SOUZA, Jefferson Santos. Escola e diversidade cultural. 2013. 33 f. Trabalho de iniciação de curso (licenciatura me História) - Pólo de ensino á distância de Cruz das Almas - BA, Universidade Norte do Paraná. 

RESUMO 

As diversidades culturais são várias formas de culturas que uma determinada sociedade compõe. Nos dias atuais, mesmo sendo atos criminosos, ainda é muito presente o preconceito e a discriminação na sociedade moderna para quebrar este paradigma é fundamental, a interação entre indivíduos com diversas culturas, sendo assim necessitamos de uma política educacional, cujos princípios sejam: a inclusão de diversas culturas no ambiente escolar e a igualdade social. A escola precisa entender o seu papel, neste contexto, reconhecendo a educação intercultural, como fator fundamental para criar um processo de aprendizagem onde, aluno, professor e sociedade, possam compreender a importância de se conviver com as diferenças, pois todos nos queremos uma sociedade mais justa, onde cada indivíduo respeite e a sua cultura. Inclusão social, não significa somente incluir alunos de classes menos favorecidas no ambiente escolar, o ponto fundamental para a educação inclusiva, é, levar os alunos a refletirem sobre as diversidades, mostrando que somos causadores de todos os problemas sociais. Desta forma, eles irão compreenderem, qual é o papel da escola, da sociedade acima de tudo, o seu papel dentro da escola e da sociedade. Com uma educação de qualidade para todos os indivíduos, podemos mudar o mundo, a sociedade e a nós mesmos!

Palavras - chave: Diversidade, Sociedade, inclusão, escola.

1  INTRODUÇÃO

A sociedade é resultado de várias interações entre indivíduos, sendo assim, é papel do estado assegurar bons resultados, para sua sociedade.

Para evitar a anomia social, o pensador e sociólogo Èmile Durkheim diz que é preciso uma educação que seja coerente à vontade da sociedade, visando à formação do ser social, com outras palavras, a educação tem os pilares para a harmonia social. Através da educação, cada sociedade forma o tipo de homem que deseja e precisa.

No ponto de vista sociológico, a educação tem como principal objetivo, socializar a criança moralmente e intelectualmente, pode ser definida como: a preparação do indivíduo para a vida social, cultural e moral.

As interações existentes na sociedade podem ser chamadas de ações sociais. Ação social são todas as ações humanas de um modo geral, elas podem ser: tradicionais, afetivas, racionais com relação a fins e racionais com relação a valores; estas formam a cultura, que é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de uma determinada sociedade.

O ponto fundamental para a antropologia, é que o homem sempre foi fruto do seu tempo, simplificando, de acordo com as nossas ações sociais temos uma reação biológica. Biologicamente falando, somos animais como outro qual quer, mas o que nos diferencia é a capacidade de produzirmos cultura.

A relação da diversidade e sociedade é o principal foco dos antropólogos, eles tentam explicar este problema através de métodos científicos.

De acordo com a declaração universal sobre a diversidade cultural, constituída pela UNESCO, a diversidade cultural é um patrimônio comum da humanidade e é tão necessária para o gênero humano, quanto à diversidade biológica para a natureza, deve ser reconhecida e consolidada em benefício das gerações presentes e futuras.

Para a educação, não basta apenas respeitar as diversidades, é preciso que haja relação social com outras culturas, a fim de levar os alunos a relacionar a sua cultura com a cultura do outro. Dentro da escola se encontra uma grande variedade de cultura, mais ainda não existe inclusão á todas as diversidades existentes em nossa sociedade.

2  a educação intercultural

Desde sua formação, a sociedade capitalista se divide em classes sociais, tais divisões geram o etnocentrismo, que é o principal causador de um dos problemas mais complexos de nossa sociedade: as desigualdades como um todo.

Para Karl Marx, existem duas classes fundamentais para entender as desigualdades, a burguesia: detentora dos meios de produção e o proletariado: vendedor de sua própria força de trabalho. Ele conclui que a sociedade capitalista é desigual por natureza.

2.1   estudo das diversidades e o papel da escola

Assim, é importante definir que a visão etnocêntrica acaba produzindo o preconceito e a discriminação, pois avaliamos outras culturas a partir de uma comparação com a nossa, nos colocando como “superiores” ao outro. Desta forma, a escola deve quebrar este paradigma, através do conhecimento de várias culturas e da compreensão da colaboração destas para a formação da sociedade, pois o objeto de trabalho do educador é o aluno, e o resultado deste trabalho terá um impacto social.

É de suma importância o estudo das diversidades, sendo que a escola é uma mediadora entre o indivíduo e a sociedade. É preciso que o professor trabalhe de forma intercultural e saia do senso comum mostrando a realidade da sociedade através de atividades em sala de aula e extra sala, visando a formação de indivíduos não preconceituosos que saibam conviver com as diferenças.

Na sala de aula deve-se relativizar a cultura, ou seja, tirar o pensamento naturalizado dos alunos principalmente daqueles de classes menos favorecidas. Do ponto de vista sociológico, alunos e professores, devem: conhecer, entender, respeitar, valorizar e acima de tudo socializar com a cultura do outro.

Extra sala, a escola deve levar os alunos a palestras, seminários, encontros e festivais culturais, buscando a socialização destes com a diferença, através de debates e reflexões sobre o tema, pois quanto mais conhecemos um determinado assunto menos preconceito teremos sobre ele. Com outras palavras, levá-los a locais onde eles possam interagir com outros grupos sociais, sendo que o conhecimento de outras culturas melhora a relação intercultural dos alunos.

2.1.1   O trabalho do professor diante da diversidade cultural

Como o professor deve trabalhar a diversidade cultural no ambiente escolar? É importante definir como o professor pode e deve trabalhar a questão da diversidade cultural na formação do ser social. Se é papel do professor formar indivíduos que saibam viver em sociedade, é fundamental que a escola redija seu planejamento em torno das diferenças existentes no ambiente escolar e na sociedade, focalizando várias culturas (negros, índios, mulheres, portadores de necessidades especiais, etc.) preferencialmente as chamadas: classes minoritárias.

O pensador Émile Durkheim, argumenta que a educação, é o conjunto de influências que são exercidas sobre nossa inteligência ao longo da vida. Durkheim entende a educação como fato social e cultural. Este ultimo, é o que deve ser mais trabalhado pelo professor, no contexto da escola e da diversidade cultural. Desta forma, o educador deve ser pluricultural tentando desenvolver no aluno a omnilateralidade cultural.

A omnilateralidade cultural pode ser conquistada através da criação de projetos que englobem várias culturas, (é uma forma bastante eficaz de se trabalhar as diversidades de cultura existente não só na escola como na sociedade). Os projetos podem ser de música, teatro, arte e pintura, esportes etc., que visam o relacionamento de vários indivíduos com diferentes culturas.

2.1.1.1   A inclusão social

a)     O estado deve: criar um ambiente favorável nas escolas, a fim de assegurar a educação de pessoas com necessidades especiais, como por exemplo o uso de um interprete de LIBRAS.

b)     Cotas raciais: esta política precisa ser ampliada, pois ainda é pequena a presença das classes minoritárias no ensino superior.

 

2.1.1.1.1 O papel do estado

 

Se o papel do estado é garantir uma educação de qualidade a todos os indivíduos sem excluir nenhuma modalidade de ensino, é preciso que haja, uma política de fiscalização à inclusão das diversidades, mais participativa.

1  CONCLUSÃO

Em virtude dos fatos mencionados, acredito que a escola é a principal fonte de garantir a harmonia social, através de uma educação inclusiva, onde haja respeito com as diferenças existentes na sociedade. O principal objetivo da educação inclusiva é: criar uma sociedade mais justa que respeite a dignidade humana e que leve o aluno a observar as diferenças existentes na escola criando indivíduos capazes de verem a realidade social e de conviverem com a diferença.

A escola precisa rever seus objetivos, metodologias e procedimentos avaliativos, a fim de garantir uma interação harmoniosa, entre pessoas e grupos de diferentes culturas, ou seja, a escola deve buscar a relativização da cultura.

É fundamental que a escola e a sociedade busquem através de pesquisas, meios corretos de se trabalhar as diversidades culturais, levando em consideração os termos biológicos, sociais, históricos e culturais.

Segundo a antropologia, o homem, é um ser ativo na natureza, capaz de se apropriar dela para garantir sua sobrevivência, ao mesmo tempo em que a transforma ele é transformado, sendo assim, se tivermos uma educação que respeite as diferenças, no futuro este modo de ser e de agir, será aprendido no mundo através das experiências vividas no dia a dia, e/ou pelas tradições passadas de geração em geração.

O homem é capaz de se adaptar a diversas situações. Então, este processo de inclusão, se torna mais fácil através do conhecimento, pois o ser humano pode aprender facilmente este modo de ser e isso fará parte de sua vida, sem estranhamentos com as diversidades. Precisamos quebrar os paradigmas impostos pelo etnocentrismo, visando à coesão social, a vitalidade da sociedade civil e a paz social.