A Escola Ivony de Camargo Salles, surgiu em um contexto, onde tanto em, Itatiba, quando nos outros lugares do Brasil, a globalização esteve acirrada, e por meados de 1950, com a rapidez da industrialização estrangeira, se instalaram as maiores exportadoras de móveis coloniais conforme:

“ O SURTO INDUSTRIAL MOVELEIRO A partir da década de 1960 o setor industrial itatibense tornou-se mais variado. Começava a se estabelecer na cidade a indústria de móveis com design colonial em madeira maciça. Segundo Gabuardi (2004), os pioneiros da indústria do móvel colonial em Itatiba foram José Chadadd e Salvador Salermo. Em 1960 era fundada a “Colonial Comércio e Indústria de Móveis” que fabricava cópias de peças antigas em madeira maciça “. ( O PAPEL DA INDÚSTRIA MOVELEIRA NA ECONOMIA DA CIDADE DE ITATIBA – SÃO PAULO – BRASIL 1 Márcio Adriano BREDARIOL 2005)

A concepção de escola era diferente, o objetivo era formar para a obediência e o respeito às autoridades, e, o comportamento, era a própria visão foucaultiana do adestramento do corpo, distribuição de gênese e controle do tempo, mesma formação da sociedade industrial, era exposto ao filho e o aluno, pai e mãe, diretor e professor.

Tudo que ele deveria ser em casa, basicamente como um filho idealizado. Uma doutrina imposta pela educação, foi rigorosamente seguida, quando se trata de imposição, e, até mesmo, “predeterminação”, as crianças que frequentavam a escola eram alvo de disciplinas, que moldavam seus padrões comportamentais, isto é, a socialização primária condicionada e a socialização secundária adestrada.

A ideologia da propagada como atrativo de mão-de-obra barata era mais potente, pois não se tratava do científico e o epistemológico. Era o empírico, uma imposição científica utilitarista para o novo mercado ‘o capital’ algo que acreditavam e as crianças dessa geração, infelizmente, como sendo um fruto pragmatismo.

A educação formal era algo que traria ascensão social, econômica e afins, neste período, 1950.

A concepção do “ser humano” pregada pela escola francesa, em volto das letras, artes e ciências, foi devastada, o que prevaleceu nesta década foi o a expansão industrial caracterizada, basicamente em possuir diplomas, possuir títulos, que garantiriam a chave para desencadear um leque inigualável de empregos, que se tinha em Itatiba.

E, quem frequentasse, seria respeitado, inclusive pelos colegas acadêmicos, já quem não estivesse na escola, seria visto como um fracassado, ou inferior, socialmente, predominando a ideia dentro de uma polifonia, ou seja, a ideologia já havia se propagado na maioria dos indivíduos que compunham a sociedade, a intenção realmente era essa: a propagação alienaria um ser, e isso seria passado, de indivíduo para indivíduo, até que a questão se estar presente, dentro de um ambiente acadêmico, fosse absolutamente desejável apenas por cinco por cento da população.

A coisa imposta pela educação capitalista, era realmente este objetivo, o de impor essa ideia dentro da mente das pessoas, ou seja, queriam que acreditassem que o trabalho fosse algo muito positivo, na visão de Augusto Comte: ORDEM  PROGESSO!

E o “ fim de que, não contestassem as injustiças sociais, pois o que era exposto e conscientizado, se tornava apenas um fragmento de informação, limitando o pensar. Por conta, realmente, do interesse econômico (Gadotti, 1990. P, 78-100),

Aí está a explicação em abordar tantas disciplinas estrangeiras, como o inglês, o latim e o francês, talvez uma adaptação à nova era globalizada? Essa nova era, em que as indústrias começaram a aflorar de maneira desenfreada, causou caos em questão da academia, pois para as escolas se adaptarem de um período para o outro, era difícil, logo que a formação de docentes, não tenha chegado tão antes da expansão industrial estrangeira (Nidelcoff, 1979. P, 44-49).

Sobre o aspecto físico, o prédio ocupado pela escola, foi construído em 1950, por conta, realmente, de ser no centro de Itatiba, e de fácil acesso à todas as regiões da cidade interiorizada, neste tempo, muitas escolas surgiram para conseguirem acolher toda a população que desejava ser acadêmica, tanto que, segundo a testemunha I,  atualmente a escola trabalha com um público alvo muito divergente, de toda a região de Itatiba, segundo ele a maioria dos discentes ainda possuem a mesma concepção ideológica de 1950, outros, de classe média alta, não se preocupam tanto com a questão de notas, aprovação, meritocracia e afins.       Havia, no mesmo prédio, uma escola que funcionava no período noturno, essa escola era e é ETEC, e, no mesmo tempo, também criaram, segundo a Testemunha I,  em a escola de primeiro e segundo grau “Manuel Euclides de Brito”, essa escola também era tradicional, ela também buscou abarcar o quanto de alunos possíveis, para suprir a mão de obra de indústrias estrangeiras, adaptando também seu currículo e maneiras de ensino, isso, causou muita discussão entre os professores, pois não possuíam estrutura acadêmica para essa nova era da Educação Capitalista em Itatiba. É como por exemplo a Lei que determina o ensino obrigatório dos povos africanos em escolas de ciclo I, II e afins, os docentes estiveram adaptados ou preparados? Obviamente não, houve um tempo para a adaptação docente, com especializações e afins, o mesmo ocorreu na década de 1950 com as escolas tradicionais. Houve uma lei, que determinaria o futuro da escola Ivony: Lei, número 1.071 de 21/09/76, que, curiosamente, antes de ser proclamada, a escola Ivony de Camargo Salles, já funcionara em dois períodos, ou seja, manhã e tarde, essa flexibilidade de horários, que antes não possuía, foi inovadora, por conta do jovens que iriam trabalhar, tanto no período da manhã, como no da tarde e no noturno, mesmo antes de receberem o diploma, estar matriculado em uma escola, era algo que se destacava no currículo, para uma vaga desejável, aos educandos capitalistas. E, essa era a intenção da Lei, ela funcionava durante a manhã e tarde, já à noite, funcionava a E.E.  Rosa Perrone Scavone, que era de segundo grau, ela era em sua essência, uma escola técnica, em que o estudo, envolvia teoria e prática, tornando-se uma práxis, tanto que na figura 2, mostrará, que eles também possuíam a disciplina de trabalhos manuais, ou seja, a prática para eles, neste tempo, era muito pertinente, e como alvo da educação capitalista era essa, a intenção, realmente, era treiná-los, baseados na mão de obra de indústrias regionais.

E como consequência, uma parte do prédio, atualmente, faz parte da ETE. Rosa Perrone Scavone, não na mesma razão social, mas sim no mesmo prédio, isso implica em diversos pontos, e um deles é o momento de saída e entrada de alunos, que ocorre trânsito rápido nas ruas, atrapalhando a passagem de automóveis. Portanto, o prédio, ainda sim, nos dias atuais é utilizado por diversas escolas, e que ainda sim adotam divergentes discentes, a única diferença entre os prédios, é que, para as escolas técnicas, o aluno precisa ter ótimas notas e um bom desempenho acadêmico dentro de sala, para que ocorra a chance no processo seletivo, que costumam realizar, periodicamente todos os anos letivos.

Tanto na escola normal que funcionava no Ivony de Camargo Salles, como as técnicas da região, na década de 1950 funcionavam, segundo a visão estatizada, com os novos moldes da industrialização estrangeira, como máquina e objeto do capital, ou seja, o aluno seria altamente preparado para se adaptar a essa nova Educação capitalista, e assim por diante suprir a necessidade das empresas, e, por consequência, o ser humano vem sendo alienado, e domesticado, através de um controle social, para esse controle, há estudos estritos, para que a mente humana seja domesticada ou “re-domesticada”, através de imagens, comerciais e afins, fazendo com que ela possua a ideia de que necessita daquilo, de que, depende daquilo para sobreviver, e, através dos diversos meios ideológicos, vão norteando a psique humana, eles visam a servidão voluntária na década de 1950, nas escolas, e os processos de alienação, entram em concomitância com cultura, religião, mídia, política e também o psicológico, ou seja, eram diversos meios de propagação para que fosse eficaz a ideia que queriam impor, essa nova Educação, dentro de um parâmetro capitalista, alimentando o trabalhador, de que uma vida melhor ele terá se trabalhar, e que se não trabalhar ficará marginalizado, ou seja, à margem da sociedade, de que, ele seria um estorvo para a sociedade, e que para isso não ocorrer, ele devesse adentrar a essa nova ideologia, tentaram, então, juntar o útil ao agradável, ou seja, eles queriam que pensassem, que se não estudassem e não trabalhassem não seriam alguém na vida, na sociedade e não seriam recompensados com a meritocracia, já se estudassem, seriam privilegiados, tanto no ramo econômico como no social. O objetivo central seria que eles, os acadêmicos e os trabalhadores, se acostumem com a sua mão de obra, escrava do capital. Aqui, surge a educação, utilizaram ela como meio para propagar tal ideia, e alienar as pessoas, a ideia ,de que ganhariam um salário extremamente alto, e que se elas adentrassem na escola, que não seria apenas para se conhecer, para formar pensadores, para formar cidadãos capacitados para criticar a sociedade, saber debater sobre cada ramo do conhecimento, ou até mesmo evoluir no intrapessoal, através do conhecimento, eles deveriam decorar, para colocar em prática, o que aprenderam na escola, trabalhar na indústria/empresa, infelizmente para a classe erudita daquela época, não era abordado  conhecer a sua história, ou afins, mas sim que elas teriam chances, com novas empregabilidades (Arruda, 1987. P, 66)

Segundo a testemunha I, no tempo em que a escola foi criada, houveram muitas escolas, criadas, principalmente, escolas técnicas, escolas estas, que deveriam suprir as necessidades do novo parâmetro capitalista de sociedade industrial, as escolas técnicas eram e são mais procuradas, porque elas possuem formação mais complexas, e por conseguinte, atendem as demandas empresariais, o que é ótimo na mente de quem está adaptado a educação Capitalista, a questão é que com novos produtos manufaturados, e o desejo e anseio por pensar que necessitavam daquilo, motivava-os, para que eles se adaptassem ao meio capitalista, muitas empresas como Scavone, foram construídas em Itatiba, e isso fazia com que o comércio aumentasse, logo que os trabalhadores tivessem direito a possuir esses bens, e, para possuir os manufaturados, produtos de bens duráveis, ou não, teriam que possuir uma renda monetária significativa, e que para isso ocorrer, deveriam estar preparados e adaptados academicamente, e, suprindo a mão de obra de empresas, eles conseguiriam obter luxúria, principalmente estrangeira, que era tão almejada, que, segundo Vizentini, 1999, o Brasil, tanto no início do século XX, como em sua trajetória, visou muito atrair o estrangeiro, seja em questão de alianças ilícitas que possuíam antes da República Velha, ou depois de tirarem Vargas do poder, os entreguistas, que não faziam parte da elite, queriam uma nova aliança com os EUA, e os 50 anos em 5, com o plano de metas, foi o estopim para que tudo ocorresse, e que a industrialização estrangeira chegasse à nação brasileira, não queriam um desenvolvimento, baseado nas reformas de base, uma das características de Getúlio Vargas, e seus seguidores, mas queriam desenvolver o país, segundo esse autor, tornando-se dependente dos EUA, principalmente com Washington, o que era praticamente impossível, pois pós Segunda Guerra Mundial, os EUA estavam voltados aos países que mais sofreram, queriam investir neles para que não se propagasse o socialismo, e o Brasil ainda acreditava que poderiam ter essa aliança novamente, o que acontece foi que era tão vantajoso para os EUA trazer as indústrias estadunidenses para cá, que toparam com um acordo facilitador, o que ocorre é que o país, tornou-se alto dependente da indústria estrangeira, e a Educação, nesse meio, sofreu divergentes impactos, tendo até mesmo, que modificar suas estruturas internas e o currículo, que muitas vezes, foram moldados no quesito regional, essas empresas necessitariam de ter uma mão de obra especializada, e é ai que entram as escolas técnicas, que em 50 e, a posteriori, se tornou a ETE. Rosa Perrone Scavone, em sua essência. A questão da mídia influenciou muito, e as pessoas, com a ideologia de que ganhariam mais, se entrassem em escola técnica, tomou conta da sociedade. A escola ganhou força, mas a questão de o porquê entrar em uma escola técnica do que entrar em uma escola normal, perturbavam as pessoas, e isso fazia com que, houvessem dúvidas quanto seguir determinada “linha de escola”.

Nas relações sociais, baseadas na divisão internacional do trabalho, do capitalismo transnacional do século XX, o único sujeito é de fato o capital, para eles pouco se interessava os acadêmicos e sua trajetória de vida, eles queriam, segundo a visão do segundo autor, desenvolver o Pindorama Contemporâneo, apenas com a mão de obra dos trabalhadores, essa era a intenção deles, o principal objetivo era estruturar a educação acadêmica, dentro dos moldes da nova era, em que se encontrava o Brasil, e, principalmente Itatiba, para suprir a demanda industrial. O capitalismo em sua ideologia, na sua parte escrita, levando em consideração a diversificação e multiplicação das relações produtivas, com o papel transformador, tendo por base as inovações tecnológicas, fugirão totalmente da lógica do emprego daquele contexto histórico, ou seja, tratando-se aqui, em 1950 do capitalismo desigual, onde não são todos que possuem poder de se tornarem burgueses, apenas trabalhar e trabalhar, para alcançarem objetivos de bens de consumo. Diferentemente da educação anarquista no Brasil, nos anos de 1912 com a Primeira Escola Moderna Número 1, visando o racional-libertário, ou seja, conscientizar a população, a psique dos cidadãos em relação à desigualdade social, com a Pedagogia Libertária, e, a posteriori, com outros pensadores educadores como Paulo Freire, quando escreve o livro: “Pedagogia do Oprimido” (1968). Agora, houve uma diversificação na mão de obra, talvez seja esse o objetivo, segundo a Testemunha I, de surgirem tantas escolas técnicas, para suprirem as necessidades daquele contexto histórico, que por sua vez, era de extrema necessidade mão de obra para o trabalho. Por essa questão, para os concidadãos de Itatiba, com essa nova ideologia imposta em suas psiques, e também, tendo sido propagada em diversas áreas como a mídia e afins, foi-se pertinente para eles aderir aos estudos, pois com a mão de obra diversificada, o conhecimento, mesmo que técnico, era essencial, pois segundo a Testemunha I, já era cobrado que se tivesse tal nível de ensino, para que se começasse a trabalhar, por isso que a escola se adaptou aos novos moldes, sendo flexível com horários, pois assim, quem já estivesse dentro do ramo acadêmico, estaria um passo à frente, o que era essencial, para as pessoas terem sucesso no mundo capitalista, nos negócios, e o que todos já sabiam, é que para chegar na fulgência de uma ascensão social, deveriam aderir aos estudos, sejam eles normal ou técnico da década de 1950. Portanto, a relação em que as pessoas possuíam, em aderir ao novo molde de ensino, das décadas de 50, onde não haviam reformas ainda, da pedagogia libertadora de Paulo Freire, e afins, o principal objetivo era formar cidadãos para a lógica do mercado, era contribuir estritamente com a mão de obra (Arruda, 1987. P, 65), tomando por base a divisão do trabalho, por conta das indústrias estrangeiras, que causaram um impacto regional nacional, tanto quando se fala de Educação, quanto de outros ramos sociais, o que costumou predominar, foi o anseio por um status mais invejado, a diversificação da mão de obra, e consequentemente a posição que a pessoa ocupava dentro disso.

Para atender ao novo público, em que esteve localizado a sociedade, que seria o de industrialização estrangeira dentro do país, segundo a testemunha I, as escolas técnicas eram essenciais, e os períodos determinados também, pois, segundo os docentes, que acompanham o trabalho da testemunha, diziam que era mais prático para fazer treinamentos à parte, que as escolas normais tinham horários inflexíveis, mas que isso passou a mudar depois de 50.

A figura 1 representa a rua que se encontra escola Ivony de Camargo Salles e a ETEC.

 

Conforme todo o processo de globalização, desde 1950 até o “status-quo”, as sociedades vão se modificando, os países vão se modificando, as civilizações e afins, e no meio de tudo isso é que entra novamente a escola, onde as questões vão ficando cada vez mais complexas para ela no nosso contexto. Desde 1950, a Educação capitalista, está presente na mente e nas ideologias propagadas pelos indivíduos, por geração em geração, as pessoas vão perdendo a essência, segundo a Testemunha I, da verdadeira Educação, seja em cursos livres, ou até mesmo para ser pensante, para pensar, para criticar eticamente a sociedade em que estamos inseridos.

Conforme a desigualdade, tanto no ramo social como no econômico, as sociedades foram ficando cada vez mais contrastantes, mais divergentes, e os pontos de vista, foram se fragmentando cada vez mais, isso fez com que, diversas vertentes teóricas, dentro da educação surgisse, fazendo com que, também, surgissem diversas maneiras de lecionar, por exemplo, fazendo com que o ambiente escolar fosse modificado, e mantém sua constante modificação, isso foi o que ocorreu, segundo a Testemunha I, com a professora Ivony de Camargo Salles, pois, ela possuía ideias extremamente inovadoras, isto porque estamos levando em conta o contexto da época, as ideias das pessoas de 1950, dentro disso ela era inovadora, suas aulas eram totalmente diferenciadas quando se trata de métodos de ensino e aprendizagem, sendo assim, ficou muito conhecida e era muito desejada por  suas aulas dinâmicas. Já, quando se trata da escola, desde seu início até os dias atuais, temos:

“A E.E. “Profª Ivony de Camargo Salles” está instalada num prédio de construção antiga no centro da cidade e acaba de passar por uma reforma que não implicou em ampliações ou construções, somente melhorias no piso, forro, banheiro de alunos, adaptações para portadores de deficiências, cozinha e pintura. A escola localiza-se na região central da cidade, recebe alunos de todas as regiões do município, devido a facilidade de acesso, em seu entorno permanecem desocupados, traficantes, e.t.c. exigindo sempre a atenção e intervenção das autoridades competentes. Outra grande dificuldade é em relação ao trânsito muito movimentado próximo a escola e a existência de uma escola técnica, em frente, complicando a movimentação dos alunos e o fluxo de veículos”

Informações sobre a escola, disponível em: http://dejundiai.com/download/ESCOLAS/Plano%20de%20Gestao2011_2014/PLANO%20DE%20GEST%C3O%202011-2014%20-%20IVONY.pdf

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem 2: Ficha de 1952.

Percebe-se que na Ficha Individual do Ano Letivo, tinham a disciplina “Trabalhos manuais”, isso porque nos novos moldes da educação capitalista, em que a globalização se encontrava desenfreada, e a escola teve de se adaptar a essa nova era, era visível, principalmente quando se trata de rompimento com a Educação, antes obtida, a grande questão é que não possui nota, talvez seja por que os acadêmicos ainda não trabalhavam? Ou ainda os docentes não possuíam tal especialidade? A questão é que, também, a questão da disciplina da língua influenciou muito, talvez para adaptá-los aos moldes em que se encontrava a sociedade.

E, é assim que se estrutura a educação capitalista, pois ela precisaria, ser funcionalista, utilitária e unilateral.

Percebe-se que na Ficha Individual do Ano Letivo, tinham a disciplina “Trabalhos manuais”, isso porque nos novos moldes da educação capitalista, em que a globalização se encontrava desenfreada, e a escola teve de se adaptar a essa nova era, era visível, principalmente quando se trata de rompimento com a Educação, antes obtida, a grande questão é que não possui nota, talvez seja por que os acadêmicos ainda não trabalhavam? Ou ainda os docentes não possuíam tal especialidade? A questão é que, também, a questão da disciplina da língua influenciou muito, talvez para adaptá-los aos moldes em que se encontrava a sociedade. Era preciso, segundo a visão deles, que aquela concepção do trabalho “primitivo”, saísse da cabeça deles, que eles começassem a utilizar o trabalho, realmente e definitivamente, como algo bom, algo que faria com que eles tivessem uma chance melhor no mundo do trabalho capitalista (Arruda, 1987). Quando se trata da escola atualmente, tem-se uma estrutura diversificada, como por exemplo:

A escola dispõe de seis salas, entre elas uma para inspeção, uma para secretaria, uma para a diretoria e coordenação, e uma para os professores, doze destinada às aulas, bem como um pátio e uma sala para a preparação dos alimentos, uma quadra e jardins logo na entrada na escola, segundo a testemunha I, a escola servia para os alunos da época, depois disso não houveram mais construções, as salas de aula possuem atualmente, lousas de escrever com canetas marcadoras e carteiras velhas, logo, em consenso com a testemunha I, a escola não responde às necessidades da atualidade, com a nova era de informação, através da globalização que induz e facilita o uso de celulares, computadores e internet, no entanto a escola não dispõe desses objetos, tornando difícil a convivência dos alunos, difícil a propagação de informações, bem mais o conhecimento.  Seguindo a explicação de Chaves (2015):

“Menos de 15% das escolas brasileiras têm um nível considerado adequado de infraestrutura e apenas 0,6% alcançam o padrão avançado. As deficiências primárias como falta de acesso a água e energia estão sendo resolvidas – cerca    de 95% das instituições públicas contam com esses recursos –, mas o Brasil ainda está longe de oferecer espaços adequados de ensino para a maior parte de seus alunos.”

A escola se localizava em um bairro muito pobre, e isso favorecia a visualização de alunos que se embriagavam e utilizavam drogas ilícitas, atualmente, também se vê drogas ilícitas pelos arredores da escola, através dos depoimentos dos alunos em sala, para professores e estagiários, são perceptíveis o uso e a dependência química por parte dos discentes, periodicamente é acionado o conselho tutelar, no entanto não há resolução do problema.

Segundo a testemunha I, os professores mantêm diálogos construtivos, pensam em seus alunos, desde o princípio 50% do corpo docente, formado na escola Ivony eram individualistas, os outro 50% eram unidos, faziam com que houvesse mais produtividade no trabalho docente. Atualmente, tem-se diversas propostas pedagógicas imposta pelo MEC e pela Diretoria de Ensino, para a resolução de DP’s, ou seja, recuperação para os alunos que não alcançaram a nota razoável, ou seja, reprovam nas disciplinas, e no próximo bimestre, realizam trabalhos, para que consigam ter um desempenho mais eficaz, e assim, contribui para formar cidadãos mais críticos na sociedade, e afins, a progressão continuada não é adotada pela escola de maneira estrita, mas apenas de maneira extrema, existe como desligar a matrícula dos acadêmicos, para que a escola não sofra com impactos negativos, isso acontece periodicamente, quando o aluno alcança 15 faltas, através disso ele é automaticamente desligado do sistema em que se encontra matriculado. Os professores, em parceria, conversam e dialogam, para chegarem a um consenso, ou seja, para saber que está apto ou não para ser aprovado nas disciplinas, levando em consideração o desempenho em outras matérias, bem como, dialogam e mantém informados a coordenação e direção, sobre as faltas, para que o sistema de desligamento seja concluído com sucesso.

Para os professores, visitar museus e outros monumentos históricos ou atuais, contribuem para a formação do conhecimento do aluno, fugindo um pouco da teoria, para mesclar a prática, ou seja, umas práxis. Sempre estão saindo para museus em regiões próximas, e acreditam que isso favorece o contato com o abstrato, fugindo apenas do concreto, pois segundo a testemunha I o aluno, sai do ciclo básico I sem ter se desligado do concreto, portanto, para o professor, é difícil tratar de imanência, transcendência, tudo o que foge do concreto, as visitas culturais, então, auxiliam na formação de uma psique mais rica e mais diversa dos discentes, para que quando for tratado em sala, o assunto se torne mais claro, e assim, possa chegar à realidade do aluno.

No entanto, não adianta muito, segundo a Testemunha I, a escola se estruturar para manter uma aprendizagem rica e construtiva, se as famílias são desestruturadas, segundo o professor a segurança familiar é falha, porque logo após o término das aulas os alunos permanecem à frente da escola, um lugar lícito, dispondo de tabaco, bebidas alcoólicas e até mesmo drogas ilícitas, cabendo ressaltar que todos os que presidem no local são menores de idade, simples alunos.

A concepção de escola muda muito, conforme o passar dos tempos, cada contexto exige uma maneira diferente de ensinar, e isso difere de pessoa para pessoa, ainda mais em uma sociedade capitalista e cada vez mais individualista.

A família dos discentes, segundo a testemunha I, eram muito mais participativos na vida dos acadêmicos do que atualmente, segundo ele, os alunos temiam somente de citar o nome dos pais, bem como, do famoso “livro negro”. A família esteve engajada durante muito tempo, no final do século XIX, mas por meados de 2005 houve um afastamento que perdura até os dias atuais, esse afastamento possui vínculo com pais jovens adolescentes, segundo a testemunha, muitos pais ainda nem completam 26 anos.

A educação no século XX, como época moderna brasileira, abarcava um outro público nas escolas públicas, e precisa-se, entrando no século XXI, fazer diversas análises historiográficas, do que entra e do que sai, porque mudou-se completamente o contexto em que a escola foi inserida, mudou-se a necessidade da escola naquele contexto atual, e isso é visível na prática.

Com essa nova realidade social, as famílias estão cada vez mais desestruturadas, seja, a priori, por falta de conhecimento e conscientização, sobre gravidez, ou pelo uso e influência de drogas para os filhos. Todos sabem que educação vem de casa, e isso é um fato, a escola atualmente, está se tornando um ambiente para a inclusão social apenas, eles não estudam, não pesquisam não buscam, nem utopias acadêmicas possuem.

Família desestruturadas, quando estamos nos referindo, é também em relação à classe social, por exemplo, o ambiente em que o indivíduo vive, pode até ter o acesso à educação, mas não se utiliza de forma consciente, não adianta abarcar meios da supra estrutura, e a infraestrutura estar desligada do objetivo verdade, para o crescimento intrapessoal. É utilizado muito mais os computadores, celulares e afins para redes sociais, conversas e outros aplicativos, as crianças desde o berço, atualmente, mas sem generalizações, então colocaremos a maioria, não escutam um livro se quer, dos seus pais.

A globalização atualmente, e a nova era informacional, não inclui todos os alunos da escola Ivony, segundo a Testemunha I, pois, muitos ainda não possuem aparato que auxiliem no estudo, e a questão bastante colocada é que a escola está longe do aluno, devido às novas tecnologias e avanços, mas, não exatamente por causa destes avanços, o aluno está longe da escola pela falta de objetivos concretos de futuro, que também vem se perdendo ao longo dos tempos. E mesclando exclusão e meta, segue-se disponível no: “dia-a-dia-educação”, que:

Nem todos alunos tem acesso a tecnologias fora da escola, e falta-lhes, ainda, uma meta, por isso, tanto a retenção quanto a evasão são índices altos. À escola cabe promover o “encontro” do aluno com seu objetivo na vida, mas, não sozinha, primeiro há a necessidade de um Norte, por parte de instâncias superiores, e, principalmente, do apoio da família. Os índices de transferência foram altíssimos, um dos fatores responsáveis por este aumento é a necessidade do aluno em trocar de período devido a empregos e cursos, e, muitas vezes, não há vagas suficientes na escola no período contrário, tendo que recorrer à transferência para outra unidade escolar. Tem-se, ainda, a mudança de município e/ou estado por motivos familiares ou empregatícios. A evasão escolar é um dos maiores desafios do ensino formal. Além da já citada falta de objetivo, um outro desencadeador de evasão é a gravidez na adolescência, que leva as adolescentes a não frequentarem a escola por vergonha, problemas gestacionais, e, após o nascimento da criança, não retorna aos estudos. Em relação a este fato, a escola trabalha a questão da sexualidade, contracepção e direitos sexuais e reprodutivos utilizando o projeto “Vale sonhar” e complementações em sala de aula e palestras com profissionais capacitados. A escola, no ano de 2010 ficou defasada em relação ao corpo docente, pois licenciaram-se, e o processo de substituição destes foi moroso demais, até mesmo não permitido, ficando as aulas confiadas a professores eventuais, que não por sua culpa, não conseguiam prosseguir nas aulas, pois, muitas vezes, precisa-se deles em outras classes. Além de todas as melhorias e recursos que foram utilizados no ano de 2010, a escola está empenhada em buscar novos recursos, para melhorar todos os índices apresentados. Um destes recursos pode ser trabalhar vocação profissional, como medida de estabelecimento de objetivos reais para que o aluno perceba a importância de estudar.

Conclui-se, que a escola não responde mais às necessidades atuais dos estudantes, logo que, é uma outra realidade e estamos em outra era, a questão central e pertinente, é perceber o que permeia ou está aos arredores da escola, e até mesmo a vida privada dos alunos, seja em questão de estrutura familiar, que ajuda a responder essa questão, ou por vivência individual de cada acadêmico é a insegurança dos motivos da criação da escola, na sua gênese, do que no agora, em que a necessidade histórica, não é atual, ou seja, não procuram mais escolas, nem escolas técnicas, para serem empregados, ou até mesmo, se familiarizar com a industrialização.

A escola passou por reformas, mas não tão considerável, que envolva sua estrutura física. Mas sim, como adaptações para pessoas que tenham necessidades físicas como cadeirantes, surdos e afins. Atualmente, a escola recebe diversos alunos de diversas classes, desde seu período de construção histórica, segundo a testemunha I, o que chamou a atenção, e, fez com que o púbico se interessasse, foi a flexibilidade em abarcar divergentes pessoas de diferentes bairros da região. Ao redor da escola, ficam os desocupados e usuários de drogas, como já foi tratado, sendo exigido que autoridades intervenham no meio.  Outra dificuldade, do status quo, é quando se tem o horário da saída e de entrada, que ao mesmo tempo que possui o trânsito, tem-se duas escolas, na mesma rua, dificultando a saída dos discentes. Atualmente a escola é valorizada bastante, principalmente pela classe popular, pois ela oferece horários flexíveis, oportunidades para a maioria dos acadêmicos, que vem de diversos bairros, e até mesmo de cidades vizinhas, e zonas rurais do município de Itatiba.

 

Imagem 3: Diversidade de alunos na escola Ivony de Camargo Salles.

 

¹ Ler mais em: Scielo: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142011000200020&script=sci_arttext. Acesso: 26/11/2015

 

Referências

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Berger, Klaus. Hermenêutica do novo testamento. Editora: Sinodal . Ano2008

Luckman,. Em Favor da Dúvida. Editora: ABDR. Ano 1929.

Peter, Drucker. O Homem a Administração e a Sociedade. Editora: nobel. Ano 2006.

CONTE, Augusto. O Positivismo - Teoria e Prática. Editora UFRGS. Ano 2007.

FOCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Edtora: Gallimard. Ano 1975.

NIDELCOFF, Maria Teresa. A Escola e a Compreensão da Realidade. Editora brasiliense. 1979.

STUART e MILL e a liberdade. Editora Zahar. Ano 2008

Jon e Stuart. Uma ciência da Evolução Cognitiva. Editora: Gardner. Ano 2003

 

 

Fontes orais.

Imagens 1 e 3: https://www.youtube.com/watch?v=C2QIPvEMV2g

Imagem 2: Autoria própria.

Referências de internet:

http://dejundiai.com/download/ESCOLAS/Plano%20de%20Gestao2011_2014/PLANO%20DE%20GEST%C3O%202011-2014%20-%20IVONY.pdf Acesso: 25/11/2015

http://censo2010.ibge.gov.br/ Acesso: 25/11/2015

Pulo G. Fagundes Vizentini. DO NACIONAL-DESENVOLVEMTNTISMO À POLÍTICA EXTERNA INTDEPENDENTE (1945-1964). (1999)

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1442-8.pdf  Acesso: 26/11