CASTRO, Laís Lorena do Carmo.


ESPECIFICIDADE DA NATAÇÃO


Por não haver definido as fronteiras da natação ou não haver feito com suficiente precisão, a pedagogia desta especialidade se encontra muitas vezes ainda envolvida em certos procedimentos errados. Acontece, também, que coisas que parecem estar oposição ou levantar contradições sejam de fato pontos de vista coerentes a propósito de assuntos diferentes.
Num primeiro momento devemos constatar que o homem pode estar na água e não nadar. Existe uma atividade infraliminar comumente chamada banho, na qual o comportamento humano praticamente não difere do que ele tem em terra. O banho não traz transformação significativa ao longo dos dias e mesmo ao longo dos anos. A função motora se imobilizou ali pois o substrato aquático não impõe suas restrições; acontece o mesmo para as outras funções.
Sem evocar a utilização de instrumentos que permitiram ao homem, nas suas relações com a água, ir mais depressa, mais longe, mais fundo ou de ficar nela mais tempo, pode-se notar a utilização deliberada de acessórios variados tais como os tubos de ar, os palmares, as garrafas de ar comprimido e artifícios sem os quais certos desempenhos ficam inacessíveis.
A natação tal como a concebemos se caracteriza pela existência do individuo num dado sentido, sejam elas constatadas, aceitas ou procuradas. O conceito não inclui nem exclui obrigatoriamente a prática esportiva. Esta aparece como o prolongamento lógico e não como a negação dos sucessivos estágios da aprendizagem.