Na escola não é diferente, uma vez que o ensino ainda encontra-se alienado a pedagogia tradicional, onde o conhecimento tem por finalidade facilitar a memorização por parte do aluno, sendo este o estágio máximo, que o aluno pode alcançar, segundo a lógica predestinada do professor. Nestas escolas a metodologia frequentemente se define nas aulas expositivas, seguindo uma sequência fixa, enfatizando a repetição de exercícios e exigindo a memorização do tema abordado. Em suma, nunca é considerado o que a criança aprende fora da escola. Os únicos recursos didáticos além do livro são o quadro e mais arcaicamente a cartilha que simbolizam de forma clara, a precariedade dessa fase ainda inclusa em várias escolas no século XXI.

Neste contexto a avaliação obtida nas escolas tradicionais se traduz em: desenvolver no aluno o ato de reproduzir exatamente o que o professor lhe ensina, desenvolvendo assim um pensamento que compete ao professor não ao aluno. Consequentemente o professor só poderá ser considerado um bom professor se obtiver uma boa nota por parte dos alunos. Resumindo, a aprendizagem, o ensino tanto do aluno quanto do professor baseia-se no mero fato de decorar o que foi repassado.Neste sentido Vasconcelos (1995), afirma que:

"O aluno recebe tudo pronto, não problematiza, não é solicitado a fazer relação com aquilo que já conhece ou questionar a lógica interna do que esta recebendo e acaba se acomodando. A prática tradicional é caracterizada pelo ensino 'blá-blá-blante', salivante, sem sentido para o educador, meramente transmissora, passiva, a - crítica, desvinculada da realidade, desconectada".

(Vasconcelos, 1995, p.21)

O que Vasconcelos afirma e exatamente o que ocorre na maioria das escolas públicas do Estado do Amapá. O ensino voltado para a repetição do conteúdo, sem que haja o interesse em aprender, utilizando o concreto. Quando me refiro a concreto, penso num conhecimento sistematizado, onde o aluno aprenda com a realidade em sua volta, tornando a aprendizagem mais significativa para o aluno e facilitada para o educador. Uma vez que o professor aprende também com a realidade do aluno, e ultrapassa o paradigma de detentor único do saber, a passa à postura de pesquisador, que esta em processo contínuo na elaboração da aprendizagem.

Todavia a pedagogia tradicional necessita de mudanças. A principal parte do pressuposto básico de que o ensino concebido pela maioria dos professores permanece na ilusão de que o educador é detentor único do saber, e o aluno uma máquina que apenas memoriza e repete um conhecimento pronto e acabado.

Desse modo torna-se impossível que o professor do curso de Magistério não possua um referencial teórico que possibilite uma maior abordagem de conteúdo e melhor compreensão do aluno. De certo que as aulas não mais se tornaram tendenciosas muito menos irão cair na monotonia de filas, silêncio, quadro e giz, professor fala e o aluno escuta, o professor escreve e o aluno copia, o professor manda e o aluno obedece.