Teoria e Conhecimento do autor Mário Sérgio Cortella.

O livro de Mario Sérgio Cortella, Escola e Conhecimento é fruto da produção de uma tese de doutor orientado  por Paulo Freire, a respeito do conhecimento pedagógico e do fundamento do mesmo pela Filosofia no uso do instrumento epistemológico.

 Diz Cortella, uma boa tese não é tão somente aquela bem elaborada, sem obstáculo epistemológico do ponto de vista do fundamento.

 Muito menos quando o leitor acha complexa ou simples termina sua reflexão a respeito da produção e compreensão do fundamento.

Uma boa tese é aquela que provoca ao leitor, o mais profundo desafio, no sentido de entender as complexidades das coisas representadas nos fenômenos em análise.

Seu trabalho é inspirado nas ideologias de Paulo Freire, na questão, sobretudo, da esperança na perspectiva de uma nova sociedade, a mudança do modelo econômico.

Esse conceito etimológico é a gênese da ideologia política pedagógica de Paulo Freire, grande filósofo e pedagogo.

O trabalho de Mário Sérgio Cortella tem como epistemologia fundamental, entender através da análise fenomenológica, a questão do fundamento do mecanismo do processo ensino aprendizagem no interior da escola.

 Como de fato realiza o desenvolvimento da teoria com o seu fundamento epistemológico.

Portanto, desenvolve uma reflexão do ponto de vista de alguns fundamentos epistemológicos e políticos na perspectiva histórica desde a implantação do regime militar no Brasil, ou seja, da criação do Estado de Exceção. A preferência da educação para formação do pensamento de elite.

A finalidade do seu trabalho é nortear os educadores na reflexão pedagógica com fundamentos políticos, a respeito do sentido social e político da educação concreta dentro de uma instituição de ensino.

Seu livro é dividido em quatro capítulos, em volta dos quais se origina a tese fundamental, que o conhecimento em qualquer nível é apenas uma construção cultural.

 Isso significa que o saber formulado é o resultado de diversas ideologias.

Existem muitas formas de ideologias, o que significa que a escola sempre terá um comprometimento político ideológico.

 Compete ao profissional da educação fazer sua escolha, de acordo com as exigências sociais.

 Não tem como negar esse embasamento, que poderá ser de caráter conservador ou inovador, dependendo do modelo de Estado que representa.

Procura também refletir no modo como o conhecimento é compreendido nas suas formas epistemológicas, selecionados ideologicamente e transmitidos aos alunos.

Do mesmo modo como o conteúdo é criado e recriado, como funcionam suas mediações das diversas epistemologias nas lógicas dos entendimentos.

O que significa na prática que o conteúdo poderá afirmar um determinado sistema ideológico na defesa dos modelos de Estado, do mesmo modo poderá através da prática de reflexão negar tais modelos. A questão do liberalismo econômico ou das sociedades coletivista.

Com efeito, a escola antes de ser um instrumento da educação é um locar de desenvolvimento político ou de afirmações políticas já desenvolvidas.  A escola é uma instituição política no modelo clássico aristotélico.

 Não tem como o professor sair dessas mediações compete aos decentes compreender as várias linhas ideológicas dos sistemas em referência aos modelos pedagógicos.

  Assumir práticas que negam a cidadania ou contrariamente, formular conteúdos práticos em defesa da justiça social, questionando os próprios modelos de Estado. Educar é politizar-se, não existe outro caminho, idéias de Paulo Freire.

Edjar Dias de Vasconcelos.