Este artigo trata da construção civil a partir de cuidados com a ecologia, em especial, em construir uma casa ecológica, sem agredir o meio ambiente e ainda aproveitando resíduos e entulho, ou material reciclado. Nosso objetivo geral é investigar o uso de material reciclado na construção de casas e habitações, bem como identificar que tipos de materiais reciclados podem ser utilizados na construção de casas e habitações; conhecer técnicas de reciclagem que podem ajudar na construção de casas e habitações; contribuir para o debate entre teóricos e pesquisadores do assunto; descobrir que tipos de materiais podem servir de matéria prima na reciclagem para a construção civil de novas casas e habitações. Nossa estratégia da pesquisa foi empírica bibliográfica, possibilitando o estudo do tema proposto a partir da análise de diferentes autores e diversas fontes bibliográficas. A pesquisa bibliográfica auxiliou a reflexão sobre as diferentes perspectivas da construção de casas com material reciclado. Após isso, serão feitas a análise e interpretação dos resultados obtidos, através dos referenciais teóricos adotados. Com o cruzamento dos dados, será possível contextualizar o assunto que trata da construção de casas e habitações com material reciclado.

Atualmente com essa crise ambiental, a preocupação mundial esta voltada para o meio ambiente, principalmente a relação do homem com a natureza, com relação lixos, gases, empresas poluentes e outros.

Esses problemas estão tomando dimensões consideráveis, pois o homem esta percebendo que está se tornando uma ameaça para o planeta e para a própria espécie, pelo descontrole e abuso da exploração das fontes naturais.

Dessa forma a administração, por dar subsídios que evidenciam as mudanças no patrimônio da empresa, tem a capacidade de auxiliar os gestores no conseguimento do incremento econômico-sustentável (PAIVA 2007).

O Meio Ambiente em muitas situações é considerado como o conjunto de recursos naturais e suas inter-relações com os seres vivos, sendo comum associarem isso tudo apenas ao chamado "verde" da paisagem, a natureza e vida selvagem, esquecendo dos recursos vivos conhecidos atualmente.

Hoje finalmente líderes de diversos países percebem a necessidade de se regulamentar a ação dos agentes econômicos sobre o meio ambiente, onde essa relação, desde que o homem é homem, gera uma relação de desequilíbrio negativo para um dos componentes dessa relação.

Durante muito tempo, por um motivo ou por outros, o desenvolvimento econômico decorrente da Revolução Industrial impediu que os problemas ambientais fossem considerados. A poluição e os impactos ambientais do desenvolvimento desordenado eram visíveis, mas os benefícios proporcionados pelo progresso eram justificados como um "mal necessário", sem que se admitissem sinceramente as suas conseqüências negativas, a curto e longo prazo.

O 1º princípio da Declaração do Rio de Janeiro, por ocasião da Eco-92, quedefiniu políticas em prol do desenvolvimento sustentável, estabelece que: "os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza"[1].

De acordo aos questionamentos, como justificativa, vale ressaltar que a humanidade nas últimas décadas vem alcançando níveis incomparáveis de desenvolvimento técnico, científico e até social, entretanto, o aumento do nível de

degradação ambiental vem aumentando no mesmo ritmo. Paradoxalmente o homem mais inteligente parece menos educado com seu espaço.

A partir da Revolução Industrial no século XVIII, que gerou tantos bens de consumo, como consumidores, e do crescimento populacional no mundo, os recursos naturais sofreram e sofrem alterações em termos quantitativos e qualitativos, haja vista que os recursos naturais são finitos e insuficientes para alimentarem as crescentes demandas das sociedades de consumo, sendo importante citar que somente uma pequena parcela da população humana é consumista, haja vista que a maioria luta apenas pela sobrevivência.

Os graves problemas ambientais são causados pelo próprio modelo econômico adotado pelo sistema capitalista,devido à relação de superioridade e domínio que o homem vem mantendo sobre o meio ambiente. Dessa relação antropocêntrica, o meio ambiente passou a ser degradado, pelo desmatamento, pelo uso incorreto do solo, pela exploração dos recursos não-renováveis, etc. Esses são alguns exemplos que provocaram e provocam essa degradação, que direta ou indiretamente afetam o equilíbrio do sistema, que precisa desses recursos para a sustentabilidade da vida no planeta.

A construção de casas a partir de material reciclado prevê entre outras coisas a sustentabilidade, racionalização energética e o mínimo de impacto ambiental. Logicamente que esse tipo de construção também prevê atividades voltadas à educação ambiental, escolhendo materiais que podem ser facilmente reciclados e aplicados na construção, assim como também pode ser feito o uso racional do potencial energético na nova casa.

É preciso que novas técnicas construtivas e alternativas de obtenção de energia e tratamento dos outros materiais considerados resíduos sejam vistos pela construção civil como uma nova alternativa de construção, mais sustentável, mais artesanal e menos impactante para a natureza.

Há diversos materiais que podem ser reciclados e aplicados na construção civil, sendo um deles a madeira, recurso renovável, de grande ajuda na situação deficitária de habitação no país, já que pode também servir para a construção de moradias e até de conjuntos habitacionais destinadas às famílias de baixa renda.

2 JUSTIFICATIVA

Independente das inovações arquitetônicas, o mais importante é que esse tipo de construção, advindo do uso de material reciclado, seja projetado para dar conforto ao usuário, economia e servir aos princípios de conservação ambiental.

Há muitas alternativas que podem ser úteis na construção: pisos e azulejos podem se transformar em mosaicos que podem decorar mesas, calçadas, paredes, muros. Os pedaços de madeira podem ser reaproveitados dando novo sentido à arquitetura. Garrafas pet, de vidro, cocos, enfim há uma infinidade de materiais naturais inclusive que podem servir de matéria prima na construção. Inclusive outros resíduos que sobram das construções.

Para minimizar os resíduos de construção civil é fundamental ter um profissional da área para orientar sobre tecnologias e métodos construtivos mais adequados para cada situação, evitando o desperdício e contribuindo para novas aplicabilidades com uma menor quantidade de resíduos que deverão ser a sobra. Nesse caso é importante também fazer a separação dos resíduos (vidro, papel, metal, entulhos, plástico). Essas sobras podem ainda ser reutilizadas em cooperativas que aproveitam esse material evitando a poluição do meio ambiente e ainda gerando emprego e renda.

3 QUESTÕES NORTEADORAS

A partir das inovações tecnológicas é possível construir casas com material reciclado;

O uso de material reciclado na construção de casas pode economizar gastos;

Material reciclado como matéria prima na construção de casas pode gerar um maior equilíbrio ambiental;

O aproveitamento de resíduos e outras matérias podem diminuir o volume de lixo orgânico e inorgânico.

4 OBJETIVOS

4.1 GERAL

Investigar o uso de material reciclado na construção de casas e habitações.

4.2 ESPECÍFICOS

  • Identificar que tipos de materiais reciclados podem ser utilizados na construção de casas e habitações;
  • Conhecer técnicas de reciclagem que podem ajudar na construção de casas e habitações;
  • Contribuir para o debate entre teóricos e pesquisadores do assunto;
  • Descobrir que tipos de materiais podem servir de matéria prima na reciclagem para a construção civil de novas casas e habitações.

5 METODOLOGIA

Esse trabalho será desenvolvido utilizando-se a estratégia da pesquisa empírica, possibilitando a análise do tema proposto a partir da análise de diferentes autores e diversas fontes bibliográficas.

A pesquisa bibliográfica auxiliará numa reflexão sobre as diferentes perspectivas da construção de casas com material reciclado.

A partir da coleta dos dados será feita a análise que conduzirá à interpretação do assunto pesquisado. Partindo-se da investigação bibliográfica será possível construir uma concepção do assunto, no contexto da construção civil.

Os principais procedimentos que serão utilizados na pesquisa serão:

  • Coleta e análise de documentos, dados e tabelas estatísticas;
  • Obtenção indireta de dados através de livros, sites, artigos, periódicos e outras produções científicas.

Após isso, serão feitas a análise e interpretação dos resultados obtidos, através dos referenciais teóricos adotados. Com o cruzamento dos dados, será possível contextualizar o assunto que trata da construção de casas e habitações com material reciclado.

Por fim teremos uma atualização bibliográfica contemplando as questões norteadoras do trabalho proposto, com vistas à produção final do trabalho de conclusão de curso.

6 REFERENCIAL TEÓRICO

6.1 NECESSIDADES DE GESTÃO AMBIENTAL

O Meio Ambiente em muitas situações é considerado como o conjunto de recursos naturais e suas inter-relações com os seres vivos, sendo comum associarem isso tudo apenas ao chamado "verde" da paisagem, a natureza e vida selvagem, esquecendo-se dos recursos vivos conhecidos atualmente.

Durante muito tempo, por um motivo ou por outros, o desenvolvimento econômico decorrente da Revolução Industrial impediu que os problemas ambientais fossem considerados. A poluição e os impactos ambientais do desenvolvimento desordenado das grandes cidades eram visíveis, mas os benefícios proporcionados pelo progresso eram justificados como um "mal necessário", sem que se admitisse, sinceramente as suas conseqüências negativas, a curto e longo prazo.

De acordo aos questionamentos, como justificativa, vale ressaltar que a humanidade nas últimas décadas vem alcançando níveis incomparáveis de desenvolvimento técnico, científico e até social, entretanto, o aumento do nível de degradação ambiental vem aumentando no mesmo ritmo. Paradoxalmente o homem mais inteligente parece menos educado com seu espaço, acumulando lixo e destroços.

Os graves problemas ambientais são causados pelo próprio modelo econômico adotado pelo sistema capitalista,devido à relação de superioridade e domínio que o homem vem mantendo sobre o meio ambiente. Dessa relação antropocêntrica, o meio ambiente passou a ser degradado, pelo desmatamento, pelo uso incorreto do solo, pela exploração dos recursos não-renováveis, etc. Esses são alguns exemplos que provocaram e provocam essa degradação, que direta ou indiretamente afetam o equilíbrio do sistema, que precisa desses recursos para a sustentabilidade da vida no planeta.

Vale à pena salientar que apenas recentemente foram incluídos os princípios ambientais na Constituição Federal de 1988, considerando Direito Ambiental como sendo um bem coletivo. Neste artigo procurou-se estabelecer um panorama geral e histórico das questões ambientais no Brasil e no mundo.

No meio ambiente das cidades, sejam elas grandes, médias ou pequenas, a escola é considerada o primeiro, em muitos casos, o único meio de comunicação, transmissão de informações do local. Essa Instituição de ensino é responsável além da própria educação do indivíduo como também pela da Sociedade, ou seja, é necessário que haja o repasse de informações nesse contexto para que haja interligações entre os elementos constitutivos dessa relação.

O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com um mínimo de interferência nos ecossistemas, tem hoje culminado numa forte pressão exercida sobre os recursos naturais.

Atualmente, são comuns a contaminação dos cursos de água, a poluição atmosférica, a devastação das florestas, a caça indiscriminada e a redução ou mesmo destruição dos habitat faunísticos, além de muitas outras formas de agressão ao meio ambiente.

Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar o comportamento do homem em relação à natureza, no sentido de promover sob um modelo de desenvolvimento sustentável (processo que assegura uma gestão responsável dos recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo tempo atender as necessidades das gerações atuais), a compatibilização de práticas econômicas e conservacionistas, com reflexos positivos evidentes junto à qualidade de vida de todos.

Num contexto de crise ambiental, torna-se cada vez mais necessária a inserção da dimensão ambiental nas práticas educativas e midiáticas que visem a reciclagem de lixo ou entulho no sentido do reaproveitamento de materiais na construção civil.

A responsabilidade do ser humano para com o meio ambiente é inigualável, pois, ele é o único que pode interferir de forma benéfica ou maleficamente sobre o mesmo. O livro "Primavera Silenciosa" escrito em 1962 por Rachel Carson, já alertava sobre os efeitos prejudiciais de inúmeras ações humanas sobre o meio ambiente. E o que podemos entender por meio ambiente? uma diversidade de definições para o termo meio ambiente, segundo dispõe a Lei nº 6.938/81, sobre a Política Nacional de Meio Ambiente que o define "Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas" (MMA, 2008).

Reigota (1994, p.21) define como "[...] um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais". Para o autor essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade.

Na visão de Vieira (2001), o termo:

[...] designa não tanto um objeto específico (natureza, espaços naturais, paisagens, assentamentos), mas uma relação de interdependência. Ele pode assim ser constituído da doação de diferentes perspectivas teóricas e escalas, refletindo a opção por problemáticas, especificas no âmbito das mais variadas áreas de especialização científica.

Neste processo, seja qual for à definição que se dê para o termo meio ambiente, o importante é que se tenha o mesmo objetivo e visão da inter-relação da vida como um todo, pois, o meio ambiente envolve todos os fatores necessários a sobrevivência de cada espécie do planeta.

Sobre meio ambiente, a Constituição Federal de 1988[1], dispõe:

Artigo 228: "Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo se ao Poder Público o dever de defendê-lo e à coletividade o de preservá-lo para os presentes e futuras gerações". A Constituição do Estado do Rio de Janeiro, de 1989, dispõe:

Artigo 258: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo se a todos, em especial ao Poder Público o dever de defendê-lo, zelar por sua recuperação e proteção em benefício das gerações atuais e futuras".

O homem primitivo não era capaz de provocar desequilíbrios desastrosos sobre os processos que afetassem o sistema de suporte na biosfera, uma vez que quaisquer alterações provocadas se davam em escala menores, permitindo um maior controle e a estabilidade dos ecossistemas. Nesse período da história do homem este conviveu com a natureza de maneira passiva, sem muitos impactos, modificando seu modo de vida a partir das possibilidades ofertadas pela natureza, a partir dos limites impostos por esta.

A partir do domínio das técnicas de produção, do desenvolvimento da forma de se relacionar com o trabalho, o homem ampliou suas potencialidades de domínio sobre a natureza e o conhecimento da natureza foi tornando o homem cada vez mais senhor de si. Seu poder de transformação da natureza obviamente cresceu. Essa nova concepção de mundo mudou sua relação com a natureza, advindo dessa transformação efeitos negativos. Em síntese, seu poder de modificar a natureza provém de sua capacidade de domínio de novas técnicas de trabalho e ferramentas, sua organização em sociedades humanas e da criação de instituições e por fim sua evolução do conhecimento técnico-científico. Essas capacidades mudaram bruscamente a forma de relacionamento homem-natureza.

Com a urbanização das cidades o homem toma rumo incerto diante da natureza e passou a explorá-la de modo absurdo.Inicialmente a urbanização visava criar uma harmonia em um contexto onde se pensava muito em uma base geograficamente pequena em relação aos agregados populacionais gigantescos e seria um melhor funcionamento do espaço social buscando minimizar o impacto desses grandes aglomerados. Em se tratando de adaptações, os fatores ecológicos logo se contrapuseram aos fatores econômicos, os quais se mostravam cada vez mais importantes na intervenção do curso natural do meio ambiente. Nesse contexto em transformação, o ambiente é a peça fundamental que o homem procura modificar em benefício próprio ou de grupos.

Hoje, a sociedade mais atenta aos desmandos dos interesses econômico e capitalistas, está tomando consciência em esfera global dos problemas advindos dessa forma de pensar do "homem" moderno, e aprofunda os conflitos na busca por soluções.

Neste contexto, a construção de casas e prédios a partir de material reciclado tem sido o bom senso para se ampliar essa posição contrária à depredação da natureza.

O 1º princípio da Declaração do Rio de Janeiro, por ocasião do Eco-92, que definiu políticas em prol do desenvolvimento sustentável, estabelece que: "os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza" [2].

No Brasil o maior tratado que visou a harmonização do desenvolvimento sustentável foi a Eco-92 no Rio de Janeiro, quandorepresentantes de quase todos os países do mundose reuniram para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e preservar o legado das gerações vindouras.

Buscou-se introduzir a idéia do desenvolvimento sustentável a partir de um novo modelo de crescimento econômico, menos consumista, sem desmandos do capital, e mais adequado ao equilíbrio ecológico, beneficiando a harmonia entre o homem e seu meio, mas também respeitando as diversas formas de vida existente no globo.

O documento produzido durante a Conferência Mundial pelo Meio Ambiente chamou-se Carta da Terra, a qual estabeleceu três convenções (Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas), uma declaração de princípios e a Agenda 21 (a qual serviria de base para que os países que assinassem o acordo pelo pacto ambiental elaborassem seu plano de preservação do meio ambiente com os devidos cuidados estabelecidos na Conferência). Dos 175 países signatários da Agenda 21, 168 confirmaram sua posição de respeitar a Convenção sobre Biodiversidade.

Em meados do século XIX e XX, após a Revolução Industrial, aconteceu o chamado "boom" industrial, ou seja, nasceu nesse momento uma série de matéria primas, antes não conhecidas, que de certa forma melhorariam a vida de cada um, contudo, nem todos esses adventos foram totalmente benéficos.

O fato é que nesse momento o homem consome desenfreadamente tudo aquilo que lhe é oferecido, ou seja, carros, pesticidas, petróleo e etc., sem se preocupar com o seu futuro ambiental. Culturalmente esses indivíduos viram-se consumindo indistintamente esses substratos.

Durante milênios, os grupos humanos não dispunham senão de meios extremamente limitados, precários e frágeis, para se defenderem contra os rigores da natureza, mas, com a Revolução Industrial, os termos das relações de dependência deslocaram-se e, atualmente, tendem mesmo a inverter-se. A nossa espécie violenta o movimento global da natureza desde que começou a dizimar as espécies animais e vegetais, a perturbar as cadeias alimentares e a instalar nos ecossistemas venenos que poderão durar séculos, ou mesmo milênios, se pensarmos nos detritos radioativos, pois, ao modificar a composição química da atmosfera, ela começa a influenciar a evolução climática global. (CASTRO, 1997)

Com advento das novas tecnologias, com a presença de novo ordenamento social, o meio ambiente começou a ser tratado de forma diferenciada, ou seja, começou-se a usar mais equipamentos com finalidade de melhorar a vida das pessoas (carros, ar – condicionado, produtos poluentes e etc.) que nem sempre respeitavam o nosso "meio vivo" [3], em decorrência disso teremos uma industrialização dos meios produtivos nesse período.

Em decorrência dessa industrialização houve o estabelecimento de um perigoso limiar entre as relações humanas e "bios"[4], ou seja, a degradação ao meio ambiente, a poluição e assemelhados tornaram-se um verdadeiro fato, inquestionável, perante a civilização em virtude de quer obtido dimensões interplanetárias inimagináveis, impedindo uma união estável, positiva entre a natureza e homem.

Salienta-se que decorrer da história humana, antes do referido momento, não se percebe tal ameaça à natureza ou até ao ser humano.

As antigas civilizações morriam sem que a espécie humana fosse ameaçada. Mas com a nossa civilização não se dá o mesmo por ter alcançado o mundo inteiro. (CASTRO, 1997)

Levando-se em consideração tudo aquilo mencionado anteriormente conclui-se haver a necessidade de uma educação ambiental mais realista, ou seja, a Ecologia seria levada mais a sério, teríamos posturas mais adequadas com problemática do meio ambiente, ou seja, controles de poluentes, tratamento de água mais seletivo, emissão de gases e etc., gerando-se uma Sociedade Sustentável.

Para fins do melhor entendimento dessa matéria consideraremos como desenvolvimento sustentável, as ações que visem à melhoria da qualidade da vida humana dentro da capacidade de suporte dos ecossistemas de apoio, ou seja, tudo aquilo que é feito levando-se em consideração a capacidade do meio ambiente em tela.

6.2 CONSTRUÇÕES CIVIS E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Os resíduos das construções civis são gerados por demolições e obras que estão sendo renovadas, gerando um enorme desperdício de materiais que poderiam ser reciclados, já que ainda são feitas a partir de métodos tradicionais. No Brasil, até a década passada 98% das construções utilizavam esse tipo de método (MARINHO 1991).

Para Pinto (1994), os principais objetivos da reciclagem são:

_ Melhoria do meio ambiente pela redução do número de páreas de disposição clandestina, e com isso a redução dos gastos da gestão pública com gerenciamento de entulho;

_ Aumento da vida útil dos aterros pela disposição organizada dos resíduos;

_ Aumento das jazidas de matéria prima na medida em que são substituídas por material reciclado;

_ Produção de materiais de construção reciclados com baixo custo e ótimo desempenho.

Ainda conforme Pinto (1994), são necessárias algumas atividades para a implantação de um programa de reciclagem, tais como:

_ Otimização das atividades dos pequenos coletores de resíduos;

_ Mudança nas ações dos agentes públicos, para tratar como instrutores e não como agentes penalizantes;

_Melhoria na cadeia de informações sobre deposição de resíduos e reciclagem a fim de mudar os hábitos das pessoas envolvidas na indústria da construção;

_Implementação de serviços de recuperação ambiental em áreas previamente degradadas;

_ Incentivo á reciclagem de resíduos e á utilização de resíduos reciclados;

_ Definição de uma política de reciclagem e utilização de materiais reciclados em obras públicas.

É preciso zelar pela aplicação da Portaria 307 do CONAMA, para que todas as obras e o poder público gerenciem os resíduos da construção civil e com isso evitar o desperdício, já que os resíduos podem servir para novas construções. Esse resto pode ser ainda disponibilizado em um tipo de brechó da construção civil, sendo feita a reciclagem desses materiais usados.Um ponto de apoio para garantir a aplicabilidade da norma 307 do CONAMA, seria as lojas de materiais de construção ter um profissional para dar informações sobre os resíduos que sobrarem das construções, a fim de conscientizar as pessoas sobre a regulamentação existente e sobre a importância de se contratar empresas credenciadas para o recolhimento e destinação dos resíduos.

A resolução 307 do Conselho Nacional do Meio ambiente trata do processo de gestão dos resíduos de construção civil, classificando e estabelecendo relações econômica, social e ambiental com a sociedade:

Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de materiais provenientes de reciclagem de resíduos da construção civil; e considerando que a gestão integrada de resíduos da construção civil deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, resolve: Art.1º Estabelecer critérios e procedimentos para os resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a amenizar os impactos ambientais...[5]

É igualmente importante a conscientização ambiental dos profissionais e agentes envolvidos na construção civil, buscando uma gestão diferenciada, visando a redução, reutilização e reciclagem de materiais que podem servir de matéria prima para a construção de novas casas. O resultado disso pode também ser traduzido por desenvolvimento sustentável. O desperdício de resíduos da construção civil é grande e isso requer medidas urgentes para se implantar um Programa que discipline as indústrias da construção civil, para a redução do volume de resíduos gerados nas obras.

Essas medidas com certeza podem contribuir para as mudanças importantes nos processos construtivos visando reduzir custos e quantidade de resíduos. Urge que se busquem ainda soluções práticas a partir da reutilização do entulho na própria construção civil. Num futuro próximo esse entulho pode servir para amenizar o excesso de resíduos e ainda gerar um maior equilíbrio ambiental.

Atualmente uns dos principais setores onde ocorre freqüentemente a degradação da natureza é o setor da construção civil por consumir produtos naturais em sua produção. Com isso o desenvolvimento desregrado do gasto de recursos naturais está proporcionando um novo pensamento do homem em relação à natureza, em sua forma atual de produção, poiso mesmo está percebendo os danos ambientais como o aquecimento global do planeta, inversões térmicas, alterações nos habitats e até a extinção de vários seres vivos e ainda provocando o aumento das doenças causadas por um desequilibro de um desejado mundo "moderno" (PAIVA 2007).

Portanto, para se trabalhar com um desenvolvimento sustentável, que pode ser começado pelas grandes e pequenas empresas, as mesmas têm que adotar em seus meios de produção graus de eficiência no aproveitamento dos resíduos dos recursos usadosem sua produção.

Podemos perceber que em obras da construção civil há um grande desperdício, de materiais, como resto de sobra equebra de concretos e outros materiais, que podem ter um reaproveitamento com recursos renovados para reutilização das sobras como a reciclagem destes materiais (PAIVA 2007).

Para de Ferreira (2003, p.33):

O processo de gestão ambiental leva em consideração todas aquelas variáveis de um processo de gestão, tais como o estabelecimento de políticas, planejamento, um plano de ação, alocação de recursos, determinação de responsabilidades, decisão, coordenação, controle, entre outros, visando principalmente ao desenvolvimento sustentável.

Com essa doação dos sistemas de gerenciamento ambiental pelas empresas é de muita importância, pois as mesmas podem ter uma redução significativa dos custos econômicos e uma alavancagem da imagem da empresa e de seus produtos, assim a mesma se preocupando com o meio ambiente conseqüentemente conquistará mais consumidores (PAIVA 2007).

Segundo Donaire (apud PAIVA, 2007), os benefícios podem se dividir em econômicos e estratégicos. Os primeiros representados por economia de custos com a redução do consumo de água, energia, com a reciclagem, com a eliminação, ou pelo menos, redução de multas e penalidades por poluição e, ainda, pelos incrementos de receitas decorrentes do aumento da contribuição marginal de 'produtos verdes'; aumento da participação no mercado; novos produtos para novos mercados; e aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição. Entre os benefícios estratégicos citados pelo autor estão: a melhoria da imagem institucional; aumento da produtividade; melhoria das relações com órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas; e melhor adequação aos padrões ambientais.

Esse sistema de gerenciamento ambiental não é considerado ainda um padrão onde as empresas teriam que adotar o mesmo gerenciamento, mas sim um diferencial entre as mesmas, tendo em vista as particularidades de cada uma. Mas que de forma geral, as mesmas podem envolver metodologia de reciclagem, se preocupando a recuperação de áreas degradadas, procedimento preventivos para evitar danos ambientais e monitoramento do gerenciamento ambiental para garantir que a atuações dos sistemas ambientais se desenvolva de acordo com as diretrizes estabelecidas pelos padrões ambientais. Assim a construção civil, como já foi citado anteriormente que é um dos setores que mais degrada a natureza, estabelece um novo sistema de construção de casas a partir da reciclagem de matérias que podem ser usados nas construções (PAIVA 2007).

As ações que tem como objetivo a reutilização de materiais e/ou produtos, para que proporcione um ciclo de vida sadio para a população humana e outros seres vivos com a diminuição dos problemas de deposição dos resíduos ou de emissão de poluentes, essas ações são consideradas atividades de reciclagem.

Para Ferreira (2003, p.6).

A produção de resíduos da construção civil reflete um desperdício dos materiais de que se constituem nos entulhos - fator principal dos danos causados ao meio ambiente, por serem, normalmente, jogados em terrenos baldios, aterros limitados e margens de rios, causando danos ao meio ambiente. O custo do impacto para a empresa é representado por penalidades como multa, ressarcimentos a terceiros por prejuízos causando áreas degradadas entre outros fatores que são usados para penalizar as empresas pela falta de mecanismos de proteção ambiental.

Portanto para se fazer uma reciclagem utilizando resíduos de construção civil para produção de casas, deve - se selecionar agregados compostos por grãos duros, densos, estáveis e limpos e não devem conter conteúdos de natureza e em quantidade que possa danificar a hidratação e o endurecimento do cimento. A proteção da armadura contra a corrosão, a durabilidade ou quando, for requerido o aspecto visual externo do concreto(NUNES 2008).

Segundo Nunes (2008 p. 2):

Os resíduos de construção e demolição (RCD) podem ser classificados em quatro classes, de acordo com as possibilidades de reciclagem (A, reciclados como agregados; B recicláveis em outras cadeias como os plásticos e C sem tecnologia de reciclagem economicamente viável) ou periculosidade dos resíduos (Classe D). A Classe A é composta por materiais minerais como concretos, argamassas, tijolos e telhas cerâmicas, rochas naturais, solos entre outros e representa a maior fração dos resíduos gerados.

Os resíduos sólidos de construção, ou simplesmente entulho, são restos de materiais derivados de obras e destruições, sendo analisados como um dos maiores problemas encarados pelas prefeituras brasileiras. Os rejeitos clandestinos, alcançados freqüentemente, resultam em custos abundantes para a redistribuição deste material, além da perda do atributo ambiental. Ressalta-se também aqui a proliferação de doenças, cujas conseqüências se tornam um problema de saúde pública (NUNES 2008).

Atualmente as pesquisas vêm buscando o acréscimo de materiais de construção de baixo custo que tratam da aplicação dos resíduos sólidos ou entulhos sólidos para edificação civil, para uso desses aglomerados fazendo assim a transferência do aglomerado natural pelos aglomerados reciclados como agregado graúdo e miúdo. Assim com essa comparação de resultados podemos usar o agregado oriundo da reciclagem de entulhos e serem utilizados sem função estrutural por ficar dentro do cabível pela norma (NUNES 2008).

6.3. A CONSTRUÇÃO CIVIL E A RECICLAGEM

Pode-se perceber que o desenvolvimento econômico forçou a sociedade a produzir maior quantidade de bens e serviços voltados a satisfazer sempre as crescentes e diversificadas necessidades humanas. De modo mais simples, pode-se dizer que o desenvolvimento econômico é o processo de crescimento da economia de uma nação, que implica mudanças qualitativas associadas, como melhores condições de vida para a população.

Desde a década de 1990 é que se intensificaram os debates sobre o desenvolvimento local e as possibilidades de gestão local do desenvolvimento, principalmente devido a fatores como a crise fiscal do Estado. Isto gerou uma valorização dos governos locais como agentes de renovação das políticas públicas.

Segundo Paiva (2007), as exigências de inserção competitiva na economia globalizada recolocaram a importância de valorizar-se o espaço local, dinamizando suas potencialidades competitivas e instrumentalizando sua inserção na cadeia produtiva regional, nacional e mundial.

A construção civil sempre buscou no meio ambiente a retirada de materiais que não são retornáveis, tais como ferro, areia, cal, alumínio, madeira, água potável. Desse tratamento vem o entulho, resultado das sobras, dos desperdícios e dos rejeitos de materiais de construção. Esse entulho pode ser de demolição, pavimentação ou construção de casa, muro, prédio, enfim, de construções.Para evitar todo este desperdício e também ajudar na economia de custos, novas tecnologias para a construção civil estão sendo criadas, e que podem ser feitas a partir de reciclagem dos entulhos.

A onda verde, ou o século verde, com esta sendo chamado este século, com certeza será ainda mais discutido o meio ambiente e as aplicabilidades dos recursos naturais. A questão da ecologia, meio ambiente, relação homem-natureza e relação empresa – natureza mais do que nunca estarão na pauta das discussões quando o assunto for reciclagem e aproveitamento de materiais. Atualmente o ser humano está percebendo que a sua existência está sendo ameaçada tanto pelo descontrole de gastos e desmatamentos, quanto por abuso da exploração das fontes naturais de recursos.

Não é só a contabilidade que alerta para esse exagero de gastos que podem exorbitar no patrimônio da empresa, mas é um dos fatores mais importantes na hora de auxiliar os gestores na consecução do desenvolvimento econômico-sustentável.

O crescimento do consumo de recursos naturais finalmente está fazendo o homem refletir sobre sua forma atual de produção, diante de tantos danos ao meio ambiente, tendo inclusive gerado o efeito estufa, o aquecimento global do planeta, inversões térmicas, mudança nos biomas, alterando completamente a cadeia natural dos ciclos causando inclusive a extinção e diminuição de alguns seres vivos.

O uso abusivo dos naturais, um volume enorme de resíduos liberados pelas indústrias também são lançados diariamente no meio ambiente e somados ao desmatamento, aos lixos urbanos, a exploração acentuada do extrativismo vegetal e animal, poluição sonora, advinda do modo de vida capitalista só poderiam estar deixando o ser humano mais prejudicado em sua vida, sendo vítima fácil de doenças causadas por esta "situação moderna".

Por essas e outras situações a construção civilé apontada com uma das principais fontes que afetam consideravelmente o meio ambiente pelo consumo de recursos minerais e produção de resíduos, os já conhecidos entulhos das construções. É notório a exploração de jazidas de pedras, alumínio, ferro, areias, calcário, zinco, etc. Sem falar no consumo da madeira e água, que também são retirados da natureza.

6.4 CLASSIFICAÇÃO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em 05 de julho de 2002 na resolução 307 normatiza o procedimento da gestão de resíduos sólidos de construção civil para a sua consignação aos problemas ambientais, econômica e social, onde ficou estabelecido que:

Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de materiais provenientes de reciclagem de resíduos da construção civil; e considerando que a gestão integrada de resíduos da construção civil deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, resolve: Art.1º Estabelecer critérios e procedimentos para os resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a amenizar os impactos ambientais. CONAMA, ( 2002 Resolução 307).

Os restos de construção civil especificamente devem ser considerados como resíduos urbanos por causa de suas características e volumes, assim eles devem ser classificados separadamente.

Como já foram citados, os resíduos de construção civil é resto de reformas, reparos, demolições, sobras de preparos de concretos, escavação de terrenos especificamente como: tijolos, concreto em geral, blocos cerâmicos, solos, resinas, colas, tintas, rochas, metais, madeiras forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, compensados, e outro (TENÓRIO & ESPINOSA 2007).

A partir da integração de cadeias produtoras com a abordagem da indústria sustentável como fiação elétrica plásticos, tubulações, e outros, os resíduos então podem ser distribuídos da seguinte forma:

1-Classe A - Resíduos reutilizáveis ou recicláveis para aglomerado de construção como areia e pedra, que são muitos usados em reforma, construção e preparos de pavimentação incluindo também solo proveniente de terraplanagem, dessa classe os materiais de sobras utilizados são: peças cerâmicas, bloco telha, placas tijolos, de revestimento, argamassa e concreto, para processo de fabricação ou demolição de pré-moldados em concretos como tubos, blocos, meio-fio, e outros produzido nos canteiros de obra;

2-Classe B – essa classe é escolhida os resíduos recicláveis para outras destinações como: papel/papelão, plásticos, metais, vidros, madeiras e outros;

3-Classe C – Os resíduos dessa classe ainda não têm uma determinação do seu uso, pois ainda não foram desenvolvidas aplicações tecnológicas economicamente viáveis, para que possa ser usado em sua reciclagem/recuperação, nos quais são os produtos oriundos do gesso;

4-Classe D – são os resíduos químicos, tintas, solventes, óleos e outros, e os resíduos contaminados vindo de reforma ou demolição de hospitais, clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. (CONAMA 2002).

O CONAMA na resolução 307coloca ainda a necessidade de reutilização e reciclagem dos resíduos estabelecendo os seguintes critérios:

1-Os resíduos de Classe A só deverão ser reaproveitados ou reciclados em conjunto, ou como aterro de resíduos de construção civil, de um modo que possa permitir sua utilização ou reciclagem futura;

2-Os resíduos de Classe B só deverão ser reutilizados e reciclados encaminhando-os as áreas de armazenamento provisório, sendo dispostos de modo a permitir sua reutilização ou reciclagem futura;

3-Os resíduos de Classe C e Classe D deverão ser armazenados, transportados e designados conforme as normas técnicas exclusivas dos produtos.

6.5 RECICLAGENS DE ENTULHOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A ECO 92 no Rio de Janeiro nos trouxe um assunto muito importante nos dias atuais que designa com a construção sustentável. Essa iniciativa repensa toda cadeia produtiva, começando pela exploração da matéria prima do nosso país, levando assim em consideração as técnicas de produtividades, fundamentadas na redução da poluição, na economia de energia e água e na diminuição da exploração dos recursos naturais.

Atualmente no nosso país está havendo um grande crescimento no setor da construção civil, conseqüentemente uma maior exploração nos recursos naturais e conseqüente aumento de resíduos sólidos, por isso há uma necessidade de obtenção de matéria prima sem exploração acelerada dos recursos naturais, daí novas formas de obtenção desse material estão sendo desenvolvidas para suprir tal necessidade. Uma das maneiras para amenizar tal situação é a reciclagem dos "Resíduos de Construção Civil", gerando os agregados reciclados (MANFRINATO, ET AL 2008)

Segundo Calderoni (2003 p.)

Do ponto de vista econômico, afirma que não reciclar significa deixar de obter rendimentos de bilhões de reais todos os anos. Ainda segundo o autor, o maior benefício oriundo da reciclagem é o benefício de economia com matéria prima, seguido pela economia de energia elétrica. Do ponto vista social, a reciclagem de entulhos é a tecnologia apontada como alternativa para geração de empregos com a reutilização como agregados na construção civil.

Agregados reciclados são os materiais granular originário dos resíduos de construção que foram tecnologicamente processados para aplicação em obras de infra-estrutura, edificação, aterros sanitários e em outras obras da área da engenharia. (CONAMA, 2002)

Esses agregados são gerados a partir de entulhos através de métodos de reciclagem para que eles se tornem materiais de qualidade semelhantes aos agregados naturais, para serem utilizados na construção civil. Essa reutilização de resíduos sólidos de construção civil, através de métodos de reciclagem é um procedimento muito utilizado há 30 anos nos Estados Unidos para compor base e sub-base de pavimentos (ESPINOSA & TENÒRIO 2007).

Em alguns outros países como a Alemanha 30% de RCC são reciclados e reaproveitados, na Holanda 70%, em Copenhague na Dinamarca recicla cerca de 25% do entulho de demolição, pois no país há uma necessidade de material granulado por ser existindo há uma sobretaxa de 10% sobre o consumo dos agregados naturais, as próprias mineradoras trabalham com a reciclagem desses entulhos.

Segundo Lanzellotti et. al. (2004 p.):

A reutilização de agregados através da reciclagem de entulho é uma das formas mais simples de seu reaproveitamento. No Brasil, a prática de reciclagem de entulho é recente, sendo que poucas são as usinas instaladas para tal processo.

Os resíduos sólidos depois de reciclados são utilizados nas composições de base e sub-base de argamassas e concretos que são sutilizados nas construções, além da produção de tubos, lajotas e blocos, de concreto com a mesma qualidade dos agregados naturais.

6.6 TIPOS DE MATERIAIS USADOS NA CONSTRUÇÃO RECICLADA

6.6.1 Construção de paredes com garrafas Pet

A associação Brasileira da Indústria do PET afirma que existem diversas iniciativas da utilização do material reciclado para construção civil, mais desconhecem sua comercialização.

ISOPET é um projeto desenvolvido para fabricação blocos de concreto contendo dentro do bloco duas garrafas pet de 2L, fechadas e vazias para a construção de moradias, esse projeto tem como objetivo economizar areia, tornando as paredes mais leves.

Alunos do curso de graduação em Engenharia Civil de uma faculdade de Manaus, orientados pelo professor Newton Lima, desenvolveram tijolos de argamassa e garrafas pós-consumo de poli tereftalato de etileno - pet. (SILVA, 2009)

O pet proporciona uma boa resistência mecânica, e isso levou os alunos a empregar as garrafas retiradas de um igarapé há cinco anos na composição de tijolos. O tijolo fabricado é modelado em uma forma retangular de madeira com dobradiças laterais, para promover a desmoldagem do material. A garrafa de pet é limpa, tampada e colocada no interior da forma.

Garrafas pet sendo usadas em construções

A areia e o cimento são homogeneizados e colocados dentro da forma, a desmoldagem do material é realizada num período de 20 a 25 minutos, depois esperar sete dias para o material se solidificar por completo para o uso. O grupo de aluno também desenvolveu uma cartilha para ensinar aos interessados a fabricar o tijolo com pet. (REVISTA PLÁSTICO INDUSTRIAL, 2006).

O engenheiro químico Neílton da Silva Tapajós desenvolveu outro meio de fabricação de tijolos com garrafa pet é uma combinação especial do pet com o cimento, gesso, resina cristal e caroço moído de açaí, o engenheiro obteve o resultado esperado, pois a construção civil foi alcançada na combinação com o cimento.

Esse trabalho não se trata exatamente de uma reciclagem, pois a garrafa não passou por nenhuma técnica de termoplástico de despolimerização para remoção da resina básica do pet. O engenheiro Neílton utilizou a garrafa em estado natural de 600 ml por existirem uma compatibilidade maior e serem mais resistentes (SILVA, 2009).

Encravando três garrafas, foi montado um monobloco plástico que foi submergido por uma camada meio centímetro de cimento, dentro de um formato de madeira, depois de doze horas o cimento estava curado, e ai um tijolo de paredes lisas, com uma desenvoltura e reentrâncias nos lados para encaixe de outros tijolos.

Essa idéia de encontrar uma nova utilização para um resíduo gerado de forma acelerada, o tijolo pré-moldado se tornou mais resistente com o monobloco colocado em seu interior, e ainda as garrafas ao ocupar o lugar do cimento diminui substancialmente a quantia de insumo e as despesa de uma construção.

O tijolo, por exemplo, pode ser utilizados na construção de paredes de residências, pois o mesmo se encaixilha como bloco de vedação acentuado pela NBR 10007/04 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, na qual o bloco de vedação é o mesmo que consegue agüentar a própria carga.

No entanto já mais pode ser aplicado como bloco estrutural, como por exemplo, a de um pilar que é capaz de suportar o peso de um telhado.

Pesquisas realizadas no Centro de Formação Tecnológica do Paraná comprovaram que o monobloco pet não ocorre nenhum tipo de dilatação na parte interna do tijolo, testes foram feitos com maçarico a 75º C, limite da temperatura para a despolimerização da resina.

A COHAB no Pará informa que trabalham com habitações populares que medem 5x5 e se compõem em uma grande sala, que comumente o próprio proprietário se encarrega de dividi-la em cozinha, quarto e banheiro (SILVA, 2009).

Com as dimensões dos tijolos pré-moldados, seriam necessários 285 tijolos para cada parede, chegando num total de 3.420 garrafas pet de 2L para utilização, uma quantidade insignificante comparada à quantia colhida diariamente no lixão do Aurá, onde fica localizado o deposito de lixo de Belém. E ainda como os tijolos são elaborados com reentrâncias e saliências para melhor se adaptarem sem necessário da liga de cimento entre eles e ainda dispensaria o reboco, pois a parede apenas com os blocos adaptados se tornaria lisa, utilizaria apenas uma camada leve de argamassa para deixar a parede em condições de acabamento final como, por exemplo, a pintura com a tinta da cor desejada (SILVA, 2009).

6.6.2 Cumeeira ecológica e Ecotelha

Resíduos aproveitados na ecotelha

Cumeeira e telhas produzidas a partir da reciclagem de resíduos. Para a produção desse material foi utilizado tubos de pasta de dentes com a composição de 75% de plástico, polietileno de baixa densidade/PEBD e 25% de alumínio.

Especificações do produto: dimensões 2,20m X 0,92m, dimensão remontada 2,10m X 0,85m, espessura 6 mm, altura da onda 5cm, Inclinação mínima 5 graus, Peso 13kg. Número de apoios necessários 3 no centro e nas extremidades. 

Características do produto confeccionado: o material confeccionado apresenta resistência à ação dos raios ultravioleta, infravermelho e uma alta resistência mecânica, um material leve, resultante de uma economia na hora da construção com uma estrutura favorável, pois um material não quebrável, não são necessários maiores cuidados no transporte e manuseio, como já foi dito um produto100% reciclado, e reciclável, impermeável, pois não absorve umidade, um grande isolante térmico 30% a 40% menos quente do que as telhas tradicionais feitas de amianto, é também um material bem vistoso, podem ser trabalhadas em projetos arrojados, auto-extinguível, não dissemina chamas, sem oferecer riscos de saúde e um material fácil de fixação, sem trincamento na introdução de pregos e parafusos.

Considerações ambientais: a cobertura produzida a partir de tubos de pasta de dentes, material 100% reciclado sem nenhum tipo de efluente ou poluente atmosférico no seu processo de transformação, e também, um produto altamente reciclável. 

6.6.3 Forro confeccionado de caixa de leite longa vida

Forro Tetra é um produto confeccionado a partir da reciclagem de embalagens longa-vida, dimensões 2,20m X 1,10m, sendo 2,42 m² espessura4 mm, peso médio 15kg. Composição: plástico polietileno de baixa densidade, fibra vegetal e alumínio, papel acartonado e outros, composto por 75% de plástico polietileno, 23% de fibra celulósica e 2% de alumínio, aproximadamente 70% da matéria-prima é derivado de embalagens do tipo longa-vida e 30% de diversos produtos reciclados como plásticos, refugos industriais e fibras.

Forro tetra instalado em teto de casa de alta qualidade

São várias as vantagens da utilização do forro tetra, um material 100% reciclado e reciclável, impermeável, pois não absorve água, um material de alta resistência mecânica, pode substituir a madeira com grandes vantagens ambientais, é um produto viável com um custo favorável, pois muito mais barato do que os forros tradicionais, para colocação usa isolante termo-acústico, não tem problema de ser atacado por fungos, cupins e brocas, não é necessário a tarugagem, pois é fixado diretamente nos caibros, com espaçamento 0,50m X 0,50m, como já foi dito resiste a umidades e substancia química em geral é também auto-extinguível, não dissemina chamas é de fácil colocação, sem trincar na introdução de pregos e parafusos, não é um material quebrável ao transportá-lo, é fácil de limpar pois não acumula sujeira, usinável, um material que aceita todos os tipos de adesivos e colas de contato.

Considerações ambientais: um produto confeccionado a partir da reciclagem de embalagens recolhidas por cooperativas de catadores de lixo trazendo assim valores sociais e ambientais ao produto final, não gera nenhum tipo de efluente ou poluente atmosférico em seu processo de fabricação não um material altamente resistente e reciclável.

6.6.4 Tinta látex acrílica ecológica

Fabricação de tinta a base d'água, um produto absolutamente isenta de solventes um compostos orgânicos voláteis. Um material estabelecido de acordo com os padrões internacionais, União Européia de matérias utilizados em construção sustentável, produtos ecologicamente corretos.

O material é confeccionado a partir de uma resina acrílica de qualidade e com pouquíssimo odor, um material de boa qualidade com um grande poder de aderência e cobertura em alvenaria, reboco, forros acústicos, divisórias, gesso, madeira, massa corrida tipo PVA, massa e seladora acrílica, e ainda sem pigmentos à base de metais pesados, não é um material agressor a animais e o meio ambiente. O material tem 36 cores básicas, com possibilidades de preparo de outras cores desejadas.

Rendimento: 90 - 110m² por lata de 18 litros, com duas demãos, 18 - 20m² para galão de 3,6 litros.

 Considerações ambientais: um material de baixo impacto ambiental, não é um material agressor à saúde, não gera poluição na atmosfera como alguns produtos que caucionam a destruição da camada de ozônio e a formação de ozônio troposférico.

6.6.5 Piso de material reciclado antiderrapante

Piso antiderrapante produzido com material reciclado

O piso antiderrapante tem o formato de 0,35mX 0,35m peso de 1,1kg e 0,40m X 0,40m, peso de 1,4kg com 10mm de espessura, tem textura marmorizado, a superfície é impregnada com esferas minerais proporcionando um alto poder de aderência em dias chuvoso, e ainda sua superfície original tem aparência plastificadonão liso e proporciona uma característicade semi-rugosidade.

O piso antiderrapante pode ser usado também em áreas onde é necessária uma superfície aderente, garantindo uma boa condição adequada para pedestres nos período de chuva.

 O produto é composto por 70% de embalagem de caixinha longa - vida reciclada - alumínio, papel acartonado e plástico -, e com 30% de plástico, fibras vegetais, e outros reciclados.

 Um produto altamenteImpermeável, envolvido com protetor contra raios ultravioleta, como já foi dito revestido com esferas minerais para garantir uma aderência em dias de chuva, pois um produto antiderrapante, tem uma boa qualidade térmica não muito quente em dias de sol, resistente à umidade e produtos químicos com absorção de água menor que 1%, usinável,com facilidade para corte com serra elétrica manual e tico-tico, um produto de fácil fixação, facilidade de limpeza com detergentes e outros produtos.

Considerações ambientais: um produto confeccionado a partir da reciclagem de embalagens recolhidas por cooperativas de catadores de lixo, trazendo assim valores sociais e ambientais ao produto final, não gera nenhum tipo de efluente ou poluente atmosférico em seu processo de fabricação, um material altamente resistente e reciclável.

6.6.6 Tubos de PVC pet

É o caso da novidade mais "quente" do mercado: os tubos para esgoto de prédios, fabricados pela Empresa Brasileira de Reciclagem (EBR) com PET revalorizado. Batizados de Tubo pet estão à venda desde abril. Teoricamente, é impraticável produzir tubo de PET.

Até provar o contrário acadêmico e especialista em máquinas que nunca se fabricou antes tubos de PET porque a resina não permite. A idéia do projeto começou há cerca de um ano e ganhou corpo nos últimos meses, até se concretizar em abril, com a produção dos primeiros lotes. O material consiste numa blenda de plásticos reciclados, com teor acima de 75% de PET pós-uso.

Até sair da extrusora, o projeto passou por diversas mãos: IPT; Falcão Bauer, onde a EBR buscou as especificações necessárias para produzir seus tubos.


Além dos diferenciais no maquinário, a produção desses tubos também requer ferramentais especiais. 
Relatório técnico emitido pelo DEMa/UFSCar, com ensaios físicos e térmicos aprovaram a família de tubos, composta por diâmetros de 40 mm, 50 mm, 75 mm e 100 mm. Os tubos passaram por análises de classe de rigidez, ensaios de temperatura de amolecimento Vicat, e resistência ao impacto por queda de dardo.

Os resultados isentam o produto de laminação trinca, rasgo ou ruptura nas amostras para análise de classe de rigidez, e também comprova que os tubos atendem às exigências da norma NBR 5688-99 para resistência ao impacto, sem qualquer falha.

Os tubos são fabricados com base nas especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para os dimensionais, ou seja, diâmetros interno e externo, e espessura; para resistência à temperatura; e também para pressão interna e resistência ao impacto. A surpresa veio com os testes para pressão interna e resistência ao impacto, com resultados que superam as determinações da norma.


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Tubos de material reprocessado exibem alta resistência ao impacto e à pressão.

Considerações ambientais: um produto confeccionado a partir da reciclagem de garrafas, processo de fabricação, um material altamente resistente e reciclável. Atende a norma resistência ao impacto, sem qualquer falha.
A outra vantagem dos tubos de PET é a sua leveza em relação aos de PVC nas mesmas espessuras. Também permitem adesão convencional, de PET com PET, PET com PVC, e PET com anel. Além de superar o PVC em algumas características técnicas, o novo produto ainda é 15% mais barato.



6.6.7 Material Elétrico Reciclado.

Conduítes corrugados são produzidos através do reaproveitamento das embalagens vazias. Proveniente da reciclagem das embalagens, o conduíte é 100% reciclado.

O lustre foi feito com garrafas de plástico as conhecidas Pet.

6.7 CASA ECOLÓGICA

Construir uma casa ecologicamente correta é tarefa quase impossível, talvez por isso não exista casa absolutamente ecológica. O que vemos é casas com impacto ambiental menor do que as casas tradicionalmente conhecidase construídas. Esse conceito de moradia ainda não pegou definitivamente, mas está em constante evolução e deve ser a moda daqui a alguns anos, quando o homem realmente perceber a necessidade de preservar e viver em harmonia com os recursos naturais.

A construção ecológica segue as seguintes determinações

Preservação da topografia do terreno – O trabalho feito na terra em uma obra causa impacto no terreno a ser construído. A camada que fica por cima do solo, que é fértil, será toda deslocada, sofrendo alterações. Outros materiais de camadas que ficam embaixo da superior serão trazidos para cima. Na construção de uma casa ecológica, a topografia natural fica imexível e se mantêm no lugar de origem.

Área de infiltração – Outra preocupação nas construções ecológicas é permitir a infiltração da água da chuva no terreno onde foi construída. Mesmo em terrenos com uma ocupação compacta é possível deixar alguma área de infiltração. Para isso é preciso prever um mínimo espaço para pavimentação e calçamento em locais onde não são necessários.

Iluminação e ventilação naturais – Economia é uma marca nas casas ecológicas. Por isso seu projeto favorece a ventilação e iluminação naturais já que são recursos que podem ser buscados na natureza. Essa atitude economiza com lâmpadas e ventiladores.

Materiais e técnicas de baixo impacto ambiental. Os materiais de construção devem ser escolhidos privilegiando as soluções locais. A madeira costuma ser importante na casa ecológica, desde que tenha procedência certificada. Os materiais de demolição são bem-vindos, pois incorporam o conceito de reciclagem à construção civil.

Isolamento térmico – O isolamento térmico da casa ecológica deve ser eficiente. Assim, ela permanecerá fresca nos dias quentes e aconchegante no frio, cortando gastos com ar condicionado ou calefação.

Aquecimento solar - A energia solar está a disposição para ser aproveitada, e por isso, o investimento em placas de captação de energia logo será recuperado com o tempo, uma vez que será mais econômicodo que energia paga.

Captação de água da chuva. A água da chuva que cai no telhado pode ser captada e usada na casa ecológica para economizar água tratada. O custo de um sistema de captação é recuperado com a economia na conta de água.

Tratamento de águas residuais – Bastando apenas uma estação compacta de tratamento de água pode transportar a água quase limpa para ambientes definidos ou para o sistema de esgotos da cidade.

Redução do entulho – A fim de evitar o desperdício, conhecido naconstrução civil do Brasil, pode-se prever a otimização do uso do material, evitando excesso de entulho e sobras dos canteiros de obra. Mas isso vai também dos condutores da obraorientando os trabalhadores para agirem de forma responsável.

Paisagem discreta – Um toque depaisagismo na construção de uma casa ecológica pode fazer ela se integrar ao ambiente, sem sobreposição, tornando-se mais um elemento na paisagem e não o centro de tudo.

Verde - verde - Quanto mais verde, melhor na casa ecológica. O fato de haver verde já justifica seu cultivo, se não vejamos: os vegetais removem o gás carbônico do ar e ainda reduzem o efeito estufam, contribuindo para um ambiente saudável.

Mobília ecológica - Uma mobília ecológica fará grande diferença dentro da casa, além de promoverem a produção de materiais de baixo impacto. Podem ser feitos a partir de fibras naturais como vime e algodão, entre outras alternativas.

Coleta seletiva de resíduos. Na casa ecológica estão previstos espaços e mobiliário para a coleta seletiva avançada dos resíduos sólidos.

Água Econômica – Algumas atitudes podem ajudar na economia de água, como adescarga do vaso sanitário, podem ser feitas com alternativas de baixo consumo, dispondo de dois tipos de descarga (2 ou 6 litros). As torneiras também podem ser do tipo aerado, ou seja, mais econômicas.

Energia Econômica - Também há várias formas de se manter a economia de energia: aquecimento solar, fotocélulas para iluminação externa; dimmers para iluminação interna; lâmpadas econômicas e eletrodomésticos certificados, entre outras.

Se pensarmos corretamente, podemos chegar a opções mais baratas para construir casas ecológicas. Para se construir uma casa usando material de demolição, economiza-se dinheiro, já que esse material custa menos do que material de primeira. De outra forma a opção ecológica também pode ser tão cara quando a de uma casa tradicional. Isso por que alguns móveis ecológicos custam mais caros que os tradicionais, já que são fabricados em escala reduzida. Um sistema de aquecimento solar completo encarece o custo da construção, mas com o tempo se paga com a economia de energia.

Isso quer dizer que somando todos os custos, a casa ecológica pode ficar mais cara do que uma convencional nos mesmo molde. Mas soluções criativas para baixar o custo e ajudar a natureza pode ser uma boa saída para quem gosta de inventar e aproveitar recursos e materiais.

A revista Veja, em edição de 06 de junho de 2007, trás reportagem feita pela jornalista Mônica Weinberg sobre a economia de casas fabricadas com recursos alternativos e ecológicos, se não vejamos:

1. TIJOLO DE SOLO-CIMENTO

Por que é ecológico: seca ao sol - sem precisar ir ao forno a lenha. Numa casa como a de Cecília, a opção por esse tipo de tijolo poupou a queima de sessenta árvores.

Quanto custa*: 380 reais (1 000 tijolos), o dobro do preço da versão comum

Comentário dos especialistas: vale à pena investir no tijolo ecológico. Como dispensa acabamento com massa corrida, na ponta do lápis não onera em nada o orçamento da obra.

2. MADEIRA COM CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM

Por que é ecológica: vem com um selo que atesta que a madeira foi extraída sem degradar o solo nem o ambiente de onde foi retirada.

Quanto custa*: 2 500 reais (o ipê, por metro cúbico) - 15% mais cara do que a mesma madeira sem a certificação.

Comentário dos especialistas: circula a idéia de que a madeira ecológica tem melhor qualidade, mas não é verdade. Sua única diferença para as outras está no processo de extração.

3. SISTEMA DE ENERGIA SOLAR PARA AQUECER A ÁGUA

Por que é ecológico: com essa "mini-usina" caseira se gasta 30% menos energia elétrica.

Quanto custa*: 5 000 reais

Comentário dos especialistas: com a economia na conta de luz, o investimento se paga em dois anos. Uma ressalva: o sistema não dá conta das baixas temperaturas, quando é necessário recorrer ao aquecimento elétrico.

4. SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA

Por que é ecológico: numa região chuvosa, como Sorocaba, a metade da água necessária à família vem desse sistema.

Quanto custa*: 2 500 reais (para uma casa de 100 metros quadrados )

Comentário dos especialistas: compensa investir no sistema. Além de ajudar a economizar na conta, é garantia de abastecimento de água para o futuro, quando esse pode se tornar um item mais escasso - e caro.

5. ESTAÇÃO DOMÉSTICA DE TRATAMENTO DE ESGOTO

Por que é ecológica: permite reaproveitar a água para tarefas do dia-a-dia, como a limpeza da casa (como não ficam 100% limpa, deve-se evitar usá-la no banho ou para beber)

Quanto custa*: 6 000 reais

Comentário dos especialistas: na comparação com o sistema de captação de água da chuva, é mais caro e de uso mais restrito - se for escolher entre os dois, fique com o outro.

6. LÂMPADA FLUORESCENTE

Por que é ecológica: consome 80% menos energia do que uma lâmpada incandescente e dura dez vezes mais.

Quanto custa*: 15 reais (a de 20 watts) - seis vezes mais do que as lâmpadas comuns Comentário dos especialistas: compensa por ter vida útil infinitamente mais longa do que a das lâmpadas convencionais - e ainda poupar energia.

7. Benefícios da casa ecológica

Para o usuário

  • Nenhum gasto mensal com energia elétrica e gás butano;
  • Redução do consumo de água, em torno de 20%;
  • Água aquecida;
  • Mais conforto térmico e sonoro;
  • Economia na construção quando comparado a sistemas tradicionais de construção;
  • Redução no consumo de energia elétrica, etc.

Para o meio ambiente – Retira do meio ambiente

  • 700(setecentos) kg de pneus;
  • 8(oito) toneladas de entulho da construção civil;
  • 4.000(quatro mil) garrafas PET;
  • 3.000(três mil) caixas de leite tetra park;
  • Água da chuva que pode contribuir para enchentes (reservatório de duzentos litros);
  • 1(uma) tonelada de papelão, e;
  • Tubos PVC, etc.

8 CONSIDERAÇOES FINAIS

A tendência é que no futuro a consciência ecológica aumente, juntamente com as técnicas de construção, e seja mais fácilconstruir casas mais ecológicas do queexistem hoje, e são poucas, mas o caminho esta iluminado, só falta trilhar. Com os atuais conhecimentos, já se percebe que uma casa ecológica não precisa ficar no topo de uma árvore, como até certo tempo se imaginava, como na época dos seriados de Tarzan, que utilizavacipó para chegar em sua casa. Hoje já se percebe que uma casa ecológica é bem mais próxima das que conhecemos de modo tradicional, mas com diferenças significativas que amparam a reutilização de recursos naturais sem agredir seriamente o meio ambiente. Geralmente se fala em casas ecológicas, porém isso também pode ser aplicado em outras construções, como apartamentos, escritórios, prédios comerciais, etc..., que também poder ser construídos nos molde de uma casa ecológica.



[1] Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988.

[2]Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992)

[3]Meio ambiente, ou seja, "meio vivo".

[4]Bios, ou seja, biosfera, mundo, globo e etc.

[5] Resolução n. 307, de 05 de Julho de 2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA.