portador de esquizofrenia podendo inclusive ser ferramenta chave em seu diagnóstico e conseqüentemente na formulação do seu plano de tratamento e manutenção da saúde.
Davidoff (2001) ao descrever alguns aspectos nos afirma que a esquizofrenia possui níveis diferentes de incidência pelo mundo, porém, está sempre presente na população sejam pessoas que mostram apenas distúrbios esquizofrênicos ou aquelas que necessitam de um cuidado maior em hospitais mentais, por exemplo. Isso porque a esquizofrenia pode aparecer logo cedo na passagem da infância para a adolescência ou no inicio da idade adulta fruto de uma evolução permanente do esquizofrênico ou ser desencadeada repentinamente por fatores emocionais e existem ainda os casos em que a esquizofrenia é recorrente.
Voltando à anamnese são as peculiaridades do quadro que a torna ainda mais relevante, pois os familiares por passarem toda uma vida ao lado do paciente que normalmente já traz indícios esquizofrênicos não são capazes de notá-los na maioria das vezes passando despercebidos, desta forma uma anamnese mais dirigida e detalhada é que identificará as "esquisitices" no comportamento do paciente (CAIXETA, 2005).
O enfermeiro deve avaliar os sintomas e observá-los eles normalmente refletem a atividade mental aberrante, sendo alterações na ideação, percepção e nas respostas comportamentais.
Nettina (2007), pontua diagnósticos de enfermagem específicos sendo alguns deles: a alteração dos processos ideativos, isolamento social, risco de intolerância da atividade, adaptação individual ineficaz e o risco de violência.

A avaliação das necessidades específicas e as ações de enfermagem são aplicadas de acordo com a individualidade de cada família. Assim, têm-se uma reorganização dos sintomas dos pacientes e uma prevenção para futuros episódios, melhorando a qualidade de vida do grupo familiar, seu papel frente à sociedade e entre seus próprios membros, evitando a deterioração definitiva que leva à incapacidade mental. As ações de enfermagem ocorrem em serviços específicos para o atendimento do primeiro surto e em serviços de saúde primária. Assim que pacientes e famílias apresentam uma melhor aceitação da nova condição, são encorajados a enfrentá-la através de atividades com recursos da comunidade, o que possibilita a recuperação da vida social e, uma reabilitação mais rápida e eficiente. A prática em enfermagem psiquiátrica se baseia em ações que visam a melhorar a condição da qualidade de vida do paciente e de sua família, a contribuir no controle do surto da doença, torná-la estabilizada, a ajudar na integração social após o aparecimento da doença, e a cooperar na adesão ao tratamento e à adaptação de sua nova condição (GIACON; GALERA, 2006, p 90).

As intervenções de enfermagem devem ter o foco do profissional, sendo algumas delas relacionadas ao fortalecimento da diferenciação entre ilusão e realidade, promoção da socialização, melhoramento da tolerância a atividades, da adaptação com os pensamentos e sentimentos e garantia da segurança, especificamente: evitar contestar comportamentos bizarros; usar linguagem simples e clara; explicar todos os procedimentos; incentivá-lo a conversar sobre seus sentimentos no contexto de uma relação de confiança e apoio; permitir que ele revele ilusões; dizer que está ali para ajudá-lo; monitorá-lo dentre tantas outras atitudes que podem e devem ser adotadas pelo enfermeiro (NETTINA, 2007).
Caixeta (2005, p. 123) ressalta para a nossa atenção: é preciso estar ciente que "a esquizofrenia pode manifestar-se seja com uma pobreza e falta absoluta de sintomas, seja com o mais absoluto e deficitário quadro de hebrefenia."
É importante lembrar que todos os cuidados visam melhorar a orientação para realidade, fazer com que o paciente possa comunicar-se com a família e também com a equipe de enfermagem de maneira clara, participe das atividades de vida diárias e não pratique atos que fogem da normalidade aceitável (NETTINA, 2007).

CONSIDERAÇÔES FINAIS

Com o presente estudo pudemos conhecer melhor a patologia, bem como o papel do enfermeiro frente à relação com o portador, são informações fundamentais para a nossa formação profissional e dos demais enfermeiros, faltam ainda estudos mais direcionados que possam nos ajudar a intervir junto a esses paciente de forma eficaz, precisamos conhecer e nos atentar melhor aos problemas vividos por estes pacientes e sua famílias.
È preciso um cuidado direcionado a essas pessoas fazendo com que muitas vezes os familiares abdiquem de outras atividades para tratá-los exclusivamente, tornado uma atividade cansativa, o enfermeiro como um profissional que e também educador e acolhedor pode a partir de seus conhecimentos tentar contribuir com a inserção da família nas unidades de serviços de saúde trazendo e constituindo maior apoio e integração.
Por fim, conclui-se que ainda existem lacunas a serem fechadas a partir de conhecimentos e atitudes para que possamos assim melhor atender às angústias e inquietações do esquizofrênico.

REFERÊNCIAS

CAIXETA, M. Psicologia Patológica. Rio de janeiro: Ciência Moderna, 2005.

DAVIDOFF, L. L. Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.

DRATCU, Luiz. O Exame do Paciente Psiquiátrico. IN: ALMEIDA, O. P.; DRATCU, L.; LARANJEIRA, R. Manual de Psiquiatria. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

GIACON, B. C. C.;GALERA, S. A. F. Primeiro episódio da esquizofrenia e assistência de enfermagem. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2006, vol.40, n.2, pp. 286-291. ISSN 0080-6234. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v40n2/18.pdf>. Acesso em: Maio de 2010.

GUIMARÃES, D. T. Dicionário de Termos Médicos e de Enfermagem. São Paulo: Rideel, 2007.

Nettina, S. M. Brunner ? Prática de Enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.