ESQUIZOFRENIA: DOENÇA MENTAL E SEU PROCESSO NO ENSINO APRENDIZAGEM




Suely de Fátima Brito de Souza Calabri Leite




RESUMO



Apresentando-se como uma doença mental crônica, a esquizofrenia se manifesta em duas fases: na adolescência ou início da idade adulta.
A esquizofrenia se apresenta de várias formas, e afeta as diversas áreas do funcionamento psíquico. Sendo os sintomas principais : delírios; alucinações; alterações do pensamento; alterações da afetividade; diminuição da motivação; dificuldade de concentração; alterações da motricidade; desconfiança excessiva e indiferença.
Não se sabe quais as causas desta doença, alguns teóricos defendem que: a hereditariedade tem algum papel no desenvolvimento dos distúrbios esquizofrênicos, às condições ambientais também é denominado um dos fatores determinantes na causa e evolução da esquizofrenia. Conhecer como a Psicanálise concebe o processo de aprendizagem e a relação professor-aluno no contexto deste processo pode trazer inúmeras vantagens para a Educação.



Palavra Chaves: Doença, Família, Aprendizagem, Comportamentos, Medicação.



INTRODUÇÃO


Através deste trabalho faremos um estudo geral do tema, extraindo os aspectos que me parecem mais fundamentais após percorrer os diversos trabalhos sobre esquizofrenia. Neste trabalho me deterei apenas em uma rápida definição e conceituação sobre doença mental em geral e farei um breve relato mais detalhado sobre esquizofrenia.
De todas as patologias relacionadas a questão mental, a esquizofrenia parece-me, devido ao seu desconhecimento a mais peculiar, pelo fato do desconhecimento da família.
Não sabendo que seu filho é portador da doença, seus genitores e familiares do esquizofrênico não compreendem suas ações que se apresentam às de um "bon-vivam", de um " sujeito estranho" que se assemelha ao querer se "dar bem", mostrando uma forma atípica da vida, e de se relacionar com conceitos difíceis e sem compreensão para uma maioria daqueles que lidam com o próprio sujeito esquizofrênico ; assim sendo, ele é indesejado em todos os segmentos. No seio e consciência da família é mais fácil livrar-se dele do que entender suas idéias desconexas, já que não aparenta ser doente e sim uma pessoa com comportamento pouco convencional.
A família desconhecendo a doença, o ser da família torna-se em si, infeliz e angustiado. Estes por ver um filho marginalizado e o marginalizado pelo fato da incompreensão por parte de todos destinada a ele. Longe de perceber o sofrimento, a família não atenta para o fator esquizofrenia, por não aceitar tal enfermidade, sem saber que esta tem tratamento, quando detectada no inicio, tem recuperação.
Na aprendizagem, o saber move o sujeito, enquanto desejo e pensamento. E aparece enquanto formação do inconsciente. Na perspectiva do sujeito do inconsciente, a aprendizagem é um processo de transformação por resolução ou dissolução de antigas formações em novas formações do inconsciente.
Compreender a aprendizagem e as dificuldades no aprender a partir de uma perspectiva psicanalítica permite não somente um conhecimento mais amplo sobre o sujeito e o que o condiciona, mas também possibilita um aprender com mais motivação, através do entendimento do funcionamento do desejo.



DESENVOLVIMENTO


Existem na atualidade várias variantes no tocante a reflexão sobre a esquizofrenia, na relevância das Psicoses, sendo esta constituídas de diversos momentos históricos das tendências de cada psicológico, onde se traz a tona vários relatos das discussões sobre a patologia do ser esquizofrenico.
Dentre estes se encontra várias linhas de defesa desta nova vertente do sociogênico, onde a sociedade em sua complexidade tem um peso relevante, tornando-se uma das chaves co-responsável, no enlouquecer do outro ser humano; nas varias formas de apresentações o modelo organogênico, que se opõe ao anterior e sendo este o lugar em que estes elementos que desempenha a função cerebral venham a ser os únicos responsáveis pelo desenvolvimento da doença mental; o enfoque psicogênico, local onde ocorre a dinâmica psíquica torna-se responsável pela desenvoltura da doença e menospreza toda e qualquer disposição de construção do ser pessoal.
Finalmente há o modelo organodinâmico, o qual compatibiliza todos três anteriores num modelo biopsico-social.
Os distúrbios esquizofrênicos são estados psicóticos enigmáticos que ocorrem no mundo todo. Não se chegou a nenhum acordo sobre o que seja essa doença. O psiquiatra suíço Eugen Bleuler introduziu em 1911, o termo esquizofrenia (do grego "dissociação da mente") para caracterizar os pensamentos e emoções fragmentados, por vezes contraditórios, dos afetados
por aquele distúrbio. Muitos psicólogos consideram que a síndrome se define pela perturbação do pensamento.
Freud entendia a neurose como o resultado de um conflito entre o Ego e o Id, ou seja, entre aquilo que o indivíduo é (ou foi) de fato, com aquilo que ele desejaria prazerosamente ser (ou ter sido), ao passo que a psicose seria o desfecho análogo de um distúrbio entre o Ego e o mundo.

"Noutra perturbação neurótica, a demência precoce (parafrenia ou esquizofrenia), condição na realidade incurável, o paciente fica, nos casos mais graves, num estado evidente de completa apatia. Com freqüência as únicas ações que lhe restam e que têm o nome de ?estereotipias?. Uma investigação analítica desse tipo de resíduos feita por Jung, demonstrou constituírem os remanescentes de ações miméticas perfeitamente significativas, as quais, em certa época, expressam os desejos dominantes do indivíduo. Os discursos mais loucos e as mais estranhas posturas e atitudes adotadas por esses pacientes tornam-se inteligíveis e podem ser encaixadas na cadeia de seus processos mentais, se forem abordados com base em hipóteses psicanalíticas". ( Freud,1976, p. 208 ).

Esta patologia torna-se fator factual da personalidade, afetando toda zona central do Eu, alterando todas as estruturas vivencial.o esquizofrênico culturalmente é apresentado como tipicidade do louco, sendo um individuo produtor de uma gama considerável de fatores estranhos no campo social, por este se encontrar em um estado de desprezo para com tudo que o cerca. Desta forma, ele rompe toda e qualquer amarras do tido como concordância com todos, o doente menospreza todo sentido de razão, perdendo sua liberdade aferir suas fantasias.

"As esquizofrenias, inclinam-se a acabar em uma hebetude afetiva- isto é, em uma perda de toda participação no mundo externo. Com referência à gênese dos delírios, inúmeras análises nos ensinaram que o delírio se encontra aplicado como um remendo no lugar em que originariamente uma fenda apareceu na relação do Ego com o mundo externo". ( Freud, 1976, p.191 ).


Sabemos que Freud provoca uma revolução no pensamento ao sustentar a existência da sexualidade infantil, ferindo o critério adulto mórfico que acreditava que a sexualidade era uma circunstância do adulto, exclusivamente. Em outro plano, Piaget continua a tarefa de Freud, descobrindo que nem sempre os adultos têm a exclusividade dos raciocínios inteligentes.
Levando em conta o que foi comentado, não podemos continuar situando a aprendizagem do lado da inteligência e a sexualidade do lado do desejo, dicotomicamente separados. Tanto a sexualidade como a aprendizagem são funções que intervêm em ambos os níveis.


A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO PARA FREUD


A psicanálise abre caminho para a reavaliação do tempo da infância em seu valor humano ao longo do século XX. Freud foi quem descobriu o continente inexplorado e significante da primeira infância em seus efeitos de constituição, de determinação psíquica e de instalação do desejo humano. Cabe aqui, então, expor brevemente as contribuições da psicanálise, com base em Lacan e outros autores que o seguem, à teoria da constituição do sujeito.
Primeiramente, é necessário estabelecer um parêntese neste ponto. Conforme
Kaufmann (1996:122-123), para a psicanálise, a constituição do sujeito não pode estar atrelada à noção de desenvolvimento. Isto porque esta se mostra contraditória, uma vez que por desenvolvimento subentende-se uma sucessão pré-determinada e generalizada de fases psicobiológicas, enquanto que a psicanálise preconiza a valorização das singularidades de cada caso. Desta forma, a idéia de história se justifica mais adequadamente, já que possibilita a existência de eventos que a constituirão como particular.
Para Freud, o ser humano nasce no chamado "estado de desamparo" (1895 [1950]), devido à imaturidade orgânica do recém-nascido. Esta imaturidade reflete-se na total incapacidade do bebê humano de sobreviver sozinho; sua falta de autonomia motora, sensitiva e psíquica, diferentemente dos demais animais, torna-o um ser dependente de um outro, geralmente a mãe. Ainda não há uma função organizada do eu que possa unificar os fragmentos corporais, dos quais a mãe faz parte (ABRAMOVITCH, 2001: 54).
É nesta relação de extrema dependência que o bebê experiencia suas primeiras vivências de satisfação (LAPLANCHE & PONTALIS, 1998: 531), onde a satisfação das necessidades - definida pela redução da tensão - associa-se intimamente à figura deste outro cuidador. Assim, a criança passa a investir na imagem deste objeto que produz satisfação sempre que a necessidade surge, e não é prontamente remediada; tal investimento gera uma satisfação alucinatória, uma vez que o objeto real está ausente, e que irá orientar toda a busca posterior de satisfação.
Portanto, mediante o estado de desamparo e as experiências de satisfação promovidas inicialmente pela mãe, tem-se, em relação ao bebê, o status de onipotência desta figura materna (ibidem: 112). A mãe tem, sob seu "poder", uma criança totalmente indefesa e incapaz, que se lhe apresenta como objeto de desejo. É justamente no âmbito desta relação de dependência que se fundará o psiquismo, a relação do sujeito com os outros e com o desejo.
Este período da história do sujeito é denominado por Freud (1905) como auto-erotismo, onde a criança, após passar pela ausência do objeto de satisfação e pela "estratégia" da satisfação alucinatória, tenta obter satisfação em seu próprio corpo.
Freud (1914) formula que todos os órgãos do corpo são erógenos, capazes de excitação e prazer, e a cada aumento ou diminuição desta erogenicidade corresponde uma modificação da catexia libidinal do eu.
No início da constituição do sujeito, a pulsão se serve da necessidade orgânica para se satisfazer. Em outras palavras, primeiramente, o bebê suga o seio para alimentar-se do leite materno; a pulsão oral encontra-se subjacente aí. A necessidade da criança em repetir tal satisfação dissocia-se da necessidade fisiológica de saciedade; neste segundo momento, a pulsão sexual se "autonomiza", por assim dizer, voltando-se para o corpo para se satisfazer. É a partir daí que a sexualidade se constitui como tal, com o concurso da fantasia (LAPLANCHE & PONTALIS, 1998: 48).
O voltar-se para o próprio corpo para a satisfação das pulsões locais implica em um prazer parcial. No narcisismo, as pulsões ainda se encontram desorganizadas, desagregadas. Cada uma se satisfaz auto-eroticamente, na mesma zona erógena de onde partiu (ibidem: 48).
O eu, enquanto unidade corpórea que se diferencia do mundo externo, vai se desenvolver a partir dos instintos auto-eróticos, que atuam desde o princípio da vida.
Com o afastamento do narcisismo para a constituição do ego, em virtude do direcionamento da libido para um ideal do eu externo, a satisfação reside agora na realização deste. É esta satisfação que realimenta o eu de seus investimentos objetais (FREUD, 1914).
Desta forma, as modificações nas formas de gratificação e as áreas físicas de gratificação são elementos básicos na descrição de Freud das bases de desenvolvimento.


AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.


Uma forma de entender as dificuldades de aprendizagem diz respeito a uma concepção mais organicista, na qual um distúrbio de aprendizagem se caracteriza quando a criança "não manifesta subnormalidade mental geral, não é portadora de deficiência das funções visuais ou auditivas, não é impedida de desempenhar tarefas educativas em razão de distúrbios psicológicos desconexos e é dotada das vantagens proporcionadas por condições adequadas e aprendizagem" (GARCIA E VIDES, s/ data).
Muitas vezes, os distúrbios da aprendizagem não são quadros neurológicos definidos. Decorrem de formas peculiares de desenvolvimento das funções intelectuais superiores e são condições intimamente relacionadas aos processos de amadurecimento do Sistema Nervoso Central (idem).
Na maioria dos casos os exames neurológicos costumam ser normais ou demonstram discretas e inespecíficas alterações, aos quais as causas das dificuldades não são relacionadas diretamente com a queixa clínica da criança. Indicam sim, em nível escolar, como sendo sinais de imaturidade do Sistema Nervoso Central, que resulta em má realização escolar.
Existem casos que indicam desordens no comportamento da criança e a causa é neurológica. Guardam certa afinidade com o problema da aprendizagem os processos algo complexos do raciocínio, da solução de problemas, e do comportamento articulado e expresso pela linguagem, que vêm sendo estudados principalmente nos casos de lesão cerebral. No homem, o tecido cerebral pode ser grandemente destruído sem nenhum prejuízo aparente para esses processos. Já as lesões que ocorrem em áreas específicas e restritas do córtex cerebral, (especialmente os lobos temporal, parietal e occipital) podem provocar problemas em áreas relacionadas com a linguagem, como a leitura e a fala.
Outros casos, cuja causa do distúrbio é psiconeurológica, indicam que a desordem reside no comportamento e que a causa é neurológica. A criança apresenta grau normal de integridade intelectual emocional e sensório-motor mas não consegue aprender a ler e a escrever por apresentar índices comportamentais e neurológicos de disfunção do cérebro(GARCIA E VIDES, s/ data).
Os quadros de distúrbios de aprendizagem também podem vir acompanhados de muita ansiedade, impulsividade, baixa auto-estima, hiperatividade, fobias escolares e comportamentos agressivos como reflexos de resistências criadas ao processo de aprendizagem (idem).
Os sinais de que algo não vai bem com a criança aparecem desde a fase da Pré-escola. É unanimidade entre os terapeutas a importância de uma avaliação e intervenção terapêutica, antes de a criança desenvolva paralelamente ao quadro outros distúrbios de comportamento.


QUAIS OS SINTOMAS DA ESQUIZOFRENIA?


A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico. Tais sintomas surgem de vários formas podendo atuar no estado físicos e resistem de forma diferenciada aos métodos de tratamentos. Existem conceituados especialistas que classificam-na em dois grupos. Os grupos negativos e os grupos positivos.
Grupos negativos (com uma margem considerada de enganos e alucinações) ou dano cognitivo (pensamentos desordenado).
Tais grupos se sobrepõem, integram-se uns com os outros o que podem vir corromper a classificação deste.
O paciente pode vir ter vários um sintoma, mas raramente um paciente possui os mesmos sintomas.

Os sintomas principais são:

Delírios. Se anuncia com idéias falsas, destas quais o paciente tem plena convicção. Por exemplo, o paciente se considera alvo de qualquer movimento, sentindo-se perseguido e acha que todos estão de olho em todas as suas ações, que o mesmo é alvo de todo tipo de ação para destruilo.
Assume, freqüentemente, o racionalismo mórbido (Rogues de Fursac e Minkowski) ou o delírio dogmático de Clerambault.
Alucinações. São sentidos falseados de percepções dos sentidos. As alucinações mais comuns são as auditivas, aquelas que surgem em forma de vozes que fala a todo momento sobre eles, ou que segue sua forma de viver e agir, tecendo comentários.
Tais vozes emanam ordens de como ele pode agir em seu cotidiano atuando com mais eficácia em determinada circunstância. Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também na esquizofrenia. Os delírios e alucinações evidenciam, de maneira mais cabal, uma desordem no pensamento, no sentimento e na percepção. Vejamos uma descrição de um esquizofrênico a respeito desses fenômenos:

"Logo depois que fui internado pela primeira vez, mergulhei no horror de uma catástrofe mundial. Um cataclisma envolveu-me por completo e fiquei totalmente fora de lugar. A culpa de tudo isso foi minha. Fui eu quem desencadeou essas forças destrutivas, porém não tive intenção de fazer mal".
"Durante as três primeiras semanas de hospital, tive visões em diversas ocasiões. O primeiro tipo (...) consistia em projeções de estados íntimos da consciência e aparecia diante de mim como num cinema... O segundo tipo poderia ser chamado de alucinações de distorção visual, que surgiu talvez por causa do reflexo da luz e da sombra etc. agindo em cima de uma imaginação alterada".(Davidoff, 1983, p. 612)

Alterações do pensamento. As idéias se fundem tornando-se confusas, agindo de forma desordenadas ou desconexas, fazendo com que o discurso do portador de esquizofrenia seja difícil de compreender. O paciente por muitas vezes tem a convicção que seus pensamentos estão sendo lidos por outra pessoa, ou que tais pensamentos podem a qualquer momento ser roubados de sua mente ou serem colocados nesta novamente. Geralmente têm dificuldade em fazer uma ligação lógica no pensamento e resolver problemas.
Alterações da afetividade. Vários pacientes perdem a capacidade de reação do seu estado emocional às circunstâncias, tornando-se indiferente e sem expressão de afetividade. Em outras situações o paciente apresenta reações de afetividade que são incongruentes, encontrado-se de forma inadequada em relação ao momento em que se encontra.
Tornando-se vulnerável e comportando-se de forma excêntrica ou indiferente ao momento que o cerca.
Diminuição da motivação. O esquizofrênico tende a perder a vontade, tornando-se desanimado e apático, ficando sem forças e capaz para enfrentar suas tarefas do dia a dia.
Não há conversa, se isolando e retraído no contexto social.
Surgem outros sintomas, no tocante a dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança demasiadamente excessiva, indiferença. Tudo vem a depender da forma como tais sintomas se agrupam, é possível caracteriza-los de diferentes tipos da esquizofrenia. A doença tende a evoluir no geral em episódios que vão de agudos onde se pontua os vários sintomas acima citados, de forma contundente, principalmente no referente aos delírios e alucinações, intercalando-os por períodos.


A APRENDIZAGEM PELO PONTO DE VISTA PSICANALÍTICO.


Freud não se deteve no tema "aprendizagem", uma vez que sua atuação era eminentemente clínica. Porém, ele nos fala em alguns momentos sobre a busca do saber; o que leva alguém a ser um "desejante de saber", o que este alguém procura quando deseja aprender (KUPFER, 1989:79).
Para Freud (1905), tudo começa quando as crianças percebem a diferença anatômica entre os sexos e começam a tecer explicações sobre esta diferença ? que na verdade trata-se de uma falta. O que antes era a certeza de que todos
compartilhavam o mesmo órgão sexual, torna-se agora angústia ? angústia de castração ? e inveja ? inveja do pênis.
A angústia de castração não se resume apenas no medo de perder o pênis, mas refere-se à angústia de todas as perdas, das diferenças. É essa angústia que faz com que a criança queira saber; ela vai procurar saber através das "investigações sexuais infantis" (KUPFER, 1989:80).
A criança se defronta com questões, como a origem dos bebês, a sexualidade e a procriação, e a partir daí elabora algumas teorias, a fim de compreender tais questões. Estas estão ligadas diretamente ao saber sobre si mesma, sobre o desejo que a fez nascer e sobre o sexo que começa a descobrir agora (LEMÉRER, 1999:13- 14). Esta investigação sexual infantil nada mais é que uma "atividade sexual de investigação" (idem: 15).
O desejo sexual de saber se reflete nas teorias sexuais infantis, que são reflexos da própria constituição sexual da criança e testemunham uma maior compreensão dos processos sexuais de seus criadores. Entretanto, dois elementos permanecem desconhecidos na investigação sexual infantil ? o papel do sêmen fecundante e a existência do orifício sexual feminino. Sendo infrutíferos os esforços de investigação, a criança acaba por renunciá-los, o que, não raro, deixa como seqüela um prejuízo permanente na pulsão de saber (FREUD, 1905). Algumas destas teorias, no entanto, seram recalcadas e aprisionadas no inconsciente, o que "determinará as modalidades permitidas ou proibidas de sua vida erótica" (LEMÉRER, 1999: 17).
Com o recalque da sexualidade infantil no período de latência, o impulso ao saber pode seguir por três caminhos distintos (FREUD, 1910): inibição neurótica do desejo de saber e da inteligência, ligação e compulsão ao gozo sexual e insucesso das pesquisas intelectuais, ou sublimação da energia sexual na busca pelo saber por temas não-sexuais.
Em suma, "a mola propulsora do desenvolvimento intelectual é sexual" (KUPFER, 1989: 84). Porém, a criança não aprende sozinha; ela necessita de alguém que a ensine ? no contexto escolar, o professor.
A psicanálise não se detém nos conteúdos ministrados pelo professor, e sim no campo das relações afetivas que se estabelecem entre professor e aluno, e que podemos denominar como transferência (idem: 87).
Freud (1901) define a transferência, ou transferências, como "reedições dos impulsos e fantasias despertadas e tornadas conscientes durante o desenvolvimento da análise e que trazem como singularidade característica a substituição de uma pessoa anterior pela pessoa do médico. Ou, para dizê-lo de outro modo: toda uma série de acontecimentos psíquicos ganha vida novamente, agora não mais como passado, mas como relação atual com a pessoa do médico." Em outras palavras, transferência é uma manifestação do inconsciente na qual uma relação anterior com alguém significativo, geralmente pai e mãe, repete-se em relações presentes, com pessoas distintas.
Freud afirmou que existe transferência na relação professor-aluno, uma vez que o professor, por sua posição de destaque, pode ser alvo de interesses transferidos das relações com os pais (KUPFER, 1989: 88). "... a transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se aferra a um elemento particular, que é a pessoa do professor" (idem: 91).
A transferência faz com que o professor se torne depositário de algo que, na verdade, pertence ao aluno, o que acaba por atribuir um certo poder ao professor (idem, ibidem).
O professor no lugar da transferência atuaria de forma semelhante a um analista, sem impor seu desejo ou saber, mas ao contrário, anulando-os. Isto, porém, é extremamente complicado, pois o professor também é um sujeito do inconsciente, cujo desejo é o que o impele para a função de mestre. Como diz Kupfer (1989: 94), "só o desejo do professor justifica que ele esteja ali. Mas, estando ali, ele precisa renunciar a este desejo". Por isso Freud defende a idéia de que a Educação é impossível.


AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM VISTAS PELA PSICANÁLISE.


Para Bettelheim, a criança pode ter fortes motivos para não aprender, e estes motivos são oriundos das dinâmicas familiares e sentimentos relacionados a sua família.
Um motivo importante pode ser a proteção da imagem dos pais; a criança não aprende por não querer que seus pais se sintam inferiorizados por não terem os mesmos conhecimentos que a criança está começando a desenvolver. Pode haver um sentimento de culpa por parte da criança, por estar tendo as oportunidades que os pais (ou um dos pais) não puderam ter quando crianças; é bastante comum que os problemas de aprendizagem se iniciem exatamente no mesmo ponto onde a educação dos pais se interrompeu. Muitas vezes, o professor cobra da criança comportamentos que estão além dos realizados pelos pais (ou um dos pais), e ela acaba por se voltar contra a escola, por achar que, se não o fizer, estará menosprezando os pais. Neste sentido, pode ocorrer ainda um outro tipo de bloqueio na aprendizagem: os pais possuem níveis culturais distintos e um deprecia o outro; a criança sente necessidade de se posicionar a favor de um ou outro, ou contra a escola. O que é necessário é que pais e escola definam claramente as expectativas acerca da criança. Além disso, deve-se também reconhecer o desejo da criança de preservar o orgulho dos pais e convencê-la que, através da aprendizagem, ela poderá fazer muitas coisas por eles e deixá-los orgulhosos.
Outras crianças apresentam distúrbios de aprendizagem por acreditarem que a
competição é algo errado, o que de certa forma é passado por muitos pais e interpretado erroneamente pela criança. Esta, então, deseja proteger as demais crianças e não se sentir culpada, parando de aprender.
Um motivo bastante comum é o desejo de manter-se ligado à mãe. O aprendizado implica em crescimento e, por conseguinte, em separação da mãe, o que estas crianças não querem.
Enquanto muitas crianças desejem ser sempre as melhores, outras crianças desejam ser as piores. Isto pode ocorrer em crianças que têm um grande desejo de serem especiais, cujo orgulho não é satisfeito por serem alunos simplesmente medíocres ou que são frustradas por poderem ser rejeitadas em determinado grupo. A criança então acredita que só conseguirá atenção se for uma péssima aluna.
A criança também pode se convencer que é incapaz de continuar os estudos, e
interrompe a aprendizagem para resguardar seu amor-próprio, e poder dizer que seu fracasso é uma opção pessoal. Dificilmente a criança perceberá sozinha este artifício como fuga para não enfrentar o possível fracasso, mas pode aceitar que ela mesma preferiu ser um grande fracasso a ser um pequeno fracasso, ou mesmo, um pequeno sucesso; esta recusa é, ela própria, uma tentativa de preservar sua imagem de capacidade. É um dos bloqueios mais sérios à aprendizagem, pois se transforma em um círculo vicioso. Quanto mais a criança se atrasa, mais ela se sente fracassada e mais ela utiliza recursos para justificar seu fracasso; no primeiro grau, a criança desfia o professor, e no segundo grau passa a desfiar a lei de um modo geral, podendo chegar à delinqüência. A melhor forma de ajudar uma criança com este problema é aumentar sua auto-estima, para que ela possa se sentir capaz de enfrentar suas dificuldades.
Existem crianças que se voltam contra a escola porque não querem aprender novos valores e conhecimentos. Outras se desinteressam pela escola, pois esta não é capaz de oferecer uma aprendizagem atrativa, ou porque o professor foi rude com ela e a criança deseja se vingar, ou ainda porque a criança encontra-se cansada física ou emocionalmente para esforçar-se mentalmente.
Muitas vezes pode haver um desejo ou uma necessidade de desafiar os pais ou os adultos. Geralmente, os professores são as maiores vítimas, por serem menos opressores que os pais. O não-aprender torna-se um castigo para estes, ferindo seu orgulho. A criança quer se sentir independente em relação a algum adulto, e pode se "aliar" ao professor contra os pais, ou vice-versa. Neste primeiro caso, os pais não devem enfrentar esta aliança, para manter a escola atraente para esta criança.
Crianças com inteligência média ou acima da média também podem apresentar problemas na escola. Estes normalmente ocorrem devido à compreensão de determinado conteúdo e a oposição a este, seja por escrúpulos morais ou porque despertam sentimentos negativos na criança.
Neste último caso, no qual uma matéria traz à tona um conflito pessoal, a criança prefere se convencer de que simplesmente não compreende a matéria, ao invés de admitir o sofrimento psíquico que ela lhe causa. Percebe-se este tipo de bloqueio em muitas crianças que não conseguem aprender História, por exemplo: suas histórias pessoais são tão dolorosas que tentam se proteger não compreendendo as seqüências históricas dos fatos (para não reconhecer a ausência de casualidade dos eventos de sua vida e ter de atribuí-los a atitudes dos pais ou mesmo suas) ou se desinteressando pela disciplina.
Outros bloqueios comuns à aprendizagem referem-se a certos comandos paternos que condenam a curiosidade (proibindo a exploração do corpo ou outras curiosidades acerca do sexo, por exemplo); a criança passa a acreditar que ser curioso e querer entender as coisas é errado. Ela pode ainda acreditar que olhar é permitido, mas compreender o que é visto é errado, como ocorre muito em famílias cujos pais não querem que a criança entenda seus comportamentos ou quando ela presencia certas atitudes dos pais que desaprova. Um sintoma que aponta em direção a este problema é o fato de a criança ser capaz de reconhecer as letras e as palavras, mas não compreendem as frases.
Por outro lado, a própria criança pode "boicotar" sua capacidade de compreensão através de mecanismos de defesa, que utiliza para evitar o sofrimento.
Um destes mecanismos de defesa denomina-se "desfazendo", que pode ser representado pela compulsão de lavar e pelas reversões, cujo maior exemplo é a troca de letras. Esta tanto pode ter um começo bem definido, relacionado a determinados fatos da vida da criança, ou envolver toda a vida desta, sendo mais complexa sua resolução. Estes mecanismos podem ser vencidos com explicações bem simples, como a semelhança entre as letras.
Para que haja o aprendizado, a criança deve passar por três etapas: o objeto é único para a pessoa que percebe; o objeto é percebido como independente e imutável; o objeto passa a ser percebido em suas características gerais. O desenrolar destas etapas não ocorre de forma uniforme, podendo surgir sérios problemas de aprendizagem se a criança for cobrada além de seu estágio de desenvolvimento, principalmente se ela ainda estiver em uma fase de percepção autocêntrica²
Muitos problemas de leitura ocorrem devido a esta dificuldade de abstração, embora nem sempre esta dificuldade prejudique a aprendizagem, pois a criança pode aprender a relacionar as palavras com seus significados pessoais. Porém, algumas vezes, a partir da dificuldade de abstrair e generalizar o sentido das palavras, a criança pode perceber determinadas palavras como emocionalmente impossíveis de suportar. A criança simplesmente passa a trocar as palavras que mais a incomodam por outras mais amenas, mas que geralmente denunciam o problema. Se as palavras trocadas não forem essenciais para o entendimento do que se está lendo, a aprendizagem não se altera; por outro lado, o professor não deve superdimensionar estes erros, sob pena de agravá-los e estendê-los a outras palavras.
Quanto à Matemática, a criança não pode tomar um número por seu aspecto particular, pois isso seria infringir as normas mais elementares da matéria. Os números têm que ser compreendidos em sua generalidade e em sua igualdade.
Algumas crianças ainda entendem os números através de uma visão autocêntrica, onde cada número possui um significado único e particular. Ou ainda, outras apresentam dificuldades nas operações matemáticas mais simples, principalmente a subtração (por não quererem nada de menos em suas vidas), a divisão e as frações (pela impossibilidade de compartilhar da família ou por não suportar sua divisão) e, algumas vezes, a multiplicação (porque a criança se recusa e ver sua família aumentar). Em outros casos, a criança vai demonstrar, a partir da Matemática, as emoções opostas que esta lhe desperta, como, por exemplo, ser uma ótima aluna em Matemática em uma família que a vê como diferente. A Matemática é uma disciplina na qual todos os seus elementos são iguais entre si, e saber muita Matemática pode justamente ser uma forma de demonstrar isto para a família.
Percebe-se facilmente, através do que foi exposto, que a criança pode ter motivos muito fortes para deixar de aprender e abandonar os estudos. Para resolver estes problemas, o professor, muitas vezes, tem que fazer a criança desaprender estas formas de reagir, para que a aprendizagem possa ocorrer.
Estes são apenas alguns exemplos bem patentes acerca da atuação do inconsciente e das experiências infantis nos obstáculos à aprendizagem. O que não quer dizer também que todos os casos se resumem a estes citados. Cada caso é um caso diferente, cada criança é diferente, com histórias e conteúdos inconscientes particulares, o que vai condicionar cada técnica de intervenção a ser utilizada.


ESQUIZOFRENIA, QUAL A SUA CAUSA?


Não se sabe muito bem quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância relativa. Hoje em dia, a grande maioria dos behavioristas acredita que a hereditariedade tem algum papel no desenvolvimento dos distúrbios esquizofrênicos. Em geral, quanto mais próxima a relação genética, maior a probabilidade de que dois indivíduos sejam concordantes no que diz respeito à esquizofrenia. Tanto os psicanalistas quanto os behavioristas dão ênfase às condições ambientais como determinantes. De acordo com a teoria psicanalítica, a esquizofrenia é o resultado da regressão à fase oral - ao período antes do Ego se diferenciar do Id. Supõem que o Ego do esquizofrênico não agüente o teste da realidade. Parece que o indivíduo perdeu contato com o mundo e se acha totalmente enovelados em si mesmo. A regressão é atribuída a uma angústia intolerável devida a impulsos inconscientes agressivos e/ou sexuais extremamente perturbadores. Os behavioristas dão ênfase ao aprendizado por parte do esquizofrênico. Seu comportamento "insano" bem como o desprezo pelo meio social teriam recebido reforço. Alguns atribuem as angústias do esquizofrênico ao condicionamento respondente. Segundo resultados de pesquisas, somos levados a crer que tanto os mecanismos hereditários quanto os ambientais contribuem para a esquizofrenia.


ESQUIZOFRENIA, COMO SE DIAGNOSTICAR?


Tal diagnóstico é feito por especialista e partindo das mais variadas formas de manifestações da doença. Não existe nenhum tipo de exame de laboratório, que venha afirmar tal diagnóstico da doença. Por vezes o clínico solicita vários exames, mas estes servem tão somente para excluir outras doenças que se apresentam com manifestações semelhantes à esquizofrenia.
O medico não pode aferir ser esquizofrênico partindo de um único sintoma, o portador desta, adivem de vários sintomas específico da Esquizofrenia. Para um diagnóstico depende de uma crise vir a tona e ter sua durabilidade em torno de trinta dias, tem que se consistir de dois sintomas característicos (ex.: alucinações, deliberados enganos, pensamentos bem desordenados, sem emoção, timbre da voz ). Podendo o diagnóstico também ser efetuado com base de haver um único sintoma se este paciente já possui enganos ou alucinações formas consideradas esquisitas. Efetuar um diagnóstico baseando-se na falta de sintomas relevantes, incluem tantas outras sintomatologia tais como, isolamento social marcante, comportamento peculiar (dialogo solitario, superstição em ascendência ), falas difusas e vaga ou outros sintomas que venha indicar que o paciente tenha pensamentos perturbadores, que se encontram presentes pelo menos durante seis meses. No diagnóstico, as relações sociais e pessoais do esquizofrênico tem que estar bem deteriorados desencadeando o início dos sintomas. Existindo outras condições médicas, ai se inclui desordem bipolar, esta deve ser naturalmente extinta do diagnóstico.
Existem varias técnicas de se mapear o cérebro, tais exames estão tornando-se úteis no detectar se partes do cérebro que podem estar danificadas ou se tais estruturas tidas como anormais tem algum relacionamento à interligação de sintomas específicos. A utilidade de cada uma destas técnicas varia de acordo com a evolução tecnológica, quantidade de radiação utilizada, clareza de imagem e visão da área cerebral. Um dos exames mais usados no momento é a Ressonância Magnética que tornou-se eficiente e de grande valia para se revelar partes do cérebro inacessíveis a outras diferentes perspectivas. Outras técnicas de mapeamento são as tomografia computadorizada que vem proporcionar com eficácia as informações de fluxo sangüíneo e metabolismo cerebral. No exterior podemos encontrar outros recursos técnicos de mapeamento cerebral: Tomografia por emissão de Fótons (SPECT) e Tomografia por emissão de Pósitrons (ACARICEIA) que podem proporcionar maior eficiência de informações do fluxo sangüíneo e metabolismo cerebral.


COMO SE TRATA A ESQUIZOFRENIA


Para se tratar um doente a quem se aplicou o diagnóstico da esquizofrenia, é necessário estar imbuído de duas verdades que podem levar a conclusões opostas.
A primeira é que o diagnóstico é difícil no começo, fase em que erros são freqüentes, também se seria tentado a aguardar a certeza para aplicar os tratamentos.
A Segunda é que a doença é tão acessível à terapêutica, que esta age mais precocemente e seríamos inclinados a desencadear os tratamentos decisivos, quando o diagnóstico ainda é incerto.
O paciente esquizofrênico em tratamento tem como objetivo o controle da doença, o devolvendo a vida até então tida como normal. Tal tratanmento requer acompanhamento medico e conta com um percentual de ajuda no contingente social. Na área de medicamentos é ministrado os remédios conhecidos como antipsicóticos que também pode atender com a nomenclatura neurolépticos. Sendo estes usados na faze critica da doença para ajuda-lo com a sintomatologia tornando mais leve, suave e atuando para que este paciente não tenha recaída.
Uma grande gama destes pacientes usam a medicação de forma ininterruptamente, para que não venham ter novas crises. Desta forma, este submete-se a acompanhamento medico constante, o profissional buscar dosar em pequenas quantidades, só com o intuito de não haver recaídas. No contingente social, esta é de fundamental relevância na segurabilidade do conviver com o outro, reintegrando o paciente com a família e a sociedade como um todo, livrado-o da empatia e do isolamento. Salienta-se que cada caso é um caso, e necessita ser elaborado de forma individual, para assim, haver um melhor controle e uma reintegração deste paciente a uma vida digna.
A grande maioria dos pacientes necessitam de uma forma de terapia ocupacional como reforço, para ajuda-lo, ocupando sua mente, entende-se que mais rápido este paciente tende a obter um conforto e se manter no quadro parcial, com doses mínimas de medicamento.
O Instituto Nacional de Saúde Mental e a Agência de Seguros de Pesquisa e Saúde organizaram suas recomendações para o tratamento em sete categorias:

(1) anti-psicóticos, ação medicamentosa;
(2) adicionais para depressão, ansiedade ou hostilidade, ação medicamentosa;
(3) eletroconvulsivos, como terapias;
(4) tratamento psicológico;
(5) familiares no processo de intervenções;
(6) vocacional, no processo da fala;
(7) tratamento intensivo comunitário.

Quando detectada, de forma precoce a esquizofrenia tem resultados mais eficazes em seu tratamento. As pesquisas relatam que os pacientes que usam as drogas antipsicóticas e os demais tratamentos no inicio da doença passam menos interferência de internações hospitalares, assim como, também levam menos tempo para obter o controle, para isto, devem buscar ajuda o quanto antes. Tal pesquisa relatou que veio a reduzir o diagnostico dos surtos.


O QUE É O TRATAMENTO COM DROGAS PARA A ESQUIZOFRENIA?


Antipsicótico típico (ou neuroléptico), drogas

As drogas típicas antipsicóticas foram até então o mais recente e o principal tratamento para esquizofrenia. Este atua como bloqueador onde os receptores de dopamina, os neurotransmissores que se julga ter influência nos sintomas psicóticos. Tais medicamento também são conhecidos como drogas neurolépticas porque podem vir a causar efeitos colaterais os ditos neurológicos paralelos. A primeira droga deste tipo utilizada para tratar esquizofrenia foi a clorpromazina (Amplictil). Muitas outras drogas antipsicóticas estão agora disponíveis, a mais popular é o haloperidol (Haldo).
Incluindo entre outras perfenazina (Trilafon), tioridazina (Melleril),mezoridazina
(Serentil), trifluoperazina (Stelazine) e flufenazina (Anatensol Depot). Os estudos não mostraram quaisquer diferenças significativas de benefícios entre estas drogas; seu impacto benéfico é maior em sintomas psicóticos, particularmente nas alucinações e enganos (equívoco) nas etapas iniciais e intermediárias das desordens mentais.
Uma desvantagem desta terapia são os efeitos colaterais, que, se ocorrerem prolongados.


EFEITOS COLATERAIS DOS NEUROLÉPTICOS


Os neurolépticos podem ter efeitos colaterais em muitos órgãos e sistemas do corpo. A insônia e letargia comumente ocorrem no início da terapia normalmente diminuem depois de algum tempo. Outros efeitos colaterais são a
pele seca, problemas oculares, reações alérgicas, aumento de peso e irregularidade menstrual nas mulheres. Uma disfunção sexual pode ser resultante do tratamento uma das razões para a não concordância na utilização da droga por parte do paciente embora a amantadina (Mantidan - antiprakinsoniano) possa ajudar e compensar efeitos colaterais. Um efeito colateral muito mais sério, entretanto raro, é a síndrome maligna do neuroléptico, onde ocorrem altas temperaturas corporais. A inobservância deste efeito colateral pode ser fatal em 20% dos pacientes que desenvolvem. Às vezes os efeitos sintomáticos devido as drogas assemelham-se os sintomas de esquizofrenia, tais como agitação, fala lenta e movimento retardado então o médico, equivocadamente, pode ser tentado a aumentar a dosagem.
Os efeitos colaterais mais comuns e perturbadores das drogas antipsicóticas também são os sintomas extrapiramidais, que envolvem os nervos e músculos que controlam a coordenação motora e os movimentos em geral. As mulheres possuem riscos mais altos para estes sintomas e esses riscos são aumentados no decorrer da terapia e idade. Assim sendo, estas drogas denominadas de potência alta (haloperiflufenazina) causam menor sedação e distúrbios de pressão sangüínea, entretanto possuem maior risco para os efeitos colaterais extrapiramidais; drogas de potência (clorpromazina, tioridazina, respectivamente Amplictil e Melleril) são mais sedativas; entretanto, seus efeitos colaterais não são agudos. A maioria das drogas neurolépticas causam efeitos colaterais extrapiramidais em até 70% nos pacientes que fazem uso desta medicação. Uma condição distônica aguda pode desenvolver durante um curto período após o uso de antipsicóticos. Esta síndrome inclui espasmos anormais, contorções particularmente no pescoço, tronco, mandíbula e músculos do olho. O efeito mais sério ocasionado no uso das drogas antipsicóticas é a discenesia tardia, que é freqüentemente marcada por movimentos repetitivos e involuntários, ou tiques, na boca, lábios, pernas, braços ou tronco. Os sintomas variam de suaves a graves, e às vezes interfere no comer e andar. Podendo aparecer meses ou anos seguidos após tomar as doses podendo persistir por meses e anos após a sua retirada. Alguns casos discetardia podem ser permanentes embora possam entrar em remissão ou desaparecendo por completo..


AS DROGAS ATÍPICAS


Embora os antipsicóticos também afetem os níveis de dopamina, as medicamentosas com drogas atípicas podem ocorrer em áreas do cérebro diferentes das que são afetadas pelas drogas típicas neurolépticas. A clozapina (Leponex a primeira destas drogas, incluindo, risperidona, olanzapina). Com exceção da clozapina, que tem severos efeitos colaterais, muitos especialistas atualmente recomendam a prescrição de drogas atípicas para os pacientes que se encontram diagnosticados como esquizofrênicos que não conseguem responder a antipsicóticos ou têm reincidivas. As drogas atípicas mais bem sucedidas simultaneamente capazes de afetar os receptores, dopamina e os neurotransmissores responsáveis pêlos sintomas psicóticos.
Diferentemente dos antipsicóticos normais (também dos neurolépticos) as drogas atípicas têm alguns efeitos nos sintomas negativos bem como nos positivos ajudam a prevenir a reincidência. Também estão associados os graves efeitos colaterais extra-piramidais causados pêlos anti-psicóticos.


OUTRAS DROGAS ÚTEIS

Antidepressivos. A medicação com antidepressivos é recomendada concomitante aos antipsicóticos com a finalidade de aliviar a depressão tão comum em portadores de esquizofrenia além de ser indicado para regular e prevenir a reincidência dos surtos. Apesar de seus benefícios, menos da metade dos pacientes recebem esta medicação tão útil, os afro-americanos menos ainda.
Ansiolíticos. Normalmente são utilizados benzodiazepínicos para tratamento da ansiedade constatando-se que se reduzem os sintomas psicóticos, estes podem resultar num forte sedativo. Usualmente os médicos prescrevem ansiolíticos com a finalidade de reduzir doses altas de antipsicóticos na ocorrência de surtos. Podem também ser úteis na prevenção de uma reincidência psicótica, prevenindo um surto e às vezes utilizado para tratar o desassossego e agitação que ocorrem com o uso dos neurolépticos. Os efeitos colaterais severos que podem ocorrer, são distúrbios hipotensão arterial e perda da consciência. Estudos de alguns pacientes demonstraram que o uso concomitante de medicação ansiolítica e clozapina não provocou nenhuma evidência ainda de perigo comprovado na associação destas drogas. Em todo caso, o uso prolongado de ansiolíticos geralmente é recomendado na esquizofrenia, e em se utilizado deve ser gradual a sua retirada.
Litio. O litio, normalmente usado para pacientes bipolares, é útil em alguns pacientes esquizofrênicos. Parece que reduz os sintomas negativos nos que não têm história familiar de esquizofrenia, mas não existem critérios confiáveis para predizer e beneficiar.
As drogas antiepiléticas. Estas drogas, prescritas para epilepsia, tais como carbamazepina, ocasionalmente encontrou-se moderados benefícios em pacientes esquizofrênicos, violentos e que não respondem a outras drogas.


TERAPIAS SEM DROGAS PARA A ESQUIZOFRENIA


Atualmente a esquizofrenia está oficialmente caracterizada como uma doença cerebral, e não uma desordem psicológica. O tratamento com drogas é terapia primaria. Entre um terço e um quinto de os pacientes de esquizofrenia, entretanto não respondem as drogas. Os efeitos das doenças são profundamente emotivos e os especialistas geralmente recomendam que o tratamento deva ser integrado, além das drogas, a alguma forma de terapia psicossocial. Alguns pacientes obtiveram êxito nas experiências que podem relembrar fenômenos e reações dolorosas em que positivamente os familiares estariam envolvidos e a integração com outras famílias que compartilham dificuldades semelhantes. Os índices de reincidência diminuem significativamente, em relação aos pacientes medicados simplesmente com drogas.

O tratamento de Programa Comunitário. Este consiste de um tratamento em que uma equipe de profissionais, Psicólogos e outros profissionais de saúde mental.
Reabilitação Vocacional. O Vocacional em sua reabilitação. Atinge um percentual considerável, atingindo cerca de 90% dos portadores desta patologia encontram-se desempregado. Sendo o trabalho um dos fatores que colaboram com a reabilitação do paciente. Uma recente pesquisa, comprova que um percentual dos portadores de esquizofrenia obtiveram uma considerável melhora. Já aqueles que não exerciam nenhuma função ou ocupação não obtiveram grandes percentuais de melhora. Como também fica comprovado que um quarto destes, estão envolvidos em algum programa que possa vir ajuda-los.
Tratamentos alternativos. São funcionais em casos isolados quando aminoácidos em dosagens para os ditos negativos.
Tratamentos com Eletroconvulsivos. Este tratamento, usualmente denominado Eletrochoque, recebeu má impressão sendo introduzido nos anos de 1940. Tais técnicas trouxe a tona o seu uso, particularmente para depressão grave.
Tratamentos com Eletroconvulsivos. Este tratamento, usualmente denominado Eletrochoque, recebeu má impressão e foi introduzido nos anos de 1940. Entretanto técnicas refinadas ressuscitaram o seu uso, particularmente para depressão grave.
Terapia Psicossocial (Psicanálise e Psicologia). Sabe-se atualmente que esta terapia Psicossocial é a base para a esquizofrenia. A maioria dos especialistas acredita que um programa intensivo oferecendo tanto médico quanto tratamento psicológico ao paciente e apoio à família do paciente ou outro "caregivers" (profissionais ofertadores de atenção - Terapeuta Ocupacional), é importante para melhora a longo prazo dos pacientes com esquizofrenia.


PACIENTE, COMO A FAMÍLIA PODE AJUDAR.


Um dos grandes aliados e de fundamental importância no tratamento da esquizofrenia, chama-se família. Estes quando detectam a doença, atuam de forma concisa, ajudando este a na sua reintegração no tocante ao acompanhamento medico e social.
Quando não orientados, a família pode tornar o caminho mais difícil, para o paciente aceitar que é portador de esquizofrenia, sendo ela uma doença pouco difundida e sem grandes informações as pessoas se sentem apavoradas e confusas.
É com freqüência que as atitudes deixam os familiares perplexos, não aceitando que um dos seus se encontre neste quadro, tomando atitudes adversas, colaborando para a gravidade do paciente, tornando estas ações prejudiciais para os pacientes.


INTERVENÇÕES FAMILIARES E RECAÍDAS NA ESQUIZOFRENIA


Na década que se passou, surgiram varias formas de intervenções familiares na esquizofrenia estas desenvolvida com o intuito de ajudar, todas tendo como foco o mesmo objetivo.
O que fomentou estas intervenções com enfoque psicossocial podem vir a ser sintetizado do seguinte modo:
a- efetuar uma aliança com os familiares que cuidam do paciente;
b- diminuir a adversidade do ambiente familiar, ou seja, diminuir o clima de sobrecarga emocional através da redução do estresse e do sentimento de opressão dos familiares;
c- aumentar a capacidade resolutiva de problemas dos familiares;
d- eliminar a expressão de raiva e culpa;
e- sempre manter expectativas de um desempenho exeqüível por parte do paciente (ou seja, pela manutenção de um balanço adequado entre a promoção de uma melhora no funcionamento do paciente e a super estimulação que aumenta o risco de recaídas);
f- sempre estabelecer limites apropriados entre o paciente e seus familiares; determinar mudanças no sistema e crenças e comportamentos dos familiares.
"Todos estes pontos devem ser observados como princípios gerais que são, provavelmente, aplicados em diversas intervenções" . ( Mari, 1994 )
Diante de tais questões se propôs realizar uma revisão sistemática da literatura para reavaliar os estudos sobre a eficácia e a efetividade da intervenção familiar, na diminuição da ocorrência de episódios de recaída em pacientes com esquizofrenia.
Contudo, os resultados mostraram uma boa efetividade apenas para os seguimentos de nove e dezoito meses, ou seja, quando analisados rigorosamente, os resultados mostraram-se afetados pelas perdas e retiradas dos pacientes.
Os familiares podem atuar de forma coesa, quando buscam ajuda e entendem o paciente, buscando orienta-lo e tornando o ambiente saudável, para que este não se sinta hostilizado por todos.























CONCLUSÃO


Face ao exposto concluímos que a esquizofrenia é uma doença mental que desorganiza o pensamento, a percepção e o afeto. A pessoa perde o senso de individualidade e passa a ter a certeza de que os seus pensamentos e atos mais íntimos estão sendo compartilhados por outros e vice versa, passando então a ter delírios. É como se a pessoa perdesse a noção do limite, como se perdesse a "pele" do seu pensamento e se sentisse como que misturado aos outros, achando que sabe o que os outros pensam e achando que os outros sabem o que ele pensa.
O sujeito fica sem nexo, não dizendo "coisa com coisa". O afeto passa a ficar empobrecido, dando a impressão de indiferença, ou de infantilidade; ou incongruente, que é quando a pessoa mostra-se alegre e risonha, numa situação muito triste e séria.
Várias doenças podem simular a esquizofrenia e é necessário que o paciente seja examinado por um médico especialista (psiquiatra), para um diagnóstico correto, pois a partir daí é que o tratamento vai ser instituído.
A esquizofrenia não é uma doença psicológica. É uma doença do cérebro, com manifestações psíquicas. Sua causa ainda é desconhecida, em função disso, não podemos afirmar e nem comprovar nossa hipótese de que pessoas que tenham algum tipo de "stress" emocional ou físico em determinada fase de sua vida pode se tornar um esquizofrênico, o que podemos aferir é que fatores ambientais e hereditários contribuem para o seu aparecimento.
A psicanálise imbui ao educador uma ética, um modo de ver e de compreender sua prática educativa. Este educador sabe que "pode organizar seu saber, mas não tem controle sobre os efeitos que produz em seus alunos".Sabe que pode se utilizar do controle que lhe é oferecido e exigido pela Pedagogia, mas reconhece que nem tudo pode controlar, como pensamentos e sentimentos subjetivos. Sabe, principalmente, "desocupar o lugar de poder em que um aluno o coloca necessariamente no início da relação pedagógica, sabendo que, se for atacado, nem por isso deverá reprimir tais manifestações agressivas".

















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