Beijei os cílios da Escultura feita de carne.

Fiz um passeio pelas longas mechas que são um charme.

Na areia fina as pegadas parecem uma flor.

Quando os pelos ficam arrepiados é doce o sabor.

É preciso desvendar os mistérios da pele rosada.

No olhar o brilho de uma noite quente e estrelada.

Ao desfilar pelo jardim surgem raras borboletas.

A cada passo sob o céu os anjos bradam as cornetas.

Nada que respira pode superar a perfeição corporal.

Explorar a maciez da rosa ardente pode ser fatal.

As lágrimas que jorram são como ouro derretido.

Os lábios são como esmeraldas de algodão florido.

Nas pernas o odor da brisa em dias de neblina.

No cimo das torres de veludo um bosque feito de crina.

Meu coração como uma rocha a pulsar no interior do extraordinário.

Montanhas abaixo os prazeres do santuário.

Levou-me delicadamente aos confins da perdição.

Tem a Beleza e o Infinito na palma da mão.