Escrevendo a hiastória dda Implantação do Ensino Médio em Mato Grosso

 Iza Aparecida Saliés

Em 1998 a Secretaria de Estado de Educação estava em pleno momento de mudança na estrutura curricular do Ensino Médio nacional, havia naquele instante a necessidade de implementar essa etapa de ensino que inspirava bastante formação e preparo da equipe técnica do órgão.

As antigas definições que eram voltadas para um mercado de trabalho, pela especialização e tecnicismo, ou para o vestibular, passaram a ser debatidas em todos os estados do país uma vez que a LDB propunha um ensino médio renovado respaldado em outras teorias e concepções de currículo.

Historicamente os cursos profissionalizantes que foram criados para atender uma demanda de jovens que precisavam trabalhar, não estavam mais atendendo, as escolas ofereciam o corso de técnico em contabilidade, datilografia e secretariado, todos passaram por momentos crucias, pois as escolas não ofereciam condições estruturais, faltava laboratório, matérias específicos de cada curso, e também o estágio apresentava fragilidade. Além desses cursos técnicos deficitários o segundo grau convivia com os antigos cursos propedêuticos que eram destinados a uma classe social que tinha condições para estudar e preparar para o ensino superior

Diante dessa situação o governo elaborou uma política educacional onde o ensino médio deveria passar por uma reestruturação onde haveria de acabar com o antigo segundo grau e o ensino técnico da rede estadual de ensino com a finalidade de corrigir uma distorção histórica que não estava atendendo as necessidades de formação dos jovens e adolescentes da rede.

Assim desencadeou uma nova discussão sobre o segundo grau e suas finalidades, uma vez que estávamos num processo transitório, em que o computador com seu universo de informação deixavam debilitada a escola de forma que precisa repensar um ensino que não posse apenas de conteúdo, mas que pudesse atender esse novo modelo de sociedade que estava surgindo.

Com a LDB posta cabendo a cada estado deflagrar, este estado passo a questionar até que ponto deveríamos manter essa dicotomia onde oferecia o segundo grau e os cursos técnicos, que segundo pesquisas nem um nem outro não estavam defasados em sua estrutura organizacional e de curricular.

A sociedade daquele momento estava exigindo uma formação básica que pudesse ser capaz de formar o cidadão apto a continuar aprendendo, que estivesse preparado para saber tomar decisões na vida e no trabalho, além de exigir dele novas formas de saber e autonomia intelectual, esse era o ensino médio que estava sendo discutido em nível nacional, como também, aqui no estado.

Para que pudesses de fato implantar esse ensino médio que estavam discutindo precisava romper com o antigo currículo que tinha como amparo as antigas matrizes curriculares e o livro didático como referência de conteúdo a serem ensinados para essa demanda.

Nessa perspectiva havia uma corrente dentro da Seduc que discutia a implantação de um currículo que pudesse somar formação geral e educação profissional, a partir daí surge à necessidade de realizar um evento então, aconteceu o Seminário “Novas Perspectivas para o Ensino Médio, cujo objetivo foi apresentar as tendências que estavam sendo discutidas pelo país por pesquisadores de renome nacional, durante três dias de debate, que culminou num resultado satisfatório uma vez que o estado desde 1995 já vinha pensando sobre os dilemas do ensino médio.

No mesmo momento em que a Seduc fazia esse evento foi debatido também as Diretrizes para o ensino médio que seria implantado, e contou com a presença de professores das mais distantes regiões do estado.

Segundo os palestrantes escola, mercado, cidadania e trabalho não deviam ficar cindidos como se fossem dois mundos opostos. O conhecimento que o aluno constrói na escola, mas precisamente da sala de aula, tem que sair pra rua, ou seja, deve ser utilizado no dia-a-dia, devia ser contextualizado com o cotidiano do aluno, além de romper com as tradicionais disciplinas escolares.

O secretário da época Dr. Fausto Faria, disse que “repensar o Ensino Médio também requer uma profunda reflexão sobre a interdisciplinaridade como uma alternativa para aulas mais ricas, mas qual o aluno apreenda o saber no seu sentido globalizante” [1]     

Estava lançado o desafio, o governo esperava que os agentes do processo, os professores, propagasse a reforma na escola e na sua prática, segundo as perspectivas que estavam sendo deflagradas pelo MEC e precisam ser e implantadas no Estado.  

  

Referências  

Governo do Estado de Mato Grosso, Expediente, Recado Revista, Publicação Mensal da Secretaria de Estado de Educação, Governo Dante de Oliveira, Agosto, 1998.   



[1] Editorial da revista recado /Seduc/MT, 1998